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Mostrando postagens de novembro, 2019

China: Recuperação à vista?

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O PMI da China em novembro – um dos indicadores mais coincidentes e importantes da economia – apresentou recuperação acima das expectativas. A abertura qualitativa do indicador foi positiva. De maneira geral, é um sinal positivo, mesmo que ainda pontual, para uma possível recuperação cíclica da economia do país. Mantenho minha cautela com relação aos sinais mais preocupantes da economia, mas preciso reconhecer a recuperação evidente apresentada por este indicador. Não entrarei no mérito da qualidade deste número, nem mesmo da suspeição de sua credibilidade. Precisamos trabalhar com os dados que temos, e este apresentou uma recuperação saudável. Ontem, o dia havia sido de forte pressão nas commodities e nas bolsas da Ásia, um sinal ruim para o crescimento global. Será interessante observar como o mercado irá reagir após o retorno do feriado prolongado nos EUA na segunda-feira.

Daily News – China: O elefante na sala.

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O destaque da noite ficou por conta de um relevante “sell-off” das bolsas da Ásia, lideradas pelas bolsas da China e de Hong Kong. Já há algumas semanas que tenho elevado meu tom em relação aos riscos que vinham se acumulando na economia da China e nos mercados locais. Desaceleração estrutural do crescimento, dificuldade do governo em reanimar a economia, aumento da pressão no setor bancário, elevação dos “defaults” ou eventos de crédito no mercado de dívida corporativa, apenas para citar alguns exemplos desses sinais. O mercado vinha muito focado na Guerra Comercial, mas sem dar a devida atenção a questões muito mais relevantes e, aparentemente, estruturais, como essas citadas acima. Ao que parece, estes vetores começaram a ganhar maior atenção do mercado, ao mesmo tempo em que surgem dúvidas em relação a possibilidade de um acordo comercial concreto entre EUA e China. Sigo preocupado com os eventos recentes na China e com a incapacidade ou ausência de instrumentos adequ

Daily News – Mais do mesmo.

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Os ativos de risco estão abrindo com leve viés positivo, após uma terça-feira de novo otimismo externo. As esperanças de um acordo comercial entre EUA e China continuam ditando a dinâmica do mercado. Não há novidades relevantes no cenário e em tudo que tenho escrito neste fórum nos últimos dias. A agenda econômica externa será carregada hoje nos EUA, devido ao feriado do Dia de Ação de Graças amanhã. No Brasil, a terça-feira foi de realização de lucros, liderada pelo dólar/câmbio. Um misto de posição técnica ruim, sazonalidade desfavorável, ausência de fluxo, diferencial de juros, piora no balanço de pagamentos e os comentários de Paulo Guedes na noite anterior deram o tom do mercado. O BCB foi levado a intervir no mercado duas vezes para conter a escalada da moeda, que em algum momento do tempo testou níveis próximos a 4,27. A atuação do BCB será na direção de suavizar o movimento e evitar uma dinâmica ruim, mas nunca conseguirá alterar, sozinho, a tendência ou direção d

Daily News – Brasil: Câmbio em foco!

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Os ativos de risco estão abrindo próximos a estabilidade, após mais um dia de otimismo na segunda-feira. As expectativas em torno de um acordo comercial entre China e EUA continuam ditando o humor positivo do mercado. Continuo vendo uma dicotomia entre um curto-prazo mais positivo e um longo-prazo mais desafiador. Vejo motivos para a manutenção de um humor global a risco mais positivo no curto-prazo, mas um acúmulo de sinais mais desafiadores de longo-prazo. O que me preocupa mais, neste momento, são os sinais emitidos pela China e pela sua economia. Enquanto o mercado se mostra atento e reativo a Guerra Comercial, há sinais inequívocos de desaceleração estrutural e problemas financeiros no país. Nos EUA, vemos sinais ainda mistos de desaceleração do crescimento, em menor escala e menos intensos, mas que precisam ser monitorados. Enquanto não houver sinais claros de uma possível recessão, contudo, o mercado parece disposto a dar o benefício da dúvida ao cenário e ao p

Brasil: Anatomia do Mercado de Juros

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A curva local de Juros precifica hoje mais uma queda de cerca de 45bps e outra de cerca de 15bps nas próximas 2 reuniões do Copom. Após isso, vemos uma alta gradual de juros precificada ao longo de 2020 e 2021, começando na reunião de junho de 2020. Há algum tempo eu já via a curva local de juros como um ativo com risco/retorno ruim. O fechamento de taxa, confesso, me surpreendeu bastante. Vejo a curva hoje como bem precificada diante dos riscos ao cenário base. Continuo não gostando do risco retorno desta classe de ativo, quando penso em uma alocação de médio e longo-prazo. Entendo que o cenário base seja mais uma queda de 50bps no próximo Copom e, depois, uma probabilidade média/baixa de 1 ou 2 quedas de 25bps. Acho que o risco do Copom parar o ciclo no 4,5% hoje é relevante. Acredito que haja espaço para a Taxa Selic permanecer em torno de 4,5% por bastante tempo, o que levaria a um ganho, no tempo, e no carrego, da parte intermediária e curta da curva de juros. Novame

Daily News – Esperança mantém os mercados sustentados.

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Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom positivo, com novas esperanças de uma resolução da “Fase 1” da Guerra Comercial. Segundo um dos mais respeitados veículos de comunicação da China: GLOBAL TIMES: CONTRARY TO NEGATIVE MEDIA REPORTS, CHINA AND THE US ARE VERY CLOSE TO THE PHASE ONE TRADE DEAL, AND CHINA REMAINS COMMITTED TO CONTINUING TALKS FOR A PHASE TWO OR EVEN A PHASE THREE DEAL WITH THE US, ON EQUAL FOOTING, EXPERTS CLOSE TO THE CHINESE GOVT TOLD GT. Ontem comentei sobre as novidades do final de semana e minha opinião sobre este tema, em particular: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/11/final-de-semana_24.html . Nesta manhã, destaque para o IFO – um dos indicadores de confiança mais importantes da Alemanha e de toda a Europa. O número mostrou, basicamente, estabilidade nos atuais patamares, sem qualquer sinal de recuperação: Seguimos em um ambiente de fragilidade econômica e pressões diversas no cenário. O mercado, por sua vez, segue fo

Final de Semana

E vamos as novidades do final de semana: Michael Bloomberg anuncia que será candidato à presidência dos EUA. Ainda há um longo caminho pela frente, mas Bloomberg não entraria nesta corrida se não soubesse que suas chances são elevadas. Acho que Trump terá, agora, um adversário de peso. Um artigo da Bloomberg News reportou que a China estaria elevado as penalidades para roubos de Intelectual Property (IP). Se confirmado, poderia ser um passo na direção para um acordo comercial. Sigo com receio de que qualquer acordo seja apenas pontual e pouco profundo, se de fato existir (link: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-11-24/china-to-raise-penalties-on-ip-rights-violations?srnd=premium ). Eleições municipais em Hong Kong apresentaram elevada participação. Ainda não temos um resultado, mas pode ser um evento relevante para o cenário do “país”. Segundo a mídia, o governo Bolsonaro estaria adiando a sua reforma administrativa, com receio de uma reação negativa do func

Daily News – Crescimento global segue fragilizado.

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Os ativos de risco estão abrindo o dia com leve viés positivo. Os ruídos envolvendo a Guerra Comercial e as negociações entre EUA e China estão ditando a dinâmica do mercado e assim devem continuar nos próximos dias. Sigo com visão cautelosa com o cenário internacional. Acredito que a estabilização do crescimento seja cíclica e frágil. Vejo o poder de reação dos bancos centrais como limitados. Sou cético com relação a um acordo entre EUA e China. Contudo, entendo que esses vetores precisam ficar mais evidentes para uma mudança clara e substancial de dinâmica dos ativos de risco. Enquanto isso, e com uma sazonalidade positiva de final de ano, na ausência da perda de um desses vetores, temos espaço para continuar flutuando em torno dos atuais níveis de preço. O destaque desta manhã ficou por conta do Flash PMI na Europa. O indicador de Manufacturing apresentou leve recuperação, mas com uma nova rodada de queda do indicador de Serviços, o que acabou levando a uma queda adici

Brasil

Está época do ano as corretoras e casas de análise (“sell-side”) costumam soltar seus relatórios de cenário e alocação para 2020. De tudo que tenho lido, destaque para as recomendações “acima da média” em mercados emergentes e em Brasil. Isso explica parte do movimento positivo na bolsa brasileira hoje. Enquanto isso, tivemos um dia de abertura de taxa de juros, após declarações do Presidente do BCB ontem em relação à política monetária e eventual impacto do câmbio nos juros locais. Finalmente, o dólar segue respeitando sua banda recente, entre 4,0-4,2, as vezes um pouco abaixo, as vezes um pouco acima disso. Como comentei hoje cedo, e tem sido meu mantra nos últimos meses: No Brasil, sigo favorecendo renda variável (cíclicos locais) em detrimento aos juros e ao câmbio. Entendo que podemos sofrer com a volatilidade externa, mas vejo quedas como oportunidades de alocação.

Daily News – Incertezas.

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Os ativos de risco estão abrindo o dia com leve viés negativo. Os ruídos envolvendo a Guerra Comercial e as negociações entre EUA e China estão ditando a dinâmica do mercado e assim devem continuar nos próximos dias. No campo econômico, destaque para a recuperação das Exportações da Coréia do Sul nos 20 primeiros dias de novembro. O número está em linha com a visão de uma recuperação cíclica do crescimento global, mas que ainda permanece em patamar frágil e pressionado: Nos EUA, os dados recentes de crescimento levaram a uma revisão baixista para o PIB do 4Q, que hoje encontra-se muito próxima a zero. Assim, temos um acumulo de evidência de desaceleração da economia do país: Há sinais truncados em torno das negociações entre EUA e China. A aprovação no Senado dos EUA de uma lei que impõe maior controle dos EUA sobre Hong Kong pode ser um enorme empecilho para o fechamento de um acordo mais amplo: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-11-21/china-s-liu-cauti

Daily News – Nova piora no cenário internacional.

Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom negativo, puxados pela pouca evolução e por ruídos envolvendo as negociações entre EUA e China. Destaque para a queda das bolsas e para o fechamento de taxa de juros no mundo desenvolvido. Na noite de ontem, o Congresso dos EUA aprovou uma “moção” em que busca acompanhar e, de certa forma, controlar, a situação em Hong Kong de maneira mais próxima. Ainda existe um trâmite para que a “lei” seja aprovada e enviada ao Presidente para assinatura final, mas foi um forte sinal por parte do Governo dos EUA à China. Logo após a aprovação no Congresso a China divulgou comunicado bastante duro em relação a esta postura dos EUA. Este evento, aliado a dificuldades na evolução do acordo comercial, deveriam tirar um importante suporte aos mercados globais. Conforme comentamos na Carta Mensal da TAG Investimentos de outubro: Alguns vetores ajudam a explicar esse movimento de recuperação do humor global a risco nas últimas semanas: · Pri

Daily News – “No News is Good News?”

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Nos últimos dias, os ativos de risco parecem estar consolidando nos atuais níveis, com as bolsas globais na ponta de cima da banda deste ciclo econômico e, no caso dos EUA, em seus picos nominais históricos. Não há novidades relevantes nos últimos dias. Vejo alguns ruídos e problemas idiossincráticos, mas nenhum que pareça capaz de alterar a dinâmica recente. Acredito que o mercado internacional tenha precificado um cenário de melhora considerável de ambiente econômico e político global, o que pode ter sido exacerbado por um quadro técnico favorável. Caso os dados econômicos não se revertam, pode haver algum tipo de decepção nesta frente. Contudo, neste momento, o suporte aos ativos de risco parece bastante sólido e apenas uma confirmação de perda de algum vetor de sustentação será capaz de reverter está dinâmica/tendência. A situação em Hong Kong segue tensa, mas sem gerar contágio econômico e financeiros ao resto do mundo, ainda. O Irã agora passa por um momento t

Bolsa

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O  BTG Pactual  compilou os resultados corporativos até o momento no Brasil no último trimestre. Crescimento segue robusto. Alta do Ibovespa está apenas seguindo o crescimento dos lucros, sem "re-rating" até o momento. Vc ainda acha que a bolsa está cara? Seguimos bastante otimistas com está classe de ativos, mas entendendo que o caminho será longo, tortuoso e permeado por volatilidade e obstáculos.  A bolsa local apresenta crescimento robusto, "valuations" atrativos, posição técnica saudável e imenso potencial de retorno.  Em troca disso, precisaremos abrir mão de mais volatilidade e, talvez, menor liquidez, pois o prazo de investimentos é mais longo.  O Brasil, além disso, ainda é um berço fértil de bons gestores ativos na bolsa.

Daily News – Humor positivo.

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Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom positivo. Destaque para a queda do Ouro e abertura de taxa de juros nos países desenvolvidos. No final de semana, comentei sobre a dinâmica de curto-prazo, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/11/final-de-semana.html . Destaco o seguinte trecho do comentário: Neste momento, o mercado parece ler o cenário como o “sweet spot” para os ativos de risco: O crescimento desacelera, mas ainda em patamar saudável. Não há inflação, a política monetária está mais expansionista e as empresas apresentam lucros satisfatórios. Isso tem levado a novos picos de preços nas bolsas do país. Isso pode mudar caso uma desaceleração se torne mais clara e acentuada em algum momento do tempo. Em Cingapura, as exportações de outubro apresentaram resultados mistos, com alguma recuperação em “eletronics”, mas com pressões ainda forte e evidentes no geral. O cenário para o crescimento da Ásia e, consequentemente, do mundo, continua desafiador

Final de Semana.

O final de semana foi de mais protestos, e ainda mais violentos em Hong Kong. O exército da China, pela primeira vez em vários anos, tomou as ruas do “país”, em um gesto ainda simbólico, para “ajudar voluntariamente” na limpeza da cidade. A ação me pareceu um claro sinal à população e aos manifestantes. Por ora, apenas os mercados da região têm reagido aos eventos em Hong Kong. Não há sinais de contágio ao resto do mundo. Isso pode vir a mudar caso a China comece uma intervenção mais aguda no “país” e isso afete a relação com o Ocidente. Na China, mais um banco sofreu intervenção estatal. Isso tem virado recorrência ao longo deste ano, em um esforço de conter problemas financeiros mais graves: https://www.wsj.com/articles/chinese-state-backed-investors-extend-support-to-yet-another-bank-11573900656?mod=hp_lista_pos5 . O Irã passa por momento delicado, com protestos generalizados após o aumento do preço do petróleo em 50%. Ainda sem impacto imediato para os mercados globai

Daily News – Deterioração do cenário e do ambiente de curto-prazo.

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Os ativos de risco estão operando com leve viés negativo. Sigo enxergando uma deterioração nos vetores que sustentaram a recuperação dos ativos de risco nas últimas 5 a 6 semanas, mas o mercado ainda me parece pouco reativo a essas mudanças. Na China , os dados de crescimento de outubro apresentaram desaceleração adicional, revertendo quase que totalmente a estabilização verificada em setembro. Os números divulgados hoje confirmam a tese que a recuperação vista em setembro pode ter sido um esforço pontual para manter o crescimento do PIB no 3Q acima de 6% YoY, porém não de maneira sustentável. Continuo bastante preocupado com o cenário de crescimento do país, na ausência de sinais concretos de estabilização: Interessante observar que os setores mais "livres" da economia apresentam arrefecimento continuo. Apenas as empresas estatais apresentaram recuperação no passado recente, em um claro esforço de contenção de danos por parte do governo. Esta estabiliza

Chile

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O que está ocorrendo no Chile é uma dinâmica muito parecida com o que vimos na Argentina em agosto, com suas reverberações usuais. Posição técnica ruim, mercado muito alocado, “porta de saída” fica pequena na hora de zerar as posições. Bolsa em dólares cai 23% nos últimos dias (cai mais 3% só hoje) e já cai quase 50% do pico de 2018. Este tipo de dinâmica que impede um pouco o investidor estrangeiro de entrar no Brasil. Não é pelo cenário, que em nada se assemelha ao Chile ou Argentina, mas pelos riscos em torno do cenário. Ao invés de “pagar antecipado”, o estrangeiro está optando por esperar sinais concretos de avanço da economia. Enquanto isso, apenas alocações táticas e especulativas.