Mercados Globais

By Dan Kawa   O PMI Manufatura da China, um dos indicadores mais importantes e antecedentes de crescimento do país, ficou abaixo do esperado e abaixo do patamar de expansão de 50pts. O número confirma a fragilidade da economia e os desafios que o governo chinês enfrenta para estabilizar a economia:   Na Europa, ruídos na fronteira da Sérvia e do Kosovo estão trazendo um debate em relação a um possível conflito armado na região.   Nos EUA, membros do Fed parecem estar tentando desfazer uma interpretação mais “dovish” do mercado em relação às últimas sinalizações do Fed. Diretores do BC americano buscam mostrar que ainda há um longo trabalho a ser feito no processo de estabilizar a inflação: https://www.nytimes.com/2022/07/29/business/economy/neel-kashkari-federal-reserve.html?smid=tw-share .   Na semana passada vim refletindo sobre os movimentos de mercado vis-à-vis o cenário econômico (aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/07/reflexoes-de-mercado-ponto-de-inf

A semana de resultados corporativos, no Brasil e nos EUA, está surpreendendo positivamente (o geral), o que está dando suporte aos ativos de risco ao longo dessa semana (além da já comentada sinalização do Fed).   O destaque da noite de ontem ficou para o resultado da Petrobras, cuja ação sobe mais de 6% no “pre market”. Já a Amazon, nos EUA, tem sua ação subindo mais de 10% após a divulgação do resultado.   Sobre o momento de mercado que estamos vivendo, comentei mais a fundo aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/07/reflexoes-de-mercado-ponto-de-inflexao.html .   No Brasil, vimos ontem uma criação de vagas de trabalho acima do esperado, números fiscais mais positivos e o anúncio de um novo dividendo extraordinário da Petrobras ( https://twitter.com/DanKawa2/status/1552770423821160448?s=20&t=nK5jjL48Q0aG-rRK7ljm3A ).   A inflação na Área do Euro atingiu uma máxima histórica de 8,9% YoY, acima das expectativas do mercado e mostrando os desafios que a inflaç

By Dan Kawa   Após a decisão do Fed de ontem (comentada aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/07/daily-news-um-pouco-mais-de-otimismo.html ) o mercado passou a interpretar dados mais fracos de crescimento nos EUA como “positivos” para os ativos de risco, pois reduz a probabilidade de taxas de juros mais altas no país.   Vale lembrar que a inflação e o processo de alta nas taxas de juros vinha sendo o principal vetor de pressão negativa nos mercados ao longo dos últimos 6 a 9 meses.   Entendo a descompressão que os ativos de risco estão apresentando no curto-prazo e acho que o momento é de reflexão e transição onde, no geral, tenho mais perguntas/dúvidas, do que respostas.   Vejo sim espaço para que o mercado continua apresentando desempenho positivo no curto-prazo, mas tendo em vista alguns importantes pontos nas próximas 2 a 4 semanas.   Acho que estamos em um “equilíbrio instável” em que duas variáveis serão extremamente importantes:   1 – A inflação

O Fed ontem me pareceu mais "dovish" do que o esperado, já que não mostrou muita disposição em acelerar o processo de alta de juros ou levar os juros à um patamar muito mais altos do que o precificado pelo mercado.   Me parece que estão mais atentos e preocupados com cenário de crescimento. O mercado gostou desses sinais, especialmente nos atuais níveis de preço e posição técnica. Os próximos números de inflação e emprego, em agosto, serão fundamentais para a dinâmica de longo-prazo dos ativos de risco. No curto-prazo, mercado ganhou um alívio adicional.   De qualquer forma, o Fed tem errado bastante o cenário e sendo constantemente surpreendido pelos números mais altos de inflação. Assim, ainda gosto de olhar esta postura com uma pitada de desconfiança.   A temporada de resultados corporativos segue intensa nos EUA. Ontem, a Meta (Facebook) surpreendeu negativamente, colocando alguma pressão nas bolsas após a forte alta da quarta-feira.   Na China, o Politbur

O resultado de Microsoft e Alphabet (Google), a despeito de abaixo das expectativas oficiais, foram bem recebidos pelo mercado, o que está dando sustentação a bolsa dos EUA essa manhã.   As atenções do dia estarão voltadas à decisão do Fed, nos EUA. Espero uma alta de 75bps (dentro do consenso) e um discurso que ainda deverá apontar para os desafios da inflação e a necessidade de continuidade do ciclo de alta de juros.   O mercado estará atento a potenciais sinais de desaceleração ou encerramento do ciclo de alta de juros. A curva de mercado já precifica queda de cerca de 60bps nas taxas em 2023, o que acho excessivo.   Não vejo espaço e nem motivos para o Fed aliviar em seu discurso neste momento do ciclo econômico, o que pode vir a ser uma restrição para a continuidade de recuperação dos ativos de risco. Contudo, precisamos ser flexíveis caso esteja errado, pois seria uma mudança substancial e positiva para os mercados.   Sobre as atualizações de energia na Europa, cr

Em mais uma mudança de narrativa dos mercados, estamos abrindo o dia com forte alta das commodities, queda das bolsas (na esteira do guidance negativa da Wal-Mart), fechamento de taxa de juros e forte queda das cryptos.   Comentei um pouco sobre a dinâmica do dia de ontem, aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1551678868926435331?s=20&t=kCDJ-mqAAKZ3QnDm1d9xOA .   Como estamos nos aproximando ao final do mês, fluxos pontuais de ajustes de posição podem estar tendo impacto maior nos mercados. A agenda de resultados corporativos nos EUA segue carregada e dará a direção das bolsas ao longo dos próximos dias.   Atenção especial precisa ser dado ao preço de energia e gás na Europa, que está voltando aos picos de março, após novas sinalizações de corte de fluxo por parte da Rússia.   Os problemas na Europa não param na questão da Energia. A situação de países periféricos como a Itália também merece atenção:   Não há novidades relevantes nos fundamentos de Brasil. C

Os ativos de risco estão abrindo a semana com leve tom positivo, após um final de semana de poucas novidades relevantes.   Ontem comentei mais a fundo sobre os últimos eventos do cenário e suas consequências para o mercado, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/07/back-to-game.html .   Na Alemanha, o IFO, um dos principais indicadores de confiança de toda a Europa, e que costuma ser um importante indicador antecedente para a atividade econômica da região, apresentou mais um mês de forte queda, ficando abaixo das expectativas do mercado: A China continua lidando com a pandemia de forma mais dura, o que tem tido impacto relevante e negativo no crescimento. Não há sinais de recuperação mais sustentável na economia e o mercado imobiliário segue extremamente fragilizado:   No Brasil, em evento no Rio de Janeiro, Bolsonaro foi confirmado como candidato do PL, com General Braga Neto como seu vice.   O mercado de câmbio de juros no Brasil tem apresentado pressão rel

By Dan Kawa Baterias recarregadas. É hora de voltar a (dura) realidade e o momento de refletir sobre os acontecimentos da última semana.   Primeiro, duas indicações de leituras feitas neste período: “The Almanack of Naval Ravikant” e “Atomic Habits”. Dois livros curtos, de fácil leitura, focados no nosso dia a dia e como podemos melhorar como pessoas.   A semana foi marcada por alguma descompressão dos ativos de risco, que me parece ter sido ajudada por:   ·          Retorno do fluxo de gás para a Europa, da Rússia, após período de manutenção do gasoduto. Existia um risco de o gasoduto não ser religado ·          Fed indicando que subirá os juros em 75bps na próxima reunião, ao contrário dos 100bps que se chegou a ser especulado ·          Uma temporada de resultados corporativos nos EUA, até o momento, “menos pior” do que o mercado havia se preparado ·          Dados econômicos que ainda não mostraram, de forma inequívoca, uma recessão nos EUA ·          Uma ve

Os ativos de risco apresentando alguma estabilização, após uma semana de forte pressão. A queda nas commodities, especialmente metálicas, é o grande destaque negativo da semana. A agenda do dia será relevante para termos uma temperatura melhor do crescimento americano, com a divulgação das vendas no varejo e produção industrial.   Ontem, a divulgação dos resultados trimestrais de dois importantes bancos nos EUA trouxe novos sinais de alerta para o mercado, especialmente pela postura das instituições em elevar as provisões, em ato que costuma preceder momentos de fraqueza na economia.   Os dados de atividade econômica de junho na China, assim como o PIB do 2Q, mostraram uma economia que se recupera do últimos lockdown, mas ainda com evidentes sinais de fragilidade e enorme dificuldade em ganhar tração novamente.   Uma nova onda da pandemia no país deve manter o cenário ainda bastante desafiador para a China.   O índice de condições financeiras globais segue em trajetória

Depois de um número de inflação alto e qualitativamente ruim, membros do Fed vieram a público demostrar preocupação com o cenário e disposição em acelerar o ritmo de alta de juros. Parece consenso que as taxas de juros precisarão ir além do neutro, por um período de tempo, para conter o processo inflacionário.   Além disso, neste processo, a economia, invariavelmente, irá sofrer. Resta a dúvida de qual será a velocidade, magnitude e duração da desaceleração do crescimento. Os riscos de um resultado mais negativo aumentaram consideravelmente.   Fiz um fio mais profundo sobre isso, aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1547333772609306624?s=20&t=a0x8c8z-jPMlGy2tS8SGbQ .   Vale lembrar que o processo de alta de juros, ou aperto monetário, é um fenômeno global e diversos outros países estão adotando postura semelhante, muitos deles, surpreendendo o mercado com altas de juros mais rápidas do que o imaginado anteriormente.   O dia está sendo de queda das bolsas, commo

No final da tarde de ontem, um rumor de que o Core CPI nos EUA seria muito acima das expectativas levou a forte queda das bolsas. O rumor foi negado. Os mercados apresentam leve recuperação essa manhã. Todas as atenções estarão voltadas para a divulgação da inflação de junho nos EUA (Core CPI) as 9h30.   A forte queda das commodities virou hoje o grande tema dos mercados, o que tenho comentado frequentemente (aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1546901010920112136?s=20&t=Ag7zQX27DM_fGzI7s7Wtlw ). Ontem, o índice de commodities caiu mais de 4%, com Cobre caindo 5% e Petróleo mais de 7%.   Isso tem reverberações ao redor do mundo, especialmente para um país como o Brasil, grande produtor e exportador de commodities (aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1546966385389101057?s=20&t=Ag7zQX27DM_fGzI7s7Wtlw ). Não à toa, temos visto forte pressão em nossa taxa de câmbio e nas ações da bolsa mais ligadas ao tema.   Como era esperado, a “PEC Kamikaze” foi aprovada

A terça-feira está iniciando com nova rodada de aversão a risco, com bolsas, commodities e cryptos para baixo, dólar forte e fechamento de taxa de juros. Destaque para o EUR atingindo a paridade com o dólar:   Na Alemanha, o ZEW – um dos indicadores de confiança mais importantes da Europa – apresentou forte queda, atingindo patamar mais baixo do que no auge da pandemia. O indicador está em nível compatível com outras crises, como a crise imobiliária dos EUA em 2008 e a crise dos PIGs na Europa em 2012:   A perspectiva de novos “lockdowns” na China e os receios envolvendo o fluxo de gás para a Europa continuam sendo vetores negativos importantes para os mercados no curto-prazo ( https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/07/daily-news-o-fantasma-do-covid-na-china.html ).   Interessante observar que, a despeito da recente queda no preço dos ativos globais, caso o mundo entre de fato em uma recessão, ainda teríamos espaço para novas rodadas de pressão negativa no preço dos ativ

Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom negativo, com bolsas, commodities e cryptos em queda; dólar forte no mundo e fechamento de taxa de juros.   Comentei sobre o cenário geral aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2022/07/giro-do-final-de-semana.html .   Na China, o aumento de casos de Covid volta a assombrar o país e elevar o risco de novos lockdowns, com impactos possíveis no cenário para o crescimento do país e do mundo:   Os dados de crédito e agregados monetários de junho mostraram um forte impulso ao crescimento do país, mas ainda sem um impacto imediato e estrutural nos dados de crescimento.   Na Europa, o período de manutenção da Nordstream I se iniciou. Há um enorme receio em torno de qual será a postura da Rússia após a manutenção. O fluxo de gás irá retornar? Ou entraremos em uma fase ainda mais aguda da crise energética?   *As análises e opiniões são pessoais e não representam, necessariamente, uma visão institucional.   Dan H. Kawa

By Dan Kawa Os dados de emprego nos EUA, divulgados na sexta-feira, em nada mudam o cenário de longo-prazo para a economia americana e o ambiente de política monetária. Cometei mais a fundo sobre isso aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1545479850441547776?s=20&t=vvv7j3bSok-PAZJca4ti3w .   Na China, os números de inflação de junho (CPI e PPI) ficaram dentro das expectativas e continuam sendo um “no issue” para a economia. O cenário para o crescimento, a despeito de novas sinalizações de medidas adicionais de suporte à economia, continua, na minha visão, se mostrando um cenário frágil.   Os números de alta frequência, mesmo após recuperação recente, ainda apresentam enormes dificuldade sem apresentar uma recuperação mais sustentável e robusta:   A China ainda parece longe de uma normalização mais estrutural com “headlines” desses: Macau Halts Transport, Closes Casinos, Tells Residents To Stay Home - HFKP   No Brasil, o IPCA divulgado na sexta-feira mostrou m