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Mostrando postagens de abril, 2016

Ásia: Sinais preocupantes. Default do Fundo Estatal da Malásia.

A  Ásia  trouxe notícias preocupantes para o cenário, principalmente pelo  default  do fundo estatal da  Malásia  que, aparentemente, deixou de pagar o coupon de US$50mm de uma dívida de $1,75b. Segundo a Merrill Lynch: $MYR has been the main mover in a subdued Asia session, trading ~80bps higher to 3.9450 highs (1mth NDF) following headlines today that 1MDB has defaulted on a $1.75bn bond after missing a $50mm interest payment. This 1MDB default triggers cross-defaults on debt due in 2021/2024/2039. While yesterday there was only a partial reflection in the CDS market to this news, today other asset classes have seen spillovers. 5y MYR CDS is now up 10bps (168) since Monday morning, with little trading, while 5y MYR NDIRS is up 1bp today at 3.77%.  BofAML’s Asia strategist, Rohit Garg, believes that it is UNCLEAR if a 1MDB default constitutes sovereign default and/or if the Malaysian government is forced to take over/assume the liability of 1MDB. If it is indeed forced to take ov

Realização de Lucros

Os ativos de risco mantiveram ao longo de todo o dia os movimentos já observados neste fórum pela manhã, ou seja, realização de lucros nas bolsas globais, queda no preço das commodities, lideradas pelo petróleo, em meio a um movimento de alta do dólar contra as moedas emergentes. Por hora, o movimento ainda é tímido e pode ser classificado como uma realização natural de lucros após um movimento acentuado de melhora observado nas últimas semanas. A posição técnica já não é mais tão positiva como anteriormente, mas ainda parece cedo para afirmar que estamos diante de uma fadiga definitiva dos mercados. Alguns vetores merecem atenção nos próximos dias: (1) Situação do mercado de crédito na China, (2) Dados de crescimento globais, (3) Decisão do BoJ e (4) Decisão do FOMC. Os itens (1) e (2) voltaram ao radar, após uma rodada de deterioração nas expectativas em relação aos estímulos na China e novas evidências de desaceleração da economia mundial. No Japão, o BoJ pode vir a adotar me

China/Ásia de volta ao foco.

Os ativos de risco estão iniciando a semana em tom mais negativo, com as bolsas globais operando sobre pressão baixista, o dólar forte contra as moedas emergentes (porém mais fraco contra G3) e com um movimento de queda nas commodities. Não há um motivo específico para estes movimentos. Porém, um misto de  posição técnica  menos construtiva, e novos sinais de stress nos mercados da  China/Ásia,  podem ser dois argumentos relevantes nesse processo. Em relação à  posição técnica , vale destacar a posição no mercado de FX divulgada pela IMM na sexta-feira, nos EUA. Pela primeira vez em vários ano, o mercado já encontra-se vendido em dólar. A semana passada foi novamente marcada pela adição de posições nesta direção (ou na redução das posições compradas em dólar, no caso de alguns pares). No tocante a  Ásia/China , a segunda-feira foi de nova alta nas taxas de juros da China. Como tenho insistido neste fórum nos últimos dias, o mercado de crédito local voltou definitivamente ao fo

Update

O final de semana foi de poucas novidades relevantes no cenário. A semana que se aproxima, contudo, trará as decisões do BoJ, FOMC e Copom como grandes destaques. No  Brasil , os jornais continuam em torno das especulações em torno de um provável governo Temer. Henrique Meirelles, neste momento, parece ser a principal aposta para o Ministério da Fazenda, o que deveria ser bem recebido pelo mercado. Contudo, começam a vazar novas frentes de investigações da Operação Lava-Jato, sugando novos personagens, e outras fontes de financiamento ilícito de campanha eleitoral, para o centro dos escândalos políticos nacionais (BNDES, Agências de Publicidade, por exemplo). A situação continua fluida, mas o cenário político ainda se mostra instável. Um exemplo desta instabilidade política foi o aparente “vazamento” de que o PSDB não faria parte de um governo liderado pelo PMDB. A notícia foi prontamente rechaçada por Serra, Alckmin e Aloysio Nunes, mas não tenhamos dúvida de que os Tucan

JPY, China & Brasil.

Os ativos de risco estão encerrando a semana em um tom de acomodação. O destaque do dia ficou por conta do JPY . Durante a noite, tivemos rumores de que o BoJ poderia adotar medidas adicionais de expansão monetária, mais especificamente oferecer empréstimos a taxas negativas. Segundo a Bloomberg: Having adopted a negative interest rate on some excess reserves to penalize financial institutions for leaving money idle, the Bank of Japan may consider helping them lend by offering a negative rate on some loans, according to people familiar with talks at the BOJ. Such a discussion could happen in conjunction with any decision to make a deeper cut to the current negative rate on reserves, said the people, who asked not to be named as the matter is private. The BOJ’s Stimulating Bank Lending Facility, which now offers loans at zero percent interest, would be the most likely vehicle for this option, they said. Esta indicação de possível atuação por parte do BoJ pega os investidores

Brasil, ECB, EUA e China

A quinta-feira acabou sendo um dia bastante negativo para os ativos de risco. A queda das bolsas norte americanas alimentou um movimento de fortalecimento do dólar no mundo. Os resultados da  Google  e da  Microsoft  no final da tarde acabaram ajudando a acentuar estes movimentos, já que ambos ficaram abaixo das expectativas do mercado. A agenda econômica será esvaziada hoje, com destaque apenas para o Markit US Manufacturing PMI nos  EUA . Na  Área do Euro , o Markit Composite PMI caiu apenas moderadamento de 53,1 para 53,0 pontos, basicamente em linha com as expectativas.   Continuo vendo o cenário de curto-prazo como estável, mas tenho dúvidas em relação a sustentação dos movimentos (positivos) recentes no longo-prazo, frente aos desafios que ainda existem na economia mundial. Estou com baixíssima exposição a risco no momento, já que vejo pouco apelo nos atuais níveis de preço. O recente arrefecimento do patamar dos ativos de risco pode ser um sinal de fadiga dos movimentos obs

Brasil: Inflação, Emprego e Contas Externas

Os ativos de risco tiveram mais um dia de “U-turn”. Iniciaram o dia frágeis, após a dinâmica ruim dos mercados na China , mas acabaram se recuperando ao longo da tarde. O destaque ficou por conta do movimento de queda no EUR , provavelmente em um ajuste de posições para a reunião do ECB amanhã (indicadores técnicos mostram um mercado comprado na moeda da Europa). Neste momento, o SPX testa novamente o patamar de 2.100 pontos, mas está tendo dificuldades, pelo menos momentâneas, para romper este patamar. O petróleo voltou a subir acentuadamente, com rumores de um novo acordo para o congelamento da produção pela OPEP. Eu ainda vejo o cenário de curto-prazo como positivo, mas tenho dúvidas em relação a sustentação destes movimentos no longo-prazo, frente aos desafios que ainda existem na economia mundial. Estou com baixíssima exposição a risco no momento, já que vejo pouco apelo nos atuais níveis de preço. Será importante acompanhar os mercados na China está noite. No Brasil , o d

China: Mercado de crédito voltando ao foco.

Os ativos de risco estão mostrando sinais de fadiga está manhã, com alguma realização de lucros nas bolsas da Europa e EUA. Eu ainda vejo  cenário de curto-prazo como positivo, mas tenho dúvidas em relação a sustentação destes movimentos no longo-prazo, frente aos desafios que ainda existem na economia mundial. Estou com baixíssima exposição a risco no momento, já que vejo pouco apelo nos atuais níveis de preço.   O mercado de crédito na  China  parece estar voltando ao radar dos investidores, devido a recente abertura de spread. Este é um nicho que precisamos monitorar, já que pode vir a ser um importante vetor de alteração da dinâmica dos mercados financeiros globais.  Segundo a Merrill Lynch:   Amidst the backdrop of positive risk sentiment,  China credit could be the canary in the coalmine .  The 7-day CNY repo curve is up another 8 to 12 bps across the curve, driven mainly by local names and SHCOMP is -2.55% after breaking two-month upward trend support at 3040. It appear

Update

Os ativos de risco mantiveram as tendências da manhã. Prevalece um cenário de “Goldilocks”, com crescimento global baixo porém com os riscos de recessão afastados no curto-prazo, inflação contida e bancos centrais com postura expansionista. Além disso, a temporada de resultados corporativos nos EUA, mesmo que apenas no seu estágio inicial, está surpreendendo positivamente as expectativas do mercado. O que poderia alterar essa dinâmica? Uma mudança de sinalização por parte do Fed, uma nova rodada de desaceleração global mas, especialmente, da China, e/ou sinais mais preocupantes de outras economias mundiais. No Brasil, o dia foi o inverso de ontem, com uma saudável acomodação do mercado de juros. Sem a atuação do BCB, o dólar teve um dia de forte apreciação. A bolsa seguiu o movimento global e apresentou desempenho positivo.

Risk On!

Na ausência de novidades relevantes durante a noite, os ativos de risco estão mantendo a toada positiva que vem sendo a regra na últimas semanas. Ontem a tarde comentamos neste fórum a respeito do viés positivo dos investidores nas reuniões do FMI ao longo do final de semana, o que ajudou na captação de uma emissão relevante de Argentina e ajudou a dar um tom positivo aos ativos de risco na segunda-feira, mesmo após as reuniões da OPEP em Doha não selarem um acordo sobre a produção do cartel. O Morgan Stanley, hoje, resumiu muito bem o cenário que podemos estar diante: The Fed is running a ‘triple put’  and the impact of this enlarged Fed safety net could be seen yesterday.  Although the failed Doha meeting  led to some commentators  suggesting an effective break of the OPEC cartel, USD declined while oil recovered from earlier losses.  The Russell 2000 has closed above its 200DMA and the Dow Jones has reached its highest level since July, suggesting that the 'Fed put'

Update

Os ativos de risco apresentaram forte recuperação em relação aos preços verificados pela manhã, com o petróleo liderando o movimento. As reuniões do FMI , em Washington, concluíram com viés bastante positivo para os ativos emergentes. O humor mais positivo de hoje foi reforçado pela emissão de cerca de US$15bi de papéis externos da Argentina , cuja a demanda atingiu níveis superiores a US$60bi! Em relação as reuniões do FMI, segundo a Merrill Lynch: Possibly inspired by the blue skies in DC, the mood at our investor conference around the IMF Spring Meetings was surprisingly sunny. Interest in EM seemed strong, with record attendance at our "Great Debates" - up 25% from last year. Our investor polls suggest that most investors thought that EM was in for a longer period of inflows. Investors seem comfortable with the scenario of a gradual slowdown in China, with not much concern for a hard landing or a significant CNY devaluation. Investors expect LatAm to offer th

Petróleo: Doha Failed/Brasil: Impeachment goes on!

Os ativos de risco abriram o domingo sobre forte pressão, após a reunião da  OPEP  em Doha terminar sem um acordo formal para o corte ou congelamento da produção do  petróleo , como era esperado pelo mercado, e vinha sendo sinalizado pelos países membros. O petróleo WTI chegou a cair 6% (cai 3% neste momento), causando forte pressão nos ativos de risco em geral. Vale lembrar que a estabilização/recuperação no preço do petróleo foi um dos pilares que ajudaram a dar suporte aos ativos de risco nas últimas semanas. Uma eventual perda deste suporte pode vir a representar um vetor de risco aos mercados financeiros globais, pelo menos no curto-prazo e, especialmente, nos níveis de preço que alguns ativos de risco atingiram. Desde a abertura dos mercados no domingo à noite, contudo, observamos alguma recuperação dos ativos de risco. Neste momento, um viés negativo ainda prevalece, porém de maneira menos intensa do que antes. No  Brasil , o impeachment foi aprovado pela câmara com ampla m

Update

Nos EUA a produção industrial de março ficou abaixo das expectativas do mercado, com queda de 0,6% MoM e uma abertura da mesma forma negativa, com queda substancial da utilização de capacidade instalada. O Michigan Confidence caiu de 91 para 89,7 com uma preocupante queda de 2,7% para 2,5% nas expectativas de inflação para 5-10 anos. O Empire Manufacturing subiu de 0,62 para 9,56 em abril, muito acima das expectativas de 2,00 pontos. O número, por um lado, é bastante volátil. Por outro lado, mostra sinais de recuperação da economia norte americana. Seguimos em um ambiente bastante incerto no tocante a economia dos EUA. Uma alta de juros parece cada vez mais distante, mas isso já parece totalmente esperado pelo mercado. Os números na China confirmaram uma recuperação do crescimento, mas as custas de um “re-leverage” da economia. No curto-prazo, podemos esperar um pouco de mais do mesmo, ou seja, um ambiente relativamente propício a carry . Os atuais níveis de preço, contudo, j

Update

Os dados econômicos divulgados nos EUA reforçaram o cenário que desenhamos aqui ontem. Está se desenvolvendo um ambiente em que a economia global mostra sinais de ainda estar saudável, ou seja, sem recessão, porém sem necessidade de aceleração no processo de alta de juros dos EUA. O Core CPI apresentou alta de 0,1% MoM em março, recuando para 2,2% YoY. O Jobless Claims, contudo, caiu para 253k, menor nível em cerca de 40 anos! A história mostra que este cenário costuma ser positivo para ativos de risco, em especial bolsa e ativos de yields . Esta noite teremos a divulgação dos dados de atividade econômica na China , que serão fundamentais para a confirmação de que estamos diante de uma recuperação cíclica da economia chinesa. Caso os números mostrem uma continuidade no processo de desaceleração, contrariando os PMI´s e as Importações/Exportações, teremos um dos pilares da recuperação dos mercados globais sendo colocado em xeque. No Brasil , continuamos a mercê do cenário pol

Brasil: Governo Temer terá "choque de credibilidade"!

Os ativos de risco estão apresentando leve correção esta manhã, com as bolsas da Europa e EUA em queda, o dólar forte ao redor do mundo e uma leve realização no mercado de commodities. Durante a noite, o destaque ficou por contada decisão, não esperada pelo mercado, do BC de  Cingapura  (MAS) em promover um ajuste em sua política monetária, via depreciação cambial, o instrumento mais utilizado no país com o intuito de prover liquidez ao mercado. A decisão acabou dando ímpeto ao movimento de fortalecimento do dólar na Ásia e, consequentemente, para o resto do mundo. Na  Austrália , os dados de emprego de março mostraram forte criação de vagas de trabalho na categoria de “part time”, com “full time” apresentando queda de vagas. Contudo, com o número fechado acima das expectativas, a divulgação acabaou dando suporte ao AUD. Na agenda do dia, o destaque ficará por conta do Core CPI e do Jobless Claims nos EUA. No  Brasil , os jornais de hoje já dão como certa a aprovação do impeac

Brasil: Mercados precificam o impeachment.

Está se desenvolvendo um cenário, reforçado pelos dados da China durante esta noite, e pelas vendas no varejo e PPI nos EUA , em que a economia global mostra sinais de ainda estar saudável, ou seja, sem recessão, porém sem necessidade de aceleração no processo de alta de juros dos EUA. A história mostra que este cenário costuma ser positivo para ativos de risco, em especial bolsa e ativos de yields . Não à toa, a quarta-feira foi marcada por forte alta das bolsas da Europa e EUA, que foram seguidas pelas altas nas bolsas dos países emergentes, e fechamento de taxas de juros destes últimos. Eu não descarto a tese de que a melhora de perspectivas para o Brasil, assim como o rally dos ativos locais, também esteja ajudando a dar ímpeto a este movimento externo. No Brasil , o dia foi, novamente, de otimismo em torno do impeachment. Acredito que o mercado já tenha antecipado, em parte, o desfecho deste processo. Isto não quer dizer que não exista espaço para novas rodadas de apreciaçã

China vs Fed

Gostaria de fazer um breve comentário sobre a dinâmica dos mercados globais essa manhã. Na minha visão, a narrativa é a seguinte: Os sinais de estabilização da economia da China, mostrados pelos dados de exportações e importações de março, reduzem os riscos à economia global. Assim, concomitantemente, elevam as chances de que o Fed pode dar seguimento a seu processo de normalização monetária, com uma nova alta de juros no horizonte. Levando em conta que o mercado precifica menos de uma alta de 25bps nos Fed Funds este ano, e a posição técnica do dólar no mundo já se mostra neutra, é razoável observar os movimentos que estamos vendo essa manhã, ou seja, de dólar forte e abertura de taxas de juros nos EUA. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Os ativos de risco ainda mostra, robustez, a despeito de um leve movimento de dólar forte no mundo e uma realização no preço do petróleo. As bolsas da Europa e do

Risk On!

No Brasil , a bolsa e o mercado de juros refletiram o aumento da probabilidade do impeachment, com alguns partidos menores, do chamado “centrão” do Congresso, sinalizando que devem apoiar o impeachment. O destaque ficou por conta do movimento de flattening da curva de juros. Na minha visão, este movimento faz total sentido, se pensarmos que um novo governo, capitaneado por um BCB mais ortodoxo, pode optar por manter os juros estáveis por mais tempo (antes de iniciar um ciclo de queda de juros) com o objetivo de ancorar as expectativas de inflação. Em um segundo momento, o ciclo de queda de juros poderia ser mais rápido e acentuado. No câmbio, até o momento, o BCB já comprou US$6bi de dólar via swaps cambiais no dia. Como temos ressaltado desde que o BCB iniciou esta estratégia, em postura parecida (porém inversa) de quando vendida dólares ao mercado, ele será capaz de suavizar os movimentos no câmbio mas, sozinho, dificilmente inverterá uma tendência ou fluxos acentuados, concent

Brasil: Mais um importante (porém esperado) passo na direção do impeachment.

Os ativos de risco continuam mostrando sinais positivos. Se, por um lado, as bolsas da Europa e dos EUA operam próximas à estabilidade essa manhã, o dólar continua em uma dinâmica de queda, liderado pelas moedas emergentes high yields. As commodities também operam em alta esta manhã. A agenda do dia será relativamente esvaziada, com destaque para as vendas no varejo no Brasil. Na noite de ontem, a comissão do impeachment aprovou o relatório a favor do impeachment, por 38 votos a 27. O placar foi positivo para a oposição. Segundo os jornais de hoje, até mesmo o Planalto espera um placar menos desfavorável ao governo. De acordo com o acompanhamento do Estado, o impeachment já teria 298 votos, contra 123 contrários. Segundo O Antagonista, o impeachment já teria 334 votos. O ETF de bolsa brasileira no Japão apresentou alta de 4% esta noite. No cenário externo, não há grandes destaques relevantes a serem comentados. O resultado da Alcoa, que costuma abrir extra oficialmente a tempo