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Mostrando postagens de julho, 2017

Update

O dia trouxe poucas novidades relevantes para o cenário econômico, mas uma dinâmica de mercado que mostra um pouco o viés do mercado (que pode ter sido extrapolada por fluxos de final de mês). Na Europa , os dados mais positivos de inflação e taxa de desemprego deram sustentação adicional ao EUR. A moeda atingiu novo pico para este ciclo econômico, acima de 1,18. Nos EUA , destaque para uma grande rotação que está ocorrendo entre alguns setores da bolsa local, com queda do setor de tecnologia, muito em função de algum desapontamento de resultados e valuations menos atrativos, em favor do setor financeiro. No Brasil , ainda segue a máxima de “No News Is Good News”. Um cenário externo ainda tranquilo, com um momento cíclico da economia favorável, continua induzindo a apreciação dos ativos locais. Na Ásia, a despeito do arrefecimento do PMI Manufacturing da China em julho, vimos mais uma rodada de elevação nos preços das commodities metálicas não preciosas. Minha vi

Desaceleração na China, Inflação na Europa, Imposto no Brasil e Posição Técnica.

O destaque da noite ficou por conta de uma leve desaceleração dos PMIs na China . O PMI Manufacturing passou de 51,7 para 51,4 em julho, levemente abaixo das expectativas de 51,5 pontos. O número mostra uma economia ainda saudável, porém com sinais marginais de arrefecimento. Acredito que o dado de hoje pouca altera o cenário econômico global. Uma desaceleração da economia chinesa já era de certa forma esperada, após a sequencia de medidas adotadas no país visando administrar a liquidez e evitar os excessos e a evolução de “bolhas” em setores e mercados específicos. Na Europa , o CPI de julho ficou dentro das expectativas do mercado, mas com o Core CPI levemente acima das expectativas. Na semana passada, os números de algumas importantes economias da região já haviam apontando nesta direção. Comentei, naquela ocasião, que: Na minha visão o destaque do dia ficou por conta dos dados econômicos na  Europa . Além dos dados de PIB robustos, já comentados neste fórum mais cedo, os números

Ruídos Locais e Externos.

Os jornais deste sábado trazem alguns ruídos locais e externos. No Brasil , a reportagem de capa da Revista Época traz o que seriam as provas da delação premiada da JBS. Vejam aqui: http://epoca.globo.com/politica/noticia/2017/07/provas-da-jbs-trecho.html . Segundo a matéria, existem provas documentais, o qual a reportagem teria tido acesso, que implicam inúmeros políticos, de diversos partidos. Muitos dos nomes citadas ocupam posição de destaque no atual Governo e no Congresso. Em especial, a matéria dá destaque ao que seriam repasses a um suposto “operador” do atual Presidente Michel Temer. Acredito que este seja mais um ruído de curto-prazo. A primeira semana de agosto será decisiva para o Governo. Segundo consta, na mídia e pelos analistas políticos, Temer tem maioria para evitar que a denuncia contra ele tenha andamento. Contudo, é natural esperar que o retorno do recesso parlamentar marque também o retorno dos ruídos políticos. Tenho a sensação que para os mercados finance

Reflation still a good bet!

Na minha visão o destaque do dia ficou por conta dos dados econômicos na  Europa . Além dos dados de PIB robustos, já comentados neste fórum mais cedo, os números de inflação de importantes economias da região, como a Alemanha, apresentaram surpresa positiva. Ainda é cedo para “cantar vitória” no tema inflacionário, mas o simples avanço dos indicadores de preço, mesmo que de forma gradual, mantém vivo o cenário de “Reflation”. Nos  EUA , O PIB do 2Q ficou levemente abaixo das expectativas, mas com um qualitativo bastante positivo. Os Estoques surpreenderam para baixo pelo segundo trimestre consecutivo, adicionando um risco altista para o 3Q.  O Consumo ficou bem acima das expectativas, assim como os Investimentos vierem mais fortes. O Employment Cost Index (ECI) apresentou alta de 0,54% QoQ, contra expectativas de 0,60% QoQ. Ainda não há sinais consistentes de pressões inflacionárias, mas os números de hoje em nada alteram o cenário traçado pelo Fed. Acho válido ressaltar que os m

Sinais de fadiga. Cenário macro ainda positivo. Técnico e valuations preocupam.

Os ativos de risco estão dando sinais de fadiga. Ainda não vejo um cenário para uma alteração completa de dinâmica dos mercados financeiros globais, mas acredito que uma realização de lucros seja saudável e necessária. Reforço o que tenho insistido neste fórum há algum tempo. O cenário econômico continua favorável (crescimento sólido, inflação baixa no mundo desenvolvido, condições financeiras frouxas e resultados corporativos robustos), contudo, os movimentos recentes de apreciação trouxeram alguns efeitos colaterais que não podem ser ignorados, como preços “esticados”,  valuations  com pouca “gordura”, uma posição técnica pior, e uma leniência excessiva (vide os índices de volatilidade como VIX, MOVE e etc). Assim, vejo uma realização de lucros dos ativos de risco como um cenário possível, cada vez mais provável, que seria natural e saudável, porém não muito acentuado na ausência de novidades relevantes. Um resultado na Amazon muito abaixo das expectativas divulgado na tarde de

: Selic volta a um dígito. Espaço maior para cortes adicionais.

Na ausência de novidades relevantes no cenário, os ativos de risco operam próximos a estabilidade neste momento. Na agenda do dia, destaque para o Durable Goods Orders nos EUA. Vale a pena ficar de olho no Congresso Americano. A agenda legislativa começa a caminhar de maneira mais fluida, o que pode destravar a pauta para as negociações em torno de reformas econômicas, fiscais e tributárias ao longo do segundo semestre do ano. No Brasil, como era amplamente esperado, o BCB cortou a Taxa Selix em 100bs. O comunicado após a reunião deverá ser lido como “dovish” pelo mercado. O BCB deixou em aberta a possibilidade de manutenção do ritmo de corte de juros em 100bps, pelo menos na próxima reunião do Copom. Olhando do cenário atual, com as previsões de inflação apontadas pelo Copom, existe espaço para o corte da Taxa Selic abaixo de 8% neste ciclo econômico, e com alguma antecipação dos cortes. Espero que o mercado apresente um relevante fechamento de taxa na parte curta da curva, com u

Mercados Globais - Fed, Markets and Beyond.

O destaque do dia ficou por conta da reunião do FOMC, nos EUA. Na minha opinião, tanto a decisão, quanto o comunicado, ficaram estritamente em linha com as expectativas. O Fed fez um “ market to market ” da atividade, mercado de trabalho e inflação, e sinalizou para o anúncio do começo da redução do seu balanço na reunião de setembro. Todos esses vetores já eram amplamente esperados pelo mercado. De qualquer maneira, observamos uma reação dos ativos de risco como se a decisão tivesse sido mais “ dovish ” do que as expectativas. Como tenho escrito neste fórum, o mercado está em uma clara dinâmica de “ risk-on ”, baseado em um pano de fundo de crescimento global saudável/robusto, uma inflação baixa no mundo desenvolvido e condições financeiras globais frouxas. Enquanto não houver uma mudança definitiva deste cenário, fica difícil de ver uma alteração relevante na dinâmica do mercado e na postura dos investidores. Por isso, tenho insistido que “ the pain trade is up ”, em uma analogi

Brasil: Situação fiscal demanda cautela.

O destaque desta manhã fica por conta da alta no preço das commodities metálicas não preciosas. Os demais ativos de risco operam em compasso de espera para a decisão do Fed. No Brasil , os jornais estão dando ampla cobertura às dificuldades que o Governo está enfrentando para fechar as contas públicas deste ano, e cumprir a meta fiscal estabelecida. As opções são cada vez menores e mais arriscadas, como receitas extraordinárias incertas, altas impopulares de impostos e, agora, ganha corpo, a possibilidade de alteração da meta fiscal. Acredito que a alteração da meta seja extremamente negativa, pois mostra certa perda de poder político de Meirelles e equipe. Além disso, traz novamente a tona um quadro fiscal preocupante e insustentável no longo-prazo, na ausência de reformas estruturantes. De qualquer maneira, tenho dúvidas se os ativos locais irão reagir fortemente a este tipo de “ news flow ”. Enquanto os mercados externos estiverem tranquilos/construtivos, é difícil de ver uma r

Reflation and Technicals:

Os ativos de risco voltaram a operar com uma dinâmica de “Reflation”, ajudado por um quadro técnico favorável. Alguns eventos de hoje estão ajudando a rodada de reprecificação dos ativos de risco, que podem continuar nesta direção nos próximos dias:  - O IFO na Alemanha atingiu um novo pico deste ciclo econômico, mostrando uma atividade sólida e perspectivas positivas de crescimento;  - O Consumer Confidence nos EUA apresentou uma inesperada elevação em julho, ficando próximo ao pico deste ciclo econômico. A abertura qualitativa do indicador mostrou um quadro de aperto adicional do mercado de trabalho, que se mostra já no pleno emprego;  - Trump está prestes a atingir sua primeira vitória no Congresso, conseguindo um avanço, mesmo que ainda incerto, para a resolução do impasse do Health Care Bill. Aliado a tudo isso, temos um quadro técnico relativamente saudável para as posições em prol do “Reflation” e as vésperas da reunião do FOMC. Apenas a título de exemplo, a posição

Brasil: Notícias mais negativas:

O destaque desta manhã fica por conta da alta no preço das commodities metálicas não preciosas. As bolsas da Europa operam em leve alta, com o dólar praticamente estável e os juros nos países desenvolvidos apresentando leve abertura de taxas. Na  Alemanha , o IFO – um dos indicadores de confiança mais importantes de toda a Europa – apresentou mais um mês de alta, atingindo um novo pico para este ciclo econômico. O número continua apontando para um crescimento saudável e robusto no país.  Segundo o Morgan Stanley:  Above consensus and our expectations,  the Ifo headline business climate increased by 0.8 points to 116.0 in July. This print marks another all-time high. The index now stands at 2.0 SD above its LTA.  The headline print continues to point to a strong outlook for the remainder of 2017.  The headline number was driven by  both current conditions as well as expectations.  In detail, current conditions improved by 1.3 points to 125.4, which also marks a new record high. In ot

Relatório Semanal de Asset Allocation:

No Brasil, o destaque da semana ficou por conta do anúncio do aumento de impostos sobre combustíveis. A medida foi tomada com o objetivo de buscar receitas adicionais, visto que a recuperação da economia está surpreendendo negativamente o governo, o que tornou o atingimento da meta fiscal para este ano extremamente difícil na ausência de “receitas extraordinárias”. Segundo nossa área econômica, o anúncio deverá adicionar cerca de 60bps no IPCA deste ano. Como nossa equipe já trabalhava com alguma alta de impostos, isso eleva a expectativa de IPCA de 3,20% para 3,50% este ano, um número ainda bastante baixo e dentro das metas de inflação. Acreditamos que a elevação deve ter pouco impacto na política monetária de curto-prazo, mas será importante medir os efeitos secundários desta elevação. O cenário político se mostra mais ameno, já que o recesso parlamentar está mantendo a agenda política esvaziada. No campo econômico, vimos poucas mudanças de cenário. O IPCA-15 de julho fico

[Update]A narrativa continua sendo: "As long as the music is playing, you’ve got to get up and dance."

Os ativos de risco voltaram a dar sinais de realização de lucros. Nesta manhã, vejo mais uma rodada de queda nas bolsas da Europa e de alta no dólar contra as moedas emergentes. No geral, contudo, os movimentos ainda são bastante tímidos. Assim, continua valendo o que escrevi no domingo pela manhã, que copio na parte final deste e-mail. O único destaque relevante ficou conta do Flash PMI na Europa. O numero ficou abaixo das expectativas, mas em patamar ainda consistente com um crescimento saudável. Acredito que seja natural flutuações dos indicadores de confiança em torno dos atuais níveis. Chegamos a patamares extremamente elevados historicamente. Estes níveis não costumam ser sustentáveis indefinidamente. O mais importante, neste momento, é medir a magnitude e a sustentabilidade das eventuais correções.

A narrativa continua sendo: "As long as the music is playing, you’ve got to get up and dance."

Na sexta-feira observamos uma leve realização de lucros nos ativos de risco. Destaque para a queda das bolsas na Europa, para a queda no preço do petróleo e para o movimento de dólar forte contra moedas emergentes. Acredito que estes movimentos sejam normais, naturais e saudáveis diante da apreciação verificada ao longo dos últimos meses. Não vejo os movimentos de sexta-feira como mudanças de tendências ou de narrativa por parte dos ativos de risco (ou uma mudança de postura por parte dos investidores). Continuo vendo um pano de fundo relativamente tranquilo, em que impera o que ficou cunhado como “Goldilocks” (crescimento saudável, inflação baixa e condições financeiras frouxas). Contudo, mantenho minha postura mais cautelosa frente a níveis de preços menos atrativos, valuations idem e uma posição técnica que se deteriora a cada novo dia. Por ora, contudo, ainda não vejo um trigger claro para a mudança de tendência ou de narrativa por parte dos mercados financeiros globais. Alg

Brasil: Aumento de impostos

No Brasil , o governo anunciou o tão esperado aumento de impostos sobre combustíveis. Se, por um lado, a medida já era esperada, por lado, a magnitude do aumento foi superior as expectativas. Segundo cálculos da nossa área econômica, o impacto no IPCA deve ser entre 60bps e 70bps. Como a equipe já incorporava algum aumento de imposto para este ano, a previsão de IPCA para 2017 deverá se elevar de 3,2% para 3,5%. Considerando apenas os efeitos de primeira ordem, a medida deverá ter pouco impacto para política monetária de curto-prazo. Contudo, a postura do governo traz à luz as dificuldades encontradas pelo país para atingir as metas fiscais, em um pano de fundo de restrição via teto do endividamento, pouco espaço para cortes adicionais de gastos e fraco crescimento da economia (e, consequentemente, da arrecadação). Assim, o mercado retoma a discussão de que novos aumentos de impostos podem ser necessários nos próximos anos, na ausência de reformas fiscais mais estruturais e relevant

Brasil: Desinflação continua acentuada.

No Brasil , o IPCA-15 de julho ficou abaixo das expectativas, confirmando um cenário de forte desinflação no país. O número ajudou a dar ímpeto ao movimento de fechamento de taxas de juros, mesmo com as especulações de aumento de impostos. Observamos um movimento claro de elevação das inflações implícitas e steepening da curva. Continuo recomendando alocação na parte curta da curva nominal de juros, mas concentrado em estruturas de opção. Continuo gostando bastante das inflações implícitas na parte intermediária da curva. Além da assimetria positiva, com pouco prêmio nos anos posteriores a 2018, a posição pode se favorecer de cenário de ajuste fiscal via impostos, ou se proteger de eventuais “cenários de cauda” para o Brasil (não que este seja o cenário base). O mercado de renda variável parece estar passando por um momento em que está digerindo uma janela de IPOs, o que está impedindo que o Ibovespa siga o movimento global de alta das bolsas e o bom desempenho do BRL e do me