Mercados Globais

Estamos em uma fase do ciclo de mercado interessante. No mercado de ações, a temporada de resultados corporativos está ditando a dinâmica de curto-prazo das bolsas globais. Nos EUA, um bom resultado do Facebook (Meta) ontem levou a uma alta de quase 20% das ações e está dando suporte aos índices de bolsa essa manhã. Todas as atenções voltadas para o resultado de Apple e Amazon no final do dia de hoje.   Com o mercado excessivamente pessimista no curtíssimo-prazo, movimentos de forte alta nas bolsas, como o de hoje, são normais e, até mesmo, esperados, sem que tenhamos uma mudança clara de cenário:   Continuo esperando um mercado de alta volatilidade e sem tendência definida no mercado de ações globais, mantenho viés negativo de médio-prazo.   No mercado de moedas, commodities e juros, as idiossincrasias de cada um desse ativos estão sendo determinante para os movimentos de curto-prazo. Destaque para a pressão no Euro (EUR), que tem   puxado o Dólar Index para os picos de al

Após uma terça-feira de fortíssima aversão a risco, as bolsas globais estão apresentando recuperação essa manhã. As ações da Microsoft sobre 5% e as ações da Google caem 3% no “pre market”. Destaque para a queda do Euro, que já opera abaixo de 1.06 após alguns anos.   A Rússia anunciou que, a partir de hoje, irá cessar o fluxo de gás natural para os países que não fizeram seus pagamentos em Rublos (RUB). Isso já causa forte alta no preço do Gás Europeu:   Com a guerra na Ucrânia sem sinais de arrefecimento, a inflação alta e sinais de desaceleração do crescimento, a confiança do consumidor na Alemanha atinge níveis de crise econômica, em um sinal antecedente de atenção ao cenário:   As analogias do estouro da bolha da internet com o momento atual de mercado continuam:   Os ativos no Brasil estão sendo arrastados a reboque do cenário internacional.   *As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.   Dan H. Kawa

A segunda-feira foi de elevada volatilidade para os ativos de risco. As bolsas acabaram apresentando forte recuperação no final da tarde e fechando, majoritariamente, no campo positivo. O destaque negativo permaneceu para as commodities.   Hoje pela manhã, os mercados flutuam próximos a estabilidade. Destaque para a forte alta das Cryptos, após a Fidelity anunciar que irá permitir que seus clientes adicionem Bitcoin a suas reservas de 401 (k):   Gráfico interessante que mostra que a relação entre as bolsas de EM e DM depende muito da década em que você olha. A última década tem sido bastante ruim para os mercados emergentes (EM) no geral:   Não há novidades relevantes no cenário e a volatilidade atual deve continuar. Mantenho viés negativo, porém sabendo que devido a posição técnica (talvez excessivamente negativa no curtíssimo-prazo), podemos ter “rebotes” pontuais e localizados, como observamos na tarde de ontem.   No Brasil, a alta de cerca de 5% do dólar (queda do R

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento negativo verificado na sexta-feira. O destaque deste começo de semana, contudo, fica por conta da forte queda no preço das commodities. Desde a queda de cerca de 10% no Minério de Ferro, até a forte queda do Petróleo e do Cobre. Parece que, definitivamente, entramos na fase do receio em relação ao crescimento global.   Tenho alertado para este risco há algumas semanas e cometei sobre isso na sexta-feira: https://twitter.com/DanKawa2/status/1517514229787549697?s=20&t=ehIcOH1VjfNM6VgBQ2sFjA .   O final de semana trouxe notícias com viés negativo, conforme escrevi ontem, e isso está ajudando na pressão aos ativos de risco essa manhã: https://twitter.com/DanKawa2/status/1518346469966766082?s=20&t=ehIcOH1VjfNM6VgBQ2sFjA .   A depreciação do Yuan (CNY) na China tem sido um dos principais sinais de alerta para que a situação do crescimento global possa estar em um caminho mais perigoso:   Ao contrário do “sell-of

A terça-feira foi de rotação nas bolsas globais, o que favoreceu o S&P500, mas acabou prejudicando o Ibovespa. Comentei sobre isso aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1516502684500647936?s=20&t=Z3tOClWNRfzi0taYJSIWrA .   No final da tarde de ontem, a Netflix soltou um resultado muito aquém do esperado, trazendo nova fragilidade a bolsa americana. Comentei mais a fundo sobre o que este resultado pode representar para o cenário econômico, aqui: https://www.linkedin.com/posts/dan-kawa-78361130_netflix-e-o-crescimento-americano-a-netflix-activity-6922283516244148224-WhIj?utm_source=linkedin_share&utm_medium=member_desktop_web .   O tema da inflação no mundo segue bastante presente. Hoje foi o dia do PPI (inflação ao produtor) na Alemanha atingir exorbitantes 31% YoY:   A produção industrial de fevereiro na Área do Euro ficou dentro das expectativas em fevereiro, mas o cenário, desde então, já apresentou enorme mudança com a guerra na Ucrânia:   No Brasil,

Os ativos de risco estão abrindo com leve viés negativo, após uma segunda-feira em que os mercados flutuaram em torno da estabilidade. Bolsas e commodities em queda, crytos em alta, dólar fraco e nova rodada de abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido.   A Rússia iniciou uma nova ofensiva na Ucrânia. O foco da operação está no leste do país, mas com bombardeios vistos em torno de toda a Ucrânia. O conflito parece longe do fim. O além do trágico impacto social e humano, a pressão altista na inflação e baixista no crescimento (em especial na Europa) deve continuar.   Há algum tempo tenho alertado para o risco/retorno ruim do mercado de crédito nos EUA. Nas últimas semanas, vimos forte abertura de taxa de juros (queda de preço) nesta classe de ativo. Ainda acredito que este movimento não chegou ao seu fim, mas temos que ter atenção para potenciais oportunidades de alocação nesta frente:   A semana passada foi de fluxo negativo para o mercado de ações norte americanos Ai

Com uma nova rodada de abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido, os ativos de risco estão abrindo a semana com aversão a risco: Bolsas, Cryptos e Commodities (ex preciosas) em queda; metais preciosos em alta; e dólar forte no mundo.   Ontem fiz um breve resumo das notícias do final de semana, aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1515795748104847369?s=20&t=OOshNV7FJTnqFfh286HQUg .   Nesta noite, os dados de atividade econômica da China, incluindo o PIB do primeiro trimestre do ano, surpreenderam as expectativas do mercado e ficaram acima do esperado. A despeito desta surpresa positiva, os dados de alta frequência (não oficiais) apontam para uma expressiva desaceleração da economia nas últimas semanas.   Diante da maior onda da pandemia até o momento, os números (oficiais) de hoje em nada alteram as expectativas de uma desaceleração da economia chinesa nos próximos meses. O governo iniciou um processo de alívio das condições monetárias e creditícias. Por ora,

Depois de uma quarta-feira de recuperação dos ativos de risco, estamos iniciando a manhã desta quinta-feira com relativa estabilidade dos ativos de risco e sem novidades relevantes no cenário.   No Brasil, ontem, o destaque ficou para a alta das vendas no varejo de fevereiro. A alta foi acima do esperado e relativamente disseminada. O número surpreendeu positivamente o mercado, que trabalha com um cenário de desaceleração econômica para o ano:   No final da tarde, a mídia reportou que Bolsonaro decidiu por dar um reajuste de 5% aos servidores públicos. É natural (não que seja positivo) que medidas vistas como mais populistas sejam adotadas à medida que as eleições se aproximam.   As pesquisas eleitorais mostram uma redução da diferença entre a polarização de Lula e Bolsonaro, com este último reduzindo consideravelmente sua margem de diferença para o ex Presidente: https://www.poder360.com.br/poderdata/frente-de-lula-sobre-bolsonaro-cai-a-5-pontos-diz-poderdata/ .   Não

Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom positivo, após um começo de semana de pressão nos mercados. Continuo vendo um cenário nebuloso e sem visibilidade clara, em que a volatilidade deve permanecer elevada. Espasmos de pressão negativa nos mercados ainda devem ser visíveis.   Os dados de inflação no Reino Unido ficaram acima do esperado, mostrando que ainda estamos longes de endereçar o problema inflacionário no mundo. Este é o principal tema que deve determinar a dinâmica dos ativos de risco nos próximos meses:   Ontem recebemos os números de inflação nos EUA, que já comentei amplamente aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1513860261047898116?s=20&t=5mB7bz4cECvh1HFy_SLlbQ .   No Brasil, o indicador de atividade econômica do setor de serviços confirmou a esperada desaceleração da economia e as perspectivas de um crescimento baixo para este ano:   Segundo a consultoria BRCG: Os resultados foram inferiores ao esperado pelo mercado, com novas revisões da sé

Após uma segunda-feira de aversão a risco, o dia está começando com os mercados relativamente estáveis. Contudo, os sinais de fragilidade são evidentes e não me parece que já superamos a fase mais aguda do ciclo econômico. Os ativos de risco continuam reagindo a sinalização do Fed em torno da necessidade de acelerar o processo de normalização monetária (leia-se, aperto das condições financeiras):   O grande destaque do dia ficará por conta da divulgação do Core CPI (inflação) nos EUA Ele deverá determinar a direção dos mercados nos próximos dias.   A abertura das taxas de juros no mundo (e, em especial, nos EUA) continua a ser o grande foco dos mercados. A história nos diz que toda vez que os juros abrem em magnitude e velocidade como o atual, o mundo precisa administrar alguma crise:   O mercado imobiliário na China vive mais uma rodada de fragilidade. Essa situação tem reverberações importantes para o crescimento global e demanda por diversos ativos:   O Sri Lanka anu

Os ativos de risco continuam reagindo a sinalização do Fed em torno da necessidade de acelerar o processo de normalização monetária (leia-se, aperto das condições financeiras). Estamos iniciando a semana com bolsas, commodities e cryptos em queda e nova abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido. Veja os juros de 10 anos na Alemanha:   Na China, a situação da Covid é dramática. Shangai está em lockdown e mesmo assim registrou mais de 25 mil novos casos da doença apenas ontem, um novo pico desde o começo da pandemia. A situação já afeta, de maneira evidente, a atividade econômica no país, com reverberações para o mundo todo.   A despeito do recuo da Rússia do entorno e Kiev, a guerra parece longo do fim e os impactos econômicos, sociais e humanitários ainda são gigantescos.   A situação global já leva a um relevante aperto das condições financeiras do mundo. Contudo, esse aperto ainda está concentrado em poucos países e regiões (Rússia, China, e etc). Ainda é natural su

Em uma noite de poucas novidades relevantes, os ativos de risco operam com leve viés positivo essa manhã.   Os temas que tenho coberto neste fórum continuam se acumulando. Primeiro, os sinais de recessão global crescem a cada dia:   Segundo, a inflação segue alta e subido:   Terceiro, a China precisa endereçar a maior onda da pandemia até o momento, com Shangai, uma das maiores cidades do mundo, praticamente congelada e sem atividade econômica:   A Rússia cortou sua taxa de juros de 20% para 17%, em movimento surpreendente, mas em um país “ininvestível” no momento.   No Brasil, a corrida eleitoral vem ganhando corpo e atenção da mídia. Por ora, o mercado ainda parece dar pouco peso as pesquisas e desenvolvimentos nessa frente.   O governo segue ventilando medidas que venham a aliviar o peso da inflação e dar algum suporte ao crescimento, utilizando do “excedente” fiscal como impulso para o crescimento.   *As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão

O cenário para inflação e a consequente reação dos bancos centrais, com foco no Fed, nos EUA, continuam ditando a dinâmica do mercado. Após dois dias seguidos de aversão a risco, puxados por forte abertura de taxa de juros nos EUA, a manhã está sendo marcada por alguma estabilização dos ativos de risco.   Ainda há claros sinais de fragilidade e estamos longe de uma definição que venha a “acalmar” os mercados de maneira estrutural.   Comentei mais a fundo sobre o Fed e seus impactos no mercado aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1511810114151452677?s=20&t=Ky8OjLQmNmwXscGICUeeEw .   No Podcast deste mês, falei mais a fundo sobre cenário local e internacional, assim como nossa visão de alocação e investimentos: https://podcasts.apple.com/br/podcast/cen%C3%A1rio-por-dan-kawa-tag-investimentos/id1503585250?i=1000556430860 .   Na Europa, as vendas no varejo de fevereiro apresentaram alta de 0,3% MoM, abaixo das expectativas de 0,6% MoM. Os dados ainda não refletem a

Passado a recuperação (que julgo ser técnica) dos mercados na segunda quinzena de março, os ativos de risco voltaram a operar com a dinâmica de abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido, que vem contaminando o desempenho das bolsas e das commodities.   Ontem, o Fed reforçou o seu desconforto com a inflação, sinalizando para a real possibilidade de alta de 50bps no próximo FOMC e para a redução de seu balanço "o quanto antes". O Fed parece cada vez mais preocupado com a inflação e seus desdobramentos.   Me parece que o Banco Central Americano está disposto a desacelerar a economia em prol de uma inflação mais baixa. O tema de inflação e o aperto das condições financeiras deve continuar a ser o grande foco do mercado nos próximos meses. Keep Your Seatbelt Fasten! Ontem divulgamos a nossa carta mensal de março, onde tocamos mais a fundo nesses (e em outros) temas e falamos das proteções e hedges que implementamos ao longo do final de março: https://www.taginvest.co