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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Algumas atualizações...

Nesta quinta-feira o mercado manteve a toada de bom desempenho após a decisão do Fed, já amplamente comentada ( https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/01/fed-put-interregno-benigno-e-dolar-fraco.html ,   https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/01/reforma-da-previdencia-crescimento.html ). Não há mudança nas minhas visões apresentadas neste fórum nos últimos dias. No Brasil, os dados do mercado de trabalho mostraram uma recuperação muito lenta e de baixa qualidade. Este número apenas reforça o receio que comentei hoje pela manhã em relação a recuperação da economia do país. No tocante aos dados fiscais, os números correntes mostram que o cenário segue extremamente desafiador. Existe uma grande expectativa e esperança, que compartilho, em torno da reforma da previdência, o que justifica o desempenho espetacular dos ativos locais ao longo deste mês. Contudo, a situação corrente é bastante frágil e grave, dado o déficit nominal de cerca de 7% do PIB e um dívida que se apr

Reforma da Previdência, Crescimento, Lucros Corporativos, PMI na China e Brexit.

Os ativos de risco ainda estão digerindo as sinalizações do Fed e, no geral, operando em tom positivo. Escrevi de maneira mais profunda sobre o tema na noite de ontem, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/01/fed-put-interregno-benigno-e-dolar-fraco.html . No Brasil, os rumores dão conta de que os Militares estarão incluídos na proposta da Reforma da Previdência, o que seria um excelente ponto de partida para ajudar na comunicação e no convencimento da sociedade, pois coloca todos no mesmo patamar. No campo econômico, o mercado começou a olhar com mais calma a possibilidade de uma surpresa negativa (mais uma) no crescimento deste ano. Nossa área econômica já vinha nos alertado sobre esse risco, com uma previsão de PIB próxima a 2% e com viés (risco) de baixa. Agora o mercado passa a debater de maneira mais concreta essa possibilidade. De maneira geral, vejo sim este risco. Para o que tange os investimentos, este tipo de vetor pode dar combustível as apostas de n

Fed Put, Interregno Benigno e Dólar Fraco.

O destaque do dia ficou por conta da decisão do Fed, que manteve as taxas de juros estáveis e sinalizou para uma pausa no processo de normalização monetária. O FOMC ainda sinalizou para um possível ajuste no seu processo de redução do balanço, em linha com um artigo do WSJ na semana passada. Quero fazer aqui, uma vez mais, a diferenciação entre o curto-prazo e o longo-prazo. No curto-prazo, a postura do Fed deverá manter o interregno benigno que tanto tenho insistido neste fórum, favorecendo ativos emergentes, um dólar fraco e ativos de risco em geral. Continuo vendo espaço para esses movimentos, que podem ser catapultados pelas sinalizações de hoje. Contudo, vale ressaltar que parte desta sinalização já havia sido feito de maneira não oficial nas últimas semanas. Além disso, chamo a atenção para o primeiro parágrafo do comunicado do FOMC: Information received since the Federal Open Market Committee met in December indicates that the labor market has continued to stre

Fed, Apple, Vale e além!

Os ativos de risco estão abrindo a quarta-feira próximos a estabilidade. O grande destaque do dia ficará por conta da decisão do Fed, após a reunião do FOMC na parte da tarde. O mercado espera que o Comitê mantenha os juros estáveis, mas sinalize para uma longa pausa no seu processo de normalização das taxas de juros. Além disso, após rumores na mídia, já existe alguma expectativa de que o Fed sinalize para uma interrupção, em algum momento deste ano, do seu processo de redução do balanço. Caso a sinalização seja menos clara do que está, vejo espaço para algum desapontamento. Vale lembrar que parte relevante, senão integral, da recuperação dos ativos de risco este início de ano está proporcionalmente ligada a sinalização mais frouxa do Fed (além das medidas de estímulo na China). Ontem, o Consumer Confidence apresentou forte queda nos EUA, liderado pelo indicador de expectativas. O indicador de emprego mostrou novo aperto do mercado e trabalho. Continuo vendo um cenário de ar

Externo mais negativo. Incertezas locais.

Os ativos de risco estão mantendo o tom mais negativo de ontem. Além da temporada de resultados até agora um pouco mais negativa (vide detalhes aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/01/vale-caterpillar-outros.html ), os EUA anunciaram no início da noite de ontem um processo criminal conta a Huawei uma das maiores empresas de tecnologia da China e de todo o mundo ( vide aqui: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-01-28/u-s-planning-to-announce-criminal-charges-related-to-huawei-jrgrda0q?srnd=premium ). Primeiro, a medida afeta um dos maiores setores da bolsa da China e dos EUA, que é o setor de tecnologia. Segundo, deve dificultar as negociações para um acordo comercial entre os dois países, mesmo que seja um evento isolado. No Brasil, os jornais dão conta de que existe uma possibilidade do Conselho da Vale afastar os executivos da empresa após o evento do final de semana (aqui: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/01/governo-federal-aposta-em-maioria-em

Vale, Caterpillar & outros.

A segunda-feira começou em tom negativo e manteve a tendência ao longo do dia. Destaque para o resultado da Caterpillar, que cai cerca de 9% neste momento. A Cat é uma das empresas mais olhadas como “proxy’ para o crescimento global, por fornecer equipamentos utilizados para uma série de investimentos em infraestrutura. China representa parte relevante dessa surpresa negativa. A sinalização da empresa está em linha com as demais evidências econômicas e anedóticas que estamos observando nas últimas semanas. A Nvidia, uma empresa do setor de tecnologia, também apresentou resultado pior que o esperado e sinalizou para uma piora em suas perspectivas de resultados. Estamos em um ambiente de aumento de custos do trabalho em meio a uma desaceleração global. As empresas sofrem aumento de custos, mas não conseguem repassar essa pressão para o cliente final devido a queda da demanda. Em geral, não costuma ser um cenário positivo para margens, lucros e, consequentemente, para o mercado d

Poucas Novidades. Leve aversão a risco.

Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom levemente mais negativo, sem notícias relevantes ao longo da noite. Observamos pequena queda das bolsas da Ásia, que são seguidas de movimentos semelhantes está manhã na Europa e nos futuros dos índices nos EUA. O mercado de moedas apresenta leve dólar forte, com queda das commodities e fechamento de taxas dos papéis das economias desenvolvidas, em um movimento clássico de leve aversão a risco. No Brasil, os jornais estão dando atenção especial aos acontecimentos em Minhas Gerais e aos problemas que serão encontrados pela Vale de agora em diante. Este é um problema que precisará ser administrado pela Vale e pode afetar o humor da bolsa dado o peso da ação no índice. Comentei sobre este tema no domingo, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/01/brasil-tragedia.html . Sigo buscando um portfólio externo mais cauteloso, com hedge maiores e mais ativos, mesmo entendendo que estamos em um interregno benigno global que pode dura

Brasil: Tragédia!

Meus pensamentos estão com as vítimas e as famílias da inestimável tragédia ocorrida em Brumadinho, em Minas Gerais. As ações da Vale apresentaram queda na ordem de 10% na bolsa de NY na sexta-feira. Cabe agora as autoridades investigarem e punirem os responsáveis por mais uma ocorrência em menos de 3 anos. Não cabe a este fórum fazer juízo de valor sobre a questão, mas é inegável que a empresa precisará passar por sanções, punições e penas a altura de seu erro. Isso deve incorrer em questões financeiras e, eventualmente, processos mais lentos de autorização para a continuidade de suas operações e/ou operações novas. O problema me parece bastante “micro” e localizado, mas não deixa de chamar a atenção para a ausência de infraestrutura no país e para as deficiências de controles internos. Por outro lado, o novo CEO da Petrobrás promoveu um encontro com o mercado na sexta-feira e sua sinalização foi muito bem recebida, já que aponta para uma administração visando a eficiênc

Bancos Centrais colocam a cavalaria na rua!

O dia foi de bom desempenho dos ativos de risco, com um movimento acentuado de dólar fraco no mundo. O destaque ficou por conta de novas evidências de desconforto por parte dos principais bancos centrais do mundo, que está os levando a adotar medidas mais agressivas de suporte. Matéria no WSJ fala que o Fed pode interromper a redução de seu balanço: https://www.wsj.com/articles/fed-officials-weigh-earlier-than-expected-end-to-bond-portfolio-runoff-11548412201?mod=hp_lead_pos6 . Na China, o PBoC anunciou uma medida que se assemelha bastante a um QE. Segundo a Goldman Sachs: Last night PBOC  announced  that it will allow primary dealers to swap their holdings of perpetual bonds for central bank bills, and directly use those bonds as collateral to access certain PBOC liquidity operations. These measures should increase the appeal of perpetual bonds to be issued by banks, which can be a useful instrument to bolster their capital cushions and thereby help relax one current con

Mais dúvidas do que certezas...

Ontem foi um dia agitado. Como DB conseguiu resumir muito bem os principais eventos do dia, vou economizar palavras: Back to the real (financial) world and yesterday lived up to the billing of being a busy day in markets with much weaker-than-expected European PMIs initially setting the tone.  Draghi and the ECB then played for time - given March is where they get their latest staff forecasts - but acknowledged that risks were now to the downside. Elsewhere, Wilbur Ross downplayed expectations that a US-China trade deal is any closer, US jobless claims hit the lowest since around the time man first walked on the moon, and it was also a day where the government shutdown looked likely to continue for some time yet, even if there have been overnight attempts to find a deal to temporarily open government. Em linhas gerais, os PMIs mostram continuidade da desaceleração global, com a Europa liderando o movimento e os EUA ainda relativamente em condições saudáveis. Impressiona o Job

Europa: Sinais ainda mais preocupantes. Cautela redobrada.

Os PMIs da Europa divulgados hoje pela manhã (vide tabela e gráfico abaixo) mostraram a continuidade de um processo de desaceleração do crescimento. Destaque negativo para o PMI Manufacturing da Alemanha, que caiu de 51,5 para 49,9 pontos, patamar que já indica contração da economia no setor manufatureiro. O Euroze Markit Composite – que seria um compilado de toda a região, quase um PIB mensal – caiu de 51,4 para 50,7 pontos. Os números de hoje devem ser classificados como negativos e preocupantes. Estão em linha com nosso cenário mais negativo para a região e para o ambiente externo em geral. Teremos a reunião do ECB dentro de instantes. Acredito que dificilmente os ativos de risco conseguirão sustentar uma recuperação mais estrutural e duradoura na ausência de uma estabilização mais clara do crescimento global. China e Europa ainda me parecem ser “o elefante na sala”. Entendo que no curto-prazo o mercado esteja dando o beneficio da dúvida de que uma China mais agressiva e u

PMIs em foco no mundo. Agenda de reformas no Brasil é apresentada ao mundo.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade essa manhã. O destaque da agenda do dia ficará por conta das prévias dos PMIs globais. Estes números são os indicadores mais contemporâneos que temos em relação ao crescimento da economia global e podem ter um impacto relevante, para ambos os lados (positivo ou negativo) do humor dos investidores. Será um bom termômetro para medir se o crescimento global foi capaz de se estabilizar nas últimas semanas, o que será um sinal mais positivo, ou se seguimos em uma tendência de desaceleração, aumentando a fragilidade da economia mundial e o receio dos ativos de risco. Em Davos, Paulo Guedes reforçou sua mensagem de agenda liberal, com foco na reforma da previdência e na simplificação tributária, que poderá cortar impostos do setor corporativo/produtivo em detrimento a taxar dividendos. Segue artigos de hoje a este respeito: https://www.valor.com.br/brasil/6083415/governo-reduzira-para-15-taxacao-de-lucro-de-empresas , aqui https:

Brasil em Destaque.

O dia foi marcado por um bom desempenho relativo e absoluto dos ativos locais. Vimos um pouco de dólar fraco no mundo e alguma demanda por ativos emergentes, mesmo após a bolsa dos EUA reverter para um tom mais negativo ao longo da tarde. Será importante entender, nos próximos dias, se está dinâmica melhor dos ativos Brasileiros continua a ser fluxo, única e exclusivamente, de alocações de investidores locais ou se já há um maior interesse por parte dos estrangeiros. Isso pode ser crucial para a continuidade, ou não, do bom desempenho. Sigo otimista com as perspectivas para o país, mas entendo que não será um processo linear. Não vi mudanças relevantes de cenário. Minha visão pode ser vista aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/ . No Brasil, destaque para o IPCA-15, que ficou abaixo das expectativas, com alta de 0,3% MoM e 3,77% YoY em janeiro. A inflação continua bastante comportada, o que deve permitir que os juros fiquem mais baixos por mais tempo. A agenda de

Mantendo maior cautela externa. Obstáculos políticos no Brasil e notícias sobre as reformas econômicas.

Os ativos de risco acabaram acelerando o movimento de deterioração ao longo do dia de ontem e fechando próximos aos piores momentos do dia, em um clássico movimento de aversão a risco. A dinâmica foi em linha com o que comentei na manhã de terça-feira (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/01/tom-negativo-momento-de-cautela-externa.html ). Mantenho viés externo mais negativo e acredito que a primeira (e talvez única e última) rodada de recuperação dos ativos de risco neste começo de ano possa ter chegado ao fim. Mantenho recomendações externas mais negativas, como pode ser visto no link acima. Os motivos para a mudança de dinâmica estão por conta da continuidade de dados econômicos mais fracos no mundo, com números do setor imobiliário divulgados ontem bastante fracos nos EUA, além de indicadores de confiança (como o ZEW) na Alemanha, sinais de distensão das relações entre os EUA e China, sem perspectivas de um acordo entre as partes, e perspectivas menos otimi

Tom negativo. Momento de cautela externa, novamente.

Ontem foi um dia de feriado nos EUA. No Brasil, os ativos ameaçaram uma realização de lucros maior, mas acabaram fechando o dia em tom ainda positivo. Os ativos de risco estão abrindo o dia hoje em tom mais negativo. Pegando o S&P500 como parâmetro, ele atingiu o objetivo que eu vinha sinalizando entre 2.600-2.650 pontos. Até vejo ele podendo testar níveis em torno de 2.700 no curto-prazo, mas vejo os ganhos de agora em diante como mais moderados e mais difíceis de vislumbrar. A despeito da manutenção de um curto-prazo mais construtivo, com o Fed sinalizando para uma pausa e a China injetando liquidez na economia, acredito que os desafios estruturais continuam e os vetores mais positivos de curto-prazo possam ter já sido precificados nos ativos de risco. Alguns sinais de mercado me levam a crer em um ambiente ainda desafiador: O VIX segue acima de 15% e em torno de 18%, patamar perto da média histórica, mas elevado para os padrões do pós-crise de 2008. O Ouro segue bem

Explicação da família Bolsonaro e China em foco.

Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom levemente mais negativo. O dia será de feriado nos EUA, o que deverá reduzir a liquidez dos mercados e, eventualmente, tornar as variações dos ativos mais acentuadas, sem que isso sinalize para nada de fundamentalmente novo no cenário. A China voltou ao foco esta noite. Primeiro, um artigo na Bloomberg fala que as negociações com os EUA estão avançando pouco no tocante a Propriedade Intelectual, um dos pontos chaves para que um acordo seja atingido ( https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-01-21/u-s-china-trade-talks-falling-short-on-make-or-break-ip-issues?srnd=premium ). Segundo, os dados econômicos de dezembro ficaram levemente acima das expectativas, mostrando alguma estabilização, mesmo que pontual e frágil, do crescimento. Mantenho minha visão de que no curto-prazo existe espaço para uma estabilização de humor em relação ao país, condicionado a um acordo comercial com os EUA. No longo-prazo, ainda vejo enormes desafio

Brasil: Bolsonaro enfrenta seu primeiro desafio como presidente. O que esperar?

O final de semana foi marcado por novas revelações, por parte da mídia, de detalhes da suposta investigação em torno de um dos assessores, de um dos filhos de Bolsonaro, e do próprio filho do presidente, agora senador eleito. Vale a pena ressaltar que meu intuito neste fórum é apenas analisar, do ponto de vista político e econômico, os eventos no Brasil, sem fazer juízo de valor sobre os fatos ou tomar partido deste ou daquele lado. O objetivo aqui sempre será ser imparcial, ter a exata noção de como isso afeta o cenário econômico e, consequentemente, o preço dos ativos brasileiros e os investimentos nos ativos do Brasil e do mundo. As questões envolvendo pessoas em torno do presidente, até o momento, foram relevadas pelos investidores. Os fatos que estão sendo trazidos à tona, contudo, acumulam uma onda de incertezas que demandam explicações mais detalhadas e incisivas para a sociedade. Deixar que uma situação como essa cresça sem a resposta e o endereçamento adequado pode se