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Mostrando postagens com o rótulo Juros

Giro do Final de Semana

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O grande destaque do final de semana ficou por conta do acerto nas negociações para a extensão do Teto do Endividamento nos EUA. Este evento retira um enorme “risco de cauda” do cenário de curto-prazo. Aqui vale, contudo, algumas ponderações:   Primeiro, o Tesouro Americano será obrigado, após o acordo, a emitir uma quantidade relevante de títulos, para recompor o seu caixa. Isso pode retirar uma liquidez relevante do mercado e ter algum impacto (negativo) no preço dos ativos de risco.   Segundo, a bolsa dos EUA subiu de forma rápida e acentuada na sexta-feira, mesmo diante de um número de inflação (Core PCE) acima das expectativas e com uma qualidade ainda desafiadora para o processo de desinflação do país.   A dinâmica do mercado sinaliza para que já havia alguma expectativa no mercado de acordo no final de semana prolongado. Segunda-feira e feriado nos EUA.   O Core PCE divulgado na sexta coloca uma pimenta adicional no debate do ciclo de juros ame...

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante?

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Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, ainda respeitando bandas relativamente curtas no âmbito internacional, na ausência de novidades relevantes. O grande tema de curto-prazo continua a ser as discussões em torno do Teto do Endividamento nos EUA.   O mercado tem uma tendência a não reagir muito a estas discussões, até os “44 min do segundo tempo”, caso haja sinais concretos de que possa haver um “shutdown” da economia:   Conforte comentei ontem, existem teorias de que a extensão do Teto retira um “risco de cauda” do curto-prazo, mas irá ajudar a drenar liquidez no longo-prazo, já que o Tesouro voltará a emitir títulos. Isso poderia ser uma restrição ao bom desempenho dos ativos de risco nas próximas semanas/meses.   O artigo a seguir do WSJ resume em que pé estão as negociações: https://www.wsj.com/articles/negotiators-race-to-reach-debt-ceiling-deal-ahead-of-deadline-next-week-9812d03c?mod=itp_wsj&mod=djemITP_h .   No Brasil,...

Daily News – A Espera de uma nova narrativa

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Após uma quarta-feira de mais otimismo para os ativos de risco em geral, os ativos de risco estão abrindo o dia com movimentos diferentes: Alta das bolsas, queda das commodities, dólar mais forte e abertura de taxa de juros.   No geral, o mercado segue respeitando “bandas” estreitas, sem tendências claras ou definidas, e ainda buscando a próxima narrativa relevante a ser determinante para a direção dos próximos meses.   Ontem escrevi um pouco mais a fundo sobre este panorama e as incertezas do cenário: https://einvestidor.estadao.com.br/colunas/dan-kawa/investimento-contexto-nacional-internacional/ .   No Brasil, o BTG Pactual fez um resumo interessante sobre a temporada de resultados corporativos:   O Santander fez um excelente material mostrando o desempenho do Ibovespa e dos demais setores da bolsa local em ciclos de queda de juros no país:   Em resumo, a bolsa costuma apresentar desempenho positivo e robusto em ciclos de baixa de juros, c...

Daily News – Brasil: O Caminho dos Juros

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A despeito dos problemas ainda evidentes no setor bancário americano, a divulgação de bons resultados corporativos de algumas “Big Techs” está ajudando a dar sustentação aos índices de bolsa dos EUA, em especial, os índices mais concentrados neste nicho de ação.   Ontem à tarde foi a vez da Meta (Facebook) divulgar um resultado acima do esperado e ver suas ações subirem mais de 8% no “after-market”.   No Brasil, o IPCA15 ficou abaixo das expectativas, porém com uma abertura qualitativa que ainda inspira atenção por parte do BCB. O nível de alta dos núcleos de inflação e a pressão altista em “serviços” ainda é um ponto de atenção que tem sido usado pelo BCB como argumento para se ter perseverança no processo de desinflação do país:   De qualquer forma, há um processo de desinflação no país que não poder ser ignorado. Resta a dúvida de qual será a sua velocidade, de agora em diante, para que as condições para um relaxamento da política monetária sejam iniciadas....

Daily News – Bancos: De volta aos Holofotes!

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Na noite de ontem o First Republic Bank (FRC), um importante banco regional da Califórnia , divulgou seu resultado. Suas ações caem mais de 20% no “pre-market”. O banco anunciou a perda de $100bi em depósitos, uma piora considerável em sua rentabilidade (pois está se financiando em linhas mais caras do Fed) e terá que fazer uma grande reorganização estrutural, com corte de cerca de 25% de sua força de trabalho.   Como forma de reorganizar sua estrutura financeira, o banco terá que adequar seu balanço em termos de ativos e passivos, reduzindo sua atuação em vários setores da economia.   O FRC é o 14º maior banco em tamanho de depósitos dos EUA. Ele já vinha no “olho do furacão” da crise, desde a quebra do SVB. Nas últimas semanas, tínhamos visto uma certa acomodação no humor do mercado em relação a este tema, mas a perda de $100bi de depósitos, de um banco de $200bi de depósitos totais pré-crise, trazem novamente à tona este tema para o mercado.   Ainda não vej...

Daily News – Atualizações & Recomendações

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Os ativos de risco estão abrindo em tom levemente positivo, porém com movimentos tímidos essa manhã, na ausência de novidades relevantes. O próximo grande evento para os mercados será a divulgação do Core CPI nos EUA amanhã, que pode ser determinante para os movimentos de curto-prazo dos ativos de risco.   No Brasil, comentei sobre o mercado de juros, mais a fundo, ontem: https://mercadosglobais.blogspot.com/2023/04/juros-brasil.html .   O BTG Pactual fez um estudo e um resumo interessante sobre o potencial impacto da mudança do ICMS nas ações locais:   O mercado brasileiro de renda variável está apresentando mais um ano de grande dispersão de desempenho entre os setores da bolsa:   Em nossa carta mensal, divulgada ontem, comentamos sobre o Arcabouço Fiscal e nossas sugestões de alocação: https://www.linkedin.com/posts/dan-kawa-78361130_carta-mensal-tag-investimentos-mar23-activity-7051290905302970368-ADyI?utm_source=share&utm_medium=member_deskto...

Juros Brasil

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By Dan Kawa   Enquanto a mídia e os economistas ainda não apresentam consenso em relação ao Arcabouço Fiscal e as críticas ao programa se acumulam (não é o intuito deste texto falar sobre este tema), o mercado de juros futuros no Brasil apresentou forte ancoragem, desde dezembro de 22, com movimento mais acentuado de fechamento de taxas de março até hoje.   Os juros prefixados para janeiro de 2025, que são muito correlacionados com a política monetária de curto-prazo, chegaram a bater 14% e hoje opera abaixo de 12%. Um corte relevante de juros, se iniciando no segundo semestre deste ano, já está precificado na curva de juros local:   As condições de contorno para este movimento são: (1) evidente desaceleração da economia; (2) sinais de restrição do mercado de crédito; (3) melhora na perspectiva de inflação corrente; (4) um arcabouço fiscal que, se está longe de ser perfeito ou a solução de longo-prazo, retira alguns “riscos de cauda” do caminho.   Obviamente, como em...

Mercado de Trabalho Americano

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By Dan Kawa   Os dados do mercado de trabalho americano de março mostraram redução no ritmo de criação de vagas de trabalho, mas ainda ritmo saudável. A Taxa de Desemprego voltou a cair. Há claros sinais de arrefecimento nos rendimentos médios reais, um dos indicadores mais importantes para a política monetária americana.   Os números de hoje não alteram o cenário de curto-prazo. Acredito que os dados de inflação (Core CPI e Core PCE) devem se tornar o foco do mercado nas próximas semanas.   Na minha visão, o cenário, hoje, está dividido entre mais uma alta de juros de 25bps ou manutenção no atual patamar. Não vejo espaço, neste momento, para argumentos a favor de cortes de juros ainda este ano.   O impacto da crise bancária nas condições financeiras e de crédito serão determinantes para determinar o fim (ou não) do ciclo de alta de juros, assim como a taxa terminal que será adotada pelo Fed. De qualquer maneira, acredito que estamos muito próximos do...

Daily News – Da “Inflação” para a “Recessão”

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Os ativos de risco estão abrindo o dia com leve viés negativo, porém com movimentos pouco expressivos, neste momento.   Após quase 1,5 anos em que a Inflação dominou a narrativa de mercado, o Crescimento passou a ser o grande foco dos investidores nos últimos dias. Escrevi um pouco mais sobre isso na noite de ontem, aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1643733504897818626?s=20 .   Dois riscos que precisam ser monitorados no cenário americano e que ainda não me parecem estar definitivamente (ou estruturalmente) endereçados. O primeiro, é a saída de depósitos dos bancos, que já vinha ocorrendo antes da quebra do SVB:   Segundo, o mercado de Commercial Real Estate (CRE) que segue dando sinais preocupantes e pode ter impacto relevante na economia e no setor bancário:   Estes dois vetores devem levar a um aperto adicional das condições de crédito, que já estão em níveis compatíveis com recessões nos EUA:   No mundo, os indicadores também dão ...