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Mostrando postagens de setembro, 2016

DB (ainda) em foco.

Acho prudente trabalhar com uma menor exposição a risco (ou hedges mais agressivos no mercado externo), a espera de melhores pontos de entrada na alocação dos mercados locais, especialmente do mercado de juros. Acredito que a posição técnica tenha piorado nos últimos dias (ou semanas), o que pode acabar trazer volatilidade e oportunidades de investimento. Ainda vejo os problemas do DB como pontuais e localizados, mas dado o potencial de contágio para o resto do mundo, e minha falta de informação sobre o tema, prefiro manter postura mais cautelosa no curto-prazo. O banco (DB) vem sendo foco de especulações há vários meses, com suas ações e títulos de dívida sofrendo de maneira acentuada neste processo. Não parece haver uma solução simples, fácil ou, até mesmo factível, no curto-prazo, para dirimir totalmente os problemas de liquidez, solvência e capital requerido pelas novas regras globais. O banco é sim um “risco de cauda” (e um “risco sistêmico”) para os mercados financeiros

DB em foco.

No meio do dia de hoje os mercados financeiros globais foram informados, por uma matéria da Bloomberg que alguns hedge funds estariam retirando colateral do DB. Segundo o artigo: Some Deutsche Bank Clients Said to Reduce Collateral on Trades By William Canny      (Bloomberg) -- A number of funds that clear derivatives trades with Deutsche Bank AG have withdrawn some excess cash and positions held at the lender, a sign of counterparties’ mounting concerns about doing business with Europe’s largest investment bank.      While the vast majority of Deutsche Bank’s more than 200 derivatives-clearing clients have made no changes, some funds that use the bank’s prime brokerage service have moved part of their listed derivatives holdings to other firms this week, according to an internal bank document seen by Bloomberg News. Eu tenho alertado para o risco de ruídos de curto-prazo em relação a potencias desenvolvimentos negativos provenientes da Europa. Escrevi na segunda-feira q

Brasil: BRL e notícias positivas para o ajuste fiscal.

Sem novidades relevantes no cenário, os ativos de risco estão digerindo a decisão da OPEP em anunciar um corte de produção de petróleo para ser implementado na próxima reunião do cartel em novembro. Os detalhes ainda são escassos, a implementação deverá ter ruído, mas a notícia, sem dúvida alguma, retira um “risco de cauda” do cenário, e deve levar o petróleo a ter um piso no curto-prazo. No Brasil, acho importante fazermos um breve comentário do sobre o BRL. Não tenho dúvida que parte relevante do desempenho da moeda, no logo-prazo, tende a ter um componente elevado das condições externas para o USD. Em curtos períodos de tempo, contudo, alguns vetores locais precisam ser observados. Nos últimos dias, vimos uma pressão sobre o cupom cambial, com as taxas curtas abrindo acentuadamente. Este movimento sinaliza para um pressão de saída de fluxos do spot, seja por questões de final de mês e trimestre, seja pelo desmonte de algumas operações fiscais que estão sendo revertidas por muda

OPEC: Set. Ready. Cut! (but only in november).

A OPEP anunciou, extraoficialmente (até o momento) a intensão de formar um comitê para estudar maneiras de cortar a produção do bloco, e congela-lo nos níveis que serão definidos. Além disso, devem buscar dialogo com países produtores que não participam do cartel, a fim de racionalizar a oferta e demanda, e buscar níveis de preço que onerem menos os países produtores. A decisão é de certa forma uma surpresa positiva, pois as expectativas em torno desta reunião eram baixas. Diante deste quadro, não surpreende a alta de quase 5% nos futuros de WTI. Como comentei no começo da semana: Nos últimos dias, cresceu o ruído em torno de um potencial acordo para congelamento de produção da OPEP, o que tem ajudado a dar suporte a commodity. Vale a pena mencionar que a situação econômica dos países do Oriente Médio, dependentes de petróleo, como a Arábia Saudita, começa a se mostra cada vez mais desafiadora. Alguns países estão sendo obrigado a promover cortes de orçamento e, até mesmo, anu

No news is good news.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, com leve viés positivo, na ausência de notícias relevantes. Mantendo-se este cenário, os ativos de yield/carry devem continuar a se favorecer de um ambiente de crescimento global baixo, sem recessão global, mas com flutuações em torno da tendência e manutenção dos bancos centrais nas principais economias do mundo com postura ainda expansionista. Vale lembrar que, muitos países que apresentam yields atrativos, têm mostrado avanços institucionais e estruturais importantes no que tange a suas economias, o que se coloca como um vetor adicional de atratividade.  Nesta manhã, alguns veículos de comunicação está afirmando que o governo alemão já prepara planos de contingência caso a situação do DB mostre deterioração adicional. O  banco vem sendo foco de especulações há vários meses, com suas ações e títulos de dívida sofrendo de maneira acentuada neste processo. Não parece haver uma solução simples, fácil ou, até mesmo factível,

Set. Ready. Cut!

Dois eventos merecem destaque nesta terça-feira. No cenário externo, a percepção de que Hillary Clinton venceu o primeiro debate para as eleições presidenciais norte americanas ajudaram a dar sustentação a alguns ativos de risco, como o MXN e as bolsas dos EUA. O petróleo acabou apresentando papel secundário, com a OPEP, mais uma vez, falhando em chegar a um acordo para o congelamento (ou redução) da produção dos países membros, o que levou a uma forte queda da commodity. O DB continua no foco do mercado e poderá trazer alguma volatilidade no curto-prazo. No Brasil, o Relatório de Inflação (RI) mostrou expectativas/previsões menores do que no RI anterior, e mais baixas do que na última Nota do Copom. Além disso, as previsões do BCB ficaram abaixo das expectativas do mercado. O texto do Relatório adotou mensagem similar àquela que já vinha sendo incorporada pelo BCB em eventos recentes. Acredito que o BCB sancionou a janela para que o ciclo de queda de juros se inicie na re

Hillary 1 x Trump 0.

O primeiro debate eleitoral entre os candidatos para presidente dos EUA foi vencido por Hillary Clinton, segundo 62% dos espectadores da CNN. Os ativos de risco reagiram de acordo, apresentando forte recuperação ao longo da noite. Contudo, na última hora, vimos um arrefecimento deste movimento. A agenda do dia será carregada, com Relatório de Inflação no Brasil, Consumer Confidence e Markit US Services PMI nos EUA. As ações do DB ainda estão no foco do mercado, sem que haja uma solução de curto-prazo para os problemas da instituição. Mantenho minha visão de que não vejo grandes movimentos ou tendências de curto-prazo, o que me mantém concentrado no mercado local de juros, onde vejo um mix de cenário econômico local favorável, carry/yield elevado (em comparação com outros ativos do mundo), valuations atrativos e uma posição técnica ainda positiva. É notório, contudo, que nos atuais níveis de preço, para que o movimento de fechamento de taxas continue, será necessário um sina

Eleições, Petróleo e DB.

Os mercados financeiros globais tiveram uma segunda-feira para digerir alguns eventos pontuais que, por ora, estão mantendo-se localizados. Alguns deles tem algum potencial de contágio para o resto do mundo. Até o presente momento, contudo, me anima o fato do mercado estar conseguindo diferenciar eventos locais. EUA – Hoje teremos o primeiro debate para as eleições presidências no país. O mercado vinha apresentando uma certa leniência com o evento. Dado o quão apertado está a corrida presidencial, me parece natural termos algum ruído em torno do tema. Pesquisas recentes continuam mostrando uma tendência de melhora para Trump, com uma pequena liderança para Hillary. Petróleo -  Nos últimos dias, cresceu o ruído em torno de um potencial acordo para congelamento de produção da OPEP, o que tem ajudado a dar suporte a commodity. Vale a pena mencionar que a situação econômica dos países do Oriente Médio, dependentes de petróleo, como a Arábia Saudita, começa a se mostra cada vez ma

Mercados Globais - DB em Foco.

Os ativos de risco estão abrindo a semana sem grandes correlações. Estamos observamos uma fraqueza das bolsas na Ásia, Europa e EUA, que pode estar sendo liderada por mais uma rodada de queda das ações do DB. Segundo a Bloomberg: Deutsche Bank AG  shares dropped to a record low amid concerns that mounting legal bills, including a looming fine over its pre-crisis mortgage bond business, may force the lender to raise capital. The shares dropped 6.3 percent to 10.70 euros at 10:14 a.m. in Frankfurt. The 38-member Bloomberg Europe Banks and Financial Services Index slipped 1.5 percent, with Deutsche Bank the worst performer. Chancellor  Angela Merkel  has ruled out state aid for Deutsche Bank ahead of national elections in September 2017, Focus magazine reported last week, citing unidentified government officials. The German leader also declined to step into the bank’s legal imbroglio with the Justice Department, the magazine reported. A despeito da fraqueza nas bolsas ao redor do

No News is good news?

O final de semana foi de poucas novidades para o cenário econômico global, até o momento. A semana terá como destaque o primeiro debate para a campanha a presidente dos EUA, que poderá ser determinante para as intenções de voto dos americanos. Eu vejo as eleições nos EUA como o próximo grande risco aos mercados financeiros globais. Outro risco fica por conta de um potencial questionamento dos investidores em torno da real potência da política monetária no mundo desenvolvido. Finalmente, a sustentabilidade da estabilização do crescimento chinês, à custa de uma injeção cada vez maior de crédito na economia, é um problema que precisa ser monitorado interruptamente. Reforço que vejo estes eventos como riscos ao cenário, e não como cenário central. Acredito que especialmente os dois últimos, serão foco dos mercados financeiros globais em algum momento do tempo, mas vejo uma janela no curto-prazo em que ambos possam ficar restritos ao âmbito de “riscos de cauda” e não “cenário base”

Update

A sexta-feira foi de poucas novidades no cenário econômico, exceto por um IPC-S de 0,18% - em linha com as coletas de inflação – e um Markit US Manufacturing PMI caindo marginalmente de 52,0 para 51,4. O dia foi de realização de lucros nos mercados financeiros globais, com a queda no petróleo ajudando a pressionar as bolsas norte americanas (também pressionadas por uma queda nas ações da Apple) e um movimento de fortalecimento do dólar no mundo, especialmente contra as moedas emergentes e “commodities linked”. O Brasil seguiu o humor global a risco. A grande verdade é que os ativos de risco estão sem apresentar grandes tendências nas últimas semanas (ou nos últimos meses), operando em ranges relativamente estreitos, o que acaba favorecendo posições de carrego. O destaque dos últimos dias, sem dúvida alguma, ficou por conta do fechamento de taxas no mercado local de juros que, pela primeira vez desde maio, ameaça romper o piso na banda que vinha operando. O movimento é ple

Consolidação...

Os ativos de risco estão apresentando alguma realização de lucros essa manhã, em um movimento natural após alguns dias de desempenho rápido e acentuado de recuperação. Acredito que, salvo mudanças substanciais de cenário, as realizações de lucro tendem a ser pontuais, localizadas e pouco acentuadas. Continuo concentrando alocação a risco no mercado local de juros. Qualquer pequeno movimento de abertura de taxas, no atual cenário, deve ser visto como uma grande oportunidade de adiciona posições aplicadas. Em discurso na noite de ontem, Ilan afirmou que: O horizonte relevante das ações de política monetária, por sua vez, não é estático. Ele se desloca continuamente com o passar do tempo. Dentro dessa estratégia importância, de maneira gradual, para períodos igualmente à frente consistente, à medida que avançam os meses, as ações de política monetária passam a dar mais . Não acredito que o BCB esteja retirando o foco da meta de inflação de 4,5% em 2017, mas me parece cada vez ma

Brasil: Inflação cadente.

Os mercados financeiros globais seguiram o roteiro esperado após as reuniões do BoJ e do Fed, com movimentos de alocação em ativos de risco: USD fraco, fechamento de taxas de juros, alta nas bolsas e nas commodities. Salvo movimentos pontuais de realização de lucros que, na ausência de mudanças substanciais de cenário devem ser realizações curtas e pouco acentuadas, o cenário deve continuar construtivo no curto-prazo. Tenho a impressão que a volatilidade que assolou o mercado no início de setembro parece ter ajudado a melhorar o quadro técnico do mercado, aumentando ainda mais o espaço para um bom desempenho dos ativos de risco. O destaque no Brasil ficou sem dúvida alguma para o IPCA-15, que apresentou alta de 0,23% MoM, muito abaixo das expectativas de 0,33% MoM. O qualitativo do número mostrou recuo de alimentação e serviços, com os núcleos e o índice de difusão em queda. Grande parte da surpresa positiva, contudo, ficou por conta da queda em alimentação, que tende a ser ma

Carry-On!

Os ativos de risco estão dando sequencia ao movimento positivo verificado na tarde de ontem, após a decisão do FOMC. O destaque fica por conta do enfraquecimento do USD contra as moedas EM e ligadas a commodities. As bolsas globais apresentam leve altas, com um fechamento de taxas de juros e uma alta no preço das commodities. Não há novidades relevantes no cenário. Na agenda do dia, o destaque será o IPCA-15 no Brasil. Reforço minha mensagem das últimas publicações, ou seja, passadas as reuniões do BoJ e do Fed, acredito que abre-se uma janela para mais um período de alocação a risco e, especialmente, busca por   yields   por parte dos investidores. O próximo evento de risco para o mercado será a eleição para presidente dos EUA, daqui a cerca de 45 dias. O cenário de médio-prazo da China preocupa, como sempre preocupou nos últimos anos, mas a injeção recente de liquidez parece estar ajudando a estabilizar a economia no curto-prazo. Salvo algum evento fora do radar, parece

Sweet Spot!

Passadas as reuniões do BoJ e do Fed, acredito que abre-se uma janela para mais um período de alocação a risco e, especialmente, busca por yields por parte dos investidores. O próximo evento de risco para o mercado será a eleição para presidente dos EUA, daqui a cerca de 45 dias. O cenário de médio-prazo da China preocupa, como sempre preocupou nos últimos anos, mas a injeção recente de liquidez parece estar ajudando a estabilizar a economia no curto-prazo. Fed – Hawkish hike? Really? O FOMC manteve os juros estáveis em 0,25%, como era amplamente esperado. A surpresa que pode ser lida como hawkish foi o dissenso de 3 membros em favor de uma alta de 25bps já nesta reunião, contra 1 dissenso no último FOMC. Ademais, pelos dots , espera-se apenas 1 alta de juros este ano, apenas 2 alta em 2017 (contra 3 da reunião anterior), e os Fed Funds de longo-prazo caíram de 3% para 2,9%. Assim, o Fed reforça a ideia de um ciclo extremamente gradual de alta de juros, ainda mais cauteloso do q

BoJ Done! One (Fed) to carry on again...

Os ativos de risco estão abrindo a manhã em tom positivo, reagindo de maneira construtiva ao anuncio do novo “ modus operandi ” que será adotado pelo BoJ, noa Japão, a partir de agora. O BoJ não anunciou nenhuma medida adicional de política monetária nesta reunião, mas anunciou como irá se comportar de agora em diante, em um novo framework de política monetária. Sua nova política consistente em: (1) O BoJ irá abandonar a meta de expansão monetária em JPY80tri por ano, (2) O BoJ irá manter as taxas de juros de 10 anos em torno dos atuais níveis, e (3) foi introduzido um overshooting da meta de inflação. Fica claro, com essas medidas, como ainda existe criatividade e disposição por parte dos bancos centrais em combater um cenário de baixo crescimento e inflação. Se esta nova política dará certo, ou não, só saberemos com o tempo. Contudo, fica claro, na minha visão, que ainda estamos longe de uma mudança definitiva do atual cenário de políticas monetárias extremamente expansionis

Big Day Ahead!

Enquanto esperamos as decisões do BoJ esta noite, e do Fed na tarde de amanhã, o momento parece oportuno para tentar avaliarmos os efeitos potenciais de ambos sobre os mercados financeiros globais. Minha impressão é que, caso não haja uma surpresa relevante, poderemos ter duas incertezas sendo retiradas do cenário no curto-prazo, abrindo espaço para o retorno de algumas tendências que prevaleceram até começarem a surgir ruídos em torno do BoJ, e logo após a decisão do ECB em não anunciar medidas adicionais de política monetária em sua última reunião. O risco fica por conta de uma eventual leitura do mercado de que a política monetária no mundo desenvolvido esteja próxima do fim, com um poder cada vez mais limitado. Isso poderia levar a mais uma rodada de pressão nos bonds dos países desenvolvidos, levando a uma nova realização dos ativos de risco. BoJ – As expectativas em torno do BoJ são extremamente dispersas, o que torna a leitura do que seria o consenso atual um tanto qu