Cenário Externo Permanece Construtivo.
Os ativos de risco voltaram a dar sinais mais positivos, com o tema de “Reflation” predominando sobre a dinâmica dos ativos de risco. Destaque para mais um dia de alta das bolsas e das commodities metálicas, abertura de taxas de juros nos países desenvolvidos, porém com o dólar misto e o petróleo em queda. O EWZ – ETF de bolsa Brasil operada nos EUA - fechou em alta em torno de 0,8%.
Nos últimos dias, vimos os PMIs globais mostrando uma economia mundial ainda saudável e robusta. A despeito da queda dos números em países como China e EUA, o patamar dos PMIs continua condizente com um crescimento positivo e favorável. Como tenho insistido neste fórum: Vale atentar, contudo, que nesta fase do ciclo econômico, com a maior parte dos indicadores de confiança em picos históricos (ou deste ciclo econômico) é natural esperar alguma acomodação/ volatilidade em torno destes níveis.
A manutenção de um patamar considerado robusto, sem quedas mais acentuadas e/ou generalizadas, parece ter dado ímpeto ao cenário construtivo para a economia global nos últimos dias. Além disso, os resultados corporativos trimestrais apontam na mesma direção, ou seja, crescimento positivo e aumento dos lucros do setor corporativo. Finalmente, o PIB do 1Q nos EUA, assim como alguns indicadores antecedentes do setor, confirmou um ambiente mais positivo para os investimentos/capex nos EUA, o que pode ser um vetor extremamente relevante de suporte ao crescimento ao longo dos próximos meses.
A mídia dos EUA reportou hoje que o Congresso do país fechou um acordo de US$1T de orçamento para que o governo continue funcionando até setembro. Ainda não tive detalhes em torno deste pacote, mas retira um “risco de cauda” do curto-prazo.
Trump manteve sua postura de comentar sobre todo e qualquer tema. Hoje, declarou que está estudando a divisão dos bancos de investimentos e bancos comerciais no país, além de declarar que pode vir a se encontrar com o líder da Coréia do Norte, caso exista algum momento que permite tal encontro.
No Brasil, os jornais de hoje apenas repercutiram a pesquisa eleitoral para presidente da república divulgada pelo Datafolha ontem, na Folha de São Paulo. Como comentei aqui ontem: Minha opinião pessoal é que ainda falta muito chão para o período eleitoral e o mercado não deveria reagir a este tipo de informação no curto-prazo. Acredito que ainda existem eventos importantes nos próximos 6 meses que podem determinar de forma mais clara a direção das eleições. De qualquer maneira, a pesquisa mostra uma força ainda grande de Lula (o que não deveria ser novidade para ninguém). Os demais partidos “convencionais”, e seus candidatos, apresentam uma clara tendência de perda de popularidade, como é o caso dos candidatos do PSDB (Aécio e Alckmin) e até mesmo do Rede (Marina Silva). Cresce o apoio de candidatos radicais e menos conhecidos, como Jair Bolsonaro. Este fenômeno não é novo e nem mesmo local. Existe uma tendência global ao radicalismo e ao “anti establishment” e as pesquisas no Brasil apontam nesta mesma direção. Contudo, ainda não sabemos quem será candidato em 2018, quem poderá ser candidato e se novos nomes aparecerão com força política cada vez maior.
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Brasil – Os jornais do final de semana se concentraram em 3 eventos locais.
Primeiro, repercutiram as manifestações de sexta-feira. A conclusão geral, já comentada neste fórum, é de que as manifestações foram pontuais, isoladas, violetas e concentrada em um grupo restrito de pessoais, que não representa os anseios da sociedade. Do ponto de vista político, a aparente fragilidade das manifestações retira um risco do curto-prazo, que seria de um movimento generalizado contra o atual governo e as reformas econômicas em curso.
Segundo, as negociações em torno da Reforma da Previdência continuam. Segundo a mídia, o governo conseguiu mapear os “infiéis”. Com um panorama de sua base mais claro, poderá promover uma pressão política maior em cima de seus aliados. A perda de cargos e de orçamento será utilizada como “moeda de troca”, e MPs podem ser liberadas para angarias mais aliados. Até mesmo a Agência Estado, que vem dando enfoque no “Placar da Previdência”, até o momento muito contrário ao Governo, divulgou artigo comentando a possibilidade de uma organização maior que consiga reverter parte dos votos.
Finalmente, a Folha de São Paulo divulgou pesquisa eleitoral para as eleições de 2018. Minha opinião pessoal é que ainda falta muito chão para o período eleitoral e o mercado não deveria reagir a este tipo de informação no curto-prazo. Acredito que ainda existem eventos importantes nos próximos 6 meses que podem determinar de forma mais clara a direção das eleições. De qualquer maneira, a pesquisa mostra uma força ainda grande de Lula (o que não deveria ser novidade para ninguém). Os demais partidos “convencionais”, e seus candidatos, apresentam uma clara tendência de perda de popularidade, como é o caso dos candidatos do PSDB (Aécio e Alckmin) e até mesmo do Rede (Marina Silva). Cresce o apoio de candidatos radicais e menos conhecidos, como Jair Bolsonaro. Este fenômeno não é novo e nem mesmo local. Existe uma tendência global ao radicalismo e ao “anti establishment” e as pesquisas no Brasil apontam nesta mesma direção. Contudo, ainda não sabemos quem será candidato em 2018, quem poderá ser candidato e se novos nomes aparecerão com força política cada vez maior.
China – O PMI Manufacturing de abril apresentou queda de 51,7 para 51,2 pontos, abaixo das expectativas do mercado. O número sai do maior patamar em 5 anos para um nível ainda condizente com um crescimento saudável. É natural esperar algum arrefecimento do crescimento do país. O governo adotou uma postura mais restritiva nos últimos meses e isso deverá impactar a economia ao longo dos próximos meses. O cenário base ainda é de um crescimento relativamente saudável, mesmo que com algum arrefecimento na margem.
Coréia do Norte – O país promoveu mais um teste balístico na sexta-feira. Aparentemente, o teste foi mal sucedido e era de um míssil de médio alcance. Por um lado, as consecutivas falhas nos testes balísticos mostra uma Coréia militarmente enfraquecida, que não teria condições de ameaçar os países ocidentais, e nem mesmo seus vizinhos mais próximos. A ausência de armamentos mais potentes reduz o risco de uma guerra nuclear mais generalizada e o poder de defesa de EUA, China e Japão. Por outro lado, os consecutivos testes balísticos aumentam a tensão na região, e podem levar a uma reação mais concreta por parte da nova administração dos EUA.
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