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Mostrando postagens de abril, 2017

Manifestações no Brasil e Reflation nos EUA.

Brasil – O destaque do dia ficou por conta do reflexo das “manifestações” e da “greve geral” marcada para hoje. Na minha visão, existia o risco das manifestações se tornarem um evento grande e representativo, contrário ao atual governo, e contrário as reformas econômicas em curso. Até o presente momento, os focos de manifestação foram poucos e pequenos. Em muitos casos, foram focos agressivos, representados por uma parcela extremamente pequena da população. Não vi, até agora, nenhum evento específico que sugere uma mobilização maior da população contra o caminho que está sendo tomado pelo país, a despeito dos problemas ainda existentes no campo político (à medida que as investigações da Operação Lava-Jato avançam). Na ausência de uma oposição maior as reformas, vejo um ambiente menos hostil à classe político e, especialmente, na Câmara dos Deputados, para a aprovação da Reforma da Previdência. Não estou afirmando que a Reforma tenha que ser dada como “líquida e certa”. Contudo

Resultados Corporativos em Foco. Sinais Positivos no Brasil e nos EUA.

Os ativos de risco estão operando com leve viés de “reflation”. O destaque, contudo, fica por conta do movimento de dólar mais fraco no mundo, liderado pela alta do EUR, e um bom desempenho das commodities. Eu ainda acredito que o cenário de “reflation” faça sentido, e deva prevalecer ainda por alguns meses. A agenda do dia terá como destaque o PIB nos EUA, cujas expectativas já são de um número baixo e decepcionante, provavelmente abaixo de 1% QoQ anualizado. Existe uma grande expectativa, ainda, de aceleração da economia ao longo do ano. Vale lembrar que nos últimos anos, o PIB do 1Q no país tem uma clara tendência de ser o mais baixo do ano, o que já gera um debate em torno da sazonalidade deste período. Antes de entrar no cenário macroeconômico, gostaria de chamar a atenção para os excepcionais resultados corporativos que foram divulgados na noite de ontem nos EUA. Empresas da chamada “Nova Economia”, como Amazon, Google e Intel, no geral, apresentaram resultados muito for

Brasil: Importante e positiva vitória do Governo.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade neste momento. Destaque apenas para mais uma rodada de queda no preço do petróleo, ainda seguindo uma dinâmica ruim após a divulgação dos estoques nos EUA no início da semana. A agenda econômica dos EUA será relevante hoje, com Durable Goods Orders e Jobless Claims, para delinearmos o cenário de crescimento de curto-prazo da economia do país. No Brasil , o governo conseguiu ontem uma importante vitória ao aprovar a Reforma Trabalhista por 296 votos a favor e 177 votos contrários. 39 deputados faltaram a sessão. O placar é um importante termômetro para a Reforma da Previdência. Apesar de não ter atingido o número necessário de 308 votos para a Previdência, ainda há tempo de negociações e pressão sobre a base. Além disso, dos 39 deputados ausentes, o governo só precisaria do apoio de 12 destes membros, mantendo os demais dos 296 votos a seu favor. Acredito que a aprovação de ontem será vista como uma grande vitória do

Reforma Tributária nos EUA e Reforma Trabalhista no Brasil.

O dia foi de bastante volatilidade para os ativos de risco ao redor do mundo. Os ativos locais, basicamente, seguiram o humor global a risco. A despeito da ausência de dados econômicos relevantes para o cenário de longo-prazo, os investidores focaram as atenções para o anuncio dos “guidelines” da “Reforma Tributária” proposta por Trump e sua equipe nos EUA. Grande parte do que foi anunciado já havia sido ventilado na mídia nos últimos dias. Sem entrar nos detalhes do anuncio, caso efetivado, seria um enorme incentivo ao setor corporativo, aos investimentos e um alívio ao consumidor. Contudo, o “plano” carece de detalhes, e ainda existe uma grande interrogação no tocante ao apoio que Trump terá no Congresso. Existe a possibilidade do “Health Care/Obamacare” (Repeal and Replace) ser novamente votado até o final desta semana, o que abriria espaço para o avanço da Reforma Tributária. De qualquer maneira, após uma primeira reação positiva ao anuncio (alta da Bolsa e do USD, e abert

Brasil: Governo atinge uma vitória, mas acaba derrotado no final da noite...

Os ativos de risco estão abrindo sem tendência definida essa manhã, na ausência de notícias relevantes para o cenário externo. Na agenda do dia, nos EUA , existe a expectativa de que Donald Trump irá anunciar as linhas gerais de seu “plano de reforma tributária”, mas a agenda ainda não foi oficializada. No Brasil , continuamos a mercê do quadro político. Por um lado, o Governo conseguiu uma vitória na tarde de ontem, aprovando na Comissão Especial o texto base da Reforma Trabalhista, por 27 votos a 10. A Reforma deverá ir agora para plenário, ainda hoje. Por outro lado, o governo sofreu uma derrota na votação dos destaques para o socorro aos Estados. O destaque referente ao aumento da alíquota de contribuição previdenciária foi retirado do texto. Segundo a Folha: O texto previa aumento de 11% para, pelo menos, 14% na contribuição previdenciária dos servidores, com o objetivo de reequilibrar as contas dos Estados em calamidade financeira. Os deputados, no entanto, retiraram

Reflation is Back!

Passado o “risco de cauda” das eleições na França, os ativos de risco retomaram (com razão, como tenho demonstrado neste fórum) a trajetória dos “ Reflation Trades ”. Destaque para a abertura das taxas de juros nos países desenvolvidos e para o bom desempenho das bolsas ao redor do mundo. Após uma elevada volatilidade de curto-prazo, as commodities parecem ter encontrado um suporte e voltaram a mostrar desempenho positivo. Continuo com uma visão construtiva para o cenário econômico global, baseado em um crescimento saudável, uma inflação que sobe apenas gradualmente no mundo desenvolvido e condições financeiras ainda bastante frouxas nos mercados globais. No cenário econômico, nos EUA , o New Home Sales de março apresentou surpreendente e positiva alta de 5,8% MoM para 621k, muito acima das expectativas de queda de 1,4% MoM e 584k. O Consumer Confidence de abril caiu de 124,9 para 120,3 pontos, levemente abaixo das expectativas de 122,5. O indicador continua em patamar histori

Brasil: Governo faz ofensiva para aprovar as reformas.

Os ativos de risco voltaram a apresentar uma dinâmica condizente com o “reflation trade”, com destaque para a abertura das taxas de juros nos países desenvolvidos e um bom desempenho das bolsas ao redor do mundo. O movimento me parece fazer bastante sentido, frente a dados econômicos que ainda mostram um crescimento global saudável e, aparentemente, em aceleração; uma inflação contida mas gradualmente ascendente no mundo desenvolvido; e “riscos de cauda”, até o momento, controlados. O dólar opera com desempenho misto. Trump voltou a declarar que pode impor tarifas sobre alguns setores/produtos específicos, alguns importantes itens da pauta de exportação de países como Canadá e Nova Zelândia. Assim, as moedas desses países estão apresentando desempenho negativo nesta manhã. A abertura de taxa de juros nos EUA também está ajudando a dar um suporte ao dólar no mundo. No Brasil, os jornais estão focados na aprovação da Reforma Trabalhista e da Previdência. A executiva nacional do

Brasil: Inflação baixa, expectativas ancoradas e demanda por investimentos.

Os ativos de risco passaram o dia basicamente digerindo o resultado do primeiro turno da eleição para presidente da França, sem desdobramentos diferentes dos já comentados pela manhã. Chamaria a atenção para o movimento da Treasury, que “devolveu” grande parte da abertura de taxas observado durante a noite e pela manhã de hoje. Na minha visão, a dinâmica do mercado mostra um quadro técnico ainda complicado. As bolsas da Europa e dos EUA apresentaram desempenho bastante positivos. Nos EUA, em especial, a temporada de resultados e um quadro técnico mais “leve” parecem estar ajudando o mercado a permanecer próximo aos picos históricos, a despeito de volatilidades pontuais. No Brasil , as coletas de preço continuam apontando para uma inflação extremamente baixa no curto-prazo. Nesta direção, a pesquisa Focus mostrou novo arrefecimento das expectativas para o IPCA de 2018, um importante componente na tomada de decisão de política monetária por parte do BCB. No que tange o cenár

Relatório Semanal de Asset Allocation:

A mesma frase com que iniciamos o último relatório ainda permanece válida esta semana: A despeito da volatilidade dos ativos de risco durante a semana, alguns indicadores divulgados nos últimos dias nos deram um alento para manter o cenário construtivo para a economia global com a qual temos trabalhado já há alguns meses. - Nos EUA , os dados do mercado imobiliário em março superaram as expectativas. Os indicadores de confiança (“soft data”) continuam em patamares saudáveis, condizentes com um crescimento robusto da economia. O primeiro trimestre do ano foi de crescimento mais fraco (“hard data” / PIB), mas tudo indica que o crescimento prospectivo será melhor nos próximos trimestres. Vale atentar, contudo, que nesta fase do ciclo econômico, com a maior parte dos indicadores de confiança em picos históricos (ou deste ciclo econômico) é natural esperar alguma acomodação/ volatilidade em torno destes níveis. - Na tarde de sexta-feira Trump afirmou que deverá anunciar seus plano

Redux: The world economy is fine, thanks!

Os ativos de risco estão apresentando um movimento clássico de “risk-on”. O primeiro turno das eleições para presidente da  França  terminou com um resultado considerado de baixo risco para o cenário, com a extremista Le Pen enfrentando o liberal, pro Reformas e pro Europa Macron no segundo turno. As pesquisas de intenção de votos para o segundo turno colocam Macro com ampla vantagem, em torno de 70% vs 30% de Le Pen. Vale ressaltar que as pesquisas do primeiro turno, mesmo com uma disputa bastante acirrada entre os 4 principais candidatos, acabaram ficando dentro do que realmente foi o resultado efetivo, dando maior credibilidade as pesquisas e maior tranquilidade para o segundo turno. A eleição presidencial na França era um dos (senão o principal) risco para o cenário econômico global este ano. Passado o evento, mantenho minha visão mais construtiva/otimista para o cenário global e os ativos de risco em geral. Riscos ainda existem, e precisam ser monitorados (Coréia do Norte, Ch

Brasil: Inflação tranquila e favorável/ Externo: "All about French Elections!"

Os ativos de risco estão apresentando um movimento clássico de “risk-on” nesta quinta-feira, com destaque para a alta das bolsas, e para a abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido. Na minha visão, o movimento de hoje em nada se deve ao cenário econômico. Como tenho afirmado neste fórum há alguns dias, a despeito da volatilidade dos ativos de risco, vi poucas mudanças concretas de cenário. A proximidade das eleições na França me parece ser o vetor mais claro afetando a dinâmica dos mercados financeiros globais no momento. Hoje, as últimas pesquisas de intensão de votos mostraram um cenário um pouco mais favorável para os candidatos considerados mais “pro Euro, pro mercado”, o que ajudou a dar ímpeto ao movimento de recuperação dos ativos de risco. Nos EUA , no que tange a economia, o Jobless Claims se manteve em patamar condizente com um mercado de trabalho muito próximo ao pleno emprego. O Philly Fed arrefeceu de 32,8 para 22,0 pontos, mas amplamente normal para es

Brasil: Governo obtém vitória importante. Mercados externos apresentam recuperação.

Os ativos de risco estão apresentando recuperação nesta manhã, com alguns sinais de retomada dos movimentos de “reflation”, mesmo que ainda bastante incipientes. Neste momento, observamos uma alta nas bolsas e nas commodities, uma abertura de taxas de juros nos países desenvolvidos e um dólar mais fraco no mundo. No Japão , os dados de importação e exportação de março apresentaram recuperação, mostrando uma economia global ainda saudável e robusto. Em especial, as exportações passaram de 11,3% YoY para 12% YoY em valor, mostrando uma atividade global robusta durante o mês. Na China, os outflows de recursos do país, em março, se mantiveram em níveis baixos, reflexo de um cenário de crescimento mais favorável e riscos em torno da estabilidade financeira do país mais controlados. No Brasil , após a “lambança” realizada pelo Presidente da Câmara dos Deputados na terça-feira, no tocante a votação do pedido de urgência para a Reforma Trabalhista, a casa aprovou com margem confor

[Redux] Mercados Globais - Fasten your seat belt, but the scenario is still the same.

Os ativos de risco tiveram uma quarta-feira de pressão, quase que generalizada, ao redor do mundo. Não houve um vetor específico que explique o movimento, mas a aproximação do primeiro turno das eleições na França pode ser uma boa desculpa para a tensão de curto-prazo, aliada a uma rodada de alta de juros nos EUA , que acabou colocando pressão mais no dólar ao redor do mundo e nos ativos emergentes em geral. A forte queda no preço do petróleo também não ajudou o humor do dia. Fundamentalmente, a despeito da volatilidade de curto-prazo, ainda não vi mudanças substanciais de cenário. - A eleições na França é um evento, de certa forma, binário, de difícil mensuração, como ficou provado no Brexit e nas eleições norte americanas; - A alta nas taxas das Treasuries me pareceu um movimento normal, dentro de um pano de fundo de forte fechamento de taxas nos últimos dias. As taxas de 10 anos ainda estão em torno de 2,20%, ou seja, vejo amplo espaço para abertura de taxas sem que iss

Volatilidade maior (esperada) antes das eleições na França.

Eu tive um pequeno problema técnico pela manhã, o que impediu o envio deste relatório em seu horário usual. Devido a importância de alguns eventos desde então, acho válido um breve resumo e avaliação do cenário. - No Brasil , as Notas do Copom confirmaram uma postura dovish por parte do BCB. As Notas, na minha visão, trazem de volta à tona a possibilidade de uma queda superior a 100bps nas próximas reuniões do Copom, reduzindo o risco de uma queda de “apenas” 75bps. Riscos em torno deste cenário existem, mas a probabilidade de uma antecipação ainda maior do ciclo de queda de juros, após das Notas do Copom, se mostram maiores do que o imaginado anteriormente. Diante deste cenário, ainda parece haver amplo espaço para um fechamento da curva local de juros. No que tange a política monetária, a parte curta da curva parece mais defensiva do que o resto da curva. Contudo, acredito que passada a Reforma da Previdência e as eleições na França, há espaço para uma queda do prêmio de ri

Sinais alentadores da economia global. "Riscos de Cauda" reduzidos...

O começo da semana trouxe novas notícias alentadoras para o cenário econômico global, o que confirma minha tese de que, a despeito da volatilidade causada pelas incertezas políticas/geopolíticas, o cenário econômico global continua saudável. - Na China , os dados de atividade econômica de março e do 1Q mostraram uma economia crescendo a taxas saudáveis/robustas, além de acima das expectativas do mercado. Em especial, o PIB do 1Q apresentou alta de 6,9% YoY acima das expectativas de 6,85 YoY. O Retail Sales se manteve em 10,9% YoY, acima das expectativas de 9,7% YoY enquanto a Industrial Production subiu 7,6% YoY contra expectativas de 6,3% YoY e o FAI apresentou alta de 9,2% YoY YTD. Os números de hoje são condizentes com uma economia global robusta. É razoável supor que alguma acomodação irá ocorrer nos próximos meses, após a implementação de medidas específicas para evitar “bolhas” em alguns setores da economia. Nesta linha, inclusive, já observamos uma desaceleração nos agr

Relatório Semanal de Asset Allocation:

A despeito da volatilidade dos ativos de risco durante a semana, alguns indicadores divulgados nos últimos dias nos deram um alento para manter o cenário construtivo para a economia global com a qual temos trabalhado já há alguns meses. - Trump está adotando uma postura muito mais conciliadora do que aquela apresentada na campanha eleitoral, especialmente frente a desafios polêmicos, como as negociações comerciais e os riscos geopolíticos. A migração para um perfil mais político deve ser vista com bons olhos neste momento, pois reduz os “riscos de cauda” de eventos inesperados. - A despeito da derrota do Governo dos EUA no “Health Care Bill” e do pouco avanço da agenda econômica, os dados continuam mostrando uma economia americana bastante saudável. Em especial, o Bloomberg Confort Index saiu de 50,2 para 51,0 pontos. Este é um índice semanal. A alta na última semana, e a manutenção dos picos históricos, é um sinal positivo para o crescimento prospectivo da economia, mesmo dia

Brasil: Governo prioriza agenda de reformas para combater a "crise política".

Os ativos de risco estão iniciando a semana ainda em tom de cautela. Observamos um fechamento de taxa de juros no mundo desenvolvido, liderado pelos EUA e que está ajudando a colocar pressão baixista no dólar. Provavelmente, a queda do Core CPI de março, divulgado na sexta-feira, com os mercados financeiros globais fechados devido ao feriado, ainda estão reverberando na dinâmica de hoje. As bolsas dos países desenvolvidos operam com pequenas quedas. No Brasil , os jornais de hoje começam a tirar o foco das investigações da Operação Lava-Jato, após a divulgação dos vídeos das delações premiadas dos executivos da Odebrecht, e começam a dar atenção maior a agenda de Reforma. A postura do governo, liderada por Michel Temer está sendo, novamente, essencial para superar mais uma “crise” política. Em reunião no Palácio da Alvorada na noite de ontem, Temer se reuniu com Henrique Meirelles e os principais personagens para a Reforma da Previdência, para fechar o texto final da relatoria