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Mostrando postagens de agosto, 2018

Keep your seatbelt fastened!

Os ativos de risco tiveram ontem um dia de pressão negativa generalizada. Tenho insistido no ponto (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/ ) que o processo de normalização monetária nas economias desenvolvidas e, principalmente, nos EUA, aliada ausência de reformas estruturantes nos países emergentes e o excesso de fluxo para esses países e ativos ao longo dos últimos anos têm sido os principais responsáveis por esta dinâmica mais negativa de alguns ativos de risco. Mantenho essa opinião e ainda não vejo motivos para inversão de tendência, exceto de maneira pontual e que tenho cunhado como “relief rallies”. Nesta linha, os dados econômicos divulgados nos EUA ontem apenas reforçam a necessidade de manutenção do ciclo de normalização monetária nos EUA. O Core CPE subiu 0,2% MoM e 2,0% YoY, dentro das expectativas do mercado e em linha com a meta do Fed. O Jobless Claims permaneceu em seu patamar mais baixo de várias décadas, mostrando um mercado de trabalho robusto, com

Argentina

Quem se lembra da emissão de um papel de 100 anos na Argentina? Abaixo, o link do que escrevi à época. A história não se repete, mas muitas vezes rima... https://mercadosglobais.blogspot.com/2017/06/argentina.html?q=argentina

EM Rout. Time for some contagion...

Os ativos de risco estão abrindo a manhã em tom negativo, liderados por mais uma rodada de depreciação das moedas emergentes. A novidade do dia, pelo menos por enquanto, é que estamos observando os primeiros sinais de contágio da deterioração dos ativos emergentes para outros mercados financeiros globais. A moeda da China (CNY) voltou a depreciar, com a bolsa do país em queda, ou seja, não há sinais de uma estabilização definitiva no país. A moeda da Turquia (TRY) segue em forte depreciação (vale ler o que tenho escrito diariamente sobre isso: https://mercadosglobais.blogspot.com/ ), agora seguida de perto pela África do Sul (ZAR). Será importante observamos a dinâmica na Argentina e de sua moeda (ARS) após a depreciação de quase 8% ontem. O movimento de contágio ainda é tímido mas, na minha visão, pode ganhar corpo caso não haja a efetivação de medidas concretas para frear a deterioração em alguns países e\ou uma mudança radical de cenário como, por exemplo, dados mais fracos de

Mais do mesmo: EUA forte, EM fracos. "Relief Rally" no Brasil.

A despeito de alguns movimentos relevantes ao longo desta quarta-feira observamos, basicamente, um pouco de “mais do mesmo” nos mercados financeiros globais, sem qualquer tipo de mudança substancial de cenário. Apenas para citarmos algumas questões de maneira resumida: Brasil – Observamos o que gosto de chamar de “relief rally”. O destaque ficará para as pesquisas eleitorais a serem divulgados nos próximos dias e para o início do debate eleitoral. Seguimos com baixa alocação a risco no país, comprados em inflação implícita e com um hedge via calls-spreads de Ibovespa. Mantemos postura tática, flexível, sem viés, até que o cenário eleitoral se torne mais claro e/ou o cenário externo ofereça alguma mudança substancial de panorama. Argentina – O país viveu mais um dia de forte depreciação da moeda (ARS), que chegou próxima a 8% e aos patamar de 34,0 em relação ao dólar. Mesmo com um pacote de ajuda financeira preventiva de US$50bi junto ao FMI e com políticas fiscais e mon

Cenário ainda negativo para Emergentes. Pressão continua.

O destaque da manhã está por conta de mais uma rodada de dólar forte no mundo, liderado por um movimento de pressão negativa nas moedas emergentes, como na Turquia (TRY) e África do Sul (ZAR). Tenho comentado diariamente sobre este tema. Para não soar repetitivo, e dado que escrevi sobre isso ontem, recomendo a leitura no link a seguir: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/emergentes-continuam-no-olho-do-furacao.html . No Brasil, ontem foi a vez de Jair Bolsonaro participar de entrevista no Jornal Nacional, da Globo, um dos programas de maior audiência da TV aberta. Tentando fazer uma análise fria e imparcial de sua participação, o que confesso ser bastante difícil diante da postura e do polêmico candidato, analises de pessoas mais entendidas do assunto e evidências anedóticas diversas, mostram que Bolsonaro falou para o seu público, sua presença foi bem aceita e, assim, teria consolidado sua base de apoio. Sendo assim, sua participação deve ter reforçado a solidez de sua c

Emergentes continuam no olho do furacão.

A terça-feira foi novamente marcada por forte pressão sobre os ativos emergentes, em especial suas moedas. Como venho reforçando diariamente, enquanto as questões estruturais não forem endereçadas de maneira definitiva, as melhoras de humor deverão ser curtas e pouco acentuadas (“ relief rallies ”), a despeito de níveis de preço e valuations, além de uma posição técnica mais construtivos. Comentei sobre isso hoje pela manhã aqui, https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/ativos-de-risco-mais-estaveis-problemas.html e nas últimas semanas aqui, https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/dolar-forte-e-pressao-nas-commodities.html . Na minha visão, a maior restrição aos mercados financeiros globais atualmente está no processo de normalização monetária dos EUA. Nos últimos dias, e hoje, inclusive, observamos números que confirmam o bom momento da economia dos EUA (O Consumer Confidence atingiu o maior patamar em cerca de 20 anos, sem nenhum sinal de impacto negativo da Guerra Co

Ativos de risco mais estáveis. Problemas estruturais permanecem.

Na ausência de notícias relevantes, os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade. Destaque apenas para mais uma rodada de depreciação da moeda da Turquia (TRY). Não acredito que os problemas estruturais do país tenham sido endereçados. Assim, espero novas rodadas de pressão negativa nos ativos turcos, ate que os problemas sejam administrados de maneira correta e ortodoxa. A despeito de alguma estabilização dos ativos de risco nos últimos dias, ainda vejo alguns obstáculos que precisam ser superados e que ainda não vejo como tendo saídos definitivamente do cenário de curto-prazo. A Turquia é apenas um desses vetores. O mais importante deles, contudo, fica por conta da continuidade do processo de normalização monetária nos EUA. Não vejo sinais na economia americana de necessidade de interrupção do processo de alta de juros e redução do balanço. Caso isso ocorra (com crescimento mais fraco, inflação mais baixa e desaceleração mais abrupta do mercado de trabalho), será u

Risk-On!

O dia foi de otimismo generalizado. O destaque ficou por conta do anuncio preliminar de um acordo comercial entre os EUA e o México. O anúncio ajudou a continuidade do processo de apreciação do MXN, mesmo levando em conta que, em parte, era esperado e os investidores já pareciam posicionados para esta conclusão. A estabilização de alguns problemas idiossincráticos, como a situação da China, os problemas na Turquia (a despeito da depreciação de cerca de 2% da moeda), o avanço do acordo com o México, ajudaram a dar um tom mais positivo aos ativos de risco de maneira geral. No Brasil, o dia foi bom desempenho da Bolsa e alguma apreciação do Real (BRL), mesmo que bastante tímida para o tamanho da depreciação sofrida nos últimos dias. O mercado de juros apresentou desempenho que pode ser considerado mais pífio diante da recuperação dos demais mercados e de seus pares globais. Continuo trabalhando com um cenário desafiador para os ativos do Brasil até as eleições, a não ser que

Relatório Semanal de Asset Allocation:

Cenário Econômico: Brasil – As pesquisas eleitorais divulgadas nos últimos dias mostraram pouca variação nas intenções de voto para presidente, com o cenário de indefinição mantido e a candidatura de Alckmin, vista pelo mercado como a mais provável de implementar as reformas necessárias à economia, ainda patinando e com pouca competitividade no primeiro turno. Entendemos que o início da campanha eleitoral na tv poderá trazer mudanças nesse quadro, mas não temos certeza que o modelo de campanha este ano (mais curto, com menos recursos e com inserções ao longo do dia) terá o mesmo impacto do que em eleições passadas. Continuamos a vislumbrar uma campanha bastante indefinida, com cerca de 5 candidatos podendo apresentar entre 10% e 20% das intenções de voto, deixando a decisão do segundo turno para muito próximo das vésperas do dia da eleição. Diante deste quadro, e após a reprecificação dos ativos do país, recomendamos a redução das exposições negativas ao Brasil. Seguimos com u

Sem novidades relevantes. Turquia volta ao foco.

Em uma segunda-feira de feriado em Londres, os ativos de risco estão apresentando dinâmica mais localizada do que generalizada. Destaque para um leve movimento de dólar forte no mundo, liderado por uma depreciação superior a 2,5% (neste momento) da Lira (TRY) na Turquia, após o país retornar do feriado. No México, MXN aprecia cerca de 0,6%, com rumores de que um acordo para o NAFTA deva ser divulgado nos próximos dias. Na China, o dia foi de forte alta das bolsas do país, a despeito da relativa estabilidade da moeda. Os índices de bolsa nos EUA e na Europa operam em alta, na ausência de notícias relevantes. Ontem comentei um pouco mais sobre o cenário econômico global: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/update.html .

Update.

O inicio de uma nova semana é sempre um momento oportuno para revermos em que fase estamos na situação de cada um dos principais vetores que têm dado a direção dos mercados financeiros globais: Brasil – A pesquisa eleitoral semanal divulgada pela XP Investimentos na sexta-feira mostrou pouca variação nas intenções de voto, com o cenário de indefinição mantido e a candidatura de Alckmin, vista pelo mercado como a mais provável de implementar as reformas necessárias à economia, ainda patinando e com pouca competitividade no primeiro turno. Entendo que o início da campanha eleitoral poderá trazer mudanças nesse quadro, mas não tenho certeza que o modelo de campanha este ano (mais curto, com menos recursos e com inserções ao longo do dia) terá o mesmo impacto do que em eleições passadas. Continuo vislumbrando uma campanha bastante competitiva, com cerca de 5 candidatos podendo apresentar entre 10% e 20% das intenções de voto, deixando a decisão do segundo turno para as vésperas, ou o

Brasil: Postura do BCB e precificação do mercado.

Na ausência de notícias relevantes e na expectativa do discurso do presidente do Fed, Jay Powell, os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, com leve viés positivo. Acredito que Powell irá reforçar a mensagem das Minutas do FOMC e de discursos recentes de membros do Fed, inclusive de alguns deles ontem, que sinalizaram para a continuidade do processo de normalização monetária. Pelos documentos e aparições oficiais, não há nenhuma indicação que os riscos que existem no cenário hoje (emergentes, flattening da curva de juros e afins) está incomodando o comitê a ponto de alterar seu “plano de voo” no tocante a política monetária. Nos últimos dias, observamos algum arrefecimento dos dados econômicos dos EUA, mas mantendo-se em patamares elevados e condizentes com um crescimento robusto. Vemos algum arrefecimento maior em setores específicos, como o imobiliário, mas também observamos um mercado de trabalho robusto, como mostrou ontem o Jobless Claims, próximo ao piso h

Dólar forte e pressão nas commodities. Sintomas de uma mesma "doença".

O destaque desta manhã está por conta de mais uma rodada de alta do dólar, pressão nas commodities e depreciação dos ativos emergentes. Na minha visão, estes movimentos são apenas sintomas da mesma “doença”, ou seja, do processo de normalização monetária nas economias desenvolvidas, com o Fed, nos EUA, sendo o banco central em estágio mais avançado neste processo. Como as Minutas do FOMC ontem apenas reforçaram a manutenção deste ambiente ( https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/brasil-volatilidade-alta-deve-continuar.html ), não me parece haver motivos para alterar de forma estrutural este pano de fundo. Uma eventual melhora da posição técnica e nos preços e valuation pode gerar “relief rallies” pontuais, mas sem a alteração definitiva do pano de fundo descrito acima, estes vetores serão capazes de estabilizar os mercados apenas de maneira pontuais e pouco acentuadas, como vimos no caso do dólar nos últimos dias. Continuo posicionado para este ambiente com portfólios mais

Brasil: Volatilidade alta deve continuar.

O dia não trouxe mudanças para o cenário de Brasil . A dinâmica foi marcada por elevada volatilidade, com o dólar terminando o dia em leve alta, mas com uma forte recuperação da bolsa e do mercado local de juros. Seguimos com uma posição comprada em inflação implícita, menor do que antes, e apenas operando taticamente no mercado de câmbio e juros. Sem atuação relevante no mercado de renda variável. Comentei mais respeito na tarde de ontem. Não mudei minha avaliação desde então ( https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/brazil-from-denial-to-reality.html ). Os ativos locais seguirão bastante sensíveis ao cenário eleitoral e, em certa medida, com alguma descorrelação de curto-prazo em relação aos mercados externos. Nos EUA , as Minutas do FOMC, na minha visão, não trouxeram novidades relevantes ao cenário. Ao que tudo indica, o Fed seguirá o seu processo de normalização monetária. Recebi algumas indagações de que o Fed estaria mais “dovish” devido ao apontamento dos ris

Pesquisa Datafolha, Política EUA e sinais negativos da China.

Os ativos de risco estão apresentando alguns movimentos localizados que merecem destaque: - Na China, voltamos a observar uma queda das bolsas e uma pressão no mercado de commodities metálicas não preciosos, com destaque para o Cobre. Este price-action mostra que a situação econômica e financeira do país ainda não foi definitivamente estabilizada e o cenário para o país ainda é um risco de curto-prazo; - Nos EUA, os índices futuros de bolsa apresentam leve queda. No final da tarde de ontem, um dos principais advogados de Trump aceitou um acordo de colaboração com a justiça americana. Segundo suas declarações, ele atuou em favor de Trump com o intuito de efetuar pagamentos para mulheres que supostamente teriam tido um “caso” extraconjugal com o então candidato a presidente. O intuito dos pagamentos era para que essas histórias não viessem a público e, assim, afetar o resultado final das eleições. Eu não sou especialista no tema e tenho praticamente nenhuma vantagem comparativa p

Brazil: From “Denial” to “Reality”.

O dia foi de acentuada deterioração dos ativos no Brasil, mesmo com o bom desempenho dos mercados internacionais. No âmbito externo , sigo gostando da posição tomada em taxas de juros na parte intermediária da curva dos EUA, com hedges em estruturas de opção baixistas de akguns índices de bolsa. Não acredito que o Fed irá “piscar primeiro”, ou seja, que o cenário atual enseja a necessidade de uma interrupção do processo de normalização monetária. A economia dos EUA é bastante fechada e suas condições internas ainda vislumbram a necessidade de continuidade do processo de normalização monetária, o que deixará o ambiente internacional ainda desafiador por algum tempo. No Brasil , as últimas pesquisas eleitorais colocaram os investidores com os “pés mais no chão”. A expectativa (ou torcida, como vinha apontando neste fórum) de um cenário mais claro e um candidato mais reformista ganhando corpo não está acontecendo. Isso ocorre em um ambiente internacional mais desafiador e com mu

Brasil: Pesquisas eleitorais confirmam cenário de indefinição.

Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom mais positivo, liderados por um movimento de dólar mais fraco no mundo. Este movimento teve início ontem, após Trump reforçar suas críticas ao processo de alta de juros que vem sendo promovido pelo Fed. A posição técnica do mercado de câmbio, excessivamente comprada em dólar, deve ajudar este tipo de movimento no curto-prazo. Estou sem posições estruturais ou táticas no mercado de câmbio neste momento, mais pela posição técnica e pelo nível de preços do que pelo cenário econômico em si. Os ativos na China apresentaram dinâmica de maior estabilidade. Os policy makers seguem tomando medidas visando estabilizar a economia e a situação financeira do país. Ainda acho cedo para definirmos que foram, definitivamente bem-sucedidos nesta empreitada, mas a estabilização recente dos mercados é um sinal positivo, mesmo que pontual, nesta frente. A Turquia está em feriado nacional. A moeda do país segue em trajetória de depreciação. O cerne do pr

Relatório Semanal de Asset Allocation:

Cenário Econômico: Não vimos avanços concretos capazes de estabilizar a situação na Turquia e a fragilidade na China, que parece cada vez mais estrutural. Contudo, dado a pressão negativa nos ativos de risco (EM, commodities, alta do dólar e etc) nas últimas semanas, é natural esperar movimentos, às vezes rápidos e acentuados, porém pontuais e pouco potentes, de recuperação. Os preços, valuations e a posição técnica do mercado favorecem movimentos como estes. Nossa visão estrutural mais conservadora, só será alterada caso o pano de fundo se altere de maneira definitiva, ou seja, com uma pausa no processo de normalização monetária nos EUA, e\ou com medidas ainda mais potentes de estabilização na China, e\ou com avanços concretos de medidas ortodoxas na Turquia. Por ora, não há sinais de que nada disso esteja no horizonte de curto-prazo. Em relação aos EUA, os números recentes, a despeito de alguns sinais de acomodação\arrefecimento do crescimento, mostraram uma economia robusta