"Risk-off", Commodities & Brasil
A forte
queda no preço do petróleo, que a meses vinha se desenvolvendo em um risco para
os mercados financeiros globais, acabou “infectando” o complexo de commodities
de maneira mais acentuada nos últimos dias. Neste ambiente, estamos observando
hoje um movimento clássico de zeragem de posições. O que o mercado é “long” apresenta queda (USD, S&P e etc),
e o que o mercado é “short” apresenta
alta (US Bonds e etc). As evidencias de baixo crescimento mundial, provenientes
especialmente na China e da Europa, acabaram afetando o humor do mercado de bonds/rates, commodities e, agora, começa
a gerar uma maior volatilidade no mercado global de ações.
Minha visão
estrutural ainda é relativamente positiva para o crescimento mundial, liderado
pela economia americana, e aliado a uma postura que deve se manter agressiva
por parte do ECB e BoJ. O maior risco, na minha visão, continua sendo o
crescimento chinês e os riscos inerentes ao mercado imobiliário e de crédito.
Acredito que
estamos no meio de um processo natural de ajustes, mas com alguns movimentos já
parecendo exagerados no curto-prazo (petróleo, cobre e etc). O fraco retail
sales americano divulgado hoje me pareceu muito mais um ruído pontual do que
uma mudança de dinâmica da economia. De qualquer maneira, traz um “gosto amargo”
em um ambiente já fragilizado.
Os ativos no
Brasil, por sua vez, vem se favorecendo de uma melhora de fundamentos econômicos,
que vem sendo imposto por Levy e cia. Como a bolsa ainda é muito exposta aos
riscos externos, especialmente no tocante a commodities, e o BRL tende a seguir
o humor global em torno do USD, resta o mercado de juros como opção de
investimento. Vejo
o cenário externo como deflacionário para o Brasil nos próximos meses (vide o
gráfico abaixo). Aliado a isto, teremos uma política fiscal mais contracionista,
uma inércia de crescimento fragilizado do ano passado, uma deterioração no
mercado de trabalho e uma mudança estrutural na composição da inflação. Assim, entendo que
movimentos globais de “risk-off”
podem vir a afetar, pontualmente, o price-action
da curva local de juros. Contudo, ainda vejo está como a melhor tese de
investimentos na atual conjuntura do cenário local e externo.
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