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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Realização de Lucros.

Tivemos mais um dia de realização de lucros dos mercados financeiros globais, em um movimento mais clássico e coordenado de “risk-off”. O mesmo comentário feito na tarde de ontem, em que as expectativas em torno da política econômica de Trump estão sendo decepcionadas, é valido para explicar os movimentos de hoje: A ausência de um plano econômico concreto, aliado a demora no avanço “repeal and replace” para o “Obama Care”   estão colocando um ponto de interrogação grande no mercado. Além disso, o mercado tem tido uma leitura mais   dovish   em relação as últimas sinalizações do Fed, o que está ajudando a conter o movimento das taxas de juros e mantendo o dólar em uma leve tendência de baixa. O que mudou hoje, contudo, foi que o risco político proveniente da Europa começou a entrar nesta “equação” menos construtiva para o curto-prazo, o que trouxe este tom mais negativo, com um movimento mais clássico de aversão ao risco, com queda das bolsas, fechamento de taxa de juros no mun

Brasil: Ruídos políticos.

Os ativos de risco estão operando com um leve viés negativo esta manhã, mas sem novidades relevantes para o cenário. A agenda econômica do dia será esvaziada. As atenções, neste momento, estão voltadas para o discurso de Trump no Congresso na semana que vem, além de uma agenda mais carregada de indicadores econômicos nos EUA. A agenda de dados da semana que vem podem retomar as expectativas de uma possível alta de juros, mais cedo do que tarde, ou reforçar a queda nas expectativas de uma alta de juros por parte do Fed já em março. No Brasil, o colunista Lauro Jardim, do O Globo, trouxe uma entrevista com um ex aliado, e assessor de longa data de Michel Temer, já citado na Operação Lava-Jato e afastado do Governo. Ele confirma que foi utilizado por outros personagens supostamente envolvidos no escândalo como mula para carregar recursos potencialmente ilícitos. A entrevista confirma o que teria sido reportado pela delação premiada da Odebrecht. No Congresso, Temer precisa ap

Mercados questionam Trump.

O dia foi de divulgação de poucos dados econômicos. O destaque ficou por conta de rumores de que o prometido pacote econômico de Trump nos EUA, em especial a parcela relativa a um plano de infraestrutura, poderia ser adiada para 2018. A ausência de um plano econômico concreto, aliado a demora no avanço “ repeal and replace ” para o “ Obama Care” estão colocando um ponto de interrogação grande no mercado. Além disso, o mercado tem tido uma leitura mais dovish em relação as últimas sinalizações do Fed, o que está ajudando a conter o movimento das taxas de juros e mantendo o dólar em uma leve tendência de baixa. Eu continuo a ver uma economia muita próxima ao pleno emprego, com o hiato do produto praticamente fechado. Acredito que o Fed irá agir com cautela na normalização monetária (alta de juros), mas estão crescendo os riscos de uma aceleração no processo inflacionário. Uma possível agenda econômica mais agressiva por parte de Trump só iria atuar para acelerar este processo.

Copom em Foco.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, ainda digerindo as Minutas do FOMC divulgadas na tarde de ontem. No Brasil , o Copom anunciou uma esperada queda de 75bps na Taxa Selix, como era amplamente esperado. O comunicado da decisão, contudo, abriu uma janela para um eventual corte mais acentuado nas próximas reuniões, caso o cenário de inflação e crescimento permita tal estratégia. A decisão está em linha com o que escrevi neste fórum as vésperas da reunião: Espero que o BCB mantenha o ritmo de corte de 75bps da Taxa Selic, com a possível sinalização de que o ciclo possa se estender de maneira prolongada caso o cenário permita tal estratégia. Como trabalhamos com uma inflação abaixo do centro da meta para este ano, e uma recuperação extremamente lenta e gradual do crescimento, acreditamos que haja espaço para a continuidade do ciclo de corte de juros ao longo de 2017 e, provavelmente, adentrando 2018. Diante deste comunicado do BCB, é natural supor que a cu

IPCA15, FOMC e França.

A quarta-feira foi marcada por algumas importantes divulgações, e ainda teremos a decisão do Copom, no Brasil, no começo da noite. Vamos aos principais eventos do dia. Brasil – o IPCA-15 de fevereiro ficou levemente (4bps) acima das expectativas. A despeito da surpresa negativa (altista) o número não altera de forma significativa o cenário favorável para a inflação no país. Como nossa área econômica mostra abaixo, o qualitativo do indicador continua mostrando um quadro de forte desinflação. De maneira geral, o IPCA-15 reforça as expectativas para um corte de 75bps na Taxa Selic. De acordo com nossa área econômica: O IPCA como um todo rodando bem abaixo da meta na média móvel trimestral anualizada (dessaz). O índice de difusão (% dos subitens em alta) em um patamar baixo (após ajuste sazonal), em 53,9% (vs. média histórica 62,8%); A porção de bens rondando em deflação na média móvel trimestral anualizada dessaz (-2%); O segmento de bens (ex alimentos) – produtos industriais) ro

Reforma da Previdência, Copom e FOMC.

Os ativos de risco estão abrindo a quarta-feira sem movimentações relevantes. A agenda do dia será relativamente esvaziada no externo, com grande destaque ao IPCA-15 e a decisão do Copom no Brasil. Espero que o BCB mantenha o ritmo de corte de 75bps da Taxa Selic, com a possível sinalização de que o ciclo possa se estender de maneira prolongada caso o cenário permita tal estratégia. Como trabalhamos com uma inflação abaixo do centro da meta para este ano, e uma recuperação extremamente lenta e gradual do crescimento, acreditamos que haja espaço para a continuidade do ciclo de corte de juros ao longo de 2017 e, provavelmente, adentrando 2018. No campo político, a mídia continua especulando em torno da possibilidade de oposição a Reforma da Previdência. Acho natural e, até mesmo, esperado, este tipo de ruído à medida que a Reforma avança na comissão do Congresso. Faz parte do processo democrático este tipo debate. Espero que algumas alterações ocorram no texto original apresenta

More of the same!

Os ativos de risco mantiveram basicamente os movimentos verificados pela manhã, exceto por um “pullback” das Treasuries, após a divulgação dos Markits PMIs nos EUA abaixos das expectativas do mercado, em movimento oposto ao verificado na Europa (já comentado neste fórum hoje cedo). O Markit US Manufacturing PMI saiu de 55,5 para 54,3 pontos, abaixo das expectativas de 55,3 pontos. O Markit US Services PMI passou de 55,6 para 53,9 pontos, abaixo das expectativas de 55,8 pontos. A despeito deste arrefecimento, ambos se mantiveram em patamares considerados saudáveis, condizentes com um crescimento relativamente estável da economia. Os membros do Fed continuam sinalizando para o cenário de 3 altas de 25bps nos Fed Funds ao longo deste ano, mesmo que ainda não incorporando um cenário de incentivos tributários e fiscais nos próximos meses, uma grande promessa de Trump a ser divulgada nas próximas semanas. Trabalho com um cenário de continuidade do processo de normalização monetá

Reflation gaining momentum again!

Os ativos de risco estão retomando a trajetória de “ Reflation ” que foi regra no final de 2016. Neste momento, observamos um movimento coordenado de fortalecimento do dólar, abertura de taxa de juros no mundo desenvolvidos com as bolsas e as commodities bem suportadas ao redor do mundo. Na agenda do dia, destaque para os Flash PMIs nos EUA. Na Área do Euro, o Markit PMI Manufacturing saiu de 55,2 para 55,5 pontos, acima das expectativas de 55,0 em fevereiro. O Markit PMI Services subiu de 53,7 para 55,6 pontos, muito acima das expectativas de 53,7 pontos. Os números de hoje reforçam o cenário de recuperação da economia global, dando ímpeto ao ambiente de “ Reflation ” que vinha sendo regra no final de 2016, mas que havia perdido um pouco de  momentum  com as incertezas que passaram a dominar a implementação da política econômica do governo Trump. No Brasil, o noticiário continua esvaziado. Na segunda-feira, a pesquisa Focus, realizada pelo BCB, mostrou as expectativas

Relatório Semanal de Asset Allocation.

A última semana foi marcada pela divulgação de indicadores de atividade econômica no Brasil, com destaque para as vendas no varejo de dezembro e para o IBC-Br – uma espécie de PIB mensal compilado pelo Banco Central. Os números são consistentes com um crescimento ainda pressionado, com sinais apenas incipientes de recuperação da economia. Para efeitos de projeção de PIB do 4T16, a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) não trouxe novidade. Na leitura mensal, os segmentos de “supermercados”, “móveis e eletrodomésticos” foram destaques negativos. No varejo ampliado, construção e veículos tiveram bom desempenho. A nossa proxy de consumo tem mostrado menor contração ano contra ano (-2,6% a/a em dezembro). Os fundamentos para as vendas no varejo (massa salarial, crédito, confiança) permanecem sugerindo um quadro de fraqueza para o setor. Por outro lado, a desaceleração do deflator implícito atenua os vetores negativos. O IBC-Br ficou abaixo do esperado (-1,82%a/a vs. expectativa de -1,65%a/

Update II.

Os ativos de risco estão abrindo próximos a estabilidade, apenas com leve viés otimista. O dia será de feriado nos EUA e, consequentemente, de agenda esvaziada. No final de semana, os desdobramentos da campanha eleitoral na França afastaram os candidatos Macron e Hamon, o que é visto pelo mercado como um ceto alívio, já que a possível aliança entre os dois elevariam as chances de uma vitória de Le Pen, além de criar um cenário alternativo de vitória da dupla que traria novas incertezas ao quadro político do país. No Japão , as exportações de janeiro apresentaram uma surpreendente queda real de 1,1% MoM. O número, contudo, pode estar sendo distorcido pelo Ano Novo Lunar e precisa ser avaliado nos próximos meses para conclusões mais concretas.

Update.

O final de semana foi, até o momento, de poucas novidades para o cenário. No Brasil , os jornais continuam especulando em torno de nomes de possíveis envolvidos na Operação Lava-Jato mas, até agora, sem nenhuma novidade concreta que possa abalar a agenda de reformas econômicas. O país continua em um cenário de inflação cadente e crescimento pressionado, o que deverá dar impulso a um ciclo longo e agressivo de queda de taxa de juros. As contas externas continuam apresentando um quadro bastante saudável, com investimentos estrangeiros diretos abundantes, uma balança comercial saudável e um déficit em transações correntes controlado. As contas públicas ainda são uma fonte de preocupação, que torna imperativo a aprovação de novas medidas de ajuste fiscal. Na China , o “Monetary Report” do 4Q confirmou a postura mais hawkish (dura, apertada) por parte do PBoC. Segundo a Goldman Sachs: The Q4 monetary policy report released over the weekend calls for “stable and neutral” monetar

Brasil: Novos ruídos em torno da Reforma da Previdência.

Os ativos de risco operam próximos a estabilidade, sem novidades relevantes durante a noite. A agenda desta sexta-feira será esvaziada. No Brasil, destaque apenas para mais um artigo do Estado de São Paulo afirmando que a Reforma da Previdência enfrente obstáculos mesmo dentro da base aliada. Eu reforço meus argumentos dos últimos dias. À medida que o tempo passa, o debate em torno da Reforma se intensifica. É natural do processo democrático que haja negociação em torno da proposta do Governo. O importante, neste momento, é analisar se a essência do texto não será alterada. Ainda trabalho com um cenário de que a uma Reforma da Previdência saudável será aprovada, a despeito de ruídos pontuais. Segundo o artigo do jornal: A base aliada do governo Michel Temer começa a dar sinais de que não está totalmente coesa na reforma da Previdência. Em apenas três encontros da comissão especial, deputados de partidos governistas já mostraram que não estão tão dispostos a defender

Realização de lucros.

Os ativos de risco, locais e externos, apresentaram hoje um movimento clássico de realização de lucros. Os dados econômicos divulgados hoje reforçaram um quadro de sólido crescimento da economia dos EUA , com o Philly Fed subindo de 23,6 para 43,3 pontos em janeiro, muito acima das expectativas de 18,0 e o maior nível em décadas. No Brasil , O IBC-Br, que apresentou queda de 0,26% MoM e -1,82% YoY em dezembro confirmou um quadro ainda de fraqueza da economia, e uma recuperação que promete ser lenta e gradual. Os eventos recentes ratificam o cenário econômico que venho descrevendo neste fórum há alguns meses, mas a dinâmica do mercado, até o momento, não corrobora este cenário. Este ambiente gera desconforto, e precisa ser analisado com cuidado. A posição técnica pode explicar parte desta perda de tração, mas as teses de investimento podem não estar representando da maneira correta o acerto do cenário econômico. Esperaria ver uma curva de juros com taxas mais abertas nos EU

Update.

A noite foi tranquila e de poucas novidades ao cenário. O mercado mostra alguma acomodação do movimento de abertura de taxa de juros nos EUA, o que está ajudando (ainda mais) ao movimento de fraqueza no dólar. As bolsas operam próximas a estabilidade. Na agenda do dia, destaque para o Jobless Claims nos EUA. Estou surpreso como os ativos de risco estão digerindo de maneira bastante tranquila o cenário claro de fechamento do hiato do produto dos EUA e a necessidade de um ciclo de alta de juros mais acentuado no país. A posição técnica pode explicar parte deste movimento.

US: No more slack!

O dia foi marcado por mais uma bateria de dados econômicos positivos nos EUA . Destaque especial para o Core CPI, que apresentou alta de 0,3% MoM e 2,3% YoY em janeiro, acima das expectativas do mercado. O Retail Sales também surpreendeu positivamente as expectativas, mostrando um quadro de robustez da economia e, em especial, do consumo. A queda da produção industrial no mês, o único número menos positivos divulgado hoje, foi em grande parte explicado pelo volátil grupo de “ utilities ”. Mesmo correndo o risco de soar repetitivo, reforço minhas convicções. No início do ano, o mercado vinha perdendo confiança na agenda econômica do novo presidente dos EUA. A simples sinalização, nos últimos dias, de que seu plano de governo continua sendo desenhado na linha do que foi apresentado na campanha eleitoral, com reforma tributária e incentivos fiscais, foi o suficiente para dar sustentação ao mercado acionário do país, promover uma abertura de taxa de juros e dar algum suporte ao dólar,

Brasil: Ruídos em torno da Reforma da Previdência.

Os ativos de risco estão abrindo o dia próximos a estabilidade, sem tendências definidas claras. A agenda trará como destaque o Core CPI e o Retail Sales nos EUA . No Brasil , um artigo do Estado de São Paulo afirma que a Câmara já articula mudanças na Reforma da Previdência. Eu reforço meus argumentos dos últimos dias. À medida que o tempo passa, o debate em torno da Reforma se intensifica. É natural do processo democrático que haja negociações em torno da proposta do Governo. O importante, neste momento, é analisar se a essência do texto não será alterada. Ainda trabalho com um cenário de que a uma Reforma da Previdência saudável será aprovada, a despeito de ruídos pontuais. Segundo o Estadão: Apesar do tom dramático de membros do governo contra a flexibilização da reforma da Previdência, uma emenda que será apresentada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, já tem o apoio de mais de 250 parlamentares e mexe com pontos centrais da proposta, co

Fed: Near the dual mandate.

O discurso de Yellen ao Congresso dos EUA manteve o mesmo tom de suas últimas declarações. De maneira geral, Yellen continuou afirmando que, caso o cenário econômico permanece inalterado, a continuidade do processo de alta de juros será necessária. Esta sinalização é sempre pontuada pelos riscos inerentes ao cenário. Para este ano, contudo, eu vejo os riscos mais na direção de altas adicionais de juros, do que riscos para movimentos mais comedidos do que as 2 altas de 25bps precificadas na curva neste momento. Acredito que a nova administração liderada por Trump irá efetivar uma ampla Reforma Tributária, além de estímulos fiscais, que deverão ser positivos para o crescimento e, consequentemente, altistas para a inflação, visto que a economia parece estar próxima ao pleno emprego, com o hiato do produto praticamente fechado. Minha interpretação do discurso de Yellen é de que foi um discurso realista, em linha com o cenário que tenho desenhando neste fórum há alguns meses, mas t

China Reflating!

O destaque da noite ficou por conta dos dados de inflação na China . O CPI passou de 2,1% YoY para 2,5% YoY, acima das expectativas de 2,4% YoY. O PPI subiu de 5,5% YoY para 6,9% YoY, também acima das expectativas. Os números de hoje reforçam a postura mais restritiva que vem sendo adotada pelo PBoC nos últimos meses e vão de encontro ao cenário de “reflation” no mundo desenvolvido. Na Alemanha , o PIB do 4Q ficou abaixo do esperado, com alta de 0,4% QoQ e 1,7% YoY. Ainda hoje, teremos a divulgação do PIB fechado da Área do Euro. A agenda do dia será extremamente importante, com o PPI nos EUA e a aparição de Yellen – presidente do Fed – no Congresso dos EUA. No Brasil , um longo artigo no jornal O Globo debate as possíveis alterações na Reforma da Previdência. Acredito que este debate esteja dentro do cronograma, e faça parte do processo democrático. O importante, contudo, é ter a certeza de que a Reforma será aprovada sem alterações relevantes em sua essência. Se mudanças

No news is good news? It seems so..."Reflation is Back!".

Os ativos de risco basicamente retomaram a tendência de “reflation” que virou regra após a eleição de Trump, e havia passado por um período de consolidação. Os dados econômicos globais continuam robustos, e a equipe de Trump tratou de sinalizar que estão trabalhando em uma ampla reforma tributária, que será anunciada dentro de algumas semanas. Esta sinalização foi o principal vetor de estímulo a retomada destas tendências. Os próximos 2 dias serão extremamente importantes, com Yellen – presidente do Fed – agendada para um discurso no Congresso, além dos dados de inflação, PPI e Core CPI, na agenda de terça e quarta-feira, respectivamente, nos EUA. No Brasil, o destaque ficou por conta do recuo das expectativas de inflação na pesquisa Focus, que estão ajudando a dar suporte a taxas de juros mais baixas, e a uma compressão de volatilidade dos ativos locais.