Postagens

Mostrando postagens de julho, 2016

Update

Nada no final de semana alterou a visão descrita neste fórum no final da semana passada. De forma resumida, desenha-se um cenário ainda positivo para ativos de  carry/yield , especialmente para países que apresentam fundamentos sólidos e/ou níveis de preço/ yield  que justifiquem uma alocação mais agressiva no curto-prazo. Neste ambiente, os ativos brasileiros se apresentam como grande oportunidade de investimento. Mantenho uma visão mais cautelosa em torno de ativos de  growth/value  diante de um cenário de baixo crescimento global, frente a uma política monetária no mundo desenvolvido cada vez menos potente. Acho cedo para os mercados depositarem grandes esperanças na política fiscal, pois este tipo de atuação tende a ser lenta, reativa e de difícil implementação. De qualquer maneira, entendo que no curto-prazo existe um trade-off entre os níveis de taxas de juros em alguns países e os níveis de  yields  de alguns índices de bolsa que acabem por favorecer alocação nesta classe d

Carry On!

Eu tenho que reconhecer que a reação dos mercados aos eventos recentes está em direção quase que totalmente oposta a minha expectativa. A decisão do BoJ no Japão (já comentado neste fórum pela manhã) foi capaz apenas de afetar a dinâmica do JPY, sem levar contágio ao resto do mundo. Nos EUA, o PIB do 2Q apresentou alta de 1,2% QoQ Anualizado, muito abaixo das expectativas de 2,5%, e após uma revisão para baixo do primeiro trimestre, de 1,1% para 0,8%, na mesma base de comparação. A leitura do mercado tem sido bastante clara. Enquanto o mundo apresentar crescimento baixo, porém sem riscos aparentes de recessão, existe a expectativa de que os Bancos Centrais no mundo desenvolvido permanecerão expansionista, dando espaço para a busca por ativos de risco. Eu concordo que estamos no meio de um cenário mais favorável para ativos de carry/yield . Nos últimos dias, passamos apenas por um período de acomodação/realização de lucros, que parece encerrada após os dados de hoje. Contud

BoJ Underdelivered!

O BoJ no Japão anunciou apenas medidas cosméticas de estímulo monetário, surpreendendo negativamente as elevadas expectativas do mercado. O Banco anunciou um aumento das compras de ETF de Y$3,3T para Y$6T por ano. Além disso, adotou um “foward guidance” mais específico e agressivo, sinalizando a disposição e a intenção de implementar uma nova e completa revisão de sua política monetária na próxima reunião, em setembro. Além disso, afirmou que as políticas monetárias e fiscais devem trabalhar lado a lado. O mercado reagiu de forma clássica, com uma forte apreciação do JPY, e leve movimento de aversão a risco no mundo. Na minha visão, as medidas anunciadas são extremamente pontuais. O BoJ está jogando o peso do ajuste sobre a política fiscal, que agora também corre o risco de decepcionar as expectativas do mercado. Espero a continuidade de um cenário de realização de lucros e/ou acomodação dos ativos de risco no curto-prazo, na prerrogativa de que os estímulos monetários esperad

All eyes on the BoJ!

A quinta-feira foi marcada por uma série de questões pontuais, afetando a dinâmica dos ativos de risco de forma particular. O próximo grande evento da semana será a reunião do BoJ no Japão essa noite. Reforço o que tenho escrito neste fórum nos últimos dias: Existe hoje uma expectativa elevada em torno de medidas que podem ser adotadas pelo BoJ e pelo MoF, em conjunto, com o intuito de dar suporte a economia e a inflação. Caso as medidas decepcionem o mercado, vejo espaço para uma realização de lucros um pouco maior dos ativos de risco, já que parece evidente a refuta dos principais bancos centrais do mundo desenvolvido em adotar medidas adicionais de política monetária no curto-prazo. Os   policy makers estão optando por uma postura reativa, e não proativa, no tocante ao cenário de curto-prazo.  O mercado já espera um pacote bastante robusto e agressivo de medidas.   Devemos observar mais uma rodada de estímulos fiscais e monetários no Japão, de forma relativamente coordenada.

Bancos Europeus: De volta ao foco!

Os ativos de risco perderam um pouco de fôlego nos últimos minutos. Aparentemente, a dinâmica dos bancos europeus parece ter liderado o movimento. Vale lembrar que os bancos na Europa haviam saído do foco do mercado, mas uma solução concreta e definitiva ainda não foi encontrada para os problemas de capitalização e baixa rentabilidade das instituições bancárias na região. Os bancos na Itália parecem ser o foco central de desconfiança, mas o resultado do DB na Alemanha, divulgado ontem, lembrou ao mercado que a maior instituição financeira da Europa continua em situação bastante delicada. Amanhã está agendado a divulgação de um stess test para as instituições financeiras da Europa. Não existe grandes expectativas em torno do anuncio de qualquer tipo de medida que venha a solucionar as fragilidades deste mercado. Até o momento, os problemas dos bancos europeus têm se mostrado pontuais e localizados. As ações dessas instituições vêm em uma clara trajetória de queda, mas ainda nã

Digerindo o comunicado do FOMC e a espera do BoJ.

Os ativos de risco ainda estão digerindo o comunicado do FOMC nos EUA divulgado ontem. Hoje pela manhã, chama a atenção um movimento de queda do dólar, especialmente contra G10, liderado pelo JPY, ao contrário do que eu esperava. O dólar opera próximo a estabilidade contra EM. Após ameaçar uma recuperação durante a noite, o petróleo voltou a operar em queda neste momento, o que requer atenção especial. As bolsas na Europa e nos EUA apresentam leve alta, após mais uma sequencia de resultados corporativos acima das expectativas do mercado. Os juros no mundo desenvolvido voltaram apresentar fechamento de taxas, com o Fed sendo percebido como não apresentando pressa em retomar o seu processo de normalização monetária. Vejo um quadro técnico pior do que há algumas semanas atrás, mas ainda longe de totalmente "esticado" ou contaminado. O mesmo vale para o nível de preços e  valuation  de algumas classes de ativos. O cenário, assim, enseja uma continuidade da busca por carry/yi

Fed, Petróleo, Crédito no Brasil e BoJ.

O Fed seguiu à risca o roteiro que descrevemos neste fórum nos últimos dias, mas a leitura do mercado, até o momento, ficou divergente do que esperávamos: Acredito que o FOMC irá fazer um “market-to-market” em seu comunicado em relação a situação econômica do país. Os riscos externos parecem menores do que na última reunião, mas ainda estão presentes. A inflação continua baixa, mas dentro do cenário esperado de elevação gradual. O crescimento se mostra em velocidade de cruzeiro, em uma tendência de 1,5%-2,0%, com flutuações em torno deste nível, mas sem sinais de recessão. O mercado de trabalho mostra-se robusto. Finalmente, as condições financeiras apresentaram forte afrouxamento, com uma queda do dólar, fechamento de taxa de juros e alta das bolsas. Acredito que o Fed não irá se amarrar a uma alta de juros em nenhuma reunião, pois o cenário ainda é muito incerto, mas a mensagem poderá ser percebida como mais hawkish do que o esperado pelo mercado. O FOMC promoveu mudanças

Compasso de espera.

Os ativos de risco estão operando sem tendência definida essa manhã. As bolsas da Europa e EUA operam em alta, após uma rodada positiva de resultados corporativos (destaque para Apple nos EUA, que subiu 5% no  after-market ). O dólar apresenta desempenho misto, na expectativa da reunião do FOMC, nos EUA. As commodities operam sobre pressão. O destaque ficou por conta de uma forte queda das bolsas da China, após rumores de novas medidas que possam limitar a expansão de alguns produtos de crédito no país. No Japão, os rumores em torno do pacote de estímulo fiscal ajudaram a dar suporte ao Nikkei e a uma depreciação do JPY. Na Austrália, os números de inflação do 2Q ficaram basicamente dentro das expectativas, deixando em aberto a possibilidade de um corte de juros por parte do RBA no curto-prazo. No Brasil, um artigo no Valor afirma que Temer já teria condições de aprovar o Teto do Endividamento. Além disso, há rumores de que a Lei da Repatriação possa ser alterada para que

Copom, Fed e BoJ.

Os ativos de risco estão em consolidação, à espera do próximo grande movimento. As reuniões do Fed, amanhã, e do BoJ, na sexta-feira, serão eventos capazes de alterar a calmaria dos mercados financeiros globais. Brasil – A Ata do Copom confirmou o tom mais duro do comunicado, adicionando alguns sinais que ajudam a prever qual será a postura do BCB de agora em diante. Adotando um estilo muito parecido ao já amplamente utilizado pelo Fed, nos EUA, o comunicado afirmou que: O Comitê deve procurar conduzir a política monetária de modo que suas projeções de inflação, inclusive no cenário de mercado, apontem inflação na meta nos horizontes relevantes. Como tenho afirmado neste fórum desde a nomeação deste novo banco central, acredito que eles adotaram uma postura ortodoxa clássica, se guiando pelos modelos econômicos e utilizando a comunicação como instrumental de apoio no combate as expectativas de inflação. Reforço minha visão descrita aqui na tarde de ontem: A mensagem do BCB

Japão, Commodities e Bancos na Itália.

Os mercados financeiros globais estão dando alguns sinais de fadiga, respeitando a dinâmica que temos observado desde o final da semana passada, ou seja, a expectativa de uma realização de lucros/acomodação de algumas classes de ativos. A ausência de uma atuação mais agressiva por parte dos bancos centrais nos países desenvolvidos, o nível de preço, e a posição técnica, parecem ser os principais motivos para estes movimentos. Por hora, vejo apenas os movimentos como pontuais e localizados, sem alterar o cenário central e a tendência de longo-prazo, mas precisamos ficar atentos a qualquer mudança definitiva de cenário e de tendência dos ativos de risco. No  Japão , observamos uma forte apreciação do  JPY , que está ajudando a colocar pressão no dólar no mundo. O movimento parece um ajuste de posições após o desenvolvimento de expectativas extremamente otimistas em relação ao potencial de anuncio de medidas fiscais e monetárias no país nesta semana. Como comentei no sábado:  Devemos

Trump & Juros Locais.

A semana começou com poucas novidades no cenário econômico, mas com alguns movimentos de mercado que indicam uma narrativa parecida com aquela que sinalizamos na sexta-feira passada, ou seja: Net/net, não podemos descartar uma realização de lucros no curto-prazo. O mercado parece tecnicamente esticado, a posição técnica piorou e os eventos recentes não estão corroborando com as expectativas do mercado. Contudo, ainda não vejo esses vetores como suficientes para alterar o cenário central. Por isso, neste momento, vejo apenas espaço para correções pontuais. Os próximos eventos precisam ser analisados a luz dessas questões. Podemos citar alguns vetores que estão ajudando o movimento de realização de lucros/acomodação no curto-prazo: ausência de uma atuação por parte do BoE e ECB; ajuste de posições para um Fed que poderá ser percebido como mais hawkish do que o esperado até poucos dias atrás; e ganho de fôlego da campanha de Donald Trump para presidente dos EUA, com algumas pesq

Reflation!?

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, ainda digerindo o comunicado do G20 ao longo do final de semana (já comentado neste fórum na manhã de ontem). O destaque da noite ficou por conta de mais uma rodada de depreciação da moeda da China (CNY), com o  fixing  cerca de 0,30% mais depreciado em relação ao dia anterior. Passado a reunião do G20, e diante dos enormes desafios ainda presentes para a economia do país, é natural supor que a moeda mantenha um viés de depreciação. Achei bastante pertinente o comentário do Morgan Stanley em relação ao cenário para a China e para os mercados globais esta manhã, que vai muito em linha com o que tenho comentado neste fórum ao longo das últimas semanas: Reflating China: When PBOC Governor Zhou Xiaochuan described the Chinese yuan trading stable against a basket of currencies suggesting that "the market has more confidence in the yuan" then it did not sound like China intended to change any of its policy allowing

G20

Como era amplamente esperado, o G20 trouxe poucas novidades em relação a seu último encontro. Segundo o Financial Times: The G20’s call to use “all policy tools” echoes similar language at a meeting in Shanghai in February and contained no concrete commitments on fiscal stimulus. Policymakers broadly agree that scope for further monetary policy stimulus is limited but faultlines remain over   more aggressive moves.   Following a Saturday meeting with Mr Hammond, Wolfgang Schäuble, German finance minister, said cushioning the impact of Brexit was “a matter that the Britons need to deal with themselves”. On the other side of the argument, Angel Gurría, head of the OECD, told Reuters that rock-bottom interest rates “create more fiscal space” to boost investment. Bai Chong-En, adviser to China’s central bank, said on the sidelines of the meeting that tax cuts would be more appropriate than interest rate cuts for supporting growth, according to Reuters.  Em linhas gerais, fica

Brasil, G20, fed e BoJ.

A semana que se aproxima será bastante importante para os mercados financeiros globais. Vamos refletir sobre alguns temas: Brasil – Acredito que, neste momento, precisamos diferenciar entre o cenário de curto-prazo, e o cenário estrutural para o país. Em termos estruturais, acredito em um cenário ainda bastante positivo para o país. No curto-prazo, acredito que a posição técnica, o nível de preços, o cenário externo e a falta de “momento” podem favorecer um período de acomodação de preços. A equipe formada por Michel Temer é competente. Conhece os instrumentos e as medidas que precisam ser implementadas, mas estão pecando no curto-prazo em questões pontuais. Acredito que, passado o impeachment, as medidas necessárias serão colocadas em prática. No final da semana passada, vimos um movimento de realização de lucros no mercado de câmbio e juros. Vejo estes movimentos como naturais e saudáveis dentro de um processo gradual e prolongado de ajuste. Não vejo sinais de mudanças estru

All eyes on the BoJ.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade, após uma noite relativamente tranquila. A agenda do dia será esvaziada. Os próximos eventos relevantes para o cenário serão a reunião do G20, no final de semana, e a decisão do BoJ no Japão, na semana que vem. No Brasil, os jornais estão dando destaque a delação premiada de João Santana, marqueteiro do PT nas últimas eleições presidenciais, e de sua esposa, Monica Moura. De acordo com a mídia, ambos deverão confessar que receberam dinheiro de “caixa 2” para as campanhas políticas a qual participaram. Resta a dúvida, contudo, ser as campanhas realizadas por eles no exterior levarão a alguma relação aos governos do PT. Não acredito que este tema altera o cenário base para a política local, exceto por consolidar um enfraquecimento de toda a sigla do PT.] Uma matéria de hoje na Folha afirma que:  O governo vai elevar o montante das despesas obrigatórias previstas para este ano no relatório de avaliação fiscal que será divu

Update

Muita coisa aconteceu nas últimas 48 horas, tornando válido uma breve revisão do cenário de curto-prazo. Brasil – Como era amplamente esperado, o BCB manteve a taxa Selic estável. O Copom promoveu alterações relevantes em seu comunicado, optando por uma diretriz mais clara e transparente. A mensagem do comunicado foi de que ainda não existe espaço para o início de um ciclo de queda de juros. O BCB, contudo, sinalizou quais seriam os vetores necessário para que este ciclo tenha início.  O Copom precisa observa um recuo adicional das expectativas de inflação de seus modelos para níveis mais próximos do centro da meta de inflação, assim como o avanço do programa de ajuste fiscal. Olhando de hoje, é difícil afirmar quando essas condições serão atingidas. Por hora, mantenho minha visão de este processo deve começar no quarto trimestre deste ano. Se precisar fazer uma escolha, contudo, acredito que o BCB irá optar por adiar o ciclo de queda de juros, para ganhar credibilidade, para entã