Grécia e Rússia

As eleições na Grécia, e uma nova rodada de conflito militar entre rebeldes, supostamente russos, e o exército na Ucrânia, foram os principais eventos do final de semana. No Brasil, a mídia está coberta de artigos negativos no tocante ao crescimento, mas muitos elogios as reformas econômicas que estão sendo promovidas por Joaquim Levy e sua equipe.

Os ativos de risco abriram "nervosos" com o resultado das eleições na Grécia e os problemas na Ucrânia, mas já operam mais estáveis neste momento. Contudo, ainda vale a pena chamar a atenção para a fraqueza no preço das commodities, que estão tendo uma segunda-feira de pressão. O mesmo pode ser dito dos ativos na Rússia. As bolsas globais, o USD e o mercado de juros ao redor do mundo operam sem tendência clara definida.  

Grécia – O partido radical de esquerda Syriza venceu as eleições por uma maioria ampla, porém não absoluta, como em parte era esperado. Agora, o Syriza terá que se aliar a, no mínimo, outro partido que tenha conseguido acentos no parlamento, a fim de garantir uma maioria absoluta para aprovar as reformas prometidas em sua campanha. O Syriza foi eleito com uma plataforma radicalmente oposta a tudo aquilo que vem sendo implementado, com sucesso, no país nos últimos anos. Como a Grécia necessita de ajuda financeira nos próximos anos, e esta ajuda vem sendo garantida através de um programa de ajuda financeira acordado junto ao FMI, União Europeia e ECB (“Troika”), é provável que tenham um longo e tortuoso caminho de negociações entre as partes, já que o novo governo eleito se opõe as demandas de ajustes impostas pela Troika ao país. O partido com o qual o Syriza irá se aliar será fundamental neste processo, pois pode acabar levando o país a um radicalismo extremo ou a uma postura mais ao centro. Ainda é cedo para termos uma conclusão mais concreta em torno de qual caminho será adotado no país. Por hora, é natural esperarmos algum tipo de ruído, pontual e localizado, que pode, em algum momento, afetar o humor global a risco. A ascensão de um partido radical na Grécia é um sinal de alerta para outros países na região, pois mostra uma fadiga popular e política das reformas que vem sendo implementadas na região nos últimos anos.

Rússia – Rebeldes supostamente russos voltaram a atacar pontos estratégicos em algumas regiões da Ucrânia. A situação é tensa e não parece haver uma solução de curto-prazo. O ocidente já declarou que está pronto para anunciar nova sansões econômicas à Rússia, caso não haja um recrudescimento da situação. Não é a toa que os ativos russos estão operando sobre forte pressão essa manhã.

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