Brasil: curva de juros
- A parte
curta da curva local de juros continua precificando cerca de 70bps + 45bps +
25bps + 15bps nas próximas 4 reuniões do Copom, ou um ciclo adicional de
155bps. A curva permanece bastante inclinada negativamente, com o Jan21/Jan17
operando em torno de -55bps/-60bps, perto dos lows recentes.
- A inflação
de curto-prazo irá se mostrar bastante pressionada no começo de 2015, principalmente
devido ao ajuste de preços administrados. Este evento será negativo para o
quadro inflacionário, mas positivo para o longo-prazo da economia brasileira. Devemos
observar uma alta nos preços administrados mas algum arrefecimento no setor de
serviços.
- Não vejo
setores de sustentação para o crescimento local, exceto por alguma recuperação da
indústria, proporcionada pela depreciação cambial. O baixo crescimento, aliado
aos desdobramentos da Operação Lava-Jato, devem trazer uma piora mais acentuada
do mercado de trabalho nos próximos meses.
- A despeito
dos problemas políticos enfrentados por Dilma neste começo de segundo mandato,
sua equipe econômica parece unida em torno de um ajuste das contas-públicas,
assim como com alguma liberdade de atuação.
- Neste ambiente, parece fazer sentido o atual
formato da curva local de juros. Contudo, ainda parece cedo para termos uma
certeza de qual será a necessidade adicional de ajuste nos juros para conter a
inflação. Meu viés é de supor que o baixo crescimento, a piora no mercado de
trabalho e o ajuste fiscal, caso seja concretizado como vem sendo apresentado
pela nova equipe, deve tirar um peso relevante das costas do BCB.
- O BRL é um
vetor que pode acabar sendo determinante na atuação do BCB no que tange a altas
adicionais da Selic.
- Com este pano de fundo, vejo valor na
barriga e na parte longa da curva de juros local.
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