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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Commodities "short-sqeeze"

A sexta-feira foi bastante agitada do ponto de vista econômico e pelo price-action dos ativos de risco. Assim, vamos por partes: FX – O USD continua a se fortalecer ao redor do mundo, mas o foco de apreciação parece ter shiftado de G10 para EM. A postura da China, em permitir uma depreciação do CNY nos últimos dias, parece estar ajudando a afetar o humor de uma classe de ativos já fragilizada. Rates – Os juros nos países desenvolvidos seguem em trajetória descendente, mesmo nos EUA, onde os números econômicos se mostram robustos, e o Fed parece quer manter viva a possibilidade do começo de um ciclo de alta de juros no meio do ano. A despeito pela busca por yield nos países desenvolvidos, os mercados emergentes já começam a sofrer com o processo de depreciação de suas moedas. Bolsas – Os índices norte americanos ainda estão digerindo uma temporada de resultados corporativos não muito animadora, enquanto na Europa, o ruído político entre a Grécia e a Troika parece estar a

Rússia

Em uma decisão totalmente inesperada, a Rússia cortou sua taxa de juros em 200bps, para 15%. Vale lembrar que foi apenas a poucas semanas atrás, em dezembro, que eles promoveram um choque de juros, com uma alta de 650bps, com intuito de frear uma depreciação cambial no país. O RUB está reagindo de forma negativa, com 2%-2.5% de depreciação. A curva de juros recua cerca de 50bps a 80bps, com claro viés de steepening . A bolsa do país cai cerca de 2.5% neste momento.

Volatilidade elevada

Os mercados financeiros globais continuam com uma volatilidade elevada e, em grande parte, seguindo noticias específicas de cada classe de ativo e região. Enquanto a bolsa americana vem digerindo uma temporada de resultados corporativos menos robusta do que no passado, as bolsas na Europa apresentam um suporte maior proveniente das recentes medidas de afrouxamento monetário divulgados pelo ECB. As bolsas dos países emergentes operam a mercê de notícias locais. O USD continua sua trajetória de ascensão, com os investidores ainda digerindo a possibilidade de uma alta de juros por parte do Fed ao longo deste ano. O mercado global de juros, por sua vez, apresenta desempenho positivo, com uma quantidade cada vez maior de bancos centrais adotando postura mais branda, com cortes de juros, injeções de liquidez ou apenas a perspectiva de juros mais baixo por um período de tempo mais prolongado do que o anteriormente antecipado. Finalmente, as commodities mostram uma trajetória descendente, com

FOMC & Copom

Os ativos de risco tiveram, na tarde de ontem, uma reação clássica de “ risk-off ”, após a decisão do FOMC nos EUA, e de alterações marginais em seu comunicado. O FOMC optou por manter a flexibilidade de uma postura dependente dos dados, sem oferecer sinalizações adicionais de quando pretende começar a promover um ajuste, gradual e bem comunicado, de alta de juros no país. A despeito de mostrar em seu comunicado um crescimento mais sólido, e um mercado de trabalho cada vez mais robusto, o Fed também alertou para a continua queda nas expectativas de inflação e para os recentes desenvolvimentos externo. A melhor explicação que vejo para o movimento dos mercados na tarde de ontem foi dada pela ML: A dovish read of including "international developments" may be consistent with the drop in yields, but is hard to reconcile with the strengthening of the US dollar or the tumble in equity prices.  An alternative explanation is that the market is worried the Fed will tighten too s

Grécia

A situação política na Grécia é tensa e indefinida, porém fluída. Os ativos locais continuam em uma clara trajetória de deterioração. Temos que olhar para os papéis de 10yrs como principal fonte de ruído e contágio para os demais ativos de risco. Estes abrem mais 60bps hoje, e já operam acima de 10%. Por hora, o problema tem ficado isolado ao país, sem contágio aos demais mercados financeiros globais. Acredito que teremos um longo e tortuoso processo de negociações. Apenas no cenário de cauda da ausência de um acordo entre o governo grego e a Troika, com um eventual default do país, eu esperaria um contágio mais rápido e agressivo para os demais países da periferia da Europa e, consequentemente, para os demais ativos de risco ao redor do mundo. Se uma “solução de canto” for encontrada, o problema poderá se manter contido. De qualquer maneira, é um ruído que precisa se acompanhado no detalhe, já que o novo governo está mantendo uma postura extremamente anti-austeridade e declarando que

Dilma, ajustes econômicos e FOMC

A temporada de resultados corporativos está trazendo uma maior volatilidade às bolsas norte americanas. Após uma sequencia de resultados abaixo do esperado, que culminaram com uma forte queda das bolsas do país na terça-feira, observamos resultados mais positivos na noite de ontem, com Apple e Yahoo liderando um movimento de recuperação dos mercados. De qualquer maneira, com o  valuation  do S&P aparentemente esticado (em torno de 17x P/E), a necessidade de resultados em ascensão, para dar sustentação aos níveis do índice, são cada vez maiores. Não é à toa, assim, que já começamos a verificar um movimento claro de rotação para bolsas de outras regiões do mundo, como é o caso da Europa e Japão. V ejo uma tendência clara de diferenciação dos ativos de risco neste começo de ano. Os investidores tem tido a capacidade de isolar problemas pontuais e localizados, como é o caso das eleições na Grécia e de uma nova rodada de pressões políticas sobre a Rússia, do panorama geral para os

Ajustes de posições

Em uma noite de agenda e  news flows  esvaziados, os ativos de risco operam sem grandes movimentações na manhã desta terça-feira. Destaque para um “ short squeeze ” no USD ao redor do mundo, com o EUR liderando a alta entre as moedas. As bolsas da Europa e dos EUA operam em leve queda. Este movimentos, por hora, me parecem correções técnicas naturais e, até mesmo esperadas, após o movimento rápido, acentuado e continuo de fortalecimento do USD e alta das bolsas globais que verificamos nas últimas semanas. Na agenda do dia, destaque para o Durable Goods Orders e Consumer Confidence nos EUA. Brasil –  Em um artigo no Valor, Claudia Safatle afirma que Dilma irá dar apoio a Levy e suas reformas econômicas na primeira reunião ministerial. O artigo é na mesma linha de algumas matérias já publicadas ao longo do final de semana em outros veículos de comunicação: “Na reunião ministerial de hoje, a primeira do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff pretende declarar apoio inte

Diferenciação?

A despeito de ruídos pontuais (Grécia e Rússia) os ativos de risco estão conseguindo, por hora, mostrar uma grande tendência a diferenciação. Ao que parece, a atuação agressiva dos BC’s ao redor do mundo, capitaneadas pelo ECB, parece ter colocar um importante suporte nos ativos de risco. Grécia – O partido radical de esquerda Syriza, vencedor das eleições, se aliou ao partido de ultra-direita Independent Greeks, cujas plataformas anti-austeridade se assemelham, para garantir maioria no Parlamento podendo, assim, eleger o Primeiro Ministro e dar inicio as negociações junto a Troika. Ao que tudo indica, teremos um longo e tortuoso caminho a ser seguido. Caso o cenário de cauda de um default da dívida grega, com a consequência saída do país da União Europeia, seja evitado, parece que os mercados financeiros globais estão dispostos a manter o problema localizado. Os ativos do país sofreram razoável pressão nesta segunda-feira, mas sem grandes consequências aos demais ativos de risco

FOMC

Abaixo, segue o primeiro parágrafo do último comunicado do FOMC. Em vermelho, grifei os trechos em que acredito que possam haver mudanças. Em azul, os trechos em que acredito que não serão necessárias alterações relevantes: “Information received since the Federal Open Market Committee met in October suggests that economic activity is expanding at a moderate pace . Labor market conditions improved further, with solid job gains and a lower unemployment rate. On balance, a range of labor market indicators suggests that underutilization of labor resources continues to diminish. Household spending is rising moderately and business fixed investment is advancing, while the recovery in the housing sector remains slow . Inflation has continued to run below the Committee's longer-run objective, partly reflecting declines in energy prices. Market-based measures of inflation compensation have declined somewhat further; survey-based measures of longer-term inflation expectations have rema

Grécia e Rússia

As eleições na Grécia, e uma nova rodada de conflito militar entre rebeldes, supostamente russos, e o exército na Ucrânia, foram os principais eventos do final de semana. No Brasil, a mídia está coberta de artigos negativos no tocante ao crescimento, mas muitos elogios as reformas econômicas que estão sendo promovidas por Joaquim Levy e sua equipe. Os ativos de risco abriram "nervosos" com o resultado das eleições na Grécia e os problemas na Ucrânia, mas já operam mais estáveis neste momento. Contudo, ainda vale a pena chamar a atenção para a fraqueza no preço das commodities, que estão tendo uma segunda-feira de pressão. O mesmo pode ser dito dos ativos na Rússia. As bolsas globais, o USD e o mercado de juros ao redor do mundo operam sem tendência clara definida.   Grécia –  O partido radical de esquerda Syriza venceu as eleições por uma maioria ampla, porém não absoluta, como em parte era esperado. Agora, o Syriza terá que se aliar a, no mínimo, outro partido que t

Brasil em Foco

O final de semana trouxe alguns desdobramentos que podem ser importantes para os mercados globais, as vésperas de uma semana onde teremos na agenda as eleições na  Grécia  e a reunião do  FOMC  nos EUA como os principais eventos a serem monitorados. Abaixo, segue uma breve análise dos últimos acontecimentos no  front  econômico e político, nos Brasil e no mundo: Brasil –  Nos últimos dias, 3 eventos merecem destaque no cenário local: (1) o discurso de Tombini em Davos, (2) o crescente risco de racionamento, (3) uma possível declaração de apoio de Dilma aos ajustes econômicos. Vamos a cada um deles: - Em Davos, Tombini concedeu entrevista coletiva para a imprensa nacional na sexta-feira. Pelo o que vem sendo reportado na mídia, tendo a acreditar que o viés de suas declarações seja  dovish  para a política monetária. Na minha visão, o principal ponto de suas declarações ficou por conta da complementaridade entre política fiscal e monetária, algo que havia sido abandonado nos últ

Risk-On

Na manhã de ontem, o ECB anunciou um programa de QE amplo e agressivo, superando, inclusive, as expectativas do mercado. A medida foi recebida de maneira clássica pelos ativos de risco, com um movimento natural de “ risk-on ”. Ao longo da noite, as primeiras prévias dos PMI´s na Europa e na China mostraram os primeiros sinais, ainda incipientes, de estabilização do crescimento.  Os números trazem um alento para a economia mundial, já que reduzem o risco de uma nova rodada de desaceleração da economia no curto-prazo.  Em um pano de fundo de crescimento baixo, porém estável, inflação cadente, e bancos centrais agressivos, a classe de ativo que tende a mostrar melhor desempenho acaba sendo a renda variável. No curto-prazo, o risco fica por conta da decisão do FOMC na semana que vem. Hoje pela manhã, os mercados globais estão basicamente dando sequencia ao movimento verificado ontem, ou seja, as bolsas operam em alta ao redor do mundo, com  outperformance  das bolsas na Europa. O USD

Juros EUA

Levando em consideração que acabamos de passar por uma rodada agressiva e, em alguns casos, surpreendente, de afrouxamento monetário ao redor do mundo, é natural que o foco agora se volte a reunião do FOMC na semana que vem. Tomando em consideração os discursos recentes de membros da instituição (entrevista de Williams no WSJ no final da semana passada), e algumas sinalizações ventiladas na mídia (artigo de Jon Hilsenrath no WSJ), parece que a agenda do Fed não foi alterada de maneira significativa nas últimas semanas. É natural que algum enfoque seja dado a probabilidade de inflações mais baixas no curto-prazo, mas em detrimento a surpresas positivas de crescimento. Assim, tendo a acreditar que o FOMC possa ter uma postura mais neutra do que o mercado imagina. Neste ambiente, acho válido acompanharmos a curva de juros no país, que pode acabar afetando os demais mercados globais. A curva americana continua bastante “ flat ”, mas apresentou movimento de “ steepening ” nos últim

Copom & ECB

Na expectativa da decisão do ECB, os ativos de risco operam sem grandes movimentações. Destaque apenas para o movimento positivo nas bolsas ao redor do mundo. Os mercados de moedas,  bonds  e commodities operam sem tendência definida. Além da decisão do ECB, a agenda do dia terá Jobless Claims nos EUA. Brasil –  Como era amplamente esperado, o Copom elevou a taxa Selic em 50bps, para 12.25%. O comunicado após a decisão foi lacônico, deixando a porta aberta para qualquer decisão na próxima reunião, daqui a 45 dias. Acredito que o mercado deve continuar precificando uma alta entre 25bps e 50bps na próxima reunião do Copom, com os dados de crescimento e inflação sendo determinantes, neste ínterim, para os próximos passos de Tombini e sua turma. Continuo vendo mais valor na parte intermediária e longa da curva de juros local. Após o  rally  rápido e acentuado dos últimos dias, não podemos descartar período de consolidação. O grande de risco de curto-prazo ficará por conta da decisão d

China, Europa e Canadá: bancos centrais unidos

Se alguém ainda tinha dúvidas de como os bancos centrais ao redor do mundo estão vendo o atual cenário econômico global, acredito que está dúvida tenha sido, pelo menos em grande parte, dissipada hoje, isso caso já não havia sido dissipada após as decisões dos bancos centrais de Indonésia, Peru, Egito e Turquia. Ao longo da noite, os meios de comunicação locais anunciaram que o PBoC, na China , estendeu por mais alguns meses a injeção de liquidez que havia anunciado no final do ano passado, com a duração de 3 meses e vencimento previsto para o começo deste ano. Além disso, alguns bancos locais anunciaram que a injeção teria sido maior do que apenas uma rolagem do programa antigo, ou seja, a medida foi uma injeção liquida de recursos na economia. Na Europa, a mídia local ventilou que o ECB irá anunciar um programa de QE mais amplo em sua reunião de amanhã, com a compra de papéis soberanos na ordem de EUR$50b por mês, por pelo menos um ano. A medida está na ponta de cima das exp

Brasil em foco

A noite de foi de agenda e  news flow  esvaziados, o que está ajudando a manter os ativos de risco sem grandes movimentações essa manhã. O USD operam em leve queda ao redor do mundo. As bolsas na Europa e EUA apresentam leves recuos, enquanto as bolsas dos países emergentes, na Ásia e na Europa, apresentam altas modestas. O mercado de juros, nos países desenvolvidos e emergentes, operam próximos a estabilidade, enquanto as commodities não apresentam tendência definida. A agenda do dia trará a decisão do Copom no Brasil e o Housing Starts nos EUA. Brasil -   Os ativos locais tiveram uma reação clássica ontem as positivas medidas fiscais anunciadas por Joaquim Levy na terça-feira a noite. Forte fechamento de taxa de juros, com “flattening” da curva. Queda do dólar e alta, modesta, da bolsa. Vale ressaltar, ainda, um artigo no Valor de hoje, escrito por Claudia Safatle, onde a autora declara o fim das intervenções governamentais nos preços dos combustíveis. Segundo o artigo:  “