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Mostrando postagens de fevereiro, 2023

Daily News – Inflação: Uma Batalha Inacabada

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Os ativos de risco continuam sendo guiados pelo tema “Inflação”, em que as curvas de juros dos principais países do G10 continuam a precificar juros terminais mais elevados, por mais tempo. Veja o exemplo da Europa, onde o mercado já espera juros próximos a 4% em algum momento dos próximos meses:   A batalha dos BCs contra a inflação continua dura e inacabada. A inflação na Espanha, por exemplo, divulgada hoje, apresentou aceleração, ficando acima das expectativas do mercado, que esperada recuou gradual dos preços. O mesmo movimento foi visto nos números da França:   No Brasil, há sinais de que o governo irá reonerar os combustíveis, na primeira batalha aparentemente vencida por Haddad em detrimento a ala política do governo. Se confirmada esta ação, seria uma notícia positiva em meio as incertezas de política econômico deste novo governo.   Em contrapartida, contudo, há o risco de que esta reoneração de impostos venha acompanhado de mudanças na política de preços da Petrob

Daily News – Giro do Final de Semana

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Os ativos de risco estão apresentando recuperação, após uma semana de forte pressão. O tema “Inflação” e “Juros Altos” voltou a dominar a dinâmica do mercado ao longo do mês de fevereiro, o que tem dado o tom dos ativos de risco.   Na sexta-feira, o Core PCE – indicador mais importante de inflação no que tange a política monetária dos EUA – ficou muito acima das expectativas, mostrando um processo de desinflação mais lento do que o desejado. Comentei sobre isso aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1629125904357007361?s=20 .   Este ambiente irá demandar juros mais altos, por mais tempo, o que continuará exercendo pressão e espasmos de volatilidade nos ativos de risco.   Para os amantes de análise gráfica, um evento que costuma ser raro acabou de acontecer no S&P500, o cruzamento das principais médias móveis, que costuma preceder grandes queda de preço. Será que desta vez será diferente?   Os membros do FinTwit também parecem ter ficado mais negativos recentement

Daily News – Técnico & Fundamento

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Há dois efeitos liderando a dinâmica dos mercados internacionais neste momento. O primeiro é técnico, com o S&P500 batalhando em torno do patamar psicológico de 4.000 pontos e ainda sem um rompimento definido.   O segundo é fundamentalista, com as taxas de juros no mundo novamente em alta, pressionando os ativos de risco, mas com uma posição técnica e valuations já mais ajustados do que no ano passado.   O destaque do dia ficará por conta do Core PCE (inflação) mensal nos EUA. Ontem já tivemos uma prévia do número trimestral. A visão geral é de uma inflação cadente, porém em ritmo mais lento e em patamar ainda acima do ideal.   Ainda não me sinto confiante em alterar minhas visões estruturais mais cautelosas, mas tenho usado movimentos de curto-prazo para ajustes de posições. Após elevar consideravelmente nossa alocação a Renda Fixa e Crédito internacional em outubro e novembro, aproveitamos o rally de janeiro para reduzir novamente estas alocações, assim como alocar p

Daily News – Back To The Future II

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Após um começo de semana mais negativo, os ativos de risco estão abrindo o dia em tom mais construtivo. O S&P500, como proxy do mercado, parece estar “batalhando” no entorno dos patamar de 4.000.   Os ativos de risco voltaram a reagir negativamente a possibilidade de juros terminais mais elevados nos EUA e a manutenção de juros mais altos, por mais tempo, ao longo das últimas semanas. Antes do Carnaval, escrevi sobre isso, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2023/02/daily-news-back-to-future.html .   Da última vez que as taxas de juros curtas nos EUA estavam nos atuais níveis, o valuation do S&P500 por P/E estava muito abaixo do atual. Em uma conta simples, teria ainda 10% de downside por esta comparação:   Isso tudo em um ambiente em que o mercado já não parece excessivamente desalocado em ações:   Fiz uma breve atualização sobre este tema, na terça-feira, aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1628158978415816712?s=20 .   Taxa de juros mais alta

Daily News – Back To The Future

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Após uma sequência de dados econômicos fortes, especialmente no lado da inflação e do emprego nos EUA, os ativos de risco voltaram a operar sob pressão, com o aumento das taxas de juros (vide gráfico da Treasury de 2 anos) trazendo novamente à tona a possibilidade de juros mais altos, por mais tempo, afetando negativamente o valuations dos mercados:   O que mais tem afetado negativamente o mercado nos últimos 12 a 18 meses é a possibilidade de alta adicional de juros, uma taxa terminal mais alta e a manutenção de um juros altos, por mais tempo. Toda vez que a possibilidade deste cenário acontecer se mostra maior, os ativos de risco têm apresentado sinais de fragilidade.   Nos últimos dias, a despeito de alguns “soft datas” mais fracos, vimos um Core CPI ainda em patamar incompatível com os desejos do Fed, um PPI reacelerando, além de Payroll e Jobless Claims (dados de emprego) extremamente fortes.   Isso implica na necessidade de um esforço adicional de política monetário

Daily News – Brasil: Uma Luz no Fim do Túnel

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Ontem estive presencialmente em evento do BTG Pactual em que o Ministro da Fazenda Fernando Haddad discursou. Fiquei positivamente surpreendido pela sua postura, serenidade, sinalizações e entendimento do pano de fundo econômico.   Entendo que haja ainda um precipício de distância entre sinalização e ação, e que o chefe do Ministro precisará estar de acordo com suas ideias para que um plano de voo factível, especialmente no âmbito fiscal, seja anunciado e executado.   De qualquer forma, precisamos ser coerentes e criticar nos momentos ruins, mas elogiar quando o caminho parece o correto. Entendo que parte da melhora do desempenho dos ativos locais ontem possa se reflexo desta postura.   A ideia fixa de baixar a taxa de juros é compreensível, por tudo que a economia real e o setor corporativo estão passando nas últimas semanas, mas este debate precisar ser feito da maneira correta, nos fóruns corretos, e sem um embate público entre os entes federativos.   Parafraseando A

Daily News – Baixa Visibilidade

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Os ativos de risco ainda estão digerindo a divulgação dos dados de inflação nos EUA. A manhã está sendo marcada por leve movimento de aversão a risco ao redor do mundo. Comentei mais a fundo sobre o número e os impactos de mercado na noite de ontem, aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1625607619510509568?s=20&t=sqkR6N_td5hMowoiUbbvlg .   No Brasil, a despeito da tentativa de trégua do BCB com as declarações de Roberto Campos Neto em eventos recentes, membros do Governo Lula continuam em busca de saídas heterodoxas para juros mais baixos no país.   Além das críticas a meta de inflação, agora o Presidente do BNDES busca um recuo da TLP e um caminho para o aumento da concessão de crédito pelo Banco.   Em mais uma medida visando atrair apoio da população, mas de impacto fiscal negativo e preocupante, o Governo Lula decidiu elevar o Salário Mínimo em maio: https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/400541/governo-lula-decide-passar-salario-minimo-para-r-1.htm .  

Daily News – O Dia D!

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Depois de uma segunda-feira de otimismo generalizado nos ativos de risco, os mercados estão abrindo em tom de estabilidade, a espera do número de inflação de janeiro nos EUA. Ontem discorri sobre minha expectativa de reação dos mercados ao número que será divulgado hoje: https://mercadosglobais.blogspot.com/2023/02/daily-news-uma-semana-decisiva.html .   No Brasil, o Presidente do BCB, Roberto Campos Neto, esteve no programa de TV Roda Viva. À primeira vista, sua participação serviu para clarear alguns temas e tentar uma trégua com algumas alas do Governo atual. Contudo, dificilmente deverá mudar a pressão sobre a instituição e sobre a autonomia do BCB.   Segue artigo do Valor com alguns pontos da entrevista: https://valor.globo.com/politica/noticia/2023/02/13/campos-neto-nega-que-tenha-defendido-aumento-da-meta-de-inflao.ghtml .   No final do dia de ontem, o resultado do Banco do Brasil mostrou força e qualidade, levando vários “buy sides” a parabenizar o resultado e alter

Daily News – Uma Semana Decisiva

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Estamos iniciando uma das semanas mais decisivas para os mercados financeiros globais. Acredito que a divulgação do Core CPI (núcleo da inflação) nos EUA será recebida de maneira binário pelo mercado, podendo gerar ou definir a tendência das próximas semanas.   Um número acima do esperado poderá trazer de volta à tona a necessidade de juros mais altos, por mais tempo, e uma taxa terminal acima daquela que o mercado vinha precificando nas últimas semanas.   Como a recuperação dos ativos de risco este começo de ano foi muito sustentada pelo fechamento de taxa de juros e pela expectativa de recuo da inflação, um número mais elevado deveria colocar esta expectativa em xeque.   Por outro lado, um número mais fraco poderia dar ímpeto a tese daqueles que esperam um recuo da inflação, o que vem sendo um importante vetor de impulso para os ativos de risco ao redor do mundo ao longo de 2023.   No Brasil, o Morgan Stanley fez uma excelente comparação entre o período de 2011-2016 e

Daily News – Brasil: A caminho do precipício?

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Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade neste momento, após uma quinta-feira de pressão negativa nas bolsas globais. Destaque para a alta no preço do Petróleo, com a Rússia sinalizando corte em sua produção: https://www.bloomberg.com/news/articles/2023-02-10/brent-oil-jumps-above-85-after-russia-says-it-plans-output-cut?utm_content=middleeast&utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=socialflow-organic .   Nos últimos dias, os ativos de risco vêm operando entre o otimismo de um cenário de “Goldilocks” e o pessimismo em torno da possibilidade de juros mais altos, por mais tempo. No geral, os mercados estão operando dentro de bandas relativamente estreitas nas últimas 2 semanas.   No Brasil, após o “relief rally” com o divulgação do lucro do Itaú melhor do que as expectativas na terça-feira a noite, os ativos locais voltaram a sofrer ontem. Primeiro, os dados de vendas no varejo confirmaram um cenário de perda de momento da economia no final