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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Update

O dia foi de pouca movimentação nos mercados externos, mas com importantes desdobramentos locais. Brasil – Além do anuncio do decreto de “contingenciamento” de gastos até que a LDO seja aprovada, anunciado na noite de ontem, o superávit primário apresentou alta de $21.1b em janeiro, muito acima dos $14.8b esperados pelo mercado. É bem verdade que grande parte da surpresa positiva foi fruto de um surpreendente superávit de estados e municípios, que não devem se repetir nos próximos meses. De qualquer maneira, o governo continua dando sinais de que fará tudo que está ao seu alcance para atingir a meta de 1.2% do PIB este ano, nem que para isso tenha que sacrificar programas sociais que, até pouco tempo atrás, eram intocáveis. No que tange a atividade econômica, o CAGED apresentou queda de mais de 80 mil postos de trabalho em janeiro, muito acima das expectativas. O numero confirma o que já havia sido mostrado pelos dados do IBGE ao longo da semana, ou seja, uma forte deterioração do

Brasil: Novos ajustes fiscais

Os ativos de risco estão apresentando acomodação das tendências verificadas ao longo da quinta-feira, com as bolsas, taxas de juros e commodities relativamente estáveis durante esta manhã, mas com o USD levemente mais fraco ao redor do mundo. A noite de de agenda esvaziada, com destaque para alguns dados econômicos no Japão, mas que não alteram em nada o cenário econômico global. Na agenda do dia, destaque para as contas fiscais de janeiro no Brasil. Nos EUA, teremos revisão do PIB do 4Q de 2014, Chicago PMI e Michigan Confidence. Brasil –  Em um decreto em edição extraordinária do Diário Oficial na noite de ontem, o Governo anunciou um “contingenciamento” de gastos até abril, período em que a LDO ainda não esteja aprovada. A medida mostra coerência com o discurso de ajuste das contas públicas, e disposição em fazer tudo que estiver ao alcance deste governo para o superávit de 1.2% do PIB este ano seja atingido. Nem mesmo as obras do PAC, programa “queridinho” do PT, ficaram a

Update

Após o discurso de Yellen no Congresso Americano na terça-feira, que deu flexibilidade ao Fed para atuar no tocante a seu “ foward guidance ” e no processo de normalização monetária, tornando sua atuação totalmente dependente dos dados econômicos, o Core CPI nos EUA deu a tônica dos mercados nesta quinta-feira. Um número acima das expectativas do mercado em janeiro, aliado ao Durable Goods Orders mais positivo, ascenderam novamente a possibilidade de uma alta de juros no meio deste ano. Assim, a curva de juros nos EUA apresentou movimento não desprezível de alta de taxas e flattening , o que ajudou a dar novo ímpeto ao movimento de USD forte, especialmente contras as moedas de G10. Continuo vendo a tendência de fortalecimento do USD no mundo como um processo gradual e constante, que pode vir a levar meses ou, até mesmo, anos. Assim, as correções desta tendência tenderão a ser rápidas e pouco acentuadas. Com a queda das vols implícitas ao longo desta semana no mercado de opção, volto

"Risk-On"

Com um cenário econômico relativamente estável, sem novidades relevantes e com poucos, ou nenhum, risco de curto-prazo aparente, os ativos de risco estão apresentando um movimento tímido de “risk-on” nos últimos dias, onde as bolsas operam em alta, o USD mostra leve trajetória de queda, as commodities apresentam movimento de alta e os juros globais mostram fechamento de taxas. O pano de fundo continua sendo de crescimento global positivo (em torno de 3%), inflação baixa ao redor do mundo, e liquidez ainda abundante, a despeito do movimento gradual de normalização monetária esperado pelo Fed, nos EUA. A agenda do dia será carregada, com destaque para o Core CPI, Durable Goods Orders e Jobless Claims nos EUA. No Brasil, teremos o superávit do Governo Central, o IGP-M, o IPC-FIPE a Taxa de Desemprego como destaques. Brasil –  Os ativos locais tiveram ontem uma reação clássica ao rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela Moody´s, com a bolsa em queda, o USDBRL em alta e um

Petrobrás: Sem o grau de investimento

O destaque da noite ficou por conta da leve recuperação do HSBC Manufacturing PMI da  China , que saiu de 49.7 pontos, para 50.1 pontos, acima das expectativas de 49.5 pontos. O número é o primeiro sinal de estabilização do crescimento que observamos no país em cerca de 4 meses. Ainda me perece cedo para afirmar que entramos em uma tendência maior de recuperação da economia do país, mas o número divulgado na noite de ontem deve ser lido positivamente pelo mercado, já que mostra uma estabilização da economia, em um ambiente onde estamos verificando sinais positivos de crescimento em outras regiões do mundo, como é o caso da Europa e do Japão. No  Brasil , o  rating  da Petrobrás foi cortado para  Junk Bond  pela agencia Moody´s, o que em parte já era esperado pelo mercado. O CDS de 5 anos da empresa já vinha operando acima de 500bps, patamar compatível com  rating  de empresas sem o grau de investimento. A ação da PBR opera em queda de 1% no  pre-market  americano, com o EWZ caindo 0,5

Brasil: Ajuste fiscal encaminhado...

Em um dia de agenda carregada no Brasil e nos EUA, os ativos de risco estão operando sem grandes movimentações essa manhã. O destaque, mais uma vez,fica por conta do movimento de USD forte ao redor do mundo. Desta vez, contudo, mais concentrado contras as moedas de G10 do que contra as moedas emergentes, como foi o caso nos últimos dias. Na  Grécia , os ativos locais operam em tom bastante positivo, com os papéis soberanos de 10 anos fechando 50bps e já abaixo de 8.9% e com a bolsa local em alta de 6.6%, após o país enviar uma carta de intenções de ajuste em linha com as demandas da União Europeia, dando um passo adicional no processo de negociações para que a extensão do programa de ajuda financeira por 4 meses seja aprovado por seus credores. Na agenda do dia, teremos IPCA-15 e contas externas no Brasil. Nos EUA, foco absoluto no discurso de Yellen no Congresso, assim como no S&P/CaseShilles House Prices, Consumer Confidence e Markit Services PMI. Brasil –  Segundo um ar

Brasil

Acredito que 3 eventos serão de fundamental importância para economia doméstica e os mercados financeiros locais nas próximas semanas. São eles: (1)    Aprovação do ajuste fiscal pelo Congresso. (2)    Números fiscais de janeiro, os primeiros dados sobre a batuta da nova equipe econômica. (3)    Divulgação do balanço auditado da Petrobrás. Por hora, os investidores locais e estrangeiros continuam extremamente reticentes no tocante a qualquer um destes eventos, ou seja, poucos acreditam que Levy irá entregar o ajuste fiscal que está prometendo, principalmente devido a um ambiente político extremamente hostil. Além disso, os problemas na Petrobrás se mostram de difícil solução, e a “luz no fim do túnel” ainda parece distante. A curva local de juros precifica altas de 55bps+45bps+30bps+20bps nas próximas reuniões do Copom, mas se mantem um tanto quanto flat , com o Jan21/Jan17 a -45bps. O BRL, por sua vez, vem seguindo o humor global em torno do USD, porém com um beta mai

Yellen/Fed

Amanhã, Yellen fará uma aparição no Congresso Americano. Acredito que o desafio de Yellen será manter as expectativas de mercado nos atuais níveis. Hoje, o mercado precifica cerca de 40% de probabilidade de uma alta de 25bps em junho, e 100% de probabilidade de uma alta de 25bps em setembro. Para o final do ano, o mercado embute duas altas de 25bps. Olhando de hoje, me parece cedo para Yellen desancorar estas expectativas, até porque poderia criar volatilidade excessiva no futuro. Se, por um lado, o Fed precisa sinalizar para os riscos de crescimento no curto-prazo, assim como para a inflação baixa que pode perdurar por um tempo maior, por outro, eles precisam ganhar flexibilidade, reforçando a mensagem de que o Comitê será dependente dos dados. Assim, Yellen pode tentar passar a mensagem de que o termo “ patient ” pode ser retirado do comunicado do FOMC em breve, mas que isso não necessariamente significa que um processo de alta de juros será iniciado nas próximas duas reuniões d

USD

Os ativos de risco estão iniciando a semana com o retorno das tendências de longo-prazo que vem sendo destaque nos últimos meses. Assim, o USD opera em forte alta hoje pela manhã. As bolsas ao redor do mundo apresentam desempenho levemente positivo, com as commodities sobre pressão. Os bonds ao redor do mundo desenvolvido se mostram bem comportados. Com mais uma rodada de forte elevação do USD no mundo,  mercado de juros emergentes apresenta dinâmica ruim, a despeito do bom desempenho das bolsas desses países. Na  Alemanha , o IFO de fevereiro – um dos principais indicadores de confiança de toda a Europa – apresentou leve alta, ratificando um cenário de crescimento saudável e em recuperação no país. A agenda do dia será recheada de indicadores de segunda ordem, como o IPC-S no Brasil e o Existing Home Sales nos EUA. Eu mantenho minha visão de que, salvo períodos pontuais e pouco acentuados de acomodação, as tendências de longo-prazo devem ser mantidas, leia-se: renda variá

Yellen

No final da sexta-feira, tivemos a confirmação de que a  Grécia  e a União Europeia entraram em acordo para a extensão do programa de ajuda financeira ao país por mais 4 meses. A notícia ajudou a dar suporte aos ativos de risco, levando as bolsas da Europa e dos EUA para os maiores níveis dos últimos anos e, em alguns casos, os maiores níveis da história. A dinâmica recente do mercado global de renda variável está em linha com nossa visão de que em um ambiente de crescimento global “OK”, inflação baixa, e liquidez ainda abundante no mundo se configuram um cenário construtivo para esta classe de ativos, a despeito de ruídos pontuais e localizados, que podem vir a trazer volatilidade e incerteza no curto-prazo, mas sema alterar o cenário de longo-prazo. O principal evento da semana que se aproxima ficará por conta da apresentação de Yellen no Congresso Americano. A despeito das Minutas do FOMC terem mostrado um Comitê bastante dividido, e sem pressa para dar inicio a um processo de

Agenda esvaziada

Após uma noite sem notícias relevantes, e as vésperas de uma sexta-feira de agenda econômica esvaziada, os ativos de risco operam próximos a estabilidade, sem novidades que mereçam menção. Brasil –  Os jornais de hoje não trazem nenhuma novidade ao cenário de curto-prazo. As críticas em torno da dificuldade do BCB em se comunicar com o mercado ainda estão em destaque em alguns artigos, enquanto as dificuldades políticas e econômicas do governo continuam dominando as manchetes. Europa –  A prévia dos PMI´s na Alemanha e na França mostraram um cenário relativamente positivo para o crescimento da região. A despeito de uma queda marginal dos PMI´s Manufacturing, observamos altas relevantes dos PMI´s Services em ambos os países. Os números de hoje confirmam um cenário de crescimento relativamente estável para a região, que deve crescer pouco mais de 1% este ano. Vale a pena ressaltar, contudo, que ao contrário dos EUA, onde estamos observando surpresas negativas de crescimento, na

Sem sinais de acomodação do USD

Após uma abertura um pouco mais negativa, os ativos de risco apresentaram recuperação ao longo do dia. Com um cenário de crescimento global ainda relativamente estável, em torno de 3% para este ano, com inflação baixa e liquidez global abundante, o mercado de renda variável ao redor do mundo tem sido o destaque positivo de desempenho. Salvo riscos pontuais e localizados, como os problemas na Grécia, o cenário ainda parece relativamente construtivo para esta classe de ativo. A despeito das Minutas do FOMC terem apresentado um cenário um pouco mais cauteloso com a inflação baixa e os desenvolvimentos externos, a curva de juros no EUA, assim como o USD, estão apresentando imensa dificuldade em reverter suas tendências de abertura de taxas e fortalecimento do USD, ao contrário do que eu imaginava que poderia acontecer. Ainda vejo espaço para um período de consolidação dessas tendências mas, neste momento, fica difícil vislumbrar uma inversão de tendência de longo-prazo. Assim, mantenho

Fed em foco

Os ativos de risco estão abrindo a quinta-feira com leve viés negativo. As bolsas na Europa e EUA operam em queda. O Petróleo apresenta forte pressão, caindo 4% neste momento. O USD não apresenta tendência definida, caindo contra alguns pares, mas apresentando alta contra outros. As taxas de juros americanas apresentam fechamento de taxas, o que está ajudando a dar um tom mais positivo para o mercado de juros emergente, assim como para a maioria das moedas emergentes. Os ativos na Grécia se encontram próximos a estabilidade, a despeito das incertezas que ainda pairam sobre as negociações entre o país e seus credores. A agenda do dia será mais esvaziada, com destaque para o Jobless Claims e Philadelphia Fed nos EUA. No Brasil, a agenda traz IPC-S e a segunda prévia do IGP-M. Brasil –  Em sua turnê pelos EUA, com intuito de esclarecer as medidas que vem sendo adotadas no país, Joaquim Levy vem mantendo um tom austero e coerente sinalizando, inclusive, com a possibilidade de medi

Minutas FOMC

Abaixo, fiz uma breve compilação de trechos das Minutas do FOMC  que julgo serem importantes para o debate de política monetária no país. Acredito que as Minutas foram mais dovish vis-à-vis os últimos comentários de membros do Fed. Além disso, desde a último reunião, tivemos novas evidencias de acomodação do crescimento, assim como novos sinais de que a inflação ficará mais baixa por tempo ainda mais prolongado do que o imaginado. A divulgação do Core PPI hoje apenas confirmou este cenário. Acredito que a probabilidade de alta de juros em junho tenha se reduzido após as Minutas e aos últimos números de atividade e inflação no país. Contudo, o Comitê permanecerá “data dependente”, ou seja, caso a acomodação do crescimento e da inflação se mostrem pontuais, ainda existe a disposição por parte do FOMC em começar um processo de ajuste de juros o quanto antes. As Minutas deveriam dar ímpeto ao movimento de acomodação/consolidação do USD ao redor do mundo. Além disso, podemos ter u