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Mostrando postagens de agosto, 2015

Update

Brasil - A segunda-feira foi de sangria para os ativos brasileiros, em uma reação clássica de aversão a risco diante de mais uma decepção no campo do ajuste das contas públicas. O orçamento para 2016 foi confirmado com previsão de déficit de 0,5% do PIB, muito aquém de uma meta recentemente revisada de superávit primário de 0,7% do PIB. O governo, com ações como essa, perda credibilidade a passos largos. No curto-prazo, não há sinais de uma reversão deste quadro político instável e de um cenário econômico extremamente desafiador. Umas das únicas saídas para a situação atual do país é o governo caminhar em direção ao Congresso, buscando uma aproximação em prol de um objetivo único de ajustar a economia do país. Em meio a Operação Lava-Jato e as incertezas de quem estará imune as investigações, e aqueles que serão investigados, este caminho se mostra a cada vez mais difícil de ser trilhado. Enquanto isso, a economia caminha na direção de uma forte contração este ano. O Índice de Con

BRasil: Déficit fiscal em 2016. A perda do Grau de Investimento está mais próxima.

Os ativos de risco estão iniciando a semana com leve viés de aversão a risco. Na reunião dos Bancos Centrais em Jackson Hole, promovida pelo Fed nos EUA no final de semana, não houve uma demonstração mais clara e agressiva da necessidade de alterar o plano de voo dos principais bancos centrais ao redor do mundo. Assim, ficou a impressão de que o Fed ainda poderá elevar sua taxa de juros no curto-prazo, o que retirou algum suporte dos ativos de risco neste começo de semana. Na agenda do dia, destaque para o Chicago PMI nos EUA. A agenda no Brasil será esvaziada, com destaque para a divulgação do Orçamento para 2016. Brasil – De acordo com a mídia, o governo decidiu enviar uma proposta de orçamento para 2016 com déficit fiscal primária da ordem de R$25 a R$35 bilhões, após a desastrada tentativa de reviver a CPMF. Eu espero mais uma rodada de reação negativa dos ativos locais após mais um sinal de extrema dificuldade em promover o ajuste das contas públicas do país. O quadro

Algumas reflexões.

Brasil – O quadro político local continua instável. Em novas incursões na mídia, o PMDB parece ter abandonado, quase que definitivamente, o apoio incondicional ao atual governo. Após um desastrado balão de ensaio durante a semana, o governo parece ter abandonado a ideia de retornar com a CPMF. Contudo, o orçamento para 2016 parece apresentar um “rombo” de R$130 bilhões que, por hora, não se sabe ao certo como será compensado. Em suma, o quadro político local apresenta piora a cada novo dia, enquanto o ajuste econômico se mostra de difícil implementação, especialmente no tocante as contas públicas. Neste ambiente, a despeito de melhoras pontuais, em muito lideradas pelo cenário externo e por ajustes de posições, os ativos brasileiros devem manter uma tendência negativa, com alta volatilidade e sem sinais consistentes de uma recuperação mais estrutural. Externo – O final de semana foi de poucas novidades relevantes até o momento, exceto pelo anuncio de medidas pontuais na Turqui

Update

Os ativos de risco parecem estar digerindo uma semana extremamente volátil e incerta. Os preços atingiram um patamar de equilíbrio muito mais elevado do que no pior momento da semana, mas ainda há sinais claros de instabilidade. A dinâmica do mercado ainda se mostra bastante técnica (como a alta de cerca de 17% do petróleo em dois dias). Na ausência de novidades relevantes no cenário, poderemos sair de uma dinâmica de “ risk-on, risk-off ” para um caminho em que a diferenciação poderá ser o grande tónica dos mercados. Assim, precisamos diferenciar os países e regiões que encontram-se realmente saudáveis, e poderão passar por este cenário de incerteza de maneira mais suave, daqueles países e regiões em que os fundamentos são frágeis, e apenas reformas estruturais, que demandam tempo, serão capazes de reverter um quadro econômico mais negativo. No primeiro caso, eu classificaria os EUA e a Europa , onde “ajustes finos” no tocante a política monetária seriam suficientes para lidar c

Leve risk-off...

Em uma noite de poucas novidades no cenário, e de agenda esvaziada na Ásia e na Europa, os ativos de risco estão apenas devolvendo pequena parte dos ganhos verificados nos últimos dias. A agenda do dia será relevante, com destaque para o Personal Income e Personal Spending nos EUA assim como o Michigan Confidence. No Brasil, teremos o PIB do 2Q e os dados fiscais fechados de julho. Brasil –  Na tarde de ontem foi divulgado o resultado fiscal do Governo Central, mostrando nova decepção no tocante ao ajuste das contas públicas. Segundo a Área Econômica da Icatu Vanguarda,  há um risco relevante do resultado primário do governo central ser pior que o de 2014 (de déficit de R$17,2 bilhões); A dinâmica de receitas e gastos continua ruim, com gastos crescendo mais rapidamente que receitas; O déficit primário acumulado no ano é de 0,3% do PIB. Vale lembrar a sazonalidade dos resultados que piora à medida que o ano passa; Além disso, o pagamento de precatórios e sentenças judiciais foi

Risk-on

Os ativos de risco tiveram uma quinta-feira de melhora acentuada. A recente sinalização de alguns bancos centrais, aliada a dados de atividade mais positivos nos EUA e na Europa, foram vetores determinantes para a estabilização dos mercados financeiros globais. Comentamos no início da semana que, neste momento, precisamos diferenciar os países e regiões que encontram-se realmente saudáveis, e poderão passar por este cenário de incerteza de maneira mais suave, daqueles países e regiões em que os fundamentos são frágeis, e apenas reformas estruturais, que demandam tempo, serão capazes de reverter um quadro econômico mais negativo. No primeiro caso, eu classificaria os EUA e a Europa , onde “ajustes finos” no tocante a política monetária seriam suficientes para lidar com um ambiente de aperto das condições financeiras. Na China, e em parte do mundo emergente, contudo, a atual crise deve se prolongar por um período um pouco mais extenso. Os problemas econômicos e políticos são mais g

Em entram na briga pela estabilização dos mercados.

Hoje pela manhã comentei que os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento de recuperação verificado na tarde de ontem. A despeito da ausência de mudança substancial de cenário, a dinâmica do mercado já se mostra mais saudável. A partir de agora, é necessário observarmos uma queda de volatilidade para podermos ter certeza de que o pior deste período já tenha ficado definitivamente para atrás. Eu continuo vendo um cenário saudável para os EUA e a Europa e, consequentemente, para os ativos ligados a estas duas regiões. Contudo, ainda acredito na necessidade de medidas estruturais mais incisivas para trazer uma estabilidade mais permanente na China e nos países emergentes em geral. A Indonésia parece ter sido o primeiro país a tentar combater o atual período de turbulência com medidas ortodoxas e mais estruturais com o intuito de estimular sua economia. A Indonésia anunciou um pacote mais estrutural de reformas, visando atrais investimentos estrangeiros. Me parece um camin

Dinâmica mais positiva dos ativos de risco.

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento de recuperação verificado na tarde de ontem. A despeito da ausência de mudança substancial de cenário, a dinâmica do mercado já se mostra mais saudável. A partir de agora, é necessário observarmos uma queda de volatilidade para podermos ter certeza de que o pior deste período já tenha ficado definitivamente para atrás. Eu continuo vendo um cenário saudável para os EUA e a Europa e, consequentemente, para os ativos ligados a estas duas regiões. Contudo, ainda acredito na necessidade de medidas estruturais mais incisivas para trazer uma estabilidade mais permanente na China e nos países emergentes em geral. Na agenda do dia, destaque para a revisão do PIB e o Jobless Claims nos EUA. No Brasil, a agenda será esvaziada. Brasil –  Duas matérias do Valor merecem destaque (vide manchetes abaixo). Nenhuma delas traz informações novas, mas confirmam a dificuldade em promover o ajuste fiscal no país: ·           A dificuldade

Os bancos centrais começam a reagir.

Os sinais de fragilidade dos ativos de risco ainda são inequívocos, com a dinâmica de mercado a grosso modo ainda extremamente negativa e preocupante. Contudo, já vemos alguns sinais mais construtivos partindo dos bancos centrais. Acredito que as intervenções verbais, até o momento, são positivas porém insuficientes para frear definitivamente a piora do humor global a risco. Medidas mais claras, concretas e efetivas serão necessárias para evitar rodadas adicionais de deterioração dos ativos de risco, em especial na China e nos demais países emergentes. Após a queda de juros e de compulsório na China , anunciadas na manhã de ontem, o economista chefe do ECB, na Europa , declarou que: ·          “Recent developments in the world economy and in commodity markets have increased the downside risk of achieving the sustainable inflation path towards 2 percent,” Praet told reporters in Mannheim, Germany. “There should be no ambiguity on the willingness and ability of the Governing Cou

Relief Rally

Os ativos de risco tiveram uma terça-feira de recuperação, em um misto de melhora de humor após o anuncio de corte de juros e compulsório na China, e um “rebote” ( rebound ) natural do mercado após uma sequência de dias negativos. Na minha visão, as medidas anunciadas na China são positivas e deveriam trazer algum tipo de suporte ao mercado. Contudo, acredito que ainda existem sinais inequívocos de fragilidade ao redor do mundo, o que manterá a volatilidade elevada por um período de tempo mais prolongado. Acredito que, neste momento, precisamos diferenciar os países e regiões que encontram-se realmente saudáveis, e poderão passar por este cenário de incerteza de maneira mais suave, daqueles países e regiões em que os fundamentos são frágeis, e apenas reformas estruturais, que demandam tempo, serão capazes de reverter um quadro econômico mais negativo. No primeiro caso, eu classificaria os EUA e a Europa, onde “ajustes finos” no tocante a política monetária seriam suficientes para

Bancos Centrais começam a se mexer.

We believe markets stop panicking when central banks panic. (From ML) China – O PBoC anunciou um corte assimétrico de compulsório (RRR) e de juros no país. Estes cortes eram esperados, e a magnitude do movimento pode ser classificada como moderada e dentro das expectativas. Por um lado, a reação do PBoC, de maneira clássica porém reativa, mostra um governo disposto a atuar para evitar rodadas adicionais de deterioração da economia. Por outro lado, as medidas ainda se mostram um tanto quanto tímidas. De qualquer maneira, acredito que estes cortes devem ser lidos como positivos, mas talvez insuficientes pelos mercados. Novas medidas de estabilização podem, e devem, ser utilizadas ao longo dos próximos meses. Europa – Na mesma direção das medidas da China, o membro do ECB Constancio declarou a pouco: * “I am confident that full implementation of the private and public sector asset purchase programs, as announced, will lead to a sustained return of inflation rates toward level

Relief Rally

A despeito de mais um dia de forte pressão sobre as bolsas da China , que caíram mais de 7% nesta terça-feira, os demais ativos de risco ao redor do mundo estão apresentando o que podemos chamar de “ relief rally ”, ou uma melhora rápida e acentuada dentro de um processo que ainda me parece ser mais negativo do que positivo. Ainda acho cedo para celebrar uma vitória diante dos desafios ao redor do mundo, mas os mercado haviam ficados excessivamente pressionados nos últimos dias e um movimento como o de hoje me parece natural e saudável. De qualquer maneira, ainda vejo sinais claros de fragilidade nos ativos de risco, o que deve manter a volatilidade elevada e favorecer novas rodadas de “ risk-off ” no futuro não muito distante. A agenda do dia será mais agitada. Dados sinalizando uma economia norte americana ainda saudável podem vir a ajudar no humor dos mercados globais, apesar de não serem um vetor determinante para reverter completamente a direção dos mercados. Os problemas da

Update

Na ausência de dados econômicos relevantes, os ativos de risco mantiveram-se focados em um quadro técnico claramente comprometido. Assim, a segunda-feira foi de sell-off rápido, acentuado e generalizado dos ativos de risco. Eu não acredito que o mercado será capaz de se estabilizar por conta própria. O mercado ficou viciado em estímulos, e será necessária uma rodada conjunta e agressiva de medidas para trazer uma maior racionalidade aos ativos de risco. A notícia boa é que podemos estar próximos deste ponto. O lado negativo, contudo, é que o poder de fogo dos bancos centrais hoje é menor do que no passado e, em algumas regiões (na China em especial) a situação econômica encontra-se muito mais desafiadora do que no passado recente. Brasil – Além do cenário externo calamitoso, o fluxo de notícias locais também é negativo, com um quadro político de incerteza complicando ainda mais o cenário econômico. China – Todas as atenções estão voltadas para o país. É impreterível que m

Risk-Off

Na ausência de medidas de suporte a economia mundial e aos mercados financeiros globais no final de semana, os ativos de risco estão abrindo a semana sobre forte pressão. As bolsas da China caíram em torno de 8%, as bolsas da Europa caem mais 3% essa manhã, com as bolsas norte americanas caindo mais de 1,5% neste momento. O dólar no mundo aprecia entre 0,5% a 3,5%, de acordo com o par de moedas que olharmos. As moedas consideradas funding , como EUR e JPY, apreciam em torno de 1%. As  commodities  seguem sobre pressão, com o petróleo, por exemplo, caindo 3% e abaixo de US$40 (WTI). OS ativos dos países emergentes, assim, continuam extremamente pressionados (bolsas, moedas, juros locais e crédito).  Em suma, mais uma rodada de  sell-off  rápido e acentuado dos ativos de risco.     A agenda do dia será esvaziada, o que manterá o foco sobre a dinâmica de preços. Estou começando a achar que esta aversão a risco foi “ too far, too fast ” mas entendo que iremos precisar, no mínimo, de