Daily News – Guerra Comercial e Inflação no Brasil


Todas as atenções do mercado estão voltadas para as negociações de EUA e China em torno da Guerra Comercial. O mercado segue com alta volatilidade, reagindo a cada “headline” sobre o tema.

Após uma terça-feira de notícias menos construtivas, o mercado se animou com a notícia de que China estaria disposta a comprar mais produtos agrícolas dos EUA em troca de um “mini acordo”, em que novas tarifas não fossem implementadas.

Acredito que este seja o cenário base. O mercado até pode se acalmar ou acomodar com um “mini acordo”, mas acho que estamos longe de um acordo concreto e de longo-prazo. A manutenção das tarifas atuais já é um grande fardo na economia global e sua manutenção continuará exercendo pressão negativa sobre o crescimento mundial.

Na minha visão, apenas um acordo mais amplo, onde as atuais tarifas são retiradas, seremos capazes de ter alguma esperança de estabilização da economia mundial. Assim, um potencial “mini acordo” pode ser positivo para o humor de mercado de curto-prazo, mas insuficiente para alterar o cenário global de longo-prazo.

No Brasil, o IPCA de setembro apresentou deflação, ficou abaixo do esperado e com um quadro qualitativo positivos – núcleos, serviços e dispersão baixos. Isso deve ajudar a manter as taxas de juros ainda mais baixas por mais tempo.



A despeito da volatilidade de curto-prazo do mercado de ações e da acomodação recente, ainda vejo uma mudança estrutural da maneira do Brasileiro investir que deve favorecer a bolsa e ativos “alternativos”, como crédito HY, fundos multimercados de nicho, Private Equity e afins.

Nos EUA, o JOLTs foi mais um indicador a mostrar arrefecimento do mercado de trabalho. Os números ainda são razoavelmente saudáveis, mas a derivada de deterioração começa a chamar a atenção e merece destaque:


Ontem, Powell anunciou, em breve, uma espécie de “QE Light” deve ser anunciado, com a expansão do balanço do Fed com a compra de T-Bills, ou papeis de curtíssimo-prazo. A medida visa estabilizar o mercado de “repo”, ou interbancário nos EUA. Não vejo a medida como uma medida de estímulo monetário.

Na verdade, no atual estágio do ciclo econômico, e vendo tudo que aconteceu no Japão e na Europa, não acredito que os mesmos instrumentos utilizados nos últimos 10 anos serão suficientes para alterar o cenário econômico global.





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