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Mostrando postagens de novembro, 2017

Global Risk-on, Local Risk-Off!

Primeiro, os dados econômicos, locais e externos, confirmam um cenário construtivo para a economia global e a economia do Brasil. Depois entro em detalhes. Segundo,  preciso fazer uma “mea culpa”. Eu claramente dei menos importância a dinâmica da Reforma da Previdência para os ativos locais do que ela merecia. Os ativos do Brasil apresentaram clara performance relativa (e absoluta) pior do que seus demais pares emergentes ao longo desta semana. Os dados recentes confirmam um quadro de recuperação do crescimento, como observamos nos últimos indicadores de confiança, e uma recuperação do mercado de trabalho, como mostrou hoje os dados de emprego do IBGE. A dinâmica de recuperação ainda é de gradualismo, mas o cenário se consolida e se torna mais espalhado. As contas externas continuam saudáveis, sem nenhum sinal aparente de “desbalanço”. Até mesmo o quadro fiscal, um enorme desafio (e um problema gigante para o futuro caso nada seja feito) mostra sinais cíclicos mais positivos, com

"Reflation" prevalece no mundo. Brasil: Reforma da Previdência é fonte de ruído.

Os ativos de risco continuam operando com um viés pro “Reflation”. Os dados econômicos e eventos recentes deixam espaço para que estes movimentos prevaleçam, como comentei na tarde de ontem ( https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/11/mercados-globais-de-goldilocks-para-um.html ). O destaque da noite ficou por conta do avanço do debate em torno da Reforma Tributária nos EUA, com o Senado aprovando, por 52 votos a 48 o avanço das discussões na Casa. Há uma chance de que o texto seja votado ainda nesta semana. Na China, o PMI Manufacturing oficial de outubro subiu de 51,6 para 51,8 pontos, surpreendendo positivamente as expectativas de queda para 51,4 pontos. A despeito do recuo nos sub-índices de preços, vimos elevação em quase todos os demais sub-índices referentes ao crescimento. O número mostra um quadro de crescimento ainda suadável e relativamente estável no país, debelando os receios de uma desaceleração mais acentuada da economia chinesa no curto-prazo. Vale lembrar

Mercados Globais - De "Goldilocks" para um pouco mais de "Reflation".

Os mercados financeiros globais estão passando por uma “Grande Rotação” neste momento, saindo um pouco do “Goldilocks” para um pouco mais de “Reflation”. Muitos me perguntaram ao longo do dia o que teria sido o “trigger” para este movimento. Acredito que um conjunto de vetores explica está rotação tais como: o aumento da probabilidade de concretização de alguma Reforma Tributária nos EUA, dados levemente mais elevados de inflação na Alemanha, além da confirmação de números econômicos positivos nos EUA nas últimas 48 horas. Alguns dos reflexos desta rotação são mais claros (e óbvios), tal como a abertura de taxa de juros no G10. Outros são um pouco mais sutis, como o bom desempenho do Setor de Financials na bolsa do EUA, em detrimento a uma forte pressão no Setor de Tech. A posição técnica do mercado, vencedora durante grande parte do ano, acaba ajudando a acentuar estes movimentos e está “Rotação”. Os ativos emergentes sentiram alguma pressão, muito devido a abertura das taxas

Entre o "Goldilocks" e o "Reflation".

Os mercados na Ásia apresentaram bom desempenho durante a noite, assim como os mercados na Europa esta manhã, seguindo a última rodada de “risk-on” verificada nos EUA no final da tarde de ontem. O destaque desta manhã fica por conta do bom desempenho dos ativos emergentes, em especial no mercado de moedas. A agenda dia será um pouco mais agitada, com destaque para o PIB do 3Q nos EUA e seus principais componentes. Na tarde de ontem, a Comissão do Senado dos EUA conseguiu aprovar o texto base para o avanço da Reforma Tributária/Fiscal no país, agora o texto irá a plenário ainda esta semana. A despeito de todos os obstáculos, a Reforma avança no Congresso. Ao que tudo indica, cresceram as chances de que alguma reforma seja aprovada ainda este ano, pelo menos em uma das casas. Começo a trabalhar com um cenário de aprovação da Reforma Tributária, mas uma reforma que seja positiva do ponto de vista da sustentação ao crescimento, todavia não agressiva o bastante para alterar de

Risk On!

Os dados econômicos estão ratificando um cenário positivo para a economia global, o que tem gerado uma reação de acordo dos ativos de risco, com um movimento quase que generalizado de “risk-on”. Continuo vendo espaço para os mercados financeiros globais operarem entre o “Goldilocks” e o “Reflation” nestas semanas finais do ano. Os ativos no Brasil seguiram o humor global a risco. Acredito que cerca de 80% da recuperação dos ativos locais esteja atrelada ao humor global a risco e apenas 20% (ou menos) à melhora nas perspectivas de aprovação da Reforma da Previdência. No cenário econômico local, a Confiança do Consumidor da FGV subiu de 83,7 para 86,8 pontos, atingindo um novo pico deste ciclo econômico. O resultado fiscal do Governo Central apresentou superávit de R$5,2bi, acima das expectativas de R$3,3bi. Os números de hoje confirmam o cenário de recuperação do crescimento e melhora cíclica do quadro fiscal. Nos EUA, o Consumer Confidence subiu de 126,2 para 129,5 pontos,

Brasil: Melhora o clima para aprovação da Reforma da Previdência, segundo a mídia.

As bolsas da Ásia apresentaram alguma recuperação das perdas verificadas nos últimos dias, novamente lideradas pelos índices da China. O destaque do dia fica por conta de mais uma rodada de queda no preço das commodities. As bolsas e as moedas operam próximas a estabilidade, enquanto as taxas de juros apresentam leve abertura de taxas no mundo desenvolvido. No Brasil, a mídia está apresentando um tratamento mais favorável a Reforma da Previdência. O artigo de Andréia Sadi no Globo.com resume bem o clima mais favorável desta manhã: https://g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi/post/2017/11/27/maia-diz-a-temer-que-governo-precisa-contar-votos-e-que-situacao-melhorou-na-camara-para-a-reforma-da-previdencia.ghtml . Nos EUA, o destaque continua por conta do avanços (ou ausência dele) no que tange a Reforma Tributária. O DB resumiu bem o cenário das últimas 24 horas: As for more immediate concerns, this week will still probably rest on what comes out of the Senate. The  tax bill w

Relatório Semanal de Asset Allocation:

No Brasil, o IBC-Br – uma espécie de PIB mensal coletado pelo Banco Central do Brasil (BCB) – apresentou alta de 0,4% em setembro e 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número reforça um cenário de recuperação gradual do crescimento que começa a se mostrar mais consolidado e difundido. O IPCA-15 de novembro apresentou alta de 0,32% m/m e 2,77% no acumulado em 12 meses, cerca de 6bps abaixo das expectativas do mercado. O quadro qualitativo do indicador também foi positivo, com núcleos e difusão declinantes, além de uma inflação de serviços extremamente contida. À primeira vista, a diferença de 6bps pode parecer pequena, mas em um contexto em que a inflação corrente já apresentou uma surpresa positiva para o final do ano de quase 40bps, acaba confirmando um ambiente muito benigno para a inflação corrente e prospectiva. Um bom número de analistas esperava inflação de cerca de 3,30% para este ano há poucas semanas atrás. As surpresas recentes levaram a uma previsão abai

Sinais de presão na Ásia, mas sem contágio ao resto do mundo. Brasil: Senado acena positivamente à Câmara na Reforma da Previdência.

A noite foi marcada por alguma pressão nas bolsas da Ásia, lideradas pela China que, neste momento, afetam marginalmente o humor das bolsas na Europa. A despeito dessas pressões, os movimentos são tímidos nas bolsas da Europa e dos EUA, e existem poucos sinais de contágio para os demais ativos de risco, já que o dólar opera em queda no mundo, com bom desempenho das moedas emergentes e com uma leve abertura de taxas de juros nos EUA. Ainda vejo o mercado operando entre o “Reflation” e o “Goldilocks” nas próximas semanas, com alguma diversificação e/ou diferenciação entre classes de ativos e regiões. Como risco, ainda vejo a situação da China e a questão da política monetária nos EUA como os principais vetores para serem monitorados. Já desenvolvi bastante sobre esses temas nos últimos dias e não quero soar repetitivo para mais detalhes vejam aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/ . No Brasil, a mídia continuda dando enfoque a Reforma da Previdências e as eleições d

Sem grandes novidades.

O final de semana trouxe pouquíssimas novidades relevantes para o cenário. No Brasil, o foco deve permanecer nas articulações em torno da Reforma da Previdência. Hoje o mercado precifica baixa probabilidade de aprovação. A mídia continua dando ampla cobertura ao tema, com opiniões bastante divergentes em torno da capacidade, ou não, de aprovação do texto. O mesmo vale para as eleições de 2018. Não pretendo comentar aqui todos os rumores e especulações que surgirem no cenário em relação às eleições do ano que vem. Acredito que ainda seja muito cedo para especular em torno do tema. Na minha visão, o mercado deveria reagir a este tipo de notícia apenas em casos de alteração extrema de cenário, como a incapacidade de algum candidato concorrer à presidência, ou o surgimento repentino de um novo e revolucionário nome na disputa. Sigo dando mais importância ao cenário cíclico da economia e o potencial de reformas estruturantes, além do impacto do cenário externo nos mercados locais.

Risk-on externo, realização local.

Os ativos de risco tiveram uma sexta-feira positiva, em um movimento clássico que misturou “Risk-On” com “Reflation”. O pano de fundo que venho descrevendo neste fórum nos últimos dias, e vem sendo reforçado pelos dados econômicos (crescimento robusto, inflação em alta porém contida, normalização monetária gradual e etc) ainda foi ajudado pela notícia de que o “Black Friday” nos EUA – o dia mais importante do ano para o setor de consumo do país - acabo sendo bastante positivo para a economia, favorecendo o setor de consumo/varejo na bolsa e ratificando um quadro favorável ao crescimento do país. Ainda vejo um cenário construtivo para a economia mundial nas próximas semanas, com um misto de “Reflation” com “Goldilocks”. Como risco no cenário externo, continuo observando os desenvolvimentos na China, especialmente o processo de desalavancagem da economia, que vem elevando as taxas de juros do país e afetando o humor do mercado de renda variável local, além do processo de desaceleraç

Sinais de "Reflation".

Os ativos de risco estão operando com leve viés de “Reflation” novamente, após mais uma rodada de dados econômicos positivos ao redor do mundo. Ontem a foi a vez do PMIs na Europa apontarem para um quadro de crescimento global robusto, o que está ajudando a dar ímpeto ao movimento de leve açta das bolsas e das commodities, pequena abertura nas taxas de juros no mundo desenvolvido e movimentos um pouco mais mistos no dólar, mas com leve viés de dólar forte esta manhã. Acredito que os mercados financeiros globais tenham a capacidade de operar entre o “Goldilocks” e o “Reflation” nessas semanas finais do ano, salvo correções pontuais. No Brasil, o foco continua a reforma da Previdência, mas sem novidades relevantes por parte da mídia. Para não soar repetitivo, segue minha visão amplamente comentada ao longo da semana: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/11/cenario-construtivo-updated.html https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/11/cenario-construtivo.html

Cenário Construtivo [UPDATED]

Os ativos locais continuam muito sensíveis aos “ headlines ” envolvendo a Reforma da Previdência, como era de certa forma esperado. Contudo, não podemos perder de vista os desenvolvimentos externos (já comentados hoje pela manhã aqui https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2017/11/cenario-construtivo.html ) e a confirmação de um cenário econômico doméstico positivo. O IPCA-15 de novembro apresentou alta de 0,32% MoM e 2,77% YoY, cerca de 6bps abaixo das expectativas do mercado. O quadro qualitativo do indicador também foi positivo, com núcleos e difusão declinantes, além de uma inflação de serviços extremamente contida. À primeira vista, a diferença de 6bps pode parecer pequena, mas em um contexto em que a inflação corrente já apresentou uma surpresa positiva para o final do ano de quase 40bps, acaba confirmando um ambiente muito benigno para a inflação. O mercado esperava cerca de 3,30% de IPCA para este ano há poucas semanas atrás. As surpresas recentes levaram a uma previsão ab

Cenário Construtivo.

Hoje é dia de feriado nos EUA – o mais importante do ano – o que deve deixar a liquidez dos mercados locais bastante prejudicada. O destaque da agenda ficará por conta do IPCA-15 no Brasil. Na tarde de ontem, as Minutas do FOMC praticamente confirmaram que uma nova alta de 25bps nas taxas de juros dos EUA irão ocorrer em dezembro. Contudo, o cenário para 2018 ainda se mostra incerto, o que acabou tornando o tom das Minutas mais  dovish  do que as expectativas. Segundo o DB: Turning to the  FOMC minutes last night. They seems to confirm the strong likehood of a December rate  hike as “many participants thought another increase (in rates)….was likely to be warranted in the near term, if incoming data left the medium term outlook broadly unchanged”.  However, the outlook for 2018 seems a bit dovish,as “a few participants cautioned that further increases in (rates) …while inflation remained persistently below 2% could unduly depress inflation expectations” and a couple of members

"Christmas rally has started" (From Morgan Stanley)

Os ativos de risco apresentaram ontem um movimento clássico e coordenado de “Risk-On”. Os movimentos, com menor magnitude, mas na mesma direção, persistem nesta manhã. Destaque para a alta de quase 2% no Petróleo neste momento. O Morgan Stanley resumiu de maneira muito ponderada o cenário de curto-prazo: Christmas rally has started.  After a six day winning streak, the MSCI EM equity index has hit its highest level since March with most of the increase seen in AxJ benefiting from its tech exposure. The Hang Seng has breached 30K hitting its highest level for a decade, causing our equity strategists to look for even more gains to come. Global liquidity remains ample  suggesting that only a minor shift of the news flow towards constructiveness was required to push risky assets up once again. Despite China’s deleveraging strategy, it is important to emphasize that the 7-month increase in the PBoC's balance sheet through end of October was the fastest acceleration in years. Thos

Relatório Semanal de Asset Allocation:

No Brasil , o destaque da semana ficou por conta do esforço na articulação política que está sendo feito pelo Governo Temer para que a Reforma da Previdência, ou parte dela, seja aprovada ainda este ano. No que tange ao crescimento, os indicadores apontam para uma recuperação gradual da economia e do mercado de trabalho. A inflação segue baixa. Na verdade, o repique de alta esperado por muitos não ocorreu e as expectativas de IPCA para este ano continua em torno de 3%, muito abaixo do centro da meta. As contas externas seguem saudáveis e as questões fiscais do país precisam ser endereçadas pelas reformas estruturais que estão sendo propostas pelo Governo e discutidas pelo Congresso. No cenário externo, na China , os indicadores apontam para uma desaceleração moderada da economia. Este cenário já era de certa forma esperado. Enquanto a magnitude da desaceleração for gradual, o mercado irá concluir que o cenário para a economia chinesa continua estável. Na Europa , continuamos a ver

Questões indiossicráticas afetando o humor para EM.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade esta manhã. Algumas questões indiossicráticas e localizadas voltaram a afetar os países emergentes. Ontem foi o Chile , em reação ao primeiro turno das eleições presidenciais, e hoje é a Turquia , com a aparente pressão do Governo sobre a independência do banco central em um ambiente de inflação alta. Exceto por essas questões pontuais e localizadas, que podem afetar o humor de curto-prazo e trazer volatilidade a classe de ativos emergentes, o pano de fundo econômico continua construtivo. Os dados de exportações dos primeiros 20 dias da Coréia do Sul mostrou mais um mês de solidez. Vale lembrar que dado a abertura da economia coreana e sua corrente de comércio, as exportações do páis são vistas como uma proxy (um termômetro) do crescimento mundial. Segundo a Goldman Sachs: Exports for the first 20 days of November grew 9% from a year ago, up slightly from +7% growth in the previous month. However, exports excluding sh