Juros EUA
Levando em
consideração que acabamos de passar por uma rodada agressiva e, em alguns
casos, surpreendente, de afrouxamento monetário ao redor do mundo, é natural
que o foco agora se volte a reunião do FOMC na semana que vem. Tomando em
consideração os discursos recentes de membros da instituição (entrevista de
Williams no WSJ no final da semana passada), e algumas sinalizações ventiladas
na mídia (artigo de Jon Hilsenrath no WSJ), parece que a agenda do Fed não foi
alterada de maneira significativa nas últimas semanas. É natural que algum
enfoque seja dado a probabilidade de inflações mais baixas no curto-prazo, mas
em detrimento a surpresas positivas de crescimento.
Assim, tendo
a acreditar que o FOMC possa ter uma postura mais neutra do que o mercado
imagina. Neste ambiente, acho válido acompanharmos a curva de juros no país,
que pode acabar afetando os demais mercados globais.
A curva
americana continua bastante “flat”,
mas apresentou movimento de “steepening”
nos últimos dias. A curva curta, por sua vez, só
precifica uma alta de juros de 25bps em setembro, e não mais no meio do ano. Na parte um pouco mais longa da curva, o
movimento de fechamento de taxa chegou a ser de 80bps nas últimas semanas.
Em suma,
acredito que o próximo grande risco para o mercado seja a decisão do FOMC na
semana que vem. Ainda vejo um cenário extremamente positivo para o USD no mundo,
mas claramente concentrando nas moedas de G10 neste momento. As moedas EM
parecem passar por um período de ajuste de posições, em um ambiente mais
favorável a ativos de risco. Caso o FOMC mantenha uma postura mais neutra,
existe alguma possibilidade de a curva curta de juros curta voltar a precificar
alguma probabilidade maior de alta de juros no meio do ano. O Fed será
extremamente gradual, e fará qualquer movimento muito bem comunicado e
telegrafado, mas a precificação da curva, em certos momento, podem fazer
movimento exagerados que acabam afetando o humor global a risco.
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