Brasil: Mercado de juros mostra maturidade.
A segunda-feira foi de
feriado nos EUA e na Inglaterra, o que manteve os mercados externos sem grandes
novidades.
No Brasil, tivemos mais
um dia de bom desempenho do mercado de juros, a despeito de uma leve realização
de lucros nos mercados de câmbio e renda variável.
A expectativa de um
IPCA bastante benigno no próximo mês, após o reajuste da gasolina e a bandeira
verde para a energia elétrica, estão sem dúvida ajudando a ancorar o mercado
local de juros.
O Copom se reúne nesta
semana, com decisão agendada para quarta-feira à noite. Olhando de hoje, o
cenário mais provável parece ser o anuncio de corte de 100bps na Taxa Selic. O
comunicado após a decisão deverá manter um grau maior de flexibilidade, dada as
incertezas políticas recentes, cujo impacto imediato se faz sentir sobre a
aprovação das reformas econômicas em curso.
Pelo lado cíclico da
economia, ainda vejo um forte vetor desinflacionário, e uma recuperação do
crescimento ainda mais lenta e gradual do que o imaginado anteriormente (devido
as novas incertezas políticas). Sem uma alta mais rápida, acentuada e
persistente do dólar (desvalorização do Real), não me parece haver argumentos
para o BCB alterar sua trajetória de queda da Taxa Selic no curto-prazo. O
debate em torno da taxa de juros de equilíbrio, e da taxa de juros terminais
para este ciclo, ainda é importante, mas, no curto-prazo, o processo de queda
da Taxa Selic parece, de certa forma, “blindado”. O mercado parece estar
reagindo a este cenário, em um ambiente em que a posição técnica mostrou forte
recuperação após o sell-off recente.
A pesquisa Focus do BCB
divulgada hoje mostrou leve alta nas expectativas de inflação de 2018. O movimento
parece, até o momento, normal e natural diante das novas incertezas do cenário.
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