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Mostrando postagens de setembro, 2019

Mercados Globais

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O processo de impeachment de Trump segue gerando ruídos. Acho que tem poucas chances de prosperar, mas vai gerar vol e antecipar o debate eleitoral. No Brasil, uma decisão do STF pode aliviar a pena de Lula e de muitos condenados na Lava-Jato. Pode gerar ruídos nos ativos locais no curto-prazo, mas não vejo efeito negativo estrutural. As Minutas do Copom ontem confirmaram espaço para termos Selic abaixo de 5% em breve, nem que depois ela volte a subir de maneira cíclica. Ontem mais um IPO nos EUA foi recebido com pouco entusiasmo e forte queda: Peloton! E mais um sinal de que estamos em outro ambiente e o mercado aguenta menos desaforo em termos de preços e modelo de negócio. Interessante gráfico da Goldman Sachs que mostra como as medidas de estímulo na China tem sido mais brandas neste ciclo econômico do que foi no passado. Os policy makers parecem mais preocupados com estabilidade financeira do que com crescimento de curto-prazo: Eu acredito que no atual estág

Cenário - Feedback EUA

Cenário: Estou fazendo um "roadshow” nos EUA, conversando com gestores, bancos, economistas, fundos e parceiros. Tenho algumas rápidas observações de cenário (outras questões mais profundas de alocação, seleção de gestores, parcerias e etc estão sendo tratadas internamente e junto aos clientes, se você tiver interesse contate um representante da TAG Investimentos). Estamos no estágio avançado do ciclo econômico. Contudo, ninguém espera uma recessão severa. Os investidores estão com muito dinheiro em caixa, esperando momento atual para alocar. Acho que isso tem ajudado a sustentar o mercado, dado um quadro técnico saudável. A bolsa dos EUA está cara, mas de Europa e Japão está barata. Para investidores “Valor” o momento é ideal para comprar esses dois últimos mercados. A política monetária no G10 é ineficaz neste estágio do ciclo. Juros baixos pioram a situação. A política monetária, especialmente na Alemanha, precisará entrar em cena. Se isso ocorrer, compre setores c

Mercados Globais - Muitos riscos, poucas conclusões.

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Ativos de risco operando em tom negativo, seguindo o movimento de ontem (comentado aqui:   https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/09/resumo-do-dia.html?m=1 ). Os vetores que guiam o mercado no curto-prazo são: ruídos em torno do impeachment de Trump (acho pouco provável, mas uma distração), crescimento global fraco (maio risco, na minha visão), Guerra Comercial (pouca visibilidade, não vejo solução estrutural no curto-prazo). Importante citar que o problema de liquidez no mercado interbancário dos EUA ainda nao foi definitivamente endereçado e ainda preocupa, a despeito da injeção de liquidez anunciada pelo Fed. Os ativos de risco continuam respeitando suas bandas recentes, operando dentro de um "range” enquanto não temos visibilidade concreta em torno desses temas ditados acima. Por ora, está dentro do cenário base. Sigo com viés mais negativo.  No Brasil, estamos à mercê da dinâmica global, neste momento.

Resumo do Dia:

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No Brasil, IPCA15 baixo e com qualitativo positivo. Reforça o cenário de queda de juros ratificado pela Ata do Copom. Taxa Selic deve continuar caindo. A Reforma da Previdência foi atrasada pelo Senado, mas vejo isso apenas como ruído.   Nos EUA, forte queda do Consumer Confidence, mas ainda para patamar saudável. De qualquer forma, se acumulam evidencias de desaceleração da economia. Um arrefecimento mais brusco do consumo pode ser o trigger para um Fed mais agressivo ou um problema maior da economia dos EUA. O Congresso abriu um processo de impeachment de Trump. A medida, assim, adiante o processo e o debate eleitoral. Ainda é cedo para avaliar a situação. Na melhor das hipóteses, cria uma distração adicional a administração de Trump, que já lida com diversos desafios. O dia foi de pressão nos mercados, que foram afetados por dados econômicos negativos e ruídos políticos. A Guerra Comercial ainda pode influenciar o curto-prazo. Sigo com viés negativo. O Brasil, por

Mercados Globais - Poucas novidades, sinais ainda preocupam.

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Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, ainda sustentados pelos sinais de avanços nas negociações para por fim a Guerra Comercial. Acredito que este seja um pilar de sustentação de curto-prazo, que pode continuar dando suporte aos ativos de risco. No longo-prazo, vejo o cenário econômico global como bastante desafiador. Cada vez mais ganho a convicção de que estamos no final deste ciclo econômico global. No Brasil, segundo o Valor, a Reforma Tributaria será enviada ao Congresso na semana que vem. Uma Reforma robusta pode mudar o país de patamar. Só para nível de comparação, a Índia anunciou um corte de impostos na semana passada e seus mercados “explodiram” para cima. O Brasil não tem muito espaço para corte de impostos, mas pode tornar sua economia mais eficiente. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/09/24/reforma-sera-enviada-na-semana-que-vem-diz-guedes.ghtml https://www.wsj.com/articles/brazil-opens-up-an-economy-long-shielded-from-c

Recessão a vista!

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Os ativos de risco abriram em tom positivo no domingo, após sinais de que as reuniões entre EUA tinham apresentado avanço e sem deterioração da questão do Ira. Contudo, um PMI muito abaixo das expectativas na Europa divulgado hoje cedo e uma queda adicional das exportações dos primeiros 20 dias de setembro na Coreia do Sul trouxeram uma nova incerteza ao mercado. Como estava crescendo uma onda de esperança em torno do crescimento mundial, os dados de hoje são um "banho de água fria”na expectativa de uma recuperação do crescimento global. Sigo bastante preocupado nesta frente, mas entendendo que a Guerra Comercial pode ser um driver importante - para o lado positivo ou negativo - no curto-prazo. No longo-prazo, o ciclo econômico é o que importante, e vejo a economia global em estágio avançado, ou final, deste ciclo. Estou acesso limitado aos meios de comunicação.  Assim, as atuliazações serão mais breves e menos frequentes.

Pausa

Nas próximas duas semanas, vou visitar alguns fundos, gestores, economistas e parceiros fora do Brasil. Como estarei focado em aprofundar a análise de cenário, Asset Allocation e novos produtos, este espaço ficará, momentaneamente, com atualizações menos frequentes. Volto em breve com análises ainda mais profundas e embasadas. Até mais...

Daily News – Brasil: Dólar em Foco.

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Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, sem novidades relevantes no cenário. O encontro entre EUA e China está ocorrendo nos EUA, com oficiais do segundo escalão de ambos os governos. Os ativos de risco devem ficar reativos a qualquer notícia que venha a aparecer vindas deste evento, seja positiva ou negativa. No Brasil, a reação dos ativos locais ontem a decisão do Copom ficou basicamente dentro do esperado. Vimos um “bull steepening” da curva de juros, um dólar mais forte e uma alta da bolsa concentrada nas ações e setores cíclicos locais em detrimento aos cíclicos globais e "blue chips”. Vejo esses movimentos como normais e com espaço adicional de continuidade A alta do dólar assusta e pode ter pressionado o índice Ibovespa e a curva longa de juros no final do dia. De qualquer maneira, com o diferencial de juros cada vez menor, fluxos consistentes de saída de dólar do país, crescimento corrente ainda baixo e busca por proteção, fica difícil

Daily News – Brasil: Juros baixos por mais tempo = Bolsa alta como nunca na história.

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Os ativos de risco estão operando com leve viés negativo, ainda digerindo a decisão do Fed de ontem. Comentei mais a fundo sobre isso aqui, https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/09/copom-fomc-e-petrobras.html . Queria focar a primeira parte deste diário no Brasil . O Copom cortou a Taxa Selic para 5,5% e tudo indica que novos cortes estão por vir. Acredito que os juros ficarão mais baixos por mais tempo no Brasil. Isso deve continuar causando uma mudança estrutural na maneira do Brasileiro investir, “empurrando” o investidor para ativos com maior potencial de retorno. Sigo optando por alocações no mercado de renda variável local. Entendo que o cenário externo possa trazer volatilidade aos preços e que a alta não será em linha reta, mas vejo uma tendência clara de alta para a bola local, sustentada pelos fundamentos econômicos, pelo nível de preço e valuation atrativos e por um quadro técnico saudável, com possibilidades de fluxos recorrentes e relevantes. A propo

Copom, FOMC e Petrobras.

O Copom caiu a Selic em 50bps como era amplamente esperado. Contudo, seu comunicado foi bastante suave (dovish), já que suas previsões de inflação estão baixo da meta e comportadas. O comunicado voltou a sinalizar para novas quedas na Selic. Exceto por uma mudança brusca externa, vejo a decisão como positiva para a curva de juros e para a bolsa, em especial os setores e ações cíclicos locais. O dólar deve permanecer pressionado, mesmo com o anúncio de um leilão no mercado a vista. O mercado de juros me parece tecnicamente saudável, o que deve favorecer um movimento de fechamento adicional de taxa, com o mercado precificando juros terminais em torno de 4,5%-5%. A Petrobrás anunciou aumento no preço da Gasolina, para compensar a alta no mercado internacional. A decisão é positiva para as ações da empresa e deve ser bem recebida pelo mercado. O Fed Cortou os juros em 25bps como era amplamente esperado. A decisão foi dividida em 7x3, com 2 membros querendo manutenção e um

Daily News – Fed em Foco!

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Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, na espera da decisão de politica monetária por parte do Fed e de uma nova atuação do Banco Central Americano no mercado de “funding”. Depois de uma abertura rápida e acentuada das taxas de juros no mundo desenvolvido, estamos já, desde o começo da semana, em uma nova “mini” tendência de fechamento de taxas de juros no mundo desenvolvido. A despeito da atuação ontem, onde injetou cerca de US$53bi no mercado, ainda há pressão no mercado e uma nova injeção de US$75bi está programada para hoje. Já crescem as expectativas, inclusive, do Fed ter que anunciar uma espécie de “QE Light” para lidar com o problema de liquidez do mercado. De qualquer forma, o cenário base para o FOMC hoje é de um corte de 25bps e uma sinalização de que o Fed está preparado para atuar com medidas adicionais caso necessário. A situação do Petróleo na Arábia Saudita parece que poderá se normalizar até o final do mês. O risco geopolíti

Petróleo, Risco Geopolítico e Brasil

O Fed atuou no mercado de repo depois de 10 anos e conseguiu acalmar o mercado de Libor-OIS. Assim, não passou de um evento pontual e, aparentemente, técnico. O Petróleo apresentou forte queda, após a Arábia Saudita afirmar que irá retomar 50% de sua produção atingida em breve. O risco geopolítico permanece, após os sinais de que o Irã está envolvido nos ataques à Arábia Saudita. A produção industrial dos EUA de agosto ficou acima das expectativas, mas basicamente retomando a queda do mês anterior. O dia foi de bom desempenho para os ativos do Brasil, sem notícias específicas. Todas as atenções voltadas para o Fed amanhã, que deve entregar uma queda de 25bps, ou correr o risco de decepcionar o mercado e criar alguma instabilidade desnecessária.

Daily News – Incertezas.

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Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, ainda buscando respostas para os eventos recentes relativos ao Petróleo e, agora, com uma nova angústia, que é a forte elevação da taxa da Libor. O Petróleo cai cerca de $1 neste momento, mas ainda com volatilidade elevada e sem conclusões claras para a situação. Comentei isso na tarde de ontem: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/09/petroleo-em-foco.html . Uma nova angústia, ou incerteza, surge no mercado, que é a alta na taxa da Libor, ou da Libor-OIS na segunda-feira. A Libor é a taxa que os bancos emprestam dinheiro de curto-prazo nos EUA. A OIS é a taxa básica de juros medida pelos Fed Funds. A Libor costuma abrir taxas em momentos de ausência de liquidez, seja em finais de mês ou de trimestre, ou por problemas de solvência no sistema financeiro. A alta da Libor e da Libor-OIS ontem ainda é inconclusiva, mas por não ser final de mês ou de trimestre chama a atenção. Elevações dessa taxa, no passado,

Petróleo em Foco.

O Petróleo fechou o dia em patamar mais elevado do que pela manhã, mas longe dos picos da noite de ontem. A questão na Arábia Saudita me preocupa mais pelo potencial dano geopolítico. Precisamos saber qual será a reação dos EUA e seus aliados, caso fique comprovado que o ataque foi fruto de uma coordenação do Irã. Uma reação bélica poderia trazer consequências muito negativas para a economia global – via alta mais estrutural do preço do petróleo – e para os mercados financeiros – através de mais inflação e menos crescimento. O evento, se não passar de pontual, tem impacto apenas no curto-prazo. Hoje temos mais dúvidas do que certezas. A desaceleração da China, comentada pela manhã, me preocupa muito mais. Contudo, o mercado ainda está operando com viés positivo, na narrativa de potencial acordo na Guerra Comercial e eventual recuperação do crescimento mundial. Os ativos locais apresentaram bom desempenho. O potencial leilão da Cessão Onerosa em novembro pode atrai

Daily News – Risk-off: Petróleo e China.

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Os ativos de risco estão abrindo em tom negativo, com movimentos clássicos de “risk-off”. Dois movimentos explicam esta dinâmica. Primeiro, os eventos relacionados ao Petróleo , já comentados aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/09/petroleo.html . Segundo, os dados de atividade econômica na China que mostraram um crescimento muito mais fraco do que o esperado em agosto. O Petróleo chegou a operar em alta entre $6 e $8 entre o WTI e o Brent mas, neste momento, apresenta uma alta mais moderada. Os EUA anunciaram que irão liberar parte de suas reservar com o intuito de manter o mercado fluido e líquido. Ainda há muitos rumores e poucas informações concretas sobre o tempo que será necessário para colocar a produção da Arábia Saudita de novo no patamar anterior. A Goldman Sachs (vide abaixo) vez algumas simulações interessantes sobre o impacto disso no preço do Petróleo: Na China , os dados de atividade econômica de agosto ficaram muito abaixo das expect