Mercados Globais

A despeito de mais uma noite de dinâmica mais negativa para as bolsas da Ásia, estamos abrindo a quarta-feira em tom de relativa estabilidade.   Destaque da noite para a surpresa positiva dos PMI´s da China. Os números mostraram altas robustas, acima das expectativas e espalhadas entre os setores da economia.   O PMI chinês aumenta a probabilidade de que a desaceleração observada no início do ano era apenas uma acomodação do crescimento e não uma mudança de ciclo econômico: Nos EUA, com a o ciclo do vírus em um momento mais ameno e o processo de vacinação ganhando tração e escala – começarão a vacina toda a população adulta nos próximos dias – vemos sinais claros de normalização social e econômica no país: Este pano de fundo econômico apenas confirma minha tese de que o mundo será capaz de superar a pandemia de maneira mais estrutural ao longo deste ano. O processo não será linear e pode ser lento em alguns países, mas ele deve ocorrer.   Isso mantém as principais t

Poucas novidades relevantes no cenário internacional, mas com as tendências recentes sendo reforçadas pela dinâmica de mercado. Destaque para a abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido, com a Treasury de 10 anos nos EUA em novo pico recente de taxa: Movimento de dólar forte no mundo, com EUR abaixo de 1,18: A potencial quebra de um grande Hedge Fund americano (discutido aqui ontem: https://mercadosglobais.blogspot.com/2021/03/daily-news-aversao-risco-ajuste-tecnico.html ) ainda está reverberando no mercado, com enormes perdas para alguns bancos.   Segundo a mídia, o Credit Suisse teria perdido US$7bi, ou 2 anos de lucros, com operações com este cliente/fundo:   CREDIT SUISSE POTENTIAL LOSS ON ARCHEGOS MAY REACH $7 BILLION EQUIVALENT TO TWO YEAR PROFIT - SOURCE A novidade do cenário ficou por conta da reforma ministerial que está sendo promovida no Brasil. Comentei sobre ela aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1376587240348999681?s=20 .   E mesmo ant

Estamos iniciando a semana em tom de aversão a risco, com destaque para mais um ajuste técnico, liderado por movimentações atípicas e de ajuste, no mercado de “hedge funds” internacional.   Segundo a mídia, um grande e alavancado “hedge fund” nos EUA teria sido afetado pela recente queda das ações de tecnologia na China. Devido a sua alavancagem excessiva, as perdas nessas posições levaram a uma chamada de margem que obrigaram o fundo a vender algumas de suas ações “a qualquer preço” na sexta-feira.   Isso levou ações como ViacomCBS a quedas de quase 30% na sexta-feira. No domingo, foi divulgado que bancos como o Nomura e o CS teriam apresentado perdas bilionárias devido as relações com este fundo.   Comentei sobre isso ontem, aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1376245633208696838?s=20 .   E aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1376343890760990722?s=20 .   Por ora, vejo este movimento com técnico e pontual. Pode sim afetar alguns nichos específicos do me

Após uma quinta-feira de dinâmica positiva para os mercados locais, estamos abrindo o último dia da semana em tom positivo. Destaque para a recuperação dos índices de bolsa da Chin, que lideraram as altas na Ásia hoje após uma semana negativa.   No Brasil, ontem, o IPCA-15 ficou dentro das expectativas do mercado e não trouxe informações novas adicionais. A inflação de curto-prazo segue (e seguirá) pressionada até, pelo menos, meados do ano, com um nível de espalhamento maior mostrado pelos núcleos e pelos índices de difusão: O Relatório de Inflação divulgado pelo BCB trouxe poucas novidades relevantes em relação a Ata do Copom. Na entrevista coletiva, contudo, o BCB optou por sinalizar que não está tão otimista com a atividade econômica como havia ficada a impressão na Ata.   Além disso, deixaram claro que esperam uma normalização parcial da Taxa Selic, o que acabou ajudando a dar algum alívio à curva de juros.   Em relação a precificação da curva, comentei sobre isso

Dia de poucas novidades relevantes no cenário, com mercados abrindo de lado. Alguns temas merecem alguma atenção.   No Brasil, seguimos em um ambiente institucional fragilizado. Ontem, o Presidente da Câmara proferiu discurso bastante duro e crítico direcionado ao Executivo. Essa postura por, por um lado, ajudar o país a encontrar um caminho comum e mais moderado ou, por outro lado, pode tensionar ainda mais as relações entre os poderes.   Vale lembrar que o país convive com duas situações dicotômicas, com a pandemia em estágio ainda bastante preocupante e trágica, ao mesmo tempo em que o país avança e acelera seu processo de vacinação. Conviveremos com este ambiente ainda por algumas semanas.   Vale ressaltar que seguimos observando um ambiente de maior fragilidade das bolsas da China, que vêm apresentando quedas relevantes e acentuadas nas últimas semanas. Isso pode ser explicado por (1) uma realização normal de lucros (2) maior interferência governamental em algumas empr

As bolsas dos EUA e Europa estão abrindo em recuperação, a despeito de mais um dia de perdas na China. Continuamos em um ambiente de dólar mais forte no mundo e pressão nas commodities nos últimos dias: No cenário internacional, destaque para os PMI´s da Europa, mostrando forte alta nos indicadores de Manufatura e robusta recuperação em Serviços, mesmo diante de uma situação ainda fragilizada da pandemia na região: No Brasil, duas notícias antagônicas para o ambiente local.   Do lado positivo, Bolsonaro convocou uma apresentação em cadeia nacional e buscou distensionar sua posição quanto a pandemia, tentando mostrar o que o país tem feito para tentar endereçar estruturalmente o problema do vírus, especialmente no tocante as vacinas.   Do lado negativo, o STF julgou o ex-juiz Sergio Moro como parcial nos processo do ex-presidente Lula, o que deve trazer mais uma rodada de incerteza institucional em torno do país, especialmente diante dos investidores internacionais.  

Após uma segunda-feira de otimismo nos mercados, estamos amanhecendo com viés mais negativo. Novamente, os índices de bolsa da China estão liderando o movimento de queda das bolsas globais: Contudo, hoje, grande destaque para o movimento de Dólar forte no mundo, tanto contra moeda de G10 quanto nas emergentes:   Na Europa, com o processo de vacinação ainda lento, novos “lockdowns” estão sendo impostos, o que irá atrapalhar a velocidade e a magnitude da recuperação do crescimento: No Brasil, iremos conviver por algumas semanas com um cenário binário. De um lado, o auge da pandemia sendo atingido, com notícias trágicas. De outro lado, o processo de vacinação ganhando tração, como podemos ver abaixo: Ontem vacinamos mais de 500 mil pessoas, em um recorde diário nacional para esta campanha de vacinação. A tendência é que este número acelere de agora em diante.   Contudo, o país ainda vive um momento de enorme pressão e incerteza. O Presidente vê sua popularidade cair a

Os ativos de risco, em geral, operam perto da estabilidade neste momento. Contudo, todo o foco desta manhã está por conta da Turquia. O Primeiro-Ministro turco, na sexta-feira, demitiu o Presidente do Banco Central do país de forma repentina e abrupta.   O BC turco vinha fazendo um trabalho de ganho de credibilidade e controle da inflação, em um processo de alta das taxas de juros. Após uma alta de 200bps na última reunião, para 19%, o Primeiro-Ministro optou por uma postura agressiva e não ortodoxa, trocando o líder do BC por um nome mais alinhado com suas crenças e convicções.   Com fundamentos já fragilizados em termos de contas externas, sem um fluxo relevante de turistas devido a pandemia e com reservar internacionais baixas, a reação foi de forte desvalorização da moeda, queda da bolsa e alta nas taxas de juros: O problema da Turquia é pontual e localizado. Não vejo semelhanças com outros países. Todavia, no curto-prazo, a forte depreciação dos ativos do país pode lev

A quinta-feira foi marcada por um forte “sell-off” dos ativos de risco, em uma combinação de juros mais altos nos EUA, queda acentuada no preço do Petróleo após dados de estoques ruins, além do receio de uma terceira onda da pandemia na Europa.   De fato, estamos observando uma deterioração na situação de saúde em alguns países da Europa, enquanto o processo de vacinação ainda é lento na região se comparado aos EUA e ao Reino Unido: Quando olhamos a situação Americana vis-à-vis o resto do mundo, fica evidente como o país começa a sair mais rápido da pandemia ao mesmo tempo em que acelera o processo de vacinação: Meu cenário base ainda contempla um curto-prazo de desafios, mas um cenário de recuperação econômica e normalização social ao longo do ano. Em especial, no segundo semestre.   Os desafios de saúde de curto-prazo ainda serão relevantes e não podem ser ignorados, mas devem ser superados a medida que as vacinas ganham tração.   No Brasil, a decisão do Copom fav

Após uma quarta-feira de otimismo com a decisão e comunicação do Fed, estamos abrindo a manhã com o retorno do movimento de abertura de taxa de juros nos EUA, “steepening” da curva e pressão nos ativos mais dependentes de liquidez global abundante.   Os juros de 10 anos nos EUA já superam os 1,70% neste momento. Após a decisão do Fed, comentei sobre possibilidade destes movimentos, a despeito da reação mais positiva de curto-prazo: https://twitter.com/DanKawa2/status/1372265235948703746?s=20 .   Na minha visão, pouca coisa mudou com a sinalização do Fed e, no limite, essa postura mais leniente com a inflação pode até acentuar o movimento de “steepening” da curva de juros e manter as tendências atuais de mercado por mais tempo.   Interessante observar que o maior risco percebido pelo mercado atualmente é a alta na inflação. A postura e sinalização do Fed só tende a aumentar este receio:   No Brasil, o BCB surpreendeu as expectativas do mercado com uma alta de 75bps,

Os mercados estão operando de lado, mas após um começo de semana, no geral, de otimismo. Por ora, prevalece a visão que comentei ontem de otimismo com a recuperação econômica e dos sinais de controle estrutural da pandemia em algumas economias desenvolvidas, em um ambiente de enorme liquidez monetária e fiscal, porém com uma inflação corrente ainda baixa.   Devemos oscilar entre está visão e o risco de uma alta mais rápida e acentuada das taxas de juros no mundo desenvolvido. Contudo, vale lembrar que o S&P costuma apresentar bom desempenho em períodos de altas de juros, a despeito de volatilidades e realizações pontuais: Interessante observar a realização recente das bolsas da Ásia, que liderara a alta dos índices emergentes no ano passado, mas agora mostram sinais de consolidação, abrindo espaço para o bom desempenho de outros países da região: Hoje é dia de reunião do Fed e o mercado espera poucas mudanças vindas de Powell e cia. Vale observar como o mercado já preci