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Mostrando postagens de abril, 2018

Dólar, Treasuries e Cenário.

O dia foi um tanto quanto interessante para estar de volta. Do ponto de vista econômico, não houve de fato uma mudança muito relevante de pano de fundo, como veremos abaixo. Mercados: Para os ativos de risco, vimos a confirmação de uma dinâmica diferente em relação ao dólar no mundo. O mercado agora arpoveita qualquer queda do dólar como oportunidade de compra da moeda americana. Como comentei na semana passada, o dólar parece tecnicamente rompendo alguns niveis importantes e uma tendência de alta pode estar se caracterizando. A posição do mercado, excessivamente vendida em dólar no mundo, está ajudando a exaxerbar este movimento. Além disso, o cenário economico de diferencial de crescimento, politica monetária e taxa de juros, além do momentum da moeda parecem dar suporte ao movimento, que poe continuar no curto-prazo. Comentei sobre isso na semana passada aqui, na seção sobre EUA ( https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/comentarios-sobre-os-eventos-recentes.html ).

Comentários sobre os eventos recentes.

Estive ausente do dia-a-dia da mesa nos últimos dias da semana passada, mas segue abaixo minhas impressões gerais: Ainda estou com acesso limitado ao mercado, mas acho que alguns eventos recentes merece atenção: Brasil - Os números de confiança, crescimento e emprego continuam surpreendendo negativamente. Neste estágio do ciclo eleitoral, começo a achar que dificilmente iremos ver uma recuperação mais robusta, até uma definição clara das eleições no último trimestre do ano. Este pano de fundo, com um cenário externo mais nebuloso, torna os ativos locais, nos atuais níveis e com a atual posição técnica, com pouca atratividade de curto-prazo. Continuo com postura mais tática do que estratégica, com baixa alocação a risco Brasil. Vale ressaltar que nos últimos dias vimos nos dados de contas externas uma situação ainda saudável, mas fortes fluxos de saída da conta portfólio, em renda fixa e renda variável, mostrando pouco interesse do investidor estrangeiro por Brasil. As contas

Semana de Agenda Importante.

A próxima semana será extremamente importante para o pano de fundo global, com destaque para a decisão do FOMC, o Core PCE e os dados oficiais de emprego nos EUA. Com alguns mercados em níveis importantes, o rompimento desses níveis pode significar um avanço mais concreto em suas tendências recente, como o fortalecimento do dólar, a abertura de taxa de juros nos EUA e a pressão sobre os mercados emergentes Estarei olhando com especial atenção a confirmação do cenário de acumulo de pressões inflacionarias, em meio a um mercado de trabalho no pleno emprego com o hiato do produto fechado. Ainda vejo este como o cenário mais provável. O mercado me parece preparado para movimentos graduais nessa direção, mas não para um cenário mais agressivo de inflação e aperto do mercado de trabalho. Ainda vejo este risco com uma probabilidade maior do que o mercado embute hoje e por isso a maior posição do portfólio continua a ser tomada em juros nos EUA. Eu vejo o mercado ainda bastante preocup

Pausa.

O Mercados Globais fará uma pausa até o início da semana que vem para participar de um evento no exterior. Assim, a rotina de e-mails não será diária. Tentarei fazer alguma breve atualização caso seja necessário. Estarei com acesso limitado ao e-mail.

Humor mais positivo essa manhã.

Os ativos de risco estão abrindo a terça-feira em tom mais positivo, com uma alta nas bolsas e nas commodities, uma estabilização das taxas das treasuries e um leve dólar fraco com as moedas emergentes. A divulgação do resultado da Google (Alphabet) no fechamento do dia de ontem pode ter ajudado a dar algum suporte aos ativos de risco. De maneira geral, contudo, os resultados corporativos têm vindo acima das expectativas, mas os índices de bolsas dos EUA não estão conseguindo sustentar uma alta mais persistente e permanente. O pano de fundo macroeconômico, com diversos “ventos contrários” (“headwinds”), por ora, está predominando em relação a um quadro microeconômico ainda positivo. No Brasil, os jornais estão dando atenção às articulações políticas em torno das eleições presidenciais para outubro. O STF irá analisar mais um recurso que pode, eventualmente, favorecer o ex-presidente Lula. Até o momento, o PT etsá mantendo sua candidatura a presidente, em uma estratégia que já

Posição técnica e potenciais novas tendências.

Acho importante analisarmos o cenário global hoje em duas vertentes distantes. Primeiro, no tocante ao cenário econômico. Segundo, no que diz respeito a dinâmica dos mercados financeiros globais. No tocante ao cenário econômico, o dia foi marcado pela divulgação de dados econômicos mais positivos. Em especial, as prévias dos PMI´s de abril, na Europa e nos EUA, mostraram sinais de estabilização do crescimento econômico mundial. Os números de hoje reforçam a minha tese de que o arrefecimento do crescimento no primeiro trimestre do ano foi apenas uma acomodação natural do ciclo econômico. Os PMI´s foram ainda corroborados pelos números de exportação da Coreia do Sul. Por ser uma economia bastante aberta e com corrente de comércio elevada, suas exportações costumam ser vistas como um termómetro para a atividade econômica global. De maneira resumida, ainda vemos uma economia com crescimento positivo e relativamente estável, a despeito de flutuações em torno da tendência. No passa

Relatório Semanal de Asset Allocation:

Cenário Econômico: Não observamos mudanças substanciais de cenário ao longo da última semana, mas uma mudança relevante de dinâmica por parte dos ativos de risco. A semana foi marcada por movimentos de abertura de taxa de juros nos EUA, que acabaram trazendo sustentação ao dólar no mundo, porém pressões negativas para as bolsas, commodities e ativos emergentes no geral. Acreditamos que estamos em um processo estrutural e prolongado de abertura de taxas de juros nos EUA e em vários países desenvolvidos. Contudo, este processo vem sendo caracterizado pelo o que é conhecido como “stop-and-go”. Rodadas de abertura de taxas de juros, geralmente entre 20bps e 50bps, são seguidas de movimentos de acomodação. Geralmente, enquanto estamos no meio dessas rodadas, a direção e a velocidade de abertura das taxas acabam afetando o humor global a risco. Quando o mercado se acomoda, vemos um alívio nos mercados financeiros globais e alguma nova alocação a risco. Por este motivo que ain

Mais do mesmo. Juros em alta e dólar forte.

Não há novidades relevantes no cenário que mereçam comentários adicionais aqueles já realizados nos últimos dias. Os mercados estão iniciando a semana com mais uma rodada de abertura de taxa de juros nos EUA, o que está dando suporte ao dólar no mundo. Por ora, as bolsas globais operam apenas em leve queda, assim como as commodities. Para não soar repetitivo, sugiro rever meus comentários recentes aqui https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/eua-juros-de-10-anos-proximos-aos-picos.html , aqui https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/juros-nos-eua-em-foco.html e aqui https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/pesquisa-eleitoral-no-brasil-e-juros.html . Na agenda do dia, o destaque ficará por conta das prévias dos PMIs, especialmente nos EUA, além da continuidade da divulgação dos resultados corporativos das empresas nos EUA. No Brasil, o fluxo de notícias continua bastante esvaziado. O mercado continuará focado nos desenvolvimentos políticos referentes a

Pesquisa eleitoral no Brasil e Juros nos EUA.

Alguns breves comentários sobre alguns eventos recentes: Brasil – Uma nova pesquisa eleitoral foi divulgada essa manhã. O quadro para a corrida presidencial segue o mesmo das últimas pesquisas. Bolsonaro e Joaquim Barbosa se mostram bastante competitivos seguidos, com menos ímpeto, por Marina, Alckmin, Ciro Gomes e um potencial candidato apoiado pelo PT/Lula. De maneira geral, não há mudanças relevantes no quadro eleitoral. A situação parece bastante aberta e sem definição. Ao longo da semana, vimos Bolsonaro, Marina e Barbosa sinalizarem para políticas econômicas mais ao centro, liberais e reformistas, o que ajudou a dar algum conforto aos investidores e algum suporte aos ativos locais vis-à-vis os seus pares externos. Geopolítica – Os jornais de hoje estão dando atenção à sinalização da Coreia do Norte de que existe disposição em encerrar os testes balísticos e desativar suas estruturas militares referentes a estes testes. Este é o primeiro avanço concreto nas negociações

Juros nos EUA em foco.

Os ativos de risco estão abrindo o dia com o dólar mais forte, as bolsas e as commodities sobre pressão, e com uma leve abertura de taxa de juros nos EUA. Acredito que o curto-prazo será guiado pela direção das taxas de juros nos EUA, que estão novamente testando os picos deste ciclo econômico. Não apenas o atual patamar dos juros nos EUA será importante (chegando aos 3% no vértice de 10 anos), mas a sua direção e a sua velocidade de abertura serão fundamentais para o ambiente global a risco. Já ficou claro nos últimos meses que enquanto os juros nos EUA estão no meio deste processo de abertura de taxas, os movimentos costumam perdurar por alguns dias (ou algumas semanas), com aberturas em torno de 20 a 50bps. A dinâmica do mercado tem sido de abertura estrutural de taxas, porém em rodadas concentradas em alguns dias/semanas, seguidas de movimentos de acomodação no novo patamar. A dinâmica dos últimos dias mostra que podemos estar no meio de mais uma dessas rodadas. Sendo

EUA: Juros de 10 anos próximos aos picos recentes.

Hoje cedo comentei um pouco a respeito da dinâmica dos mercados locais, que seguem válidas após o dia de hoje ( https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/brasil-politica-em-foco.html ). O melhor desempenho do Ibovespa vis-à-vis o mercado de juros e câmbio, e em relação as demais bolsas globais pode ser explicada por uma posição técnica menos “congestionada” que as demais classes de ativos locais. De resto, o cenário econômico segue inalterado, o que deve ancorar a curva de juros, mas manter o mercado de câmbio e renda variável muito a mercê da situação externa e do quadro político local. No cenário externo, o destaque ficou por conta de mais um dia de abertura de taxa de juros nos EUA, com a Treasury de 10yrs testando o patamar de 2,92%, muito próximo ao pico deste ciclo, de 2,96%. Este movimento acabou favorecendo uma alta global do dólar e alguma pressão sobre as commodities e mercados emergentes em geral. O Jobless Claims ficou praticamente estável em 232k. Contu

Brasil: Política em foco!

Os ativos no Brasil apresentaram ontem mais um dia de bom desempenho, mesmo com uma performance mais mista das bolsas nos EUA. Destaque para a forte alta do Ibovespa, flattening da curva de juros e queda do dólar. Vejo alguns vetores que justificam estes movimentos. Primeiro, a estabilização do humor global a risco, que já vinha sendo apontada neste fórum desde o final da semana passada.  Segundo, uma posição técnica mais construtiva e preços/valuations mais atrativos. Finalmente, nos últimos dias, vimos a maior parte dos candidatos a presidente que se mostram competitivos fazerem acenos positivos ao mercado. De uma maneira ou de outra, Bolsonaro, Marina e Joaquim Barbosa estão adotando um discurso mais ao centro, liberal e reformista no tocante a economia, o que acaba dando algum conforto aos investidores. Continuo acreditando que ainda falta muito tempo para as eleições e as incertezas devem permanecer elevadas por algum tempo. Como tenho afirmado aqui, de agora em

Sem grandes novidades.

O dólar opera um pouco mais forte contra as outras moedas de G10 essa manhã, porém misto em relação às moedas EM. As bolsas globais sobem e os juros no mundo desenvolvido, no geral, apresentam leve abertura de taxas. O destaque negativo fica por conta as bolsas da China, que após mais um dia de queda em torno de 1,5%, operam próximas as pisos recentes, em um movimento bastante estranho e desconexo com o resto do mundo, que talvez justifique as recentes medidas anunciadas pelo PBoC (comentadas aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/bolsas-em-alta-mas-tendencias-ainda-nao.html ). A inflação na Inglaterra ficou abaixo das expectativas, a despeito dos dados de emprego divulgados ontem terem surpreendido positivamente e mostrado um quadro de robustez do emprego. No Brasil, a mídia está dando atenção às potenciais alianças para o processo eleitoral, com alguma especulação em relação a uma possível aliança entre Joaquim Barbosa e Marina Silva. O Globo traz matéria

Bolsas em alta, mas tendências ainda não estão bem definidas.

O destaque do dia ficou por conta da alta nas bolsas globais, puxadas pelos argumentos já apresentados neste fórum há alguns dias, tais como: a melhora no quadro técnico, os preços/valuations mais atrativos, uma temporada de resultados corporativos positivos e a redução de alguns “riscos de cauda” no curto-prazo. De maneira geral, contudo, os mercados globais seguem sem tendências definidas, respeitando alguns “ ranges ” relativamente curtos e sem uma definição clara de temas de investimento. Este pano de fundo tem dificultado bastante a busca por “alpha” e por “beta” nos ativos de risco nas últimas 4 a 6 semenas. Ainda vejo um cenário relativamente sem visibilidade no curto-prazo, com a manutenção dos atuais “ranges” curtos e sem muitas tendências. Eventualmente, o cenário ficará mais claro e as tendências mais definidas. Enquanto isso, continuo optando por posições menores e por liquidez, afim de manter espaço de risco para eventuais oportunidades. O Ibovespa conseguiu segu

Humor mais positivo. Crescimento da China e possibilidade de recuperação no Brasil.

Os ativos de risco estão abrindo a terça-feira em tom mais positivo, seguindo a narrativa apresentada neste fórum na tarde de ontem ( https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/fragilidade-do-mercado-local.html ), em que apontamos a melhora no quadro técnico, os preços/valuations mais atrativos, uma temporada de resultados corporativos positiva e a redução de alguns “riscos de cauda” do curto-prazo como motivos para uma estabilização do humor global a risco. Mesmo com o cenário local mais turvo devido as eleições, se mantido o melhor humor global a risco nos próximos dias, esperaria alguma recuperação dos ativos do  Brasil , como alta da bolsa, queda do dólar e flattening da curva de juros, mas em movimentos que estariam “ restringidos ” pelo cenário de incerteza eleitoral, ou seja, seriam movimentos mais táticos do que estratégicos. Na  China , o PIB do 1Q ficou em linha com as expectativas, com alta de 6,8% Yoy. A produção industrial e o Fixed Asset Invesment (dado de i

Fragilidade do mercado local. Estabilização do mercado externo.

Os ativos de risco seguiram uma dinâmica interessante hoje. Vamos por partes:   Brasil – Os indicadores de crescimento continuam surpreendendo negativamente. O IBC-Br divulgado hoje – uma espécie de PIB mensal coletado pelo BCB – apresentou alta de pífios 0,09% MoM e 0,66% YoY em fevereiro, abaixo das expectativas de 0,80% YoY. Nas últimas semanas, vimos as expectativas de crescimento arrefeceram de algo superior a 3% para algo inferior a 3%, mais próximo de 2,5% (em termos de crescimento do PIB em 2018). De maneira geral, ainda acredito que estamos passando por um momento de acomodação, mas a recuperação gradual da economia continua. Talvez o cenário não seja tão positivo como se imaginou no final de 2017 e início de 2018, mas também não tão negativo como agora. Para os ativos locais está decepção de crescimento, somada a incerteza eleitoral (já comentado aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/04/eleicoes-brasil-situacao-na-siria-e.html ) estão ajudando o movimen

Relatório Semanal de Asset Allocation:

Cenário Econômico: Alguns desenvolvimentos recentes, locais e globais, merecem alguma atenção nas próximas semanas. No Brasil , os sinais recentes apontam para um crescimento mais brando do que o imaginado anteriormente. As expectativas para o crescimento do PIB, que chegaram a rondar níveis superiores a 3%, hoje já se encontram mais baixas, mais perto de 2,5% do que de 3%. Por ora, ainda vemos a economia local em uma trajetória de recuperação gradual. Entendemos que os sinais recentes fazem parte de um processo de acomodação da economia, mas vemos riscos, especialmente no cenário externo e no âmbito político local, que justificam expectativas de crescimento mais baixo para este ano. Por ora, vemos alguns pilares que devem sustentar a atividade nos próximos meses, evitando uma desaceleração mais acentuada do crescimento, tais como, juros baixos, inflação baixa, recuperação do emprego e do crédito entre outros. No tocante à inflação, os números mostram poucas pressões inflac