Brasil

Em entrevista a Folha, Nelson Barbosa adota o mesmo discurso que Joaquim Levy vem mostrando desde que assumiu o cargo de Ministro da Fazenda. Os sinais continuam bastante positivos, e a equipe parece unida na mesma direção, o que muitos achavam que seria um problema devido as características de Barbosa quando esteve no governo no primeiro mandato de Dilma. O destaque do discurso continua sendo para a necessidade de um forte ajuste fiscal. O foco será na contenção de despesas, mas aumento de receita pode, e deve acabar sendo utilizada. Além disso, Barbosa fala sobre a liberalização dos preços administrados como fator de impulso a economia. Como tenho insistido, a escolha de ativos para o portfólio será importante nos próximos meses. O “kit Brasil” pode não apresentar mais a correlação do passado. Ainda vejo valor na curva de juros, mas acredito que o BRL irá seguir o humor global em relação ao USD que, na minha visão, ainda é favorável ao USD. Na bolsa, alguns setores devem se beneficiar em relação a outros.

Senadores do PMDB decidiram retirar o apoio irrestrito ao governo nas votações da Casa. A composição do novo ministério teria sido o principal motivo para a nova postura do partido. Prometem continuar a defender as propostas encaminhadas pelo governo rumo ao reequilíbrio das contas públicas, mas dizem que a partir de agora os projetos serão discutidos caso a caso. Também sinalizam que vão rejeitar projetos que aumentem impostos. A postura é apenas o primeiro desafio político que Dilma enfrentará de agora em diante. Podemos esperar várias batalhas neste novo governo de do PT, especialmente quando os desdobramentos da Operação Lava-Jato vierem a tona. 

Berzoini afirma que a proposta de regulação da mídia irá avançar. Este é um tema muito delicado e polêmico. A manutenção deste tema na pauta de debate para o segundo mandato de Dilma deve ser lido como negativo. Como tenho insistido, Dilma parece ter optado por dar liberdade de ajustes na área econômica, mas irá manter muito de sua postura postura do primeiro mandato em outras áreas de governo, pelo menos esses são os primeiros sinais que vem sendo emitidos, especialmente após a nomeação de um ministério pouco técnico e extremamente político.

A empresa OAS anunciou que não pagará o coupon de um bond cuja data de vencimento era na semana passada, o que irá caracterizar um default após o grace period de 30 dias. A empresa é um dos maiores conglomerados do país. O evento certamente terá repercussões negativas de crescimento e para as demais empresas do país. Será uma tarefa árdua para empresas locais que precisam captar recursos no exterior este começo de ano. Certamente é mais um vetor negativo para a economia e para a bolsa local.

Matéria no O Globo mostra que a Petrobras teria criado uma empresa de fachada para a construção de um gasoduto no país. O TCU investigou as obras e confirmou que a empresa foi criada para dar impressão de um empreendimento privado estaria tocando o projeto.

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