Diferenciação?
A despeito de ruídos pontuais (Grécia
e Rússia) os ativos de risco estão conseguindo, por hora, mostrar uma grande
tendência a diferenciação. Ao que parece, a atuação agressiva dos BC’s ao redor
do mundo, capitaneadas pelo ECB, parece ter colocar um importante suporte nos
ativos de risco.
Grécia – O partido
radical de esquerda Syriza, vencedor das eleições, se aliou ao partido de
ultra-direita Independent Greeks, cujas plataformas anti-austeridade se
assemelham, para garantir maioria no Parlamento podendo, assim, eleger o
Primeiro Ministro e dar inicio as negociações junto a Troika. Ao que tudo
indica, teremos um longo e tortuoso caminho a ser seguido. Caso o cenário de
cauda de um default da dívida grega, com a consequência saída do país da
União Europeia, seja evitado, parece que os mercados financeiros globais estão
dispostos a manter o problema localizado. Os ativos do país sofreram razoável
pressão nesta segunda-feira, mas sem grandes consequências aos demais ativos de
risco.
Rússia – Além de mais
uma rodada de conflitos entre rebeldes, supostamente apoiados pela Rússia, e
militares da Ucrânia, o país teve seu rating cortado para junk bond
pelo S&P. O ocidente já anunciou que pretende colocar em prática novas
sansões econômicas, caso os rebeldes não recuem nos conflitos na Ucrânia. Os
ativos locais sofreram forte pressão ao longo do dia. A piora do cenário para o
país pode acabar, em algum momento, afetando o humor global a risco. Assim, é
um evento que precisa ser acompanhando no detalhe.
Brasil – Sem grandes
novidades para os ativos locais, que operaram a mercê de fluxos pontuais. O news
flow para o crescimento local ainda parece tenebroso e o risco de
racionamento continua sendo a grande espada no pescoço da economia. A curva de
juros precifica altas de 45bps+20bbps+10bps nas próximas 3 reuniões do Copom. A
partir de outubro, a curva precifica quedas sequencias, mas incipientes, de
juros. A curva longa segue bastante invertida. Continuo vendo valor na parte
intermediaria da curva e vendo o mercado de juros como o ativo mais “limpo”
para se posicionar positivamente em Brasil. O aumento dos ruídos externos,
contudo, podem acabar afetando o humor do mercado de maneira pontual.
O grande evento da semana será a
reunião do FOMC nos EUA e a Ata do Copom no Brasil.
Amanhã, a agenda terá Durable Goods
Orders e Consumer Confidence nos EUA.
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