Grécia e Petróleo
O aumento do ruído em torno de uma
possível saída da Grécia da Área do Euro, somado a mais um dia de forte
queda no preço do petróleo, acabaram trazendo um movimento clássico e
mais generalizado de “risk-off” para aos ativos de risco ao redor do
mundo. Bolsas em queda, fechamento de taxa de juros no mundo desenvolvido, commodities
metálicas em queda, mas metais preciosos em alta e USD forte ditaram a dinâmica
do dia.
A agenda desta terça-feira será um
pouco mais agitada, com destaque para o ISM Non-Manufacturing nos EUA.
Acredito que estamos no meio de um
mais um processo de ajuste de preços e posições a uma nova realidade, com
riscos crescentes provenientes da Europa e uma incerteza imensa de até onde o
petróleo pode cair. A Rússia continua sendo o principal condutor de contágio da
queda no preço do petróleo para o resto do mundo, com o RUB apresentando
depreciação de 4% hoje. Acho que este movimento se provará, mais uma vez,
apenas um ruído pontual, mas ainda poderemos ter alguns dias de incerteza,
pressão e novas rodadas negativas para os ativos de risco.
Brasil – Joaquim Levy
tomou posse oficialmente como Ministro da Fazenda. Seu discurso manteve as
diretrizes positivas que já vinham sendo sinalizadas a algum tempo. A
segunda-feira foi de depreciação do BRL, seguindo o humor global a risco em
torno do USD. O mercado de juros apresentou desempenho positivo, ajudado pelo
fechamento global de taxas e pela percepção de que o ajuste fiscal irá ajudar o
BCB no combate a inflação. O mercado também parece tecnicamente mais leve. Na
bolsa, os ruídos externos, favoreceram mais um dia de baixa, com destaque
positivo para o setor de Bancos e negativos para Educação. Continuo vendo valor
na curva de juros, e vendo o movimento de alta no USD como estrutural.
Europa – A inflação na
Alemanha apresentou alta de apenas 0.1% MoM e 0.1% YoY em dezembro, abaixo das
expectativas de 0.2% MoM e 0.2% YoY. A situação econômica da região torna cada
vez mais urgente uma atuação mais incisiva por parte do ECB. Resta saber como
os policy makers locais irão lidar com as novas incertezas provenientes
da Grécia.
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