Mercados Globais

Ao longo do dia de ontem os ativos de risco apresentaram uma alta rápida e acentuada em relação ao “low” da noite. Vejo o movimento como fruto de: (1) Uma percepção de que a guerra na Ucrânia pode ser curta devido ao poder bélico russo; (2) A reação do Ocidente, até o momento, tem sido muito mais branda do que o imaginado e (3) Movimento técnico, com fluxos de rebalanceamento de final de mês.   As últimas vezes que vimos uma reversão da mesma magnitude que observamos ontem, o mercado estava em meio a enormes “bear markets”. Movimentos de volatilidade acentuada não apontam para uma estabilização do mercado, mas mostram uma situação de fragilidade técnica:   Hoje pela manhã, com os ataques em franca expansão e com Kiev sendo bombardeada, os mercados voltaram a operar com aversão a risco. Sigo com viés negativo para os mercados internacionais, esperando um ambiente de elevada volatilidade. Será difícil, inclusive, explicar todos os movimentos dos ativos de risco.   A capital K

Os mercados globais estão apresentando movimento clássico de aversão, a risco após a Rússia iniciar uma operação (um ataque) contra a Ucrânia, inclusive colocando a capital Kiev com “target” de alguns ataques. Veja as cidades atacadas até o momento:   Neste momento, os principais índices de bolsa globais caem na ordem de 1,5% a 5%. A bolsa da Rússia cai cerca de 50%! O Petróleo Brent opera próximo a $100, com o dólar mais forte ao redor do mundo.   Mercados na Rússia:   Commodities:   Veja a dependência da Europa das commodities energéticas importadas:   Nos últimos dias escrevi bastante sobre os efeitos colaterais de um recrudescimento da situação da Ucrânia na economia e nos mercados: https://mercadosglobais.blogspot.com/ .   Os ativos de risco continuarão sensíveis a situação na região, com uma volatilidade elevada e com potencial adicional de desvalorização.   No Brasil, o IPCA15 ficou acima das expectativas, com qualitativo ruim, difusão elevada e núcle

Os ativos de risco estão apresentando recuperação, após alguns dias de forte e acentuada pressão. Não há mudanças substanciais de cenário, mas o quadro técnico, neste momento, pode vir a causar movimentos bruscos e inesperados, para ambos os lados.   Dado a queda verificada nos últimos dias, não descarto algum movimento de “rebote” de curtíssimo-prazo. De modo geral, a situação na Ucrânia, juntamente com fluxos de curto-prazo e a posição técnica, irão determinar a dinâmica de mercado nos próximos dias:   A situação na Ucrânia vem se deteriorando a cada novo dia. O Ocidente impôs sanções à Rússia, mas que foram vistas como “leves” pelo mercado. Talvez, isso explique parte da recuperação do mercado essa manhã.   De qualquer forma, a situação segue frágil e indefinida. O maior canal de contágio desta situação ao resto do mundo é via alta do preço de commodities, que levaria a mais inflação, menos consumo e pressão negativa no crescimento:   Este tem que ser o foco para ent

Os ativos de risco estão operando com claro viés de aversão a risco essa manhã, com destaque para queda das bolsas e alta no preço do petróleo, após os desenvolvimentos na Ucrânia na tarde de ontem.   Comentei mais a fundo sobre esses desenvolvimentos aqui: https://www.linkedin.com/posts/dan-kawa-78361130_dan-kawa-on-twitter-activity-6901639156590530560-qrOB .   Reforço que, os conflitos geopolíticos costumam ter duração curta, impacto acentuado (porém rápido) e retornarem ao ponto de partida pouco tempo depois: Desta vez, contudo, o contexto internacional é um pouco diferente e mais frágil do que no passado recente e merece alguma preocupação adicional.   Os baixos estoques de petróleo e gás natural, na Europa e no Mundo, são um foco importante de potencial ruptura para a economia global nos próximos dias/semanas:   O Petróleo Brent já testou o patamar de $99 essa manhã. As commodities de energia são o principal foco de contágio desta crise para o resto do mundo:  

Depois de um final de semana de evidente avanço do exército Russo em direção a Ucrânia e concomitante deterioração na situação de Donbass, região separatistas na Ucrânia, o presidente da França conseguiu tirar um coelho da cartola e tentar organizar um summit entre Biden e Putin.   Há ainda incertezas quando a realização deste Summit. A despeito de Biden ter aceitado, em princípio, a organização do evento, Putin declarou que ainda é cedo para qualquer ação nesta direção. Hoje pela manhã, a situação em Donbass/Donetsk segue tensa e apresentando deterioração.   A situação na região segue tensa, indefinida e sem sinais claros de uma solução no curto-prazo.   Interessante observar como a narrativa que está sendo criada está muito em linha com o que os EUA vinham alertando: (1) Ataques hackers na infraestrutura tecnológica do país (ontem), (2) Pequenas ações militares que poderiam ser usados como “desculpa/argumento para um confronto maior (hoje) (3) O último passo seria um conf

Na tarde de ontem os ativos de risco apresentaram um “sell-off” rápido e acentuado após uma troca de acusações e ameaças entre o Ocidente e a Rússia. Hoje pela manhã, estamos vendo alguma estabilização dos mercados, mas ainda sem muitos avanços no tema Ucrânia.   Destaque negativo para as Cryptos, que operam bastante pressionadas desde ontem. O humor global a risco e rumores sobre regulamentação no setor estão ajudando o movimento.   Infelizmente, os ativos de risco ficarão bastante sensíveis a esta questão no curto-prazo. Estarei atento para, eventualmente, sinais de que o mercado comece a apresentar melhor dinâmica, mesmo sendo um total endereçamento do risco na Ucrânia. Isso seria um sinal de preços, valuations e posição técnica mais saudáveis.   Continuo vendo a inflação e a redução de liquidez global como temas mais preocupantes e estruturais, enquanto a crise na Ucrânia é algo mais pontual, porém binário.   Na China, há sinais de recuperação do crescimento. Como a

Os ativos de risco estão apresentando alguma aversão a risco essa manhã, com a informação de que algumas ações militares teriam ocorrido no Leste da Ucrânia:   (Reuters) - Ukraine's military on Thursday accused Russian-backed forces in eastern Ukraine of firing shells at a village in the Luhansk region, hitting a kindergarten.   A situação na região segue tensa, indefinida e sem sinais claros de uma solução no curto-prazo.   Interessante observar como a narrativa que está sendo criada está muito em linha com o que os EUA vinham alertando: (1) Ataques hackers na infraestrutura tecnológica do país (ontem), (2) Pequenas ações militares que poderiam ser usados como “desculpa/argumento para um confronto maior (hoje) (3) O último passo seria um conflito armado mais amplo.   Ainda há espaço para saídas diplomáticas, mas precisamos estar atentos aos sinais efetivos sem perder o foco nos riscos reais e crescentes.   No campo econômico, os dados de atividade divulgados no

Os ativos de risco estão “consumindo” parte do prêmio que havia sido colocado no mercado com o risco de um ataque/invasão da Rússia à Ucrânia. Com a aparente redução deste risco (que ainda está “sub judice”!), estamos vendo uma descompressão nos mercados.   Conforme escrevi ontem: “Não tenho convicção que este tema se esgotou. Ainda devemos conviver com este risco por algum tempo. De qualquer forma, é natural supor que, se confirmado o recuo do exército russo, há algum prêmio de risco a ser consumido em ativos como as bolsas e as taxas de juros.   Contudo, por outro lado, voltamos a observar uma abertura de taxa de juros, especialmente nos EUA, que me parece um tema muito mais estrutural e com potencial de impacto mais persistente nos mercados.”   As notícias vindas da Rússia ainda são bastante desencontradas: NATO'S STOLTENBERG: NUMBER OF RUSSIAN TROOPS ON UKRAINIAN BORDERS CONTINUES TO INCREASE . NATO SECRETARY GENERAL SAYS SO FAR WE HAVE NOT SEEN ANY RUSSIAN DE-ESCA

Com a Rússia declarando que após alguns exercícios militares iria retornar parte de suas tropas da fronteira com a Ucrânia para suas bases, os ativos de risco estão apresento movimento acentuado de tomada de risco, neste momento: https://www.bloomberg.com/news/articles/2022-02-15/russia-returning-some-troops-to-base-after-drills-interfax-says .   Não tenho convicção que este tema se esgotou. Ainda devemos conviver com este risco por algum tempo. De qualquer forma, é natural supor que, se confirmado o recuo do exército russo, há algum prêmio de risco a ser consumido em ativos como as bolsas e as taxas de juros.   Contudo, por outro lado, voltamos a observar uma abertura de taxa de juros, especialmente nos EUA, que me parece um tema muito mais estrutural e com potencial de impacto mais persistente nos mercados.   É evidente a reduz global de liquidez e a postura mais apertada por parte dos bancos centrais ao redor do mundo:   Assim, acredito que haja uma restrição de até

A despeito de não ter ocorrido uma invasão da Rússia à Ucrânia, a retórica em torno da situação continua mostrando deterioração e os EUA seguem alertando para a possibilidade de uma invasão “a qualquer momento”. Assim, a narrativa do mercado saiu do Fed para a Ucrânia. De qualquer maneira, os dois temas são correlatos, pois um conflito armado na região poderia levar a uma rodada adicional de alta nas commodities (Energia e Agrícolas), causando nova pressão na inflação e afetando negativamente o crescimento:   Comentei mais sobre isso aqui: https://www.linkedin.com/posts/dan-kawa-78361130_tens%C3%A3o-r%C3%BAssiaucr%C3%A2nia-pode-impactar-agro-activity-6898238478513950720-p-oL .   Até mesmo os spreads e as taxas dos bonds corporativos mostram sinais de vida e começam a apresentar abertura. Já começa a surgir taxas mais interessantes, mas continuo cauteloso com essa classe de ativo:   Interessante observar como as companhias estão dando “guidances” mais negativos para os p