Mercados Globais

A despeito de um fraco PMI na China divulgado durante a noite, a madrugada foi de bom desempenho das bolsas chinesas, o que está dando sustentação aos ativos de risco essa manhã.   Na China, o PMI de agosto ficou abaixo das expectativas do mercado, com destaque para a acentuada queda do PMI Services, com um arrefecimento mais modesto, porém maior do que o esperado, do PMI Manufacturing: A política de “Casos Zero” de Covid, que levaram a “lockdowns” pontuais e localizados, explica parte relevante desta surpresa negativa. Contudo, não podemos ignorar os sinais de fraqueza da economia da China, que continua tendo que lidar com alguns desafios nada triviais. São eles:   ·          Desaceleração do crescimento; ·          Problemas no mercado de crédito (Evergrande Real Estate, Huarong Asset Management, PingAg Insurance); ·          Um aperto regulatório.   Um eventual contágio desses problemas, na minha visão, é hoje um dos grandes riscos ao cenário. Alguns players acre

A noite foi de poucas novidades e sem movimentações relevantes dos ativos de risco.   Na sexta-feira, Powell, presidente do Fed, deu sinais claros de que pretende iniciar um processo de normalização monetária ainda este ano, com redução do ritmo do QE, nos EUA.   Os ativos de risco reagiram com otimismo, com Dólar fraco, commodities, bolsas e crypto para cima e fechamento de taxas de juros .   Como explicar estes movimentos? Acredito que o mercado ache que o r*, ou os juros de equilíbrio de longo-prazo, seja baixo. Assim, quanto antes o Fed normalizar a pol. monetária, menos espaço terá para fazê-la. Isso é, os juros não poderão ser elevados a taxas muitos altas à frente.   Neste ambiente, com uma comunicação bem-feita e um processo gradual, o mercado se sente confortável em tomar risco mesmo diante de um processo de normalização monetária cada vez mais próximo.   Isso seria testado na eventualidade de números muito mais altos de inflação, que levariam a uma mudança

A noite foi de queda das bolsas da Ásia, lideradas pelos índices da China. Os ativos de risco estão abrindo em tom mais negativo essa manhã, após uma primeira metade da semana mais positiva.   Ontem fiz um apanhado mais a fundo sobre a situação no Brasil, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2021/08/daily-news-brasil-um-dia-informativo.html .   Reforçaria a questão da Crise Hídrica que pode ser um choque de oferta grande ao país, limitando o crescimento e pressionando a inflação para cima.   O BCB deve tratar apenas os efeitos secundários dos choques de oferta, mas com uma inflação já elevada e qualitativamente ruim, é natural supor que o país precisará de taxas de juros mais restritivas, por mais tempo, para evita rum contágio ainda maior dos preços de energia para os demais setores da economia.   A capa do Valor de hoje trata um pouco mais sobre este tema: https://valor.globo.com/financas/noticia/2021/08/25/crise-hdrica-risco-para-bolsa-e-gestores-buscam-oportun

O dia trouxe algumas informações relevantes para o país. No campo institucional, poucas novidades, mas alguns sinais de moderação no clima. Por outro lado, a crise hídrica parece se agravar e pode ser uma enorme restrição ao crescimento e pressão altistas a inflação. Será “uma espada na cabeça” do mercado no curto-prazo.   O IPCA-15 de agosto em nada dirimiu o cenário altista de inflação, com os núcleos elevados e um qualitativo ainda ruim. O BCB deverá manter postura mais dura no horizonte relevantes de tempo:   Nas contas externas, o cenário é estável. Houve melhora nos investimentos diretos, mas a tendência recente é ruim. Por outro lado, há boa demanda para conta portfólio, especialmente para ativos de renda fixa, nos últimos meses: Esta mudança qualitativa pode deixar o financiamento do país um pouco mais volátil e susceptível aos fluxos e ao humor internacional.   Por fim, a arrecadação federal superou as expectativas do mercado, com robustez em praticamente todas a

Após uma terça-feira de otimismo, em especial para os ativos do Brasil e da China, a noite foi de poucas novidades relevantes ao cenário.   No Brasil, entrevista de Bolsonaro para o Canal Rural foi bastante esclarecedora. Achei a entrevista boa, com pés no chão e comprometido com o ajuste fiscal. Além disso, mostrou um pouco a linha de raciocínio do Presidente em alguns temas mais polêmicos, sem que tenha sido ataques velados a este ou aquele agente: https://www.canalrural.com.br/noticias/retomada-economica-reforma-ministerial-terras-indigenas-e-relacoes-internacionais-confira-entrevista-exclusiva-de-bolsonaro/ .   Nesta manhã, Lauro Jardim afirma que Bolsonaro desistiu de entrar com pedido de impeachment para outro Ministro do STF, o que pode trazer algum alento de curto-prazo e baixar a temperatura institucional do país: https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/bolsonaro-desiste-de-pedir-ao-senado-o-impeachment-de-barroso.html .   Na Alemanha, o IFO – um dos princ

A noite foi de bom desempenho e alguma recuperação das bolsas na China/Ásia. Com destaque para ações de Tech na China: Os ativos de risco estão iniciando o dia em tom positivo, com alguns índices norte americanos atingindo novas máximas nominais históricas:   Interessante observar que mesmo diante do movimento recente, o mercado não parece tecnicamente com excessos aparentes em sua posição técnica, como mostrei aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1429787560449032197?s=20 .     A despeito do bom desempenho externo, o cenário no Brasil segue frágil e incerto. Há rumores de que o pagamento dos Precatórios pode ficar fora do Teto dos Gastos; o governo parece ter batido o martelo no racionamento de energia; e o clima institucional ainda é bastante negativo: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/08/23/governo-autoriza-inicio-de-plano-de-racionamento-de-energia.ghtml .   Sem que essas questões sejam equacionadas, os ativos brasileiros devem continuar pressionados e c

O final de semana foi de poucas novidades no cenário externo. Nesta manhã, estamos vendo uma recuperação dos ativos de risco, após bom desempenho dos mercados na China durante a noite. O destaque positivo ficou por conta da Crypto, com Bitcoin novamente acima de $50.000: Na sexta-feira falei mais a fundo sobre cenário, perspectivas e alocações: https://anchor.fm/tag-investimentos/episodes/20082021---Cenrio--por-Dan-Kawa-TAG-Investimentos-e167faj .   A despeito de uma descompressão dos ativos externos, a situação no Brasil segue frágil e delicada. Na sexta-feira, o Presidente deu entrada com um pedido de Impeachment de um dos Ministros do STF, o que causou reação da classe e de alguns agentes políticos.   Além disso, há receio em torno das manifestações que estão sendo preparadas para o dia 7 de setembro.   Continuo vendo um ambiente de curto-prazo mais desafiador, incerto e volátil para o país. A situação só deve acalmar quando a temperatura institucional baixar.  

A noite foi de mais uma rodada de forte queda das bolsas asiáticas, com destaque para os índices da China, que atingiram o menor nível desde o início deste ano:   Neste ambiente, vemos um dólar (USD) mais forte no mundo e uma rodada de relevante depreciação da moeda da China, o Yuan (CNY):   O quadro técnico mostra uma constante deterioração no humor do mercado em relação ao cenário e os ativos de risco:   Continuo vendo um curto-prazo mais tumultuado, liderado por piora da pandemia no mundo; preços e valuations esticados em algumas classes de ativos; inflação alta; possibilidade de normalização monetária nos EUA; e deterioração do cenário da China.   Acredito que a maior parte destes vetores sejam ruídos ou “incômodos” de curto-prazo, mas o cenário chinês me preocupa de maneira mais estrutural não apenas pelos desafios regulatórios como pelos sinais econômicos mais negativos.   Neste caso, seria mais desafiador estabilizar a economia e uma crise maior no país tem

Os ativos de risco estão dando sequência ao movimento negativo que vem se desenhando desde o começo da semana. Nesta manhã, em especial, o movimento ganha intensidade e magnitude.   O que mais me chama a atenção e me preocupa, é o cenário chinês e o tamanho da queda das commodities metálicas como o Cobre caindo 3% hoje e Minério de Ferro caindo 12% na China: Há diversos argumentos para justificar a recente volatilidade dos mercados, tais como: Variante Delta, possível normalização monetária pelo Fed, sinais de desaceleração econômica nos EUA, Inflação global e China.   De todos estes, vejo a China como o vetor mais preocupante e aquele que poderia alterar de forma estrutural, e não apenas cíclica, o cenário econômico global. O país já vinha em processo de desaceleração mesmo antes da Delta, há problemas no mercado de crédito (na empresa Evergrande), e o governo continua a sua caçada regulatória.   O cenário parece desafiador e não há sinais de que teremos uma visibilida

Os ativos de risco estão dando sequência ao movimento negativo verificado ontem, a despeito do desempenho mais positivo da bolsa da China durante a noite.   Nos últimos dias, já vinham alertado para um ambiente um pouco mais negativo no cenário. Por ora, os movimentos são tímidos e pressupõem apenas uma acomodação, diante de uma alta rápida e acentuada verificada desde o auge da pandemia há mais de 1 ano atrás.   Nos EUA, o novo surto de Covid está claramente afetando o nível de atividade econômica. Isso foi mostrado por indicadores de confiança recentes e pelas vendas no varejo divulgadas ontem. Os indicadores de alta frequência reforçam este cenário:   Por ora, a expectativa é que está desaceleração seja pontual, mas o mercado ficará com uma lupa para eventuais efeitos mais duradouros dessa mudança no cenário de crescimento.   Por outro lado, na China, o país parece ter conseguido controlar o novo surto pandêmico. Contudo, o país lida com uma desaceleração do crescime