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Mostrando postagens de agosto, 2016

New Kid on the Block, Less Tail Risk!

A quarta-feira deve ser analisada a luz de eventos específicos no Brasil e no mundo. No Brasil, o processo de impeachment foi encerrado, com o presidente interino Michel Temer sendo confirmado como novo presidente do país.  A votação mostrou 61 votos a favor do afastamento de Dilma, número em linha com o que era imaginado anteriormente. A aprovação do impeachment, mesmo que aparentemente esperada pelo mercado e pela sociedade, retira um “risco de cauda” do cenário político local. O PIB do 2Q apresentou queda de 0,6% e -3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, levemente abaixo das expectativas do mercado. Segundo nossa área econômica: A queda de -0,6%t/t dessaz e -3,8%a/a no PIB do segundo trimestre ficaram em linha com a nossa expectativa e não traz mudança para o nosso cenário de crescimento (-3,3% para 2016 e +1% em 2017); A formação bruta de capital fixo voltou a crescer (+0,4% t/t dessaz), algo que não ocorria desde o terceiro trimestre de 2013; O consumo das

Brasil: Sinais mais positivos.

Os ativos de risco estão abrindo a quarta-feira sem tendência definida. O dólar apresenta algum alivio após um movimento de alta verificado nos últimos dias. O petróleo apresenta queda, enquanto as bolsas e o mercado global de juros não apresentam movimentos relevantes. O destaque da agenda ficará por conta do PIB no Brasil para o ADP Employment nos EUA, que deverá determinar a direção dos ativos de risco no curto-prazo. No Brasil, o destaque ficou por cota da atuação do BCB no mercado de câmbio. O BCB não anunciou swap cambial reverso para hoje, dia de ptax de encerramento de mês, e dia de encerramento do processo de impeachment. O BCB já não vinha anunciando swap cambial reverso nos dias de ptax de final de mês, o que parece prudente, a fim de evitar movimentos ainda mais acentuados para a formação da ptax. Além disso, ele anunciou um leilão de linha em torno de $3,3bi, em um movimento positiv, o que mostra disposição em prover liquidez ao mercado. Não vejo o movimento do BC

Ajuste ao Fed.

Os ativos globais de risco continuam se ajustando para a possibilidade de uma alta de juros por parte do Fed (mais cedo do que tarde). Com a curva de juros norte americana precificando probabilidade em torno de 35% de uma alta de 25bps em setembro, e uma probabilidade de 60% de uma alta desta mesma magnitude ao longo de todo este final de ano, ainda parece haver espaço para a continuidade deste ajuste dos ativos de risco no curto-prazo, especialmente caso se consolide o cenário de uma alta de juros nos próximos meses. Vale lembrar que os mercados financeiros globais vieram de um forte movimento positivo nos últimos meses, com a posição técnica deteriorando-se à medida que os investidores fora promovendo alocações a risco em busca de retornos, carry e yield . Assim, não podemos descartar a continuidade dos movimentos recentes, como o fortalecimento do dólar no mundo, queda no preço das commodities e algum ajuste nos índices de bolsa. Ainda não vejo necessidade, ou um ambiente

Another January?

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, após uma segunda-feira em que os mercados mostraram recuperação. O destaque desta manhã está por conta de um leve movimento de fortalecimento do USD no mundo. Na agenda do dia, teremos o Consumer Confidence nos EUA. No Brasil, a agenda reserva o IGP-M e taxa de desemprego. Na ausência de notícias ou movimentos relevantes no cenário, reproduzo abaixo a visão do estrategista de moedas do Morgan Stanley, casa que tem acertado bastante cenário ao longo dos últimos meses: Risk markets and the Fed.   Taking a pre-emptive monetary tightening stance when profits are under downward pressure will not bode well for risk appetite.  So far, equity markets have held up and financials have rallied in anticipation of higher interest rates. This behaviour should not surprise as a pre-Fed equity market downward correction may cause the Fed to hold off any scheduled rate hike.  Hence, risk markets may enjoy the ‘Fed put’ for a couple of

Brasil: Ajuste fiscal é prioridade!

Em uma segunda-feira de feriado na Inglaterra, os ativos de risco estão abrindo a semana em tom de estabilidade. A agenda do dia será importante, com Core PCE e indicadores de atividade econômica nos EUA que podem trazer impacto relevante para a curva de juros norte americana e, consequentemente, para os mercados financeiros globais. No Brasil, O Globo traz uma entrevista com Henrique Meirelles. Segundo o artigo: O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que, passado o impeachment, o governo vai se concentrar 100% no ajuste fiscal, do qual, em sua opinião, depende o futuro do país.  Sim. Não há dúvida de que passa a ser a prioridade número um. Hoje já é uma prioridade do governo, mas eliminada essa incerteza, o foco no ajuste fiscal passa a ser ainda maior. Do ponto de vista da equipe econômica, nossa missão é realizar o ajuste fiscal. Segundo o Estado, contudo, o governo ainda não tem maioria para aprovar a PEC do Teto de Gastos, o que pode (e deve) mudar apó

Jackson Hole and beyond.

O final de semana foi marcado pela continuidade da conferência dos principais bancos centrais do mundo em Jackson Hole. Após a sinalização, simples e clara, emitida pelo Fed ao longo da sexta-feira (já comentada neste fórum), acredito que o Financial Times tenha resumido bem a conclusão da conferência: Central bankers to persist with brave new world Sam Fleming in Jackson Hole The message from the meetings in Jackson Hole was clear: there is no winding the clock back to the pre-crisis world of  central banking  as officials seek ways of improving their monetary weaponry. Interventions by fellow central bankers bore out that impression. Governor Haruhiko Kuroda of the Bank of Japan said he saw “ample space” for further loosening of the institution’s monetary policy, as he defended the central bank’s attempts to bolster growth and inflation via policies including negative rates. Benoît Cœuré, a member of the European Central Bank’s executive board, told the conference that the u

All about the Fed!

YELLEN: Speech is done. Now they got the message. FISCHER: I don't think so. Look at the screen. Y: Ugh, can you do better? F: Watch this. Além do discurso de Yellen, a sexta-feira foi marcada por uma cavalaria de sinalizações por parte de membros do Fed. A mensagem foi bastante clara e simples: A probabilidade de uma alta de juros no curto-prazo (setembro, dezembro ou ambos) subiu bastante nas últimas semanas. Caso o atual cenário seja corroborado pelos dados econômicos, especialmente os dados de emprego, existe a disposição dos membros do Fed em dar continuidade ao processo de normalização monetária. O processo como um todo, contudo, deverá ser lento e gradual, com uma taxa terminal de juros muito mais baixa do que no passado. Como a curva de juros americana precificava probabilidade de 30% de uma alta em setembro, e em torno de 50% de uma alta até o final do ano, o mercado foi levado a ajustar suas expectativas, agora em 42% para setembro e 65% para este ano.

All eyes in Jackson Hole!

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, a espera das declarações de Yellen – presidente do Fed – em Jackson Hole, na manhã de hoje. Acredito que a conferência será importante como um canal de abertura para um debate mais teórico, e de longo-prazo, no tocante ao poder da política monetária na atual conjuntura econômica global dos países desenvolvidos. Não espero nenhuma decisão (ou conclusão mais concreta) vinda destes debates, mas a abertura de uma porta, já muito bem introduzida por Williams, do próprio Fed, em  paper  na semana passada. Vejo dois cenários para Yellen. No primeiro, ela foca seu discurso em temas mais teóricos, em linha com o tema da conferência. No segundo, ela utilizaria o seu tempo para sinalizar a possibilidade de uma alta de juros ainda este ano nos EUA. Em ambos os casos, espero que a conclusão para o médio-prazo seja de uma taxa terminal de juros muito mais baixa do que no passado, e um caminho extremamente gradual de alta de juros. É

Brasil em Foco

Os mercados financeiros globais continuam sem mostrar tendências claras ou bem definidas, em um claro movimento de acomodação. Está penumbra pode ser encerrada, para qualquer um dos lados, nas próximas semanas, com importantes reuniões dos principais bancos centrais ao redor do mundo. Vamos aproveitar o dia para fazer uma breve atualização de Brasil. O processo de impeachment deverá ser encerrado na semana que vem, mas me parece bem precificado pelo mercado. De agora em diante, o foco se voltará para o apoio que o Congresso dará as medidas de ajuste econômico proposto pelo governo interino. No tocante a inflação, ainda estamos em um nível desconfortavelmente elevado, o que poderá adiar o início do ciclo de queda de juros para os últimos meses do ano ou, até mesmo, para o ano que vem. A aprovação de medidas de ajuste fiscal, especialmente a PEC do Teto de Gastos, será fundamental para a postura do BCB. Contudo, começamos a ver sinais, mesmo que incipientes, mais animadores nas

Brasil: Notícias ainda desanimadoras.

Os ativos de risco continuam em sua trajetória de consolidação, a espera da conferência de Jackson Hole, com inicio agendado para amanhã (voltaremos a este tema ao longo do dia de hoje). Antes disso, teremos uma agenda bastante importante hoje, com Jobless Claims e Durable Goods Orders, que serão determinantes para permear o debate de política monetária nos EUA, assim como sinalizar de forma mais clara como se encontra o crescimento do país no curto-prazo. Europa –  Hoje pela manhã, recebemos  informações de que alguns indicadores de confiança apresentaram queda na região, apontando para alguma desaceleração do crescimento. Na Alemanha, o IFO recuou de 108,3 para 106,2, abaixo das expectativas de 106,5 pontos em agosto. Na França, o  INSEE business climate  caiu 1pt, para 101 no mesmo mês. O cenário para a economia da Europa continua relativamente estável. Estes são os primeiros sinais mais concretos de desaceleração, que precisam ser acompanhados de perto. Por ora, permanece

Brasil: Ruídos políticos.

Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom mais estável, mas ainda com sinais de fragilidade, especialmente no tocante ao  ZAR , da África do Sul, e com uma forte queda no preço do  petróleo , após a divulgação de um forte e inesperado acumulo de estoques pelo API. Continuo vendo espaço para consolidação dos mercados financeiros globais no curto-prazo. Contudo, para uma inversão completa de tendência acredito que o cenário econômico global precisará ser totalmente alterado, ou com sinais mais claros de desaceleração do mundo, ou com risco de que o processo de alta de juros pelo Fed seja retomado, não apenas com mais uma única alta até o final deste ano, mas com sinais de que o processo possa levar as taxas de juros para níveis não precificados atualmente pelo mercado americano de juros. Para isso, acredito que os núme ros de inflação precisarão mostrar uma aceleração mais clara e consistente. No  Brasil , O Globo está com uma série de reportagens que mostram as dificuldades

Posição Técnica, Valuation e Ruídos Locais.

Os ativos de risco continuaram a mostrar dinâmica de consolidação neste começo de semana, com o agravante de que ruídos locais acabaram deteriorando o humor para alguns ativos emergentes, em especial, no mercado de moedas. Acredito que um misto de posição técnica menos positiva, valuations menos atraentes, aliados a uma nova rodada de desaceleração da China, e sinais mais hawkish do Fed, estejam sendo vetores determinantes para os movimentos de curto-prazo. Nesta terça-feira, tivemos ainda o corte do outlook do rating do México pela S&P, e ruídos envolvendo o Ministro das Finanças da África do Sul, que trouxeram à tona novamente o complexo ambiente político que marca o cenário local sul africano. Por ora, esses movimentos parecem simples realizações de lucros, mas que merecem atenção especial. Já existe uma dinâmica não tão recente assim de depreciação de algumas moedas da Ásia, em meio a novos sinais de desaceleração da China. O crescimento global mostra-se estáve

PMIs saudáveis na Europa / Esforço Político no Brasil.

Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom levemente positivo, a despeito de mais uma rodada de queda no preço do petróleo. O dólar apresenta leve queda ao redor do mundo, com as bolsas globais apresentando pequenas altas. O mercado de juros dos EUA, neste momento, abre taxas, porém em magnitude reduzida. Na agenda do dia, o destaque ficará por conta do Markit US Manufacturing PMI. Na Área do Euro, o Markit PMI apresentou leve elevação, dentro das expectativas do mercado. Por um lado, vimos um avanço superior a 1 pt no PMI da França mas, por outro lado, um recuo de magnitude semelahnte no PMI da Alemanha. De acordo com o Morgan Stanley:  Roughly in line consensus expectations, the composite PMI increased by 0.1 points to 53.3 in August.Assuming an unchanged reading in next month's report, our PMI-based GDP indicator points to a pace of growth in 3Q of 0.3%Q, roughly unchanged from 2Q.  Today's report gives therefore further evidence that the eurozone economy might have

Consolidação Continua...

Os ativos de risco continuaram a mostrar dinâmica de consolidação neste começo de semana. O destaque acabou ficando por conta de uma forte queda do petróleo, que arrastou o demais complexo de commodities e, consequentemente, levou a uma depreciação das moedas dos países produtores de petróleo (MXN e RUB em especial). O mercado está, neste momento, precificando cerca de 50% de probabilidade de uma alta de 25bps nos Fed Funds este ano nos EUA. Ainda existe espaço para o mercado precificar uma alta completa este ano. O discurso de Yellen em Jackson Hole será fundamental para este cenário de curto-prazo. Contudo, com o debate da teoria econômica de política monetária migrando para as restrições das políticas não convencionais, e para a necessidade de juros baixos por um período prolongado de tempo, fica difícil vislumbrar uma mudança abrupta e completa do atual ambiente. Continuo vendo a China como um risco mais real. Entendo que uma desaceleração controlada do crescimento do país

Teses de Investimento.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, em um dia de feriado nos EUA. Destaque para uma leve alta do USD no mundo, após os comentários de Stanley Fisher ao longo do final de semana. As bolsas do mundo desenvolvido apresentam pequenas altas essa manhã. Teses de Investimento –  Minha maior convicção este momento é que o BCB fará tudo que estiver ao seu alcance para a inflação convergir para o centro da meta no horizonte relevante de tempo. Assim, acho interessantes posições vendidas em inflação implícita na parte intermediária da curva (2020 a 2023), nos atuais níveis de 5,75%. Entendo que a inflação de curto-prazo ainda está elevada e surpreendendo para cima. Assim, tenho evitado a parte mais curta da curva e buscado deixar espaço para elevar a alocação ao longo do tempo, até que a inflação corrente dê sinais mais animadores. Como, neste cenário, o BCB poderá esperar mais tempo para iniciar o ciclo de queda de juros, estou favorecendo estruturas de opções (ID

Fed & Jackson Hole

Desde meu último comentário, na sexta-feira pela manhã, vimos à continuação de um movimento de acomodação dos ativos de risco. O destaque acabou ficando para o desempenho relativo mais positivo dos mercados de câmbio e juros no Brasil, após o BCB decidir por reduzir a colocação de swaps cambiais para os US$500mm diários, que vinham sendo regra até poucas semanas atrás. Minha visão continua a mesma daquela destacada neste fórum no final da semana passada. Já vínhamos alertando para a possibilidade de um período de consolidação/realização de lucros dos ativos de risco, em meio a uma posição técnica e  valuations  menos favoráveis, sinais de uma nova rodada de desaceleração da China e, agora, com a possibilidade da retomada do processo de alta de juros nos EUA.   Por ora, vejo este processo apenas como uma acomodação dos ativos de risco, e não uma mudança definitiva de tendência. As declarações do Fed parecem ter sido o  trigger  definitivo para o movimento. Contudo, mesmo que o banc