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Mostrando postagens de junho, 2016

Risk-On!

Na minha visão, há três pilares que estão ajudando na recuperação dos ativos de risco nos últimos dias: 1 – O final de mês, trimestre e semestre e, talvez, o famoso efeito de “window dressing”, que esteja trazendo fluxos aos ativos de risco; 2 – A sinalização dada pelo ECB e pelo BoE de que devem divulgar novas medidas de estímulo monetário; 3 – O anuncio de um plano inicial de ajuda aos bancos da Itália. Acredito que o pilar (1) se encerrará em breve. O pilar (2) tem efeito limitado. Mal comparando, é como dar drogas adicionais a um viciado em drogas. A pessoa se sente bem por um tempo, até que o corpo não aguenta mais e cai em colapso. Os juros baixos (e negativos) e o QE tiveram seu valor em evitar uma crise mais aguda do mundo mas, na minha visão, tem efeitos cada vez mais baixos com custos cada vez mais elevados. Não me parece que serão, sozinhos, capazes de reverter a tendência de baixo crescimento global. O pilar (3), de todos eles, me parece o mais positivo

Fadiga do Rally?

Os ativos de risco operam próximos a estabilidade neste momento, mas o rally verificado nos últimos dois dias parece estar perdendo momento. Reforço a minha tese de o final de mês, trimestre e semestre poder estar trazendo alguns fluxos pontuais aos mercados, mas que o Brexit trouxe um choque de expectativas que culminará em um crescimento global mais baixo no futuro não muito distante. A nova rodada de fraqueza dos bancos na Europa, e na Itália, em especial, continua a me preocupar, já que acredito não haver um “plano de resgate” coerente para o setor, em meio a um cenário econômico frágil. Acredito que uma solução será encontrada, mas os policy makers costumam ser reativos, e não proativos, neste tipo de situação. Neste ambiente, os problemas tendem a se acentuar antes de serem resolvidos. As medidas corretas costumam ser adotadas, mas apenas depois de todas as outras serem testadas. A agenda econômica trouxe uma forte alta da produção industrial da Coréia do Sul, muito aci

Brexit?

A quarta-feira manteve o roteiro que descrevi hoje pela manhã, apenas acentuando os movimentos de recuperação dos ativos de risco observados pela manhã. Eu acredito que possa haver uma questão técnica, de final de mês, trimestre e semestre, que possa ajudar a trazer fluxos positivos para os mercados no curtíssimo-prazo. Contudo, estou olhando para voltar a ter alguma posição na linha da busca por um portfólio que vise um menor crescimento global após o Brexit. Assim, nos atuais níveis, começo a ver espaço, novamente, para posições vendidas em bolsas dos países desenvolvidos, mesmo que taticamente. O cenário base é de um crescimento global baixo, com alguma flutuação em torno desta tendência, mas sem um risco agudo de recessão. Se (e enquanto) não houver uma desaceleração global mais acentuada, ou algum problema financeiro em algum lugar do mundo, os investidores buscarão ativos que ofereçam yields positivos, como os ativos emergentes. Este cenário deverá ser revisado caso algum pr

Risk-On!

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento de recuperação observado desde a manhã de ontem. A agenda econômica foi esvaziada durante a noite. Eu acredito que possa haver uma questão técnica, de final de mês, trimestre e semestre, que possa ajudar a trazer fluxos positivos para os mercados no curtíssimo-prazo. Contudo, estou olhando para voltar a ter alguma posição na linha da busca por um portfólio que vise um menor crescimento global após o Brexit. Assim, nos atuais níveis, começo a ver espaço, novamente, para posições vendidas em bolsas dos países desenvolvidos, mesmo que taticamente. O cenário base é de um crescimento global baixo, com alguma flutuação em torno desta tendência, mas sem um risco agudo de recessão. Se (e enquanto) não houver uma desaceleração global mais acentuada, ou algum problema financeiro em algum lugar do mundo, os investidores buscaram ativos que ofereçam yields positivos, como os ativos emergentes. Este cenário deverá ser revisado caso algum

Algumas observações.

Até o momento, a terça-feira está sendo de um movimento típico recuperação dos ativos de risco. Alguns pontos, contudo, me chamam a atenção: - Por hora, o movimento de alta das bolsas dos EUA me parece tímido demais, especialmente frente a queda rápida e acentuada verificada na sexta-feira e ontem. Esperaria um movimento mais acentuado, mesmo que apenas aparentando ser um movimento técnico de recuperação. A fragilidade me chama a atenção. - A mesma analogia pode ser feita para os bancos na Europa, que acabaram fechando o dia próximos a estabilidade, depois de dois dias de forte pressão. O movimento sinaliza para uma fragilidade no setor. Vale lembrar que os bancos europeus já vinham em um movimento de queda antes do Brexit. O evento apenas acelerou estes movimentos. Fica cada vez mais evidente que este setor passa por um problema estrutural mais sério, que precisará ser equacionado pelos policy makers, mais cedo ou mais tarde. O problema, como a história recente comprova, é qu

Consolidação...

Os ativos de risco estão apresentando recuperação, após dois dias de forte pressão. Como comentei neste fórum ontem pela manhã: Eu espero alguma estabilização do humor global a risco ao longo do dia, mas meu viés de curto-prazo ainda é negativo. A estabilização acabou não acontecendo ontem, mas hoje já vemos sinais mais animadores. Eu ainda espero um período de alta volatilidade e elevada incerteza, mas os ativos de risco podem ter ficado excessivamente pressionados no curtíssimo-prazo. A Coréia do Sul anunciou que podem fazer um pacote de estimulo fiscal à sua economia. Ainda não há detalhes sobre a possível ação. Será uma das primeiras economias relevantes para o mundo a anunciar uma medida neste direção neste ciclo econômico. O estímulo fiscal é o receituário que muitos economistas ortodoxos e de renome estão prescrevendo para lidar com o baixo crescimento global neste momento. No Brasil , os dados de crédito divulgados ontem mostraram a manutenção das tendências que vira

Risk-Off, mas sinais de estabilização começam a surgir.

Os ativos de risco estão abrindo a semana ainda em tom negativo, liderados por mais uma forte queda da GBP. Contudo, já vemos sinais de estabilização do humor em alguns mercados, que apresentaram recuperação em relação aos piores momentos desta noite. Eu espero alguma estabilização do humor global a risco ao longo do dia, mas meu viés de curto-prazo ainda é negativo. Na  Espanha , as eleições gerais mantiveram o status-quo de um governo mais ao centro, afastando o risco de uma votação expressiva dos partidos mais radicais. Contudo, não houve maioria absoluta para nenhum partido, como era esperado, o que deve manter o quadro político local instável. Ainda existe uma chance relevante de que novas eleições tenham que ser convocadas no país. A Espanha não era vista como um risco relevante ao cenário, mas as eleições na  Itália  precisam ser acompanhadas de perto. Falando na  Itália , alguns meios de comunicação estão afirmando que o país pode injetar cerca de EUR$44b em seu sistem

Brexit: Uma visão preliminar, mais ainda apouco conclusiva.

Os periódicos de final de semana, assim como os sell-sides , ainda estão digerindo a decisão dos ingleses em deixar a União Europeia (EU). O único consenso mais forte que tenho observado fica por conta dos impactos negativos sobre a economia da Inglaterra, assim como para um menor crescimento global. Por hora, contudo, as revisões de crescimento para o resto do mundo (ex-UK) são, grosso modo, cosméticas, com números menores na faixa de 0,2%-0,3% de crescimento mais brando ao redor do mundo. Os analistas ainda mostram otimismo que este evento seja pontual e localizado, com impactos contidos (sem grandes contágios ao resto do mundo). Eu acho cedo para fazer qualquer afirmação em relação a uma resultante mais negativa ou não deste evento sobre o resto do mundo, mas a aparente certeza dos sell-sides em relação ao baixo impacto sobre o resto do mundo me faz lembrar a crise de 2008 nos EUA. Em um primeiro momento, havia a certeza de que a crise permaneceria localizada. Os mercados emer

Risk-Off!

A sexta-feira apenas manteve os movimentos de aversão a risco verificados no início do dia. Não há informações adicionais em relação ao que escrevi neste fórum na manhã de hoje. Mantenho minha visão de que não vejo risco sistêmico, mas um cenário de maior incerteza, em um ambiente de fragilidade da economia mundial, o que deveria gerar volatilidade nos ativos de risco e menor crescimento global. Os bancos centrais reagiram de maneira prudente, oferecendo conforto ao mercado caso necessário. Por hora, não há a necessidade de uma atuação “de fato”, mas os próximos dias serão essenciais. O mercado de juros no Brasil mostrou reação bastante contida, com os investidores fazendo uma analogia da situação atual com a política monetária implementada em 2008 e 2011. Eu acho cedo para chegar a essa conclusão. Acredito que veremos juros mais baixos em um futuro não muito distante, o que justifica posições aplicadas na curva. Contudo, por hora, não vejo a necessidade do BCB adiantar o come

Brexit = Risk-Off!

Em uma decisão surpreendente e totalmente inesperada pelo mercado, o Referendo na Inglaterra decidiu pela saída do país da União Europeia. As pesquisas dos últimos dias apontavam decisão na direção oposta, assim como a dinâmica dos ativos de risco, especialmente nos últimos dias, mostrou um claro viés dos investidores em retirar os hedges das carteiras para o evento propriamente dito. Este evento me fez lembrar a sexta-feira imediatamente anterior a quebra da Lehman. Os ativos de risco apresentaram forte apreciação naquele dia, na expectativa de um  bailout  do banco. O argumento era de que o governo americano não deixaria o quinto maior banco do país quebrar. No domingo, não houve acordo. Na segunda-feira, observamos um forte sell-off dos ativos de risco. Os mercados chegaram a se recuperar para os níveis daquela sexta-feira nos dias subsequentes, mas depois o mundo entrou em uma espiral extremamente negativa, com movimentos rápidos e acentuados de piora dos ativos de risco. Naqu

Risk-On!

Os mercados financeiros globais estão finalizando o dia com fortes movimentos positivos. A dinâmica dos ativos de risco continua mostrando um mercado tecnicamente saudável e uma posição que havia ficado excessivamente defensiva as vésperas do Brexit. Com as últimas pesquisas apontando para uma maior probabilidade do Bremain, os investidores foram obrigados a cobrir os shorts . Passado este evento, acredito que devemos voltar a conversar sobre fundamentos. Nesta linha, seguimos em um ambiente de baixo crescimento global, com pequenas flutuações em torno desta tendência, mas sem a concretização de riscos que rodeiam o cenário. Os PMIs de hoje na Europa confirmaram esta visão. A novidade de hoje, contudo, ficou para uma recuperação do Jobless Claims nos EUA, assim como uma alta do Markit US Manufacturing PMI, saindo de 50,7 para 51,4 em junho. Os números mostraram uma economia relativamente estável, sem riscos aparentes de recessão. Por hora, não há motivos para acreditar na nece

Risk-On! / Reforma da Previdência no Brasil!

Os ativos de risco estão apresentando forte recuperação, após as últimas pesquisas para o Referendo na  Inglaterra , divulgadas na noite de ontem, mostrarem uma leve vantagem ao “Remain”, ou seja, ao  status-quo . A agenda do dia hoje será a mais relevante da semana. Além do Referendo, cujo o resultado oficial só saberemos na madrugada, teremos nos  EUA  o Jobless Claims e o Markit Manufacturing PMI como destaques. Por um lado, eu não acredito que a saída da Inglaterra da UE seja um “evento de cauda” como a quebra da Lehman, mas, por outro lado, acho que cria um precedente perigoso, de mensuração difícil, especialmente no quadro político da Europa, em um ambiente cada vez mais propício para o avanço de partidos radicais e pela busca de mudança do  status-quo político e econômico. O impacto econômico, especialmente pelo efeito da incerteza, deveria ser relevante dentro deste contexto. A manutenção do “status-quo”, pela dinâmica recente dos mercados, e pela retirada de uma inc

Brexit Countdown...

Os investidores, na ausência de mudanças substanciais de cenário, estão ajustando posições para o Referendo na Inglaterra, agendado para amanhã. Assim, estamos observando movimentos bastante técnicos, alguma perda de correlação entre as classes de ativos, e alguns movimentos, no mínimo, curiosos. As pesquisas ainda apontam para uma indefinição no que diz respeito ao resultado final da votação. As casas de apostas ainda mostraram amplo espaço para uma vitória do “Remain”, com probabilidade em torno de 75%. Contudo, algumas questões técnicas e “mercadológicas” abrem espaço para questionamentos em torno destas probabilidades: One interesting pattern in the betting for this vote has been that whilst 75 per cent of the money staked has been for Remain, the majority of actual bets have been for Leave. That's because the average bet stake for Remain is around £450, for Leave it's just £70. The truth is, we don't really have enough evidence to be sure how predictive polit

Update

Na ausência de notícias relevantes, os ativos de risco operam próximos a estabilidade, a espera do Rerendo na Inglaterra.  O destaque da noite ficou por conta da aprovação, no Brasil, por parte do Senado, da nova Lei das Estatais. Após certo esvaziamento do texto na Câmara, o Senado acabou aprovando o texto original, mostrando força do governo Temer, e um importante apoio do Senado neste início de processo de ajuste econômico.

Risk-On! Quadro Técnico Positivo.

Os ativos de risco continuam se ajustando para uma perspectiva de manutenção do status-quo na Inglaterra, mesmo que as pesquisas mostrem um Referendo ainda indefinido. A dinâmica dos mercados globais confirma a visão de que o quadro técnico está saudável, ou seja, existe espaço para alocações adicionais em ativos de risco, contanto que os riscos de curto-prazo sejam mitigados (Brexit, em especial). O cenário base continua a ser de um crescimento global baixo, porém estável, o que parece trazer, por hora, conforto aos investidores. Os riscos existem (Brexit, crescimento chinês, baixa produtividade nos EUA, valuations excessivos de algumas classes de ativos, e etc) mas parece que só afetarão a dinâmica caso sejam efetivamente realizados. No Brasil , o IPCA-15 de junho ficou muito abaixo das expectativas, com alta de 0,40% MoM e 8,98% YoY. O número contrariou as indicações mais negativas que as coletas diárias de preços vinham apontando. O qualitativo do indicador foi positivo,

Brexit ainda domina o humor, por pouco tempo...

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento positivo verificado ontem, mesmo. As pesquisas de intenção de voto na Inglaterra , divulgadas ontem a note, mostraram um quadro misto, em uma corrida apertada e indefinida. Na Alemanha , a corte de justiça deu luz verde para as operações denominadas de OMT pelo ECB, retirando mais um risco de curto-prazo do cenário. Ainda no país, o ZEW – um dos indicadores mais importantes de confiança – subiu de 4,8 para 19,2 em junho. No Brasil , o governo aprovou uma renegociação da dívida dos Estados. Se, por um lado, haverá um impacto fiscal negativo, de certa forma esperado, por outro lado, Temer conseguiu um importante apoio por parte dos governadores, que se mostrará essencial no caminho do ajuste fiscal do país. Na Austrália , as Minutas do RBA mostraram um banco central em compasso de espera, que parece estar dando um passo por vez no que tange a política monetária. Por hora, os ativos de risco continuarão focados, vol

Risk-On!

Os ativos de risco estão apresentando uma forte recuperação essa manhã, seguindo as pesquisas mais positivas para a manutenção da  Inglaterra  na União Europeia. A casas de apostas elevaram a probabilidade de manutenção para cerca de 77% neste momento, nível que chegou a rodar mais próximo a 50% na semana passada. Não há dúvida de que o  Brexit  será o evento mais importante da semana, deixando os ativos de risco extremamente sensíveis a qualquer questão referente ao referendo. Todavia, existem outros vetores que precisam entrar no radar dos investidores, como a decisão da corte de justiça da  Alemanha , que decidirá a validade do OMT anunciado pelo ECB após a crise de 2011, e as eleições na  Itália , que mostraram um avanço não desprezível de partidos populista (“ultra direitistas”), uma tendência crescente na Europa. No  Brasil , o fluxo de notícias continua pouco animador. Os jornais estão sinalizando que o déficit fiscal primário de 2017 deve ficar em torno de R$100bi. A d

Brexit, Posição Técnica e Brasil.

Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom mais positivo, após as últimas pesquisas na Inglaterra (vide detalhes abaixo) mostrarem uma perda de momento do “Leave”, e uma reversão de tendência mais positiva para o “Remain”. É natural supor que os mercado financeiros globais apresentem uma semana mais volátil e extremamente sensíveis as pesquisas na Inglaterra. O cenário global favorito ainda é de um baixo crescimento mundial, mas sem grandes riscos de downside ou upside . Os principais bancos centrais ao redor do mundo devem mantenr uma postura bastante expansionista. Todavia, com uma série de risco no cenário (Brexit, perda de potência da política monetária, mercado de crédito e Crescimento na China, problemas localizados em países emergentes, e etc) é natural que tenhamos que conviver com períodos de maior volatilidade dos ativos de risco ao longo do caminho. Brexit - Pesquisas mistas neste final de semana, mas com alguns sinais claros de perda de momento do “Leave” e

Update

Os ativos de risco estão mostrando sinais claros de poucas convicções por parte dos investidores. A despeito da rápida e acentuada recuperação das bolsas dos EUA ao longo da tarde, ainda vejo a dinâmica dos mercados como preocupante. Eu tenho total noção que, no curto-prazo, o evento do Brexit terá um peso grande sobre o humor do mercado, mas estou a cada dia mais convicto que existem outros vetores por baixo da superfície que extrapolam este problema pontual. Repito, caso o “remain” vença o referendo na Inglaterra, devemos observar um rally de curto-prazo nos ativos de risco. Contudo, não acredito que será duradouro. A forte queda das commodities, a postura mais dovish de alguns bancos centrais da Ásia, especialmente na periferia da China, e a extrema compressão de taxas de juros no mundo desenvolvido não me parecem sinais saudáveis para o mercado. Além disso, a postura do BoJ na noite de hoje apenas reforçou a visão alarmista de alguns economistas de que podemos estar próx