Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2017

All About Tax Reform.

O dia foi marcado pelo final do mês e do trimestre. Assim, fluxos pontuais podem ter exacerbado alguns movimentos de forma pontual. Ao contrário do que eu imaginava, mas por motivos que considero relevantes, o mercado reagiu de maneira diferente, e menos simplória, ao Core PCE nos EUA, do que eu imaginei pela manhã. A despeito de uma alta de 0,1% MoM (abaixo do esperado) em agosto, o noticiário em torno da escolha do novo presidente do Fed e, ainda mais importante, o avanço da agenda legislativa do Congresso, com a elevação da probabilidade de implementação de uma Reforma Tributária, acabaram dando suporte as taxas de juros nos EUA. Ao contrário do cenário do final do ano passado, o cenário atual parece menos propenso a se tornar negativo para algumas classes de ativos, pela ausência de medidas protecionistas mais agressivas. Neste ambiente, o impacto mais direto fica para as taxas de juros nos EUA e suas derivadas, como o USD. De maneira geral, continuo gostando de posiçõ

EUA: Core PCE em Foco.

Desde quinta-feira, os ativos de risco operam sem movimentações relevantes. A agenda de hoje pode ser determinante para a dinâmica de curto-prazo dos mercados financeiros globais, com destaque para o Core PCE e para os indicadores de crescimento nos EUA . Ontem, os dados de Estoques e de Balança Comercial foram positivos, o que levou o mercado a revisar as expectativas de crescimento do 3Q deste ano para o país. Acredito que os ativos de risco podem ter uma reação clássica, e simples, ao Core PCE, que será divulgado hoje as 9h30. Um número abaixo de 0,2% MoM pode trazer de volta o “Goldilocks” aos mercados; um número acima de 0,2% MoM deveria induzir uma aceleração do “Reflation”, com risco de se tornar “Risk-Off”, mesmo que momentaneamente. Um número de 0,2% MoM, pode manter um cenário de “Reflation”, mas com viés positivo, sem grandes rupturas. No Brasil , o resultado fiscal divulgado ontem fiou muito acima das expectativas. Contudo, a melhora é explicada integralmente por

From Reflation to Risk-Off? Depends on the asset class...

Não há mudanças substanciais de cenário econômico nos últimos dias. A perspectiva de normalização monetária em alguns países do G10, impulsionada pelo aumento da probabilidade de uma Reforma Tributária nos EUA, está dando suporte aos yields das Treasuries, ao USD e colocando pressão em algumas classes de ativos, como os Emergentes e algumas commodities. Ainda vejo a possibilidade de continuidade destes movimentos, favorecidos por uma combinação de cenário, posição técnica e “momentum”, mas ainda não vejo a necessidade de rupturas. Em especial, alguns ativos atingiram níveis tecnicamente importantes, que serão testados nos próximos dias, como a Treasury 10 anos no patamar de 2,30% e o BRL no nível de 3,20. O rompimento destes níveis pode acabar caracterizando uma mudança de tendência dos mercados, mesmo que por um período apenas de tempo. Caso estes níveis se mostrem um resistência forte, podemos voltar um pouco do “Reflation” para o “Goldilocks”. EUA –  O Durable Goods Ord

From Goldilocks to Reflation. From Reflation to Risk-Off? Not yet, it seems...

O destaque desta manhã está por conta de mais um movimento de abertura de taxa das Treasuries nos EUA, que está dando suporte ao USD no mundo. O movimento está seguindo o roteiro do “Goldilocks” para o “Reflation”, liderado pelos EUA, que tenho descrito neste fórum a cerca de 3 a 4 semanas. Por ora, o movimento de abertura de taxas de juros e fortalecimento do USD não está gerando uma pressão negativa mais permanente sobre as commodities e as bolsas globais. Este cenário pode persistir, caso os movimentos nos juros e nos USD permaneçam controlados. Este parece ser o cenário base. Contudo, caso os movimentos se tornem mais rápidos e acentuados, o “Reflation” pode acabar, mesmo que momentaneamente, em “Risk-Off”. Neste ambiente, espero a continuidade do movimento de acomodação dos ativos no Brasil, pelo menos no curto-prazo. Nos últimos dias escrevi incessantemente sobre este cenário. Para não soar repetitivo, para aqueles que buscam mais detalhes sobre o tema, podem encontrar a

Reflation!?

A terça-feira foi praticamente sem novidades para o cenário local. O BRL apresentou depreciação em linha com a média de seus pares, a curva de juros teve um dia de desempenho levemente positivo, assim como o Ibovespa. No curto-prazo, acredito que os ativos locais devem continuar com uma correlação maior com os ativos externos, exceto por novidades relevantes no front local. O cenário político é fluído, mas merece atenção. O cenário econômico me parece estável e confortavelmente construtivo, e só sofrerá alteração na eventualidade de algum choque inesperado. Em relação a posição técnica, ainda vejo um processo estrutural de alocação para os ativos locais, especialmente para a bolsa, mas também para a parte longa da curva de juros. Ainda existe espaço, em várias classes de investidores, para este aumento de exposição. Contudo, após uma segunda-feira de piora não muito acentuada dos ativos locais, vimos uma piora não desprezível das cotas dos fundos locais. Isso mostra que a pos

Política Global e Local em Foco.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade neste momento. Destaque apenas para uma leve elevação do dólar no mundo. O pano de fundo econômico permanece relativamente inalterado e construtivo, mas o cenário político global apresenta alguns obstáculos de curto-prazo para a continuidade do bom desempenho dos ativos de risco. Ainda não vejo motivos claros para uma mudança de tendência, mas vejo argumentos para uma acomodação dos mercados financeiros globais no curto-prazo. Entre os obstáculos que existem hoje no mercado, podemos citar a necessidade de negociação para uma coalizão política na Alemanha após as eleições, a disputa interna entre a Espanha e  Catalunha em torno do referendo da região separatista, e a dificuldade do Congresso dos EUA em dar andamento a pauta legislativa. Mais uma vez a proposta de Reforma do Sistema de Saúde parece ter sido preterida pela maioria do Senado. No Brasil , a pauta do Congresso está “trancada” com a tramitação da segund

Ruídos podem trazer acomodação dos ativos de risco.

Ainda estou me inteirando sobre o cenário econômico e político, local e global, dos últimos dias. Por ora, mantenho o que escrevi aqui:  https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/09/update.html Europa/Alemanha -  Deixei de comentar no domingo a noite ( https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/09/eua-e-espanha-em-foco.html ) sobre as eleições na  Alemanha . A despeito da esperada vitória de Angela Merkel, seu partido ficou aquém do esperado nas eleições. Assim, o evento pode ser classificado como uma “vitoriosa derrotada” para Merkel. Uma “grande coalizão” provavelmente não poderá ser realizada. A busca por apoio político poderá deixar o cenário político alemão um pouco mais conturbado no curto-prazo. Acredito que este tipo de evento, na maneira como é estruturada a cadeia política da Alemanha (e de muitos países europeus), trazem ruídos de curto-prazo, mas dificilmente alteram a dinâmica econômica. Já vimos processos parecidos inúmeras vezes na Itália e em outros países

EUA e Espanha em Foco.

O final de semana trouxe algumas notícias que merecem enfoque, mas nada que altere o cenário que descrevi ontem. EUA - A agencia de notícias Axio vazou o que seria o projeto de reforma tributária que esta sendo estudada por um grupo do governo Trump. Segundo a mídia, o plano em estudo estaria aquém daquele defendido por Trump no inicio de seu mandato, mas de qualquer maneira, um projeto bastante ambicioso. Resta saber se existe apoio político para a implementação destas medidas. O mercado precifica hoje muito pouco de qualquer tipo de reforma nesta direção. Do lado negativo, membros do Congresso sinalizaram que talvez não haja apoio para o avanço da reforma do setor de saúde, que vem travando a pauta da agenda legislativa. A situação no pais parece fluida e ainda sem sinais de rupturas ou mudanças de cenário. Europa - A situação entre o Governo da Espanha e a região separatista do País Basco parece estar se deteriorando de maneira mais negativa, e ganhando contornos qu

Update

Após um breve período de folga, é hora de voltar ao batente. Vejo o cenário dos últimos 10 dias da seguinte maneira. Feedbacks são muito bem vindos: Mercados - Os preços dos ativos de risco, em geral, encontram-se nos picos deste ciclo econômico, ou nos picos históricos. A despeito destes níveis, a posição técnica, de forma geral, não parece totalmente comprometida. Podem haver situações de preços "esticados" no curto-prazo, mas o cenário base, e a dinâmica dos ativos de risco, sinalizam que o mais provável, na ausência de novidades relevantes, são realizações de lucro, ou movimentos de acomodação, apenas moderados. Apenas uma novidade muito surpreendente no cenário seria capaz de causar uma piora rápida e acentuada do humor global a risco. Brasil - O Relatório de Inflação confirmou que as previsões do BCB pressupõe a continuidade do ciclo de queda da Taxa Selic, e sua manutenção em patamares baixos no horizonte relevante de tempo. A curva de juros, neste cenário, ai

Parada Técnica

Este espaço fará uma breve parada para férias, mas retorna na última semana de setembro.

Relatório Semanal de Asset Allocation:

Brasil – Copom:  O BCB anunciou um corte de 100bps na Taxa Selic, como era amplamente esperado. O comunicado após a decisão sinalizou um processo gradual de queda da Taxa Selic de agora em diante, dado que já estamos em um estágio avançado deste ciclo de queda de juros. Mantidas as condições atuais, o cenário base parece ser de cortes de 75bps e 50bps nas próximas duas reuniões do Copom, com a possibilidade de algum corte adicional de 25bps após isso. Brasil – Inflação:  Os dados de inflação continuam surpreendendo o mercado positivamente. O IPCA de agosto apresentou alta de 0,19% m/m e 2,46% no acumulado em 12 meses, com o qualitativo bom. O número levou o mercado a mais uma rodada de revisões baixistas para a inflação deste e do próximo ano. Brasil – Político:  Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, acusado pelo MPF e atualmente preso, confessou que teria agido de maneira não republicana em diversos episódios que, supostamente, envolveria

Reflation, here we go...(higher UK CPI). Notas do Copom.

Brasil – Notas do Copom  Notas sem grandes novidades. Bem  dovish , mas em linha com o comunicado. Querem encerrar o ciclo de forma gradual. Não descartam corte de 75bps na segunda reunião a partir de agora, mas cenário base ainda parece ser de cortes de 75bps e 50bps nas próximas duas reuniões do Copom. Interessante que não falam em taxa terminal, fim de ciclo e etc. Dá a impressão que poderiam ir caindo os juros enquanto o cenário permitir.  Em suma, cenário de extensão do ciclo de queda da Taxa Selic, e manutenção dos juros baixos por um tempo relevante. Neste ambiente, acredito que a parte curta da curva de juros ficará bem ancorada, mas já não apresenta um risco/retorno favorável para ganhos de capital. A partir de agora, deveremos ver um movimento mais claro de flattening da curva. Vejo duas oportunidades aqui. Uma, a retirada dos prêmios excessivos de alta de juros a partir de 2018, com a manutenção de uma Taxa Selic mais baixa por um tempo mais prolongado. Isso favoreceria

From Goldilocks to Reflation? [UPDATED]

O destaque desta manhã fica por conta de mais uma rodada de abertura de taxa das Treasuries, nos EUA. Ao contrário de ontem, contudo, até o momento, os demais ativos de risco como as bolsas e o dólar operam sem tendência definidas. Vemos alguma pressão sobre o complexo de commodities. Na noite de ontem, comentei sobre está dinâmica de mercado aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/09/from-goldilocks-to-reflation.html . No Brasil, a mídia está reportando que Polícia Federal (PF) teria um relatório em que vê indícios de atuação ilícita do Presidente Michel Temer no que ficou cunhado pelos meios de comunicação locais como “quadrilha do PMDB na Câmara”. O relatório é preliminar, não implica diretamente em acusação jurídica, mas certamente poderá ser usado pela PGR em uma futura, e próxima, acusação formal ao Presidente Temer e seus aliados. Naturalmente, Temer e o Planalto negam suas atuações, e respondem de forma veemente contra as acusações deste relatório da PF. As acus

From Goldilocks to Reflation?

A despeito da ausência de novidades relevantes no cenário, os ativos de risco operaram em um tom mais clássico de “risk-on”. Desta vez, contudo, as correlações do mercado se mostraram mais claras, com as bolsas em alta, o dólar em alta contra as moedas de G10, e uma abertura de taxa das Treasuries. Na semana passada havia comentado sobre a dicotomia existente entre a dinâmica do dólar e das Treasuries em detrimento as bolsas do país. Hoje, os movimentos me pareceram mais óbvios. De agora em diante, estarei observando em que medida o cenário  Goldilocks  poderá se transformar em um cenário de  Reflation . Os dados mais elevados de inflação de agosto na China, divulgados nesta madrugada, podem ser vistos como precursores destes movimentos. Neste   último, os movimentos são liderados pela abertura de taxa de juros nos países desenvolvidos, o que acaba gerando alguma pressão, mesmo que pontual, sobre ativos mais dependentes de juros baixos, como é o caso dos ativos emergentes e do Bra

"Risk-On". Furacões em Foco. Inflação na agenda Americana.

Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom positivo, com claro viés de “risk-on”. A ausência de desenvolvimentos relevantes no campo geopolítico, aliado a um pano de fundo econômico positivo, está dando suporte aos ativos de risco nesta manhã. Ontem, comentei sobre este tema aqui:  https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/09/sem-novidades-relevantes-atencao.html . Na semana passada, já havia escrito sobre o pano de fundo global no link a seguir:  https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/09/goldilocks-are-back.html . A agenda do dia será relativamente esvaziada, mas ao longo da semana o destaque ficará por conta dos dados de inflação nos EUA e para as Notas do Copom no Brasil. Com os dados de atividade econômicas globais saudáveis, um mercado de trabalho em franca recuperação nas principais economias do mundo, a inflação baixa no mundo parece o último “conundrum” do cenário. Em relação aos Furacões que atingiram os EUA nas últimas semanas, são sem dúvida algum

Sem novidades relevantes. Atenção à dinâmica dos ativos de risco

Na sexta-feira, a agenda econômica foi esvaziada. Assim, o destaque ficou por conta, apenas, para a dinâmica dos ativos de risco. Chamou a atenção a realização de lucros, e reversão (até o momento pontual) da trajetória de alguns ativos. Ainda me parece cedo para afirmar que estamos diante de uma reversão de tendência ou de uma realização de lucros mais acentuada, mas vale manter uma atenção sobre estes pontos. Por ora, não vejo mudanças de fundamentos que justifiquem movimentos de reversão maiores, mas os níveis de preço e os movimentos, em muitos casos acentuados, dos últimos meses, podem ter deixado a posição técnica momentaneamente prejudica e favorecer movimentos de acomodação. Dois exemplos podem ser citados aqui. Primeiro, a forte queda do Cobre, que caiu mais de 3% na sexta-feira. Segundo, a reversão da tendência de apreciação do CNH, moeda da China, após o pais anunciar um corte de 20% para 0% nos Reveserve Requirements sobre operações de FX Fowards. A agenda econômica