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Mostrando postagens de maio, 2016

Petróleo, Inglaterra & Brasil.

No cenário externo, o Petróleo testou, e falhou, novamente, o rompimento do patamar de US$50, visto por muitos como um teto para o preço da commodity no curto-prazo. Não sou especialista no assunto, mas acho relevante acompanhar a dinâmica deste ativo como referência para os ativos de risco. Vale lembrar que o sell-off dos ativos no início do ano foi concomitante com uma queda para em torno de US$28 no preço do petróleo, assim como a recuperação dos mercados financeiros globais acabou sendo ajudada pela recuperação do petróleo para o atual patamar. Na Inglaterra , duas pesquisas, uma por telefone, e outra online, mostrara os votos favoráveis pela saída do país da UE a frente dos votos favoráveis a manutenção do país na UE. Com a proximidade da votação, agendada para o dia 23 de junho, é natural que os ativos de risco fiquem mais reativos e sensíveis a este tipo de pesquisa. A forte queda do GBP, e a consequente pressão nas bolsas globais foram sem dúvida uma reação a está pesqui

China: One-Minute Plunge Sends Chinese Stock Futures Down by 10% Limit (BBG)

O destaque da noite ficou para a pontual queda de 10% da bolsa na  China , que atingiu seu limite de baixa pela manhã, para logo depois apresentar rápida e acentuada recuperação. A dinâmica da bolsa local mostra a imaturidade e a fragilidade dos ativos de risco do país que, na minha visão, continua sendo o principal risco para a economia global e os mercados financeiros mundiais. De um artigo na Bloomberg:   Chinese stock-index futures plunged by the daily limit before snapping back in less than a minute, the second sudden swing to rattle traders this month. Contracts on the CSI 300 Index dropped as much as 10 percent at 10:42 a.m. local time, recovering almost all of the losses in the same minute.  More than 1,500 June contracts changed hands in that period, the most all day, according to data compiled by Bloomberg. The China Financial Futures Exchange is investigating the tumble, said people familiar with the matter, who asked not to be named because they aren’t authorized to sp

Brasil: Meirelles ajuda a acalmar o mercado.

O feriado nos EUA e na Inglaterra manteve os ativos de risco com pouca liquidez e baixa volatilidade. No Brasil , em um sinal de que o quadro técnico possa estar melhor, tivemos um dia de desempenho mais positivo dos mercados de câmbio e juros. A aparição de Henrique Meirelles em alguns eventos ao longo do dia, com um discurso bastante austero e coerente, pode ter ajudado na dinâmica desta segunda-feira. Além disso, mesmo que por questões pontuais e sazonais, o resultado do déficit fiscal do Governo Central ter apresentado superávit de R$9,8B, muito acima das expectativas de R$2,4B, em conjunto com a recuperação de alguns indicadores de confiança, também foram vetores que contribuíram para dar um alívio aos mercados locais. A partir de amanhã, teremos uma agenda externa bastante importante para o cenário de curto-prazo, com importantes indicadores de atividade, inflação e emprego nos EUA, além do PMI na China. Continuo otimista com a possibilidade de novas rodadas de f

Brasil: Governo admite que só teto de gastos não resolve e já prepara outras medidas

Em uma segunda-feira de feriado nos EUA e na Inglaterra, o ativos de risco estão operando sem grandes movimentações e com baixíssima liquidez. No  Brasil , mas um Ministro do atual governo foi pego em gravações criticando a Operação Lava-Jato, criando mais um evento de constrangimento ao governo interino. Segundo a Folha:  O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle escolhido pelo presidente interino Michel Temer, Fabiano Silveira, criticava a  operação Lava Jato[www1.folha.uol.com.br]  e orientava investigados enquanto tinha um cargo de conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão que fiscaliza o poder Judiciário. Fabiano Silveira foi gravado pelo ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, que se tornou delator da operação, na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros. Os áudios foram exibidos pelo programa Fantástico, da TV Globo. Numa das frases, após Machado criticar o Procurador-geral de Justiça, Rodrigo Janot, Silveira diz: "Eles estão perdid

Brasil: Ruído político ainda elevado.

A segunda-feira será de feriado nos EUA e na Inglaterra, o que deverá manter os ativos de risco com baixa liquidez. O fluxo de notícias do cenário externo, neste ambiente, acabou sendo esvaziado neste final de semana. A mídia apenas repercutiu a mensagem de  Yellen  na sexta-feira, sinalizando para uma alta de juros nos EUA mais cedo do que tarde, além da conclusão da reunião do  G7 , que não trouxe nenhuma nova medida, ou sinalização diferente naquela que já era esperada pelo mercado. Vale lembrar que o  Japão  trabalhou para a divulgação de um comunicado mais cauteloso e sombrio em relação ao cenário de crescimento global, mas acabou sendo vencido pela decisão dos EUA e da Alemanha da manutenção dos principais pontos que já vinham sendo mencionados nas reuniões anteriores. No  Brasil , a mídia continua focada nas gravações que vem sendo divulgadas da possível delação premiada de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, e político muito próximo a uma das alas do PMDB, especia

Update

A sexta-feira, véspera de feriado nos EUA e na Inglaterra, foi marcada por ume entrevista de Yellen em um evento em Harvard. Moderado pelo economista Gregory Mankiw, Yellen teve a oportunidade de proferir algumas palavras de como analisa o estado da economia americana. Por um lado, Yellen não foi tão direta e incisiva como os demais membros do Fed nos últimos dias, em relação a possibilidade de alta de juros no curto-prazo (junho ou julho). Por outro lado, deus sinais contundentes de que o cenário, caso mantido, enseje uma alta de juros mais cedo do que tarde. Os ativos de risco reagiram de acordo, com forte alta nas taxas de juros curtas nos EUA (entre 5 e 10bps), alta do dólar e pressão nos ativos emergentes. O mercado embute probabilidade de alta de 25bps em junho em 35%, em junho em 60% e até dezembro em cerca de 80%. É natural supor que, caso o cenário de alta de juros se consolide, continuaremos a ver uma pressão altista no dólar e nas taxas de juros, e baixista nos ativos e

A espera de Yellen.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade essa manhã, na expectativa de um discurso de Yellen agendado para hoje. Será a primeira oportunidade para a presidente do Fed expressar sua visão em relação a política monetária do país após um longo período de silencia, com o agravante que nas últimas semanas houve um claro esforço coordenado de integrantes do Comitê em sinalizar que uma alta de juros pode ocorrer mais cedo do que tarde. As bolsas operam próximas a estabilidade, mesmo com o petróleo em queda. O dólar apresenta leve alta. No  Japão , os dados de inflação de abril ficaram abaixo das expectativas do mercado, além de apresentarem um quadro preocupante de inflação baixa e cadente. Os números de hoje reforçam o cenário de que o governo deverá adiar, mais uma vez, um aguardado aumento de imposto no país. Além disso, coloca pressão para que o BoJ anuncie novas medidas de estímulo monetário. Nos  países emergentes , vemos sinais de arrefecimento dos fluxos

Dia de pouca movimentação.

O dia   foi de pouca volatilidade e baixa liquidez nos mercados globais. O  petróleo  acabou não se sustentando acima de US$50, e acabou a quinta-feira em leve queda. As bolsas globais operaram próximas a estabilidade, enquanto verificamos um leve movimento de dólar fraco no mundo.   O  EWZ  – ETF de bolsa brasileira em NY – apresentou alta de 1%, com o NDF de  BRL  e o  CDS Brasil  operando próximos a estabilidade. Nos  EUA , o Jobless Claims recuou para os níveis de cerca de 4 semanas atrás, confirmando a visão de que a deterioração das últimas semanas foi pontual. O mercado de trabalho continua mostrando sinais de que o hiato do produto do país continua a fechar, em um ambiente que deve reforçar a visão do Fed de que uma alta de juros pode ocorrer mais cedo do que tarde. O Durable Goods Orders, a despeito de uma forte alta do  headline , mostrou fraqueza nos detalhes (e nos núcleos) em um cenário em que os investimentos e o setor manufatureiro ainda mostram dificuldades em reag

Brasil: Ruído político ainda elevado.

Brasil –  Mesmo com o feriado, o noticiário local continua agitado. A potencial delação premiada de Sergio Machado (ex presidente da Transpetro, muito ligado a cúpula do PMDB) ainda está reverberando no meio político, trazendo uma indesejada instabilidade no inicio do governo interino de Michel Temer. De acordo com a mídia, a delação de Machado poderá conter novas informações em torno do financiamento de campanhas. Além disso, novas transcrições das conversar de Sergio junto a José Sarney mostrou uma tratativa em torno de como tentar conter os avanços da Operação Lava-Jato. Por hora, não há indícios de nenhum mal feito por nenhuma das partes, mas existe o receio por parte da cúpula do PMDB de que novas revelações possam incriminar importantes agentes do atual governo, tudo isso segundo informações dos artigos dos jornais de hoje. O risco, neste momento, é o enfraquecimento político do governo interino, que viria através da perda de apoio no Congresso, ao mesmo tempo em que soc

Brasil: Quadro técnico do mercado prevalece.

A despeito do bom humor externo, os ativos locais tiveram mais um dia de performance ruim, especialmente o mercado de câmbio e juros. Como tenho insistido neste fórum nos últimos dias, acredito que posição técnica seja um dos principais motivos para esta dinâmica ruim dos ativos brasileiros nos últimos dias. Os fundos locais aparentam estar extremamente alocados nesses mercados (vide a performance recente e algumas regressões que rodamos internamente), sem grande espaço ou apetite para adicionar risco em suas carteiras. Por outro lado, o investidor estrangeiro, que poderia ser o alocador adicional de recursos no país, continua cético em relação a uma melhora de perspectiva para a economia do Brasil. O fluxo cambial e os dados do BoP apenas confirmaram está visão nos últimos dois dias. Diante deste quadro, tenho optado por uma postura mais tática. Nos atuais níveis do mercado de juros, começo a adicionar posição aplicada na barriga da curva, visando um ganho em torno de 30 a 50bps.

Brasil: Governo vence, mas dúvidas persistem.

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento positivo verificado ontem, com destaque para a alta das bolsas globais, lideradas por mais um movimento altista do petróleo. Na  China , o PBoC continua guiando o CNY para níveis mais depreciados, em linhas com o movimento verificado no dólar ao redor do mundo nos últimos dias. Por hora, o mercado se mostra tranquilo com este movimento, em um sinal de que entende o novo modelo cambial do país. Na  Grécia , um acordo junto aos credores está dando imenso alívio aos ativos do país, com juros fechando taxas e alta da bolsa local. No  Brasil , temos algumas notícias divergentes. Em primeiro lugar, o governo saiu vitorioso em sua primeira batalha no Congresso, com a aprovação da meta fiscal para 2016. Não há dúvida de que a vitória seja positiva. Contudo, a seção do Congresso foi longa e tumultuada. A oposição conseguiu fazer bastante barulho e obstruir a pauta por várias horas. A dinâmica da votação mostra que, talvez, se

Brasil em Foco.

Michel Temer, em conjunto com sua equipe econômica, divulgou hoje medidas preliminares de ajuste fiscal (mais detalhes no decorrer deste fórum). As medidas, em grande parte, ficaram dentro do que já vinha sendo ventilado pela mídia nas últimas semanas. As medidas são positivas e vão de encontro a necessidade de um ajuste fiscal de longo-prazo para o país. Contudo, vale ressaltar que, (1) Parte das medidas precisará passar pelo crivo do Congresso, cujo o apoio ainda não é garantido, (2) O governo está preferindo “empurrar” parte do peso do ajuste para o futuro, tornando a trajetória da dívida/PIB ainda preocupante no curto-prazo, especialmente caso tenhamos crescimento baixo nos próximos anos, (3) Não observamos medidas mais agressivas, talvez impopulares, mas necessárias para garantir um ajuste, no mínimo, necessário para evitar a escalada do endividamento do país (aumento de impostos, Previdência e etc). Os pontos de interrogação descritos acima, somados a uma posição técnica

Update

O dia foi dominado pelo cenário político local, com a divulgação da transcrição de uma conversa de Romero Jucá com Sergio Machado, ex Presidente da Transpetro. A conversa colocou o atual Presidente do PMDB, e Ministro do Planejamento, no olho da Operação Lava-Jato. Vale lembrar que Jucá é um grande articulador político junto ao Congresso, é braço direito de Michel Temer e figura essencial na estrutura montada pelo governo interino na administração Temer. Como comentei pela manhã, este tipo de evento pode vir a tirar apoio do atual governo, dificultando a aprovação de medidas essenciais para o país. Por hora, Temer está mantendo Jucá no cargo, mas a mídia está dando como certa sua saída. Estão ventilando a possibilidade de um rearranjo do Governo, com Eliseu Padilha assumindo o Planejamento. Na minha opinião, será uma jogada arriscada trocar Jucá por um outro nome já citado na Operação Lava-Jato. Os próximos dias serão fundamentais. A maneira com que Temer irá lidar com está cr

Temer enfrenta seu primeiro grande obstáculo como presidente!

Os ativos de risco tiveram uma noite tranquila, e operam próximos a estabilidade. As bolsas apresentam leve altas ao redor do mundo, as commodities apresentam queda, com o dólar estável, e os juros dos EUA apresentando pequeno fechamento de taxas. No  Brasil , o governo interino amanhece com seu primeiro grande problema. O senador licenciado, e atual Ministro do Planejamento, Romero Jucá, foi pego em conversas telefônicas sugerindo que seria possível interferir na Operação Lava-Jato. Jucá já era investigado pela Operação, mas agora poderá ser acusado de obstrução de justiça, entre outros. O problema me parece grave para Michel Temer, pois Jucá é um de seus principais aliados e do “núcleo duro” do governo interino. Este tipo de divulgação poderá vir a tirar apoio do atual governo, dificultando a aprovação de medidas essenciais para o país. Enquanto isso, a mídia continua a ventilar medidas que devem ser anunciadas por Henrique Meirelles com o intuito de promover um ajuste econô

Decepção do G7 / Ruídos no Governo Temer

No cenário externo, o destaque do final de semana ficou por conta da reunião do  G7 , realizada no Japão. Não era esperado nenhum anuncio ou medida concreta da reunião, mas o mesmo comunicado, geralmente vago e de pouco comprometimento, que marcou as últimas reuniões do Grupo. Contudo, como na reunião ocorrida em Shangai no início do ano, houve uma teoria por parte do mercado, de que as principais potencias do mundo haviam se comprometido e evitar mais uma rodada de apreciação desenfreado do dólar, a reunião no Japão acabou ganhando alguma atenção por parte dos investidores. A reunião do G7 trouxe mais dúvidas do que conclusões. O comunicado apresentando após o evento manteve as mesmas linhas gerais daquele apresentado na reunião anterior. O que ganhou mais destaque, contudo, foi a grande oposição entre  Japão  e  EUA  no que diz respeito a uma eventual intervenção no câmbio japonês. O país julga que a apreciação recente de sua moeda ( JPY ) tenha sido rápida, acentuada e fora dos

Inflação, Taxa de Juros e Crescimento Global

O destaque do dia ficou por conta do IPCA-15 de maio no Brasil . A inflação apresentou alta de 0,86% MoM e 9,62% YoY, muito acima das expectativas de 0,76% MoM e 9,51% YoY. A surpresa altista ficou concentrada em poucos itens, muito deles administrados, e alguns outros sazonais. É inegável que a inflação corrente continua elevada e incompatível com as metas de inflação e com o início de um processo de queda de juros no curto-prazo. Assim, reafirmo minha visão de que não tenho convicção de quando será iniciado um processo de distensão monetária no país. Na minha opinião, a melhor estratégia para o novo Banco Central seria adiar o início de um ciclo de queda de juros por cerca de 3 reuniões do Copom. Caso a inflação corrente arrefeça, as expectativas de inflação caiam, e o governo consiga implementar algum ajuste fiscal crível, o BCB terá melhores condições de iniciar um ciclo de queda da taxa Selic, talvez mais rápido e acentuado do que faria se antecipasse o ciclo. Além disso, ganhari