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Mostrando postagens de junho, 2018

EUA: Mais inflação, menos crescimento.

O grande destaque desta sexta-feira, na minha opinião, ficou para os dados econômicos nos EUA . Como comentei hoje cedo, não irei comentar a fundo a dinâmica dos ativos de risco hoje, pois os fluxos de final de trimestre/semestre podem distorcer qualquer sinalização dos mercados. Os números econômicos nos EUA mostraram um crescimento ainda sólido e saudável, mas com sinais de que o seu pico possa já ter sido feito. No tocante a inflação, acumula-se sinais de pressões altistas de preço. Existe uma chance não desprezível de observarmos números de crescimento mais fracos e inflação mais fortes nas próximas semanas, o que não costuma ser uma combinação positiva para ativos de risco. Reforço o que escrevi mais cedo, com a contribuição do Morgan Stanley: Os números na margem mostram alguma desaceleração do crescimento: The Q2 spending profile now shows a deceleration throughout the quarter: 0.6% in March, 0.5% in April and 0.2% in May. A inflação continua dando sinais de f

"Risk-on": Final de trimestre pode afetar os fluxos hoje.

Os ativos de risco estão abrindo a sexta-feira em tom mais positivo, com movimentos clássicos de “risk-on”. Destaque para a alta nas bolsas globais. Os mercados na China apresentaram recuperação, com leve apreciação da moeda (CNY) mas forte alta dos índices de bolsa. Como hoje é final de trimestre e de semestre, alguns fluxos pontuais poderão distorcer, pontualmente, a dinâmica de preços, sem que isso seja de fato um sinal de melhora no cenário. Assim, deveremos esperar a semana que vem para termos uma noção mais clara do panorama internacional em termos de dinâmica de mercado. Continuo com viés mais cauteloso, mas administrando ativamente o tamanho e os instrumentos do portfólio, tentando manter este viés, porém com um portfólio balanceado e com alguns temas de investimentos específicos. Dado as incertezas e a volatilidade dos mercados, as posições hoje estão com baixa utilização de risco. Na Europa , a União Europeia conseguiu chegar a um acordo de última hora no tocante a qu

Sinais de estabilização dos ativos. Cenário segue com vetores negativos.

Após uma quarta-feira de “risk-off” generalizado, os ativos de risco estão mostrando alguma estabilização neste momento, a despeito de mais um dia de péssima performance dos ativos na China , com depreciação cambial e queda dos índices de bolsa. Todos os vetores que apontei ontem (aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/06/risk-off_27.html ) continuam presentes e ainda não foram endereçados. Assim, continuo vendo um cenário mais negativo no curto-prazo. Para colocar mais uma pitada de complexidade ao cenário, além desses vetores citados nos últimos dias (redução da liquidez global, problemas na China, “Guerra Comercial”) temos convivido com uma forte alta no preço do petróleo , o que costuma se caracterizar por mais inflação e menos crescimento, em um momento já de economia, especialmente nos EUA, no pleno emprego e com o hiato do produto fechado. No tocante a China, a Bloomberg está reportando que o Governo pretende proibir a venda de “bonds” (títulos de dívida) de curt

Risk-Off!

Os ativos de risco estão abrindo o dia novamente em tom negativo, com movimentos clássicos de “risk-off”. Destaque para mais uma forte queda das bolsas na China e depreciação do Yuan (CNY), a moeda do país (mais detalhes abaixo). Continuo com visão mais cautelosa e negativa no curto-prazo. As posições refletem este viés. Contudo, sigo com postura mais tática, ainda vendo os mercados em ranges.   Para mais detalhes das posições, vejam aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/ . Alguns vetores justificam este pano de fundo mais nebuloso nos últimos dias. Vamos a eles: 1 – A normalização monetária nos países desenvolvidos, em especial nos EUA, continua a reduzir a liquidez dos mercados e a se colocar como uma grande restrição a apreciações adicionais aos ativos de risco. Vejo este vetor como estrutural, ou seja, de longo-prazo. Acredito que este processo irá continuar a criar uma espécie de barreira a apreciações mais acentuadas e prolongadas dos ativos de risco. 2 – A China pas

Sinais de estabilização. Fragilidade ainda presente no cenário externo.

Os ativos de risco apresentaram ontem um dia de “risk-off” clássico. Hoje pela manhã, estamos observando uma dinâmica mais estável, sem novidades relevantes no cenário. Os sinais de fragilidade, contudo, ainda permanecem. Continuo com visão cautelosa e esperando que os mercados continuem apresentando movimentos de “stop-and-go”, ou “risk-on, risk-off” ao longo do ano, até que um cenário mais negativo se desenvolva. Este roteiro seria seguido seja pelo erro na política comercial americana, seja pela alta mais aguda da inflação nos países desenvolvidos (e nos EUA em especial), ou pela chegada do risco de desaceleração do crescimento global. Nenhum desses vetores (ainda) parecem estar presentes, o que me leva a crer que, por ora, o cenário base seja de mais volatilidade, porém ainda dentro dos “ ranges ” (das bandas) que estão sendo respeitadas ao longo deste ano. No Brasil, a única novidade na mídia fica por conta da possível aliança do PR a Jair Bolsonaro nas eleições. O DEM parec

Relatório Semanal de Asset Allocation:

Cenário Econômico: De maneira geral, o cenário, local e externo, assim como o atual nível de preço dos ativos, está quase que rigorosamente igual ao de uma semana atrás, ou seja, não vimos grandes mudanças fundamentais no cenário econômico ao longo dos últimos dias, que justifiquem qualquer mudança de postura ou posicionamento. Vamos a alguns temas mais específicos: Brasil – Continuamos a sentir os impactos negativos, porém pontuais, da greve dos caminhoneiros nos indicadores de atividade econômica. Na inflação este efeito é altista, porém temporário. O grande destaque da semana ficou por conta da reunião do Copom, na qual o comitê manteve a Taxa Selic estável em 6,5%, indicando exatamente que estes efeitos serão pontuais nos números dos próximos meses. O comunicado procurou manter flexibilidade na atuação de política monetária, mas mostrou pouca propensão a utilizá-la (ou seja, promover altas de juros), pelos menos com o câmbio “controlado” em torno de 3,7-3,9 no curto-praz

Risk-Off!

Os ativos de risco estão abrindo a manhã em tom mais negativo. Alguns eventos justificam o movimento. Primeiro, a mídia internacional está reportando que os EUA pretendem utilizar meios legais para impedir alguns investimentos chineses no país. Caso isso seja confirmado, seria mais um agressivo passo na relação comercial entre os EUA e a China, elevando em mais um degrau o risco de um erro de política comercial. O mercado, até pouco tempo atrás, estava complacente com a escalada na retórica comercial dos EUA. Agora, nos últimos dias, começou a se preocupar mais com este vetor. Comentei um pouco mais sobre este risco no meu comentário de ontem ( https://mercadosglobais.blogspot.com/ ). Segundo, uma reunião de emergência convocada pela União Europeia para discutir os problemas de imigração da região trouxe demandas agressivas por mudanças na legislação por parte do novo governo da Itália, país mais afetado pelos fluxos populacionais. As demandas italianas são um duro golpe ao governo

Após uma semana, pouca coisa mudou.

Após uma semana de descanso, acompanhando as notícias de forma superficial, aqui vão alguns comentários preliminares de como vejo o cenário. Estarei mais preparado para entrar em detalhes de algum tema específico ao longo dos próximos dias. De maneira geral, o cenário, local e externo, assim como o nível de preço dos ativos, está quase que rigorosamente igual há uma semana, ou seja, não vejo grandes mudanças fundamentais de cenário econômico ao longo dos últimos dias, que justifiquem qualquer mudança de postura ou posicionamento. Vamos a alguns temas mais específicos: Brasil –  Continuamos a sentir os impactos negativos, porém pontuais, da greve dos caminhoneiros nos indicadores de atividade econômica. Na inflação, este efeito é altista, porém temporário. O grande destaque da semana ficou por conta da reunião do Copom, em que o comitê manteve a Taxa Selic estável em 6,5%, indicando exatamente para estes efeitos pontuais nos números dos próximos meses. O comunicado procurou m

Leve "risk-off". BCB anuncia continuidade das intervenções cambiais.

Os ativos de risco estão abrindo essa manhã com leve vié de “ risk-off ”, com destaque para uma pequena queda das bolsas e uma pressão no mercado de commodities. As taxas de juros nos países desenvolvidos operam em baixa e o dólar apresenta desempenho mai misto neste momento. Segundo a mídia internacional, o Governo dos EUA irá anunciar hoje a imposição de tarifas de importações em cerca de 800 a 900 produtos de um total de US$50bi, de transações com a China . Caso isso se confirme, é esperado que a China reaja de maneira rápida e similar, impondo medidas recíprocas. Este seria mais um perigoso passo para uma possível “guerra comercial”. Por mais que o mercado ainda veja essas ações apenas como meios de se conseguir melhores condições comerciais, este tipo de postura aumenta, sobremaneira, a probabilidade de um erro de política comercial, com impactos negativos sobre a atividade e altistas sobre a inflação. No Brasil , o BCB anunciou que irá vender, no mínimo, na semana que vem

EM: No Relief...

O “relief rally” dos mercados emergentes, do qual me referi pela manhã, durou apenas metade de um dia. Os mercados emergentes voltaram a apresentar forte pressão. Nem mesmo a percepção do mercado de um Fed e um ECB dovish – pelo menos pela reação dos ativos, não que eu concorde com essas intepretações – foi capaz de conter o movimento de desalavancagem dessa classe de ativos. Vimos novamente forte pressão sobre Brasil, Argentina, Turquia, México e afins. Confesso que estamos em um ambiente o qual já não sei ao certo o que será capaz de estancar essa sangria. Pegando a Argentina como exemplo, o país elevou as taxas de juros para 40%, promoveu forte intervenção cambial, anunciou mais austeridade fiscal e fechou um pacote de ajuda junto ao FMI. Nada disso foi capaz, pelo menos por ora, de conter a depreciação do ARS e a depreciação dos ativos do país. Ao que tudo indica, outros países emergentes estão caminhando na mesma direção. O que me resta é acreditar que após 10 anos de l

Sinais mais positivos. Chances de "relief rally" de curto-prazo.

Neste momento, pela primeira vez em muito tempo, vemos sinais mais positivos para os mercados emergentes , na figura de um dólar mais fraco no mundo. Me parece cedo para afirmar que chegamos ao fim do “sell-off”, até porque não houve mudança substancial de cenário econômico, mas acho essas sinalizações do mercado importantes, pois podem dizer muito a respeito da posição técnica e do nível de preços e valuation dos mercados. O dia será marcado pela decisão do ECB na Europa , onde o mercado esta dividido em relação as expectativas do que será sinalizado na reunião de hoje. No Brasil , o noticiário também apresentou algumas notícias marginalmente mais positivas. A despeito das informações desencontradas, os jornais dizem que o cenário mais provável é de uma aliança entre o DEM e o PSDB, vista como mais positiva pelo mercado. O Congresso aprovou o regime de urgência na votação do Regime da Cessão Onerosa e a privatização da Eletrobrás poderá entrar na pauta do Congresso ainda este

Fed mais hawkish. Cenário inalterado.

Nos EUA, o Fed elevou a taxa de juros em 25bps como era amplamente esperado. O comunicado divulgado após a decisão mostrou um Comitê mais confiante no cenário de recuperação da economia. Algumas modificações foram feitas no comunicado para se enquadrar em um novo ambiente de taxas de juros correntes mais elevadas. As projeções do FOMC mostraram revisões altistas para a inflação e crescimento, e baixistas para a taxa de desemprego. Os “dots” se moveram para cima em 2018, sinalizando para mais 2 altas de 25bps este ano. O Fed anunciou que irá promover coletivas de imprensa após todas as reuniões, mas que isso não significa nenhuma mensagem ou sinalização. Na minha visão, as modificações foram mais hawkish do que o esperado. A mesma mensagem foi passada por Jay Powell na coletiva de imprensa. A reunião de hoje em nada altera o cenário com o qual temos trabalhado. A decisão do ECB amanhã, contudo, pode nos reservas mais surpresas, dado a maior indefinição, ou falta de um consenso m

Fed em Foco!

Os ativos de risco operam próximos a estabilidade, a espera da decisão do FOMC nos EUA no meio da tarde de hoje Destaque negativo para a depreciação da Lira naTurquia (TRY) essa anhá. Espero que o Fed eleve os juros em 25bps e promova algumas mudanças em seu comunicado. Essa também é a expectativa e o consenso do mercado. Há uma chance com probabilidade relativamente elevada dos “dots” se moverem para cima, sinalizando para a possibilidade de 4 atas de 25bps ao longo de todo o ano de 2018. No Brasil, segundo Vera Magalhães, o PSB esta mais perto de uma aliança com o PDT de Ciro Gomes. Os jornais continuam focados no avanço das negociações eleitorais, mas ainda sem nenhum anuncio concreto. A Folha traz um artigo que afirma que o Teto dos Gastos poderá parar o país, segundo alerta do TCU ao governo Temer. Caso migremos para um cenário em que o Teto dos Gastos não seja mais respeitado, ou seja rechaçado pela classe política, teremos mais uma rodada de pressão sobre os ativos locai

A narrativa segue inalterada.

O Core CPI nos EUA ficou dentro das expectativas do mercado, com alta de 0,2% MoM e 2,2% YoY. O número de hoje em nada altera a narrativa para os mercados/ativos de risco e muito menos altera as expectativas para o FOMC amanhã. Assim, vimos mais uma rodada de fortalecimento do dólar no mundo, acentuado por rumores de que o Fed pretende promover interações com os jornalistas após todas as reuniões do FOMC, ao contrário das apresentações trimestrais que ocorrem atualmente. O destaque continuou por conta da pressão negativa sobre os ativos emergentes. Na Europa , mais precisamente na Alemanha , o ZEW – um dos indicadores de confiança mais importantes da região – apresentou queda superior as expectativas, mostrando um quadro de incerteza para o crescimento da Europa no curto-prazo. Isso pode estar ocorrendo devido a ruídos pontuais, tais como eventos políticos na Itália e Espanha, “Guerra Comercial” e etc. De qualquer maneira, a região continua crescendo acima do potencial, mas