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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Brasil: Pesquisa Datafolha mostra cenário incerto. Centro não evolui...

A noite foi um pouco mais agitada, com informações relevantes ao cenário. Brasil –  A pesquisa Datafolha para presidente da república realizada após a condenação de Lula em segunda instância mostra o ex-presidente ainda na liderança das pesquisas, consolidado em torno de 35% das intenções de voto. Quando retirado da pesquisa, cenário que acredito ser o mais provável no momento, os mais favorecidos, por ora, da saída de Lula da corrida eleitoral seriam Marina Silva e Ciro Gomes. Nestes cenários, Bolsonaro ainda lidera a disputa, seguido de Marina. Os candidatos considerados mais ao centro e liberais continuam “patinando” abaixo de 10% das intenções de voto. Acredito que, no curto-prazo, a pesquisa deve ser vista como negativa pelos investidores locais. Eu acredito que ainda falta muito tempo para as eleições e o centro ainda precisa se unir em torno de um nome único e competitivo caso queira evoluir nas pesquisas. A despeito de reconhecer que um segundo turno entre Bolsonaro e

Risk-Off! For how long?

Não há mudanças substanciais de cenário econômico nos últimos dias, mas certamente os mercados financeiros globais emitem sinais de fadiga. A alta das volatilidades (realizadas e implícitas) e a perda de correlação entre várias classes de ativos (já comentado mais cedo e reproduzido abaixo) não podem ser ignorados. Por ora, estou tratando o movimento recente como uma correção natural e saudável, após um começo de ano extremamente agressivo em termos de apreciação dos ativos financeiros. A posição técnica mais poluída, níveis de preço menos atrativos e uma agenda econômica mais carregada podem explicar parte dos movimentos recentes. O que me chama mais a atenção, e deve ser visto de forma um pouco mais estrutural, é a dinâmica global das taxas de juros dos países desenvolvidos desde a virada do ano. Além de um pano de fundo econômico que justifica juros mais elevados, temos um quadro técnico de mais emissões (aumento da oferta) e redução da demanda (através da redução do balanç

Sinais de fadiga dos ativos de risco.

Desde o começo de segunda-feira os ativos de risco estão mostrando sinais de fadiga e apresentando alguns movimentos clássicos de realização de lucros, ou “risk-off”> Acredito que o movimento seja natural em qualquer ciclo econômico e pode ser explicado por um misto entre posição técnica um pouco prejudicada no curto-prazo, preços menos atrativos e uma agenda econômica e de política monetária mais carregada ao longo da semana. Ainda vejo espaço para a continuidade desta “acomodação” dos ativos de risco no curto-prazo, que julgo ser natural e saudável. Por ora, contudo, ainda não vejo motivos concretos para alterar de maneira radical o cenário base com o qual os mercados tem trabalhado, leia-se, crescimento global saudável, inflação ainda baixa no mundo desenvolvido e ajuste apenas gradual da política monetária nas principais economias do mundo. De qualquer maneira, reforço que vejo um acumulo de sinais na direção contrária a este cenário base, como tenho insistido nas últim

"Risk-On" Continues. Watch out for market signals...

Os dados econômicos divulgados hoje (que se somam aqueles divulgados ao longo de toda a semana) em nada alteram o cenário econômico global. Por consequência, a dinâmica dos ativos de risco permanece inalterada. O PIB dos EUA ficou levemente abaixo das expectativas, com alta de 2,6% (QoQ anualizado). Contudo, a abertura do indicador mostrou um quadro qualitativo saudável, com robustez da demanda interna. Continuo vendo uma economia aquecida, com hiato do produto fechado e risco crescentes de uma aceleração mais ampla da inflação. Continuamos a viver em um pano de fundo de crescimento global robusto, uma inflação ainda baixa no mundo desenvolvido e bancos centrais que normalizam as suas condições monetárias de maneira gradual e bem comunicada. Até agora, este processo de normalização monetária não foi capaz de promover nenhum ajuste nas condições financeiras. Muito pelo contrário, vivemos um período em que as condições financeiras se mostram bastante frouxas, até mais frouxa

[UPDATED] Brasil em alta, dólar em baixa e desafios de longo-prazo.

Na tarde de ontem, o dólar apresentou um rápido e acentuado rally, após Trump dizer que os comentários a respeito da moeda, feitos pelo Secretário do Tesouro, tinham sido tirados de contexto. Agora pela manhã, a moeda norte americana voltou a operar sobre forte pressão ao redor do mundo. O movimento de ontem mostra que a posição técnica do dólar pode estar um pouco prejudicada, com muitos investidores já posicionados na mesma direção. Contudo, o cenário aponta para a continuidade desta tendência. Exceto por realizações de lucros pontuais, continuo vendo um dólar mais fraco estruturalmente. Os números de inflação no Japão apresentaram estabilidade em dezembro, levemente abaixo das expectativas de uma leve aceleração. A despeito do cenário mais positivo para o crescimento, e de um processo bastante gradual de alta na inflação, ainda não se observa um movimento mais acentuado de pressão inflacionária no país. Os comentários que fiz ontem continuam válidos: Os ativos do Br

Brasil em alta, dólar em baixa e desafios de longo-prazo.

Os ativos do Brasil negociados nos EUA estão mantendo a tendência de forte desempenho até o momento. O EWZ sobe 2,8%, a PBR sobe 3% e ITUB sobe 3,5%, apenas para citar alguns poucos exemplos. Dada à decisão de ontem, parece haver espaço para os ativos locais continuarem mostrando bom desempenho no curto-prazo. Além do pano de fundo econômico que considero ciclicamente muito positivo para o país, existe uma “enxurrada” de fluxo que poderia migrar para ativos de maior risco, ou seja, renda variável, títulos longos e, consequentemente, favorecer o BRL. Ao longo desta quinta-feira, a Petrobrás está executando uma emissão de bonds (dívida) no exterior. Segundo a mídia, a demanda pelos papeis já supera os US$10 bilhões, o que confirma o interesse por ativos brasileiros. A Natura também realizou emissão hoje, com boa demanda e taxas relativamente fechadas. No cenário externo, o grande destaque continua por conta da forte pressão sobre o dólar no mundo, uma tendência que se acentu

Brasil: Um grande "risco de cauda" tem sua probabilidade substancialmente reduzida.

O ex-presidente Lula foi condenado em segunda instância pelo TRF-4, com voto unanime e com o aumento da pena imposta pelo juiz Sergio Moro na primeira instância. A decisão foi a pior possível para Lula, pois reduz as chances de apelação nesta instância e praticamente inviabiliza sua candidatura a presidente no pleito deste ano. Os ativos locais reagiram de maneira bastante positiva e acentuada à decisão. Como vinha comentando neste fórum, os fundos locais haviam reduzido posição nos últimos dias. Assim, o quadro técnico favorável acabou ajudando a dar ímpeto à apreciação dos ativos locais. O cenário base continua a ser de uma recuperação sustentável e cada vez mais consolidada e espalhada da economia do país. Um dos grandes riscos do cenário, que seria uma candidatura extremamente competitiva da esquerda, foi substancialmente reduzido com a decisão de hoje. Ainda vejo espaço para um bom desempenho dos ativos do Brasil. Continuo optando por posições estruturais (estratégicas) c

Brasil: Primeiro passo na longa jornada das eleições.

Ontem foi o primeiro dia depois de muito tempo que observamos alguns sinais mais negativos dos mercados financeiros globais, com alguns movimentos, mesmo que ainda tímidos, de realizações de lucros. Observamos uma pressão sobre os ativos emergentes, uma forte queda do Minério de Ferro, uma apreciação maior do JPY, um fechamento de taxa de juros das Treasuires, entre outros. Estes são sinais claros de fadiga dos movimentos recentes no curto-prazo. Os sinais ainda são incipientes e os movimentos controlados. Por não haver uma mudança clara de necessário, por ora, estas correções seriam apenas reações naturais a preços menos atrativos e a uma posição técnica mais desfavorável. Ainda cedo falar em mudança ou inversão de cenário e tendência. Hoje pela manhã já vemos um mercado de volta as tendências recentes, com destaque para o dólar fraco no mundo, as bolsas e as commodities em alta e taxas de juros mais estáveis nos países desenvolvidos. No Brasil, hoje é o primeiro passo na

EUA: Caminho sem volta?

Nesta noite, como era esperado, o  BoJ , no  Japão , manteve a política monetária inalterada. As declarações da instituição apontam para um maior otimismo em torno do crescimento e da convergência da inflação para a meta. Uma forte queda no preço do  Minério de Ferro  durante a noite está colocando alguma pressão no  AUD  essa manhã. O grande destaque dos últimos dias, contudo, continua por parte do  EUA  e ontem não foi diferente. O Senado chegou a um acordo e o “shutdown” foi encerrado de forma relativamente rápida, apresentado pouco impacto nos mercados no curto-prazo. Ao que tudo indica, a solução do impasse deverá incorrer em mais gastos e mais déficit fiscal a longo-prazo. No final da tarde de ontem, o POLITICO – um veículo de comunicação norte americano especializado em cenário político (por mais obvio que pareça) – divulgou um esboço do “Pacote de Infraestrutura” que deverá ser divulgado pelo Governo Trump. De forma clássica, o pacote deverá dar suporte ao crescime

Relatório Semanal de Asset Allocation

A narrativa do cenário econômico continua a ser uma de crescimento global robusto, alta moderada da inflação nas economias desenvolvidas e um processo gradual e bem comunicado de normalização monetária nesses países e regiões (tais como EUA, Europa, Canadá, Inglaterra e China, por exemplo). No Brasil, continuamos convictos em um cenário econômico positivo, baseados em sinais cada vez mais claros de uma recuperação consolidada e espalhada do crescimento, avanço do mercado de trabalho, inflação baixa, contas externas saudáveis e, até mesmo, recuperação cíclica das contas públicas. O noticiário no Brasil continua sem novidades relevantes. O próximo grande evento para os mercados locais será o julgamento de Lula em segunda instância, no TRF-4, agendado para quarta-feira. Nossa análise quantitativa e qualitativa mostra que os fundos locais não estão com posições excessivas alocados em ativos brasileiros. A visão predominante ainda é bastante positiva

Watch out!

Os ativos de risco estão abrindo a semana sem movimentos relevantes. No domingo, a situação política na Alemanha caminhou na direção de um acordo entre os partidos da base governista. Assim, o atual governo poderá seguir em frente, sem a necessidade de novas eleições no curto-prazo. A notícia ajudou a dar sustentação ao EUR ao longo da noite. Na Coréia do Sul, as exportações dos primeiros 20 dias de janeiro apresentaram alta de 14,5% YoY, subindo dos 12,2% YoY do mês anterior. O número mostra uma economia global ainda bastante robusta (por ser uma economia muito aberta, com corrente de comércio elevada, as exportações do pas são lidars como uma boa “proxy” para o crescimento global). O noticiário no Brasil continua sem novidades relevantes. Mantenho a visão de que o próximo grande evento para os mercados locais será o julgamento de Lula em segunda instância, no TRF-4, agendado para a semana que se inicia amanhã. Nossa análise quantitativa e qualitativa mostra que os fundos

EUA: Risk of overheating...

O noticiário no Brasil continua sem novidades relevantes. Mantenho a visão de que o próximo grande evento para os mercados locais será o julgamento de Lula em segunda instância, no TRF-4, agendado para a semana que se inicia amanhã. Nossa análise quantitativa e qualitativa mostra que os fundos locais não estão com posições excessivas alocados em ativos locais. A visão predominante ainda é bastante positiva, mas a maior parte dos fundos ajustou suas posições nos últimos dias. Em suma, a posição técnica em ativos do Brasil não me parece ruim. Contudo, mantenho a visão de que nos atuais níveis de preço não vejo tanto assimetria para o evento citado anteriormente, exceto nos casos extremos, cujas probabilidades são mais baixas (leia-se Lula inocentado ou Lula condenado por 3x0 com a mesma condenação proferida em primeira instância). O cenário externo, contudo, começa a ficar um pouco mais interessante. A semana terá como destaque a decisão de política monetária em importantes país

EUA: Economia no pleno emprego.

O destaque dos mercados financeiros globais continua por conta do movimento de abertura das taxas de juros no mundo desenvolvido, impulsionado pelos EUA, no mesmo momento em que vemos um movimento coordenado de dólar fraco no mundo. Por ora, as bolsas globais mostram sinais de acomodação, assim como o mercado de commodities. No Brasil, acho válido reforçar que a forte recuperação dos ativos do país desde meados de dezembro está intimamente ligada, ou seja, é em grande parte explicada pelo ambiente global. Observamos um forte fluxo para emergentes neste cerca de um mês. Os fundamentos desses países, em sua maioria, mas com várias exceções, é sem dúvida melhor do que no passado recente. Além disso, o ambiente global de juros baixos, crescimento sólido e inflação (ainda) baixa no mundo desenvolvido, ajuda os fluxos para a classe EM. Finalmente, os “valuations” parecem mais atrativos em EM se comparados a DM. Meu ponto aqui é que grande parte do desempenho de Brasil é explicado pe

Últimas horas trouxeram notícias relevantes ao cenário.

As últimas 12 horas trouxeram notícias interessantes aos cenário, mas que apenas reforçam o cenário base, sem alterar o pano de fundo global, mas que podem ter algum impacto nos mercados financeiros. Vamos as notícias. Nos EUA, a Apple anunciou que irá pagar cerca de US$36bi em impostos e repatriar lucros retidos no exterior. O dinheiro será usado para investimentos, tais como um novo “campus” e a contratação de milhares de funcionários. Segundo consta, grande parte dos recursos da empresa estão em títulos curtos (Treasuies até 5 anos) e corporate bonds. A leitura do mercado foi relativamente natural, com alta das bolsas, precificando mais crescimento via investimentos e emprego, e alta nas taxas de juros, devido a mais uma fonte de venda de títulos públicos em meio a um pano de fundo de solidez do crescimento e do emprego. Na noite de ontem, os dados de estoques e fluxos de títulos norte americanos mostrou uma queda no estoque de Treasuries por parte de Japão e, especialmente

Still a "Goldilocks/Risk-On" scenario, but keep one eye open.

Os ativos de risco retomaram a dinâmica que impera desde o começo do ano, em um misto entre “Goldilocks” e “Risk-On”. O aumento da volatilidade apresentada ontem, especialmente nas bolsas dos EUA, por ora, não passou de um ajuste técnico. Neste momento, vemos novos picos das bolsas norte americanas, além de uma nova rodada no movimento de dólar fraco no mundo. A despeito dos movimentos de hoje estarem me surpreendendo pela magnitude, mantenho a mesma visão que venho descrevendo nos últimos dias. Continuo vendo espaço para o bom desempenho dos ativos de risco, em especial de ativos emergentes, que tenho expressado através de ativos do Brasil. Contudo, nos atuais níveis de preço, já estamos com uma posição menor, além de instrumentos mais defensivos. Os ativos locais estão seguindo o humor global a risco e estão susceptíveis as mudanças de fluxos e humor dos mercados externos. De fato, ainda não vejo uma mudança clara de cenário que justifique alterar totalmente o portfólio, mas