Update

A confirmação de uma forte queda nos estoques de petróleo nos EUA na última semana ajudou a dar sustentação ao complexo de commodities, após uma alta superior a 3% no petróleo.

O dia foi de agenda econômica relativamente esvaziada no âmbito externo. As declarações do Rosengren, do Fed, contudo, reforçaram o cenário que venho descrevendo neste fórum, ou seja, uma economia com crescimento saudável e com o mercado de trabalho robusto, já no pleno emprego, com o hiato do produto praticamente fechado. Este ambiente reforça a necessidade de continuidade do processo de normalização monetária no país.

No Brasil, o IPCA de abril ficou praticamente dentro das expectativas, com alta de 0,14% MoM e 4,08%. O Número mostrou um quadro qualitativo positivo, que justifica uma antecipação do ciclo de queda da taxa Selic, cenário que tem sido sinalizado pelo BCB. Segundo nossa área econômica:

>> IPCA veio ligeiramente abaixo da mediana de mercado (+0,14%vs. BBG: +0,16%). O qualitativo do IPCA permaneceu relativamente bom; O índice de difusão dessaz (% dos subitens em alta) ficou em 57,7%, abaixo da média histórica (62,6%) e condizente com um quadro inflacionário bastante benigno (níveis parecidos com 2005/2006); O núcleo de serviços dessaz ficou em 3,3% na média móvel trimestral anualizada; O desempenho do grupo serviços como um todo piorou, mas tendo em vista o comportamento do núcleo e a evolução do mercado de trabalho, esperamos que haja uma desaceleração no segmento como um todo.

No cenário político, o mercado voltou a mostrar uma confiança maior na possibilidade de aprovação da Reforma da Previdência. Não acho válido discorrer sobre cronograma e probabilidade de aprovação, mas acho justo dizer que o Governo está em um crescente em relação a estratégia de negociação junto a sua base. A campanha publicitária de explicação da Reforma junto à população também ajuda este processo político.

Em relação aos ativos locais, o BRL continua seguindo o humor global em relação ao dólar no mundo. Por ora, conseguiu manter a banda de cima do “range” recente, nos 3,20. Passada a Reforma da Previdência, existe espaço para que a banda de baixo seja novamente testada (3,00-3,05). As vols implícitas apresentaram alguma estabilização, após forte pressão nos últimos dias.

A curva de juros precifica quedas em torno de 115bps/80bps/45bps/20bps nas próximas 4 reuniões do Copom. Frente ao cenário da nossa área econômica de inflação baixa e recuperação lenta e gradual do crescimento, vemos espaço para uma antecipação do ciclo de queda da Taxa Selic. Assim, vemos prêmio da curva local de juros. A parte intermediária da curva, a meu ver, apresenta um prêmio relevante frente ao cenário binário da Previdência.  O FRA dos anos de 2019 (10,20%), 2020 (10,60%) e 2021 (10,80%) nos atuais níveis me parecem refletir está cautela.


No Ibovespa, estamos observando resultados corporativos trimestrais melhores do que o esperado e, principalmente, uma visão mais construtiva por parte das empresas para os próximos trimestres. O técnico do mercado também me parece favorável, já que poucos players apresentam posições relevantes nesta classe de ativo.

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