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Mostrando postagens de abril, 2020

Daily News – Cenário Econômico Desafiador

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Os ativos de risco estão seguindo uma toada positiva que vem sendo regra ao longo de todo este mês. Além de tudo o que eu já vinha comentando aqui anteriormente, como: Posição técnica saudável, liquidez abundante, medidas agressivas dos bancos centrais e dos governos, podemos adicionar que estamos em período de final de mês, o que sempre ajuda e pode acentuar tendências de curto-prazo. Além disso, nas últimas 48 horas, vimos bonds resultados corporativos de empresas de Tecnologia nos EUA, o que em muito ajuda a dar sustentação aos índices do país, hoje muito concentrados neste setor. Abaixo, vemos este efeito entre a “velha” e a “nova” economia no gráfico do setor automotivo: Em termos econômicos, pouca coisa mudou. Estamos recebendo os terríveis e tenebrosos dados econômicos de março e do primeiro trimestre do ano, todos apontando na direção de uma forte contração econômica, como era amplamente esperado. Ontem o PIB dos EUA caiu 4,8% no trimestre anualizado:

Daily News – Panorama Global

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As bolsas globais estão novamente abrindo em alta, desta vez puxadas por um bom resultado da Google após o fechamento do mercado na tarde de ontem: Importante observar, contudo, que o S&P500 hoje concentra cerca de 25% de sua composição em cerca de 4 nomes ligados ao setor de Tecnologia, o que vem dando enorme suporte ao índice. Quando fazemos uma análise mais detalhada, vemos que sua abertura não apresenta uma recuperação tão rápida e acentuada quanto o que vemos no setor de   Tech: Reforço minha mensagem de ontem de que acho que " the pain trade is higher ", mas começo a achar que o mercado exagerou no curto-prazo, especialmente na bolsa americana. Ainda acredito em "ranges", mas acho prudente pensar em proteções. Volatilidade implícita já caiu bastante, tornando algumas estruturas com risco/retorno atrativo. Riscos: Piora econômica mais profunda e mais longa; retomada mais gradual; quarentenas mais longas; novas ondas de contaminação.

Daily News – Brasil: Alívio...

Os ativos de risco estão abrindo o dia novamente em tom positivo e em um movimento mais amplo de otimismo, mesmo com o Petróleo ainda pressionado. Tomando o S&P500 – no mercado futuro – como parâmetro, parece estarmos saindo do “range” de 2.750-2.850 que eu vinha comentando para algum nível mais elevado, com o patamar de 2.900 sendo testado essa manhã. Ao que tudo indica, “ the pain trade is higher ”: Posição técnica favorável, abundância de liquidez global, atuação agressiva dos bancos centrais e pacotes fiscais relevantes estão dando a tônica do mercado. Além disso, há esperanças de que o retorno da atividade econômica global comece a retornar nas próximas 2 a 4 semanas ao redor do mundo. No Brasil, as últimas 24 horas foram de alívio positivo para o cenário. Primeiro, foi importantíssimo o sinal dado ontem por Bolsonaro ao levar Paulo Guedes aos repórteres no Palácio do Planalto e chancelá-lo como o coordenador da economia. Ajuda em muito a acalmar os ânimos do mercado

Daily News – Política no Brasil, Alta das Bolsas, Queda do Petróleo.

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As bolsas globais estão abrindo em tom positivo, a despeito de um dia de forte queda do petróleo. Destaque para um novo aumento do programa de QE pelo BoJ no Japão. O fato da Itália não ter tomado um “downgrade” em sua nota de crédito na sexta-feira está ajudando no recuo dos yields/spreads dos bonds do país. No Brasil, o destaque do final de semana ficou para a repercussão da saída de Sergio Moro do Governo. Comentei sobre isso aqui: https://twitter.com/DanKawa2/status/1254398768075735040?s=20 . E aqui falei mais a fundo sobre o cenário local: https://anchor.fm/tag-investimentos . Talvez a novidade deste cenário seja a aproximação do Governo com o chamado “Centrão”. Este seria uma atuação política para dar base de apoio a Bolsonaro no Congresso, ajudando a governabilidade e impedindo os eventuais clamores por impeachment. Ainda é muito cedo para termos uma conclusão sobre a direção da política local e o ambiente deve ser manter incerto e imprevisível: https://ogl

Daily News – Brasil: Novos Ruídos

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Ao longo de toda a semana, os ativos de risco têm mantido o cenário o qual descrevi no começo do mês, ou seja, de volatilidade ainda elevada, porém sem tendência definida. Usando as mesmas palavras que já utilizei há alguns dias, afirmei que: Ao que me parece, encontramos uma nova banda de flutuação, em que a volatilidade está mais baixa, porém sem grandes tendências. No caso do Ibovespa, parece ser em torno de 75 mil a 80 mil pontos. No caso do S&P na faixa de 2.700 com 2.850 pontos. Vejo um curto-prazo (1 a 3 meses) de volatilidade ainda alta, mas sem grandes tendências para depois (3 a 6 meses) buscarmos um dos seguintes cenários:  (1) O Coronavírus se mostra controlado e a economia global volta a sua trajetória de recuperação. Isso levaria à uma tendência mais positiva e estrutural dos ativos de risco. (2) A reabertura da economia se mostra mais difícil. Novas ondas de contaminação aparecem e a retomada do crescimento se mostra de difícil execução. Neste caso,

Daily News – Brasil: Novo Paradigma?

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Após uma quarta-feira de recuperação dos ativos de risco, os mercados estão abrindo próximos a estabilidade neste momento. Queria focar o começo deste texto fazendo uma breve análise de uma possível mudança de paradigma que está ocorrendo no Brasil. Ontem vimos a parte curta da curva de juros futuros precificar uma Taxa Selic próxima a 2,5%. Isso ajudou a dar sustentação ao dólar (Real fraco), mas ajudou a dar sustentação à bolsa: BRL (Real): Este tipo de dinâmica costuma ser normal em países e economias mais desenvolvidas, que não apresentam crise cambial, em que a taxa de juros não precisa ser utilizada como instrumento de ajuda no controle ao câmbio. Nas décadas de 80 e 90 o Brasil passou por uma série de crises econômicas em que a taxa de juros precisava ser usada como instrumento de sustentação do câmbio, visando evitar uma escalada inflacionária. Agora, com reservas internacionais elevadas e um sistema de metas de inflação, por ora, a depreciação cambial é

Daily News – Petróleo (ainda) em Foco.

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A terça-feira de feriado no Brasil foi de forte aversão a risco nos mercados internacionais, com o Petróleo dominando as manchetes após mais uma queda de quase 40% nos contratos futuros de junho (próximo vencimento), sendo seguido por quedas relevantes nos demais contratos e no Brent. Comentei sobre o Petróleo aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2020/04/daily-news-petroleo-em-foco-aversao.html . Acho interessante frisar que o Petróleo deve ser classificado como um grande proponente da “velha economia”. Na “nova economia”, teremos, talvez, menos propensão a viagens de negócios e menos deslocamento de casa para o trabalho. Isso pode ter um impacto estrutural no preço da commodity (veja aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2020/04/um-novo-cenario.html ). Em um primeiro momento, isso deve gerar impactos negativos nos mercados e na economia O setor é importante para várias indústrias secundárias, assim como para vários mercados – como alguns índices de ações e de

Daily News – Petróleo em Foco. Aversão a Risco.

Tentarei ser breve neste comentário de feriado no Brasil. Estamos acordando com mais um movimento de aversão a risco no mundo e, neste momento, tudo gira em torno do Petróleo. Ontem vimos um movimento histórico, porém muito técnico, onde o primeiro contrato de futuros do Petróleo WTI operou em níveis negativos e com fortíssima queda – superior a 100%. O movimento é explicado pela ausência de demanda e pela falta de lugares para estocar a commodity. Assim, quem estava comprado em contrato futuro corria o risco de ter um vencimento físico e não ter o que fazer com os barris de petróleo que receberiam. Era mais racional e viável vender estes contratos, nem que fosse “pagando” para alguém ficar com eles. O movimento teve muito de questões técnicas, mas tem sinais importantes e consequências relevantes ao cenário. Primeiro, a ausência de demanda é real e aguda. Isso poderá ser observado em outras commodities e outros produtos globais. Segundo o que ocorreu com o petról

Um novo cenário?

Estou começando a pensar em uma nova tese de cenário. Ela é embrionária ainda, pessoal, e precisa evoluir muito. Nela, a recuperação econômica é em “U” e não em “V” ou em “L”. Há uma chance de ser em “W”. Contudo, acho que o formato ( shape ) da recuperação importa menos do que a “nova” economia que irá se estabelecer. Neste cenário, o mundo demora mais para voltar aos picos anteriores, mas uma série de tendências estruturais, talvez “seculares”, que já vinham acontecendo aos poucos, acabam sendo aceleradas e se consolidando. Não acredito muito em mudanças drásticas de hábitos, mas alguns deles, que já vinham mudando, tendem a se consolidar. Apenas para citar alguns exemplos, o mundo do “streaming”, do “Netflix”, ganha corpo em relação a ida ao cinema. A comida em casa, o “take out”, sai fortalecido. A compra pela internet em detrimento às lojas físicas, e assim sucessivamente. Agora, outros hábitos devem retornar, uma vez o vírus controlado. Não acho que as pessoas dei

Daily News – Brasil: Crise Institucional? Petróleo preocupa...

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Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom mais negativo, puxados por uma forte queda no preço do Petróleo. Abaixo, podemos ver o tamanho da queda hoje em comparação com os padrões históricos, assim como o “shape” atual da curva de petróleo futura: A reunião da OPEP ajudou a reduzir a oferta pela commodity, mas claramente o tamanho do corte foi insuficiente diante do tamanho da queda prevista para a demanda. A queda de preço pode ter repercussões negativas relevantes para outros mercados, como o mercado de ações e dívida global, dado o tamanho deste setor na economia de alguns países e nos índices de bolsa e dívida. No Brasil, estamos diante de uma “nova” crise institucional entre o Executivo e o Legislativo. No final de semana, a grande mídia dava conta de que até mesmo Paulo Guedes havia rompido com Rodrigo Maia. Parar piorar, no domingo, Bolsonaro participou de manifestações a favor dos militares, o que causou a irá da oposição e de grande parte do

Daily News – Medicamento, China & Ministério da Saúde.

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As bolsas globais estão apresentando forte alta essa manhã, após rumores de que os testes em uma nova droga estariam trazendo resultados positivos para o tratamento do Coronavírus. Mesmo após a empresa responsável pelo medicamento negar que haja conclusões estatisticamente satisfatórias para conclusões concretas, pelo menos neste momento, o mercado se manteve suportado. Ao que me parece, o movimento diz mais sobre uma posição técnica saudável e um começo de FOMO (“ Fear Of Missing Out ”) qualquer outra coisa. Isso fica claro quando olhamos o fluxo semanal para os ativos de risco ao longo deste ano (YTD): Além disso, a gigantesca injeção de liquidez promovida pela Fed e pelos demais bancos centrais também ajuda a explicar estes movimentos. No Brasil, o Presidente promoveu a troca do Ministro da Saúde – como era esperado desde os últimos atritos observados entre ambos. Sem entrar em política, o novo Ministro parece ter experiência como gestor no ramo de saúde, é