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Mostrando postagens de janeiro, 2017

Mercados Globais - Good trump vs Bad Trump.

Os ativos de risco continuam ajustando suas expectativas para a administração de Donald Trump. Nos últimos dias, criou-se um vácuo de notícias em relação ao que era visto como uma plataforma positiva para a economia (corte de impostos, incentivos fiscais e etc), ao mesmo tempo em que ficou mais evidente que as medidas vistas como questionáveis (protecionismo, renegociação de acordos comerciais, construção de um muro na fronteira do México, entre outros) seriam realmente implementadas. Neste meio tempo, a agenda econômica acabou não corroborando o otimismo dos investidores em relação a economia dos EUA , o que acabou ajudando o movimento de correção (dólar fraco, fechamento de taxas de juros e queda das bolsas). Hoje, nos EUA , o Employment Cost Index ficou abaixo das expectativas do mercado no 4Q16 (0,5% QoQ vs 0,6% QoQ), mostrando poucas pressões inflacionárias de salários. O Chicago PMI caiu de 54,6 para 50,3 pontos em janeiro, abaixo das expectativas de 55,0 em janeiro, enq

Brasil: Cenário político domina as manchetes.

Os ativos de risco estão abrindo a terça-feira próximos a estabilidade, exceto por mais uma rodada de pressão nas bolsas globais. Durante a noite, o destaque ficou por conta da decisão do BoJ no Japão , que manteve sua política monetária inalterada, dentro das expectativas do mercado. Na agenda do dia, destaque para o Employment Cost Index (ECI) do 4Q de 2016 nos EUA . No Brasil , os jornais de hoje continuam dando atenção ao cenário político. A eleição para presidente da Câmara, que parecia consolidada, ganhou novos contornos, com o retorno de alguns candidatos e o surgimento de novos nomes na disputa. A princípio, nada que altere o cenário de apoio ao governo. No TSE, a delação da Odebrecht, agora já homologada pelo STF, poderá ser usada como prova contra chapa Dilma-Temer. Mesmo que ocorra uma ainda incerta impugnação da chapa, Temer ainda poderia recorrer ao STF. Segundo Monica Bergamo, da Folha de São Paulo, Adriana Ancelmo (mulher do ex governados do Rio de J

Update

O dia trouxe poucas informações adicionais para o cenário econômico local e global, mas uma dinâmica um pouco diferente dos ativos de risco. No Brasil , vimos um leve movimento de realização de lucros, com viés de steepening , na curva de juros. Observamos uma forte realização de lucros na bolsa, mas um bom desempenho do BRL. Acredito que parte desses movimentos sejam explicados pela posição técnica do mercado (aparentemente aplicada em juros, mas vendida em BRL, com algumas posições no mercado de opção com vencimento para o final do mês também podendo estar influenciando a dinâmica do câmbio), aliados ao fluxo de notícias mais desafiador do ponto de vista político (delações premiadas, novos flancos de investigação da Operação Lava-Jato, etc), e um movimento global de queda nas bolsas. Até o momento, estou tratando o vazamento das delações premiadas, tanto da Odebrecht, como de outros personagens investigados na Operação Lava-Jato, apenas como ruídos políticos de curto-prazo.

Brasil: Lava-Jato no foco da mídia.

Os ativos de risco estão abrindo a semana próximos à estabilidade. Destaque apenas para um leve arrefecimento das bolsas globais, em reação, aparentemente, as últimas medidas de Trump nos  EUA . No  Brasil , a mídia continua dando amplo destaque a delação premiada, ainda em andamento e não homologada, de executivos da Odebrecht. Segundo Vera Magalhães, do Estadão: Delação de Benedicto é tão letal quanto a de Marcelo Análises do potencial de dano das delações da Odebrecht convergem para o mesmo ponto: a de Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora, não aniquila de vez só o PMDB do Rio, levando o governador Luiz Pezão ao encontro de seu criador, Sérgio Cabral. Ela vai arrastar de roldão governadores de vários Estados e múltiplos partidos. Era ele que “cuidava” das obras estaduais. Já Marcelo Odebrecht se concentrou na “cúpula” da política nacional: Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer puxam o bloco. Paulo Preto recua na intenção de fazer colaboração judicial Levado ao

Brasil: Ruídos da Lava-Jato/EUA: Trump cria polêmica maior.

Minha última análise de mercado foi feita na sexta-feira pela manhã. Desde então, vi poucas mudanças substanciais de cenário econômico, MS alguns desenvolvimentos políticos, especialmente nos  EUA , mas também no  Brasil , que podem acabar afetando, mesmo que pontualmente, a direção dos mercados financeiros globais. Brasil –  De maneira geral, o cenário econômico segue inalterado. O processo desinflacionário continua forte, com as coletas de inflação apontando para um IPCA bem abaixo do esperado pelo mercado e pelo BCB até poucas semanas atrás. O crescimento começa a dar alguns sinais de “green shoots” (dados de crédito, indicadores de confiança) mas em meio a um pano de fundo ainda de fragilidade. As contas externas seguem saudáveis, com as contas públicas ainda na penumbra. No campo político, o retorno do recesso do MP trouxe de volta a tona, através do que pode ser visto como alguns vazamentos para a mídia, de delações premiadas em negociação e/ou já em andamento. De acordo

Operação Lava-Jato de volta ao foco.

Os ativos de risco estão abrindo a sexta-feira com movimentos apenas marginais. Destaque para o fortalecimento do dólar, desta vez mais concentrado contra algumas moedas emergentes e o JPY. As taxas de juros nos EUA estão apresentando pequena abertura de taxas. As bolsas globais não apresentam tendências definidas está manhã. A agenda do dia será relevante, com o PIB do 4Q e o Michigan Confidence como grandes destaques da agenda dos EUA. Em um artigo no Valor Econômico, Claudia Safatle afirma que existe hoje um grande otimismo no governo com a possibilidade de uma forte queda nas taxas de juros do país: As mais recentes informações sobre a economia trouxeram otimismo ao governo de Michel Temer. Forma-se, tanto na área econômica quanto no Palácio do Planalto, a convicção de que existe, de fato, a possibilidade de a inflação este ano ficar abaixo da meta de 4,5%. E a taxa de juros básica da economia, a Selic, poderá cair para um dígito também em 2017. Talvez no início do qua

USD se junta ao "reflation trade" / Brasil: Apertem os cintos que o recesso acabou.

O dia foi marcado pela alta do dólar no mundo, movimento que se junta aos demais “ reflation trades ” dos últimos dias. No cenário econômico dos EUA , o Jobless Claims apresentou leve elevação, mas dentro da volatilidade desta época do ano. Não altera o cenário positivo para o mercado de trabalho do país. Os demais números de hoje, em especial os dados de estoques, apenas elevaram as expectativas para o PIB do 1Q a ser divulgado amanhã. As medidas de Trump continuam no centro das atenções. Hoje, após dar seguimento a sua proposta de construir um muro separando os EUA do México, o presidente do México anunciou que não participará da reunião entre os dois países, agendada para os próximos dias. O anúncio eleva o tom de confronto entre os dois países e, de certa forma, marca o passo do que deve ser a administração do novo presidente dos EUA. Alguns membros seniores do Departamento do Estado, que trabalharam em diversas administrações, Democratas e Republicanas, anunciaram uma

Brasil: O período de calmaria de notícias está próximo do fim.

Os ativos de risco estão abrindo a quinta-feira dando seguimento aos movimentos de “reflation” observados nos últimos dias, mas, por ora, com magnitudes ainda pequenas. A agenda do dia será um pouco mais carregada, com destaque para o Jobless Claims nos EUA. No Brasil, a agenda trará apenas os dados de arrecadação. Os jornais locais de hoje parecem um pouco mais “recheados” do que nas últimas semanas. Ao que tudo indica, o período de ausência de notícias locais ficou para trás. Hoje, já há um foco maior no retorno do processo de delação premiada a Odebrecht. Novamente, começam a vazar informações sobre os anexos do processo. Em artigo na Folha de São Paulo, há a informação de que a empreiteira poderá empurrar para o centro das investigações os principais acionistas de suas concorrentes. Não existe, ainda, o vazamento de nomes de políticos possivelmente envolvidos na delação. Todavia, me parece apenas uma questão de tempo até que novos ruídos envolvendo a empresa, políticos

Reflation, again...

O dia foi novamente marcado pelo retorno de partes das apostas em um cenário de “reflation” no mundo. Destaque para a alta nas bolsas, e para a abertura de taxa dos juros nos países desenvolvidos. O dólar operou sem tendência definida, com questões locais e pontuais fazendo mais preço do que o pano de fundo global. A agenda econômica trouxe como destaque apenas o IFO na Alemanha, que acabou ficando um pouco abaixo das expectativas. A agenda nos EUA foi esvaziada. Nenhum vetor alterou o cenário central para a economia mundial. Trump continua dando sequencia a assinatura de decretos, em linha com o que foi apresentando em sua campanha eleitoral. Hoje foi o dia de reafirmar a construção do muro separando o México dos EUA, além de sinalizar para medidas que visam restringir a imigração para o país. No Brasil, parece que tudo se encaminha para que Rodrigo Maia seja reeleito presidente da Câmara dos Deputados. No STF, os juízes que já estavam trabalhando com Teori, retomaram o p

Reflation: Back to the game!

Os dados econômicos divulgados nos últimos dias estão ajudando a dar novo ímpeto ao tema de “Reflation” no mundo. A medida que fica evidente que Trump irá dar seguimento, ou pelo menos tentar, implementar tudo aquilo que foi apresentado na campanha eleitoral, esta tese de investimento volta a ganhar corpo, após um começo de ano de acomodação, incerteza e realização de lucros. Apenas hoje, vimos um Markit Eurozone Composite PMI praticamente estável em 53,4 pontos em janeiro, muito próximo dos picos da série. O Markit US Manufacturing PMI subiu de 54,3 para 55,1 pontos, patamar mais elevado desde começo de 2015. No caso dos EUA, os indicadores do mercado de trabalho se mostram robustos, e as pressões inflacionárias são crescentes. Na China, o PBoC promoveu uma alta de 10bps em seu instrumento de mercado aberto, conhecido como MLF. A medida pode parecer cosmética por sua magnitude, mas extremamente importante em termos de sinalização. Mostra que o policy maker chinês está ma

Relatório Semanal de Asset Allocation:

A última semana teve como destaque o IPCA-15 e as Notas do Copom, no Brasil. O IPCA-15 apresentou mais uma surpresa positiva (baixista) para a inflação (0,31% m/m e 5,94% em 12m meses, cerca de 7bps abaixo das expectativas). Mais importante do que a leitura do número cheio foi a análise qualitativa extremamente positiva do indicador. A inflação de serviços dessazonalizada veio em patamar bem confortável (rodando a 4% na média móvel trimestral anualizada). Extrapolando o comportamento recente da inflação de serviços, podemos ter um IPCA mais próximo de 4% em 2017. O índice de difusão de serviços ficou em patamar abaixo da média histórica. Economia fraca e desemprego em elevação devem manter a inflação de serviços em patamar confortável. As Notas do Copom trouxeram poucas novidades em relação ao comunicado após a decisão. Ainda vemos um cenário de juros estruturalmente mais baixos no país. Dessa maneira, mantemos nosso ciclo atual de mais +3 quedas de 75bps, +2 quedas de 50b

No News.

A noite foi de poucas novidades. A dinâmica de mercado mostra uma leve alta do dólar esta manhã, com as bolsas relativamente estáveis, assim como as taxas de juros dos países desenvolvidos. Na agenda do dia, destaque apenas para o Markit US Manufacturing, Existing home Sales e Richmond Fed Index. Como todos são indicadores de segunda ordem, as ações de Trump devem acabar prevalecendo sobre a agenda econômica. No Brasil, vale citar o artigo divulgado na tarde de ontem em que afirma que o BCB irá divulgar um novo conceito para o compulsório, o que ajudou a dar suporte ao setor bancário/financeiro e ao Ibovespa como um todo na segunda-feira.

Update.

Esta segunda-feira foi importante para entendermos um pouco o que parece (ou não) estar precificado pelo mercado em termos da política econômica apresentada por Trump. Os movimentos de hoje, ajudam a responder parte das questões que coloquei neste fórum no domingo (vide abaixo). Os ativos de risco continuam reagindo, ou diria, digerindo, o que será a nova política econômica e externa dos EUA. Impressiona-me bastante como a maior parte dos investidores ainda espera que Trump vá adotar um tom mais conciliador como presidente, enquanto todas as suas falas, sinalizações e atos, apontam na direção de cumprir suas principais promessas de campanha. Hoje, Trump assinou outra “ executive order ” retirando os EUA do TPP, e mostrando para o mundo (mas, principalmente, para parceiros comerciais relevantes, com o México, o Canadá e o NAFTA), que quando ele afirma que irá renegociar todos os acordos comerciais, ele está realmente preparando o terreno para isso. Trump voltou a afirmar qu

Trump, Growth and Risks.

A mídia internacional continua repercutindo as primeiras ações de Trump no governo. Uma série de manifestações contra as suas declarações eclodiram nos EUA e ao redor do mundo. Neste momento, tenho mais dúvidas do que certezas em relação à direção dos mercados financeiros globais no curto-prazo. Tenho tentado dividir o que é apenas ruído de curto-prazo, do que realmente é uma mudança estrutural de cenário. De qualquer maneira, a nova maneira de governar de Trump pode marcar um importante ponto de inflexão na economia mundial e, consequentemente, nos mercados financeiros globais, o que demanda um esforço adicional de análise nas próximas semanas. No curto-prazo, algumas questões me afligem: Será que Trump irá realmente implementar uma política mais protecionista? Quando que os ativos de risco poderão, mesmo que pontualmente, precificar este risco? Será que a política econômica apresentada não poderá gerar um cenário negativo de maior inflação, maior protecionismo, mas sem m

O mundo repercute Trump.

Neste sábado, os jornais internacionais estão repercutindo o discurso de posse de Donald Trump e suas reverberações ao redor do mundo. As primeiras impressões são de receio da diplomacia internacional, com as maiores autoridades, das principais economias do mundo, estarrecidas com o tom adotado no discurso. Muitos acreditavam que, após assumir a presidência, Trump poderia adotar um tom mais diplomático e ameno. Contudo, tanto seu discurso, como as primeiras sinalizações de suas prioridades de governo, apenas reforçam o que foi apresentando em sua campanha eleitoral. Uma série de manifestações contra o novo presidente norte americano foram desencadeadas nos EUA e ao redor do mundo. Neste inicio de final de semana, Trump já assinou “ executive orders ” que visam alterar o Obamacare, além de congelar o máximo possível novas regulamentações das agências governamentais. Segundo o FT: Donald Trump launched a promised assault on “burdens” imposed by government within hours of bec