Cenário tranquilo e favorável.

Sem mudanças relevantes no cenário central, os ativos de risco estão mostrando certa acomodação nos atuais níveis. Ainda vejo um cenário externo razoavelmente construtivo, com um crescimento global saudável/sólido, uma inflação ainda contida no mundo desenvolvido e bancos centrais optando pelo gradualismo na condução do processo de normalização monetária.

Este pano de fundo tende a ser positivo para os ativos de risco e, em especial, para os países com fundamentos sólidos (ou em vias de recuperação), com valuations atrativos, posição técnica favorável e yields elevados. O Brasil se enquadra em praticamente todos estes aspectos e, assim, tem apresentado desempenho positivo nos últimos dias.

Os riscos existem e precisam ser monitorados. Por ora, contudo, a percepção é que a probabilidade de disseminação de algum destes riscos é baixa. Para citar alguns deles: (1)potencial alta mais acentuada dos juros nos países desenvolvidos, (2) desaceleração mais acelerada da China e/ou um aperto mais pronunciado da liquidez no país, (3) Riscos geopolíticos (Coréia do Norte e afins).

Confirmando este cenário, hoje, observamos um forte avanço da Produção Industrial de abril nos EUA, com alta de 1% MoM, acima das expectativas do mercado (0,4% MoM).. Na Alemanha, o ZEW – um dos principais indicadores de confiança do país e de toda a Europa – subiu de 19,5 para 20,6 pontos em maio, abaixo das expectativas (22,0) mas em patamar compatível com um crescimento robusto do país.

No Brasil, segue um cenário de forte desinflação, recuperação lenta e gradual do crescimento, contas externas favoráveis e perspectivas de recuperação do quadro fiscal com a aprovação das reformas econômicas propostas pelo atual governo.

Existem sinais incipientes de recuperação da economia, com o IBC-Br divulgado ontem e o CAGED divulgado hoje. Esta recuperação, contudo, promete ser extremamente lenta e gradual.


O cenário atual é condizente com uma antecipação do ciclo de queda da Taxa Selic. O mercado já migrou para uma queda de 125bps na próxima reunião do Copom. Os economistas promoveram revisões relevantes para a política monetária dos próximos meses, com muitas casas esperando juros terminais abaixo de 8%. Ainda há, todavia, um diferencial grande entre as expectativas dos economistas para a Taxa Selic e as expectativas do mercado. Em outras palavras, se os economistas estiverem corretos, ainda existe espaço para novas rodadas de fechamento de taxas de juros de mercado.

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