China & Copom em Foco.
Os
ativos de risco estão abrindo em tom positivo a despeito da divulgação de uma
rodada de dados de atividade econômica mais fraca na China para o mês de abril. Os números mais fracos no país podem
estar agindo de maneira inversa no humor do mercado, ou seja, dados de
crescimento mais fracos estão levando o mercado a acreditar em uma política
monetária mais frouxa e, consequentemente, em um panorama menos negativo para a
liquidez do país nos próximos meses. Este ambiente fica em linha com o que
tenho comentado neste fórum nas últimas semanas (e está reproduzido abaixo, na
seção de China, do comentário de ontem).
Ainda
sobre este tema, o JP Morgan comenta hoje:
- On Friday (May
12), PBOC injected 459 billion yuan liquidity via MLF operations,
including 66.5 billion 6-month MLF and 392.5 billion 1-year MLF (interest
rates stay unchanged at 3.05% and 3.2%, respectively);
- The CBRC
clarified that there will be 4-6 months transition period for banks to
meet regulatory requirements, and grandfathering policy will be adopted
for existing products (新老划断).
- Macro policy
support tends to be limited
- Frontloading of
fiscal expenditure appears to be more noticeable this year. In 1Q17,
fiscal revenue rose 14.1%oya (in part benefiting from rebound in nominal
GDP growth), but fiscal expenditure rose 21%oya and fiscal balance was in
deficit (vs. a fiscal surplus in normal years). In April, fiscal revenue
growth and fiscal expenditure growth slowed down to 7.8%oya and 3.8%oya,
respectively. The good news is that fiscal revenue seems to face less
pressure due to the rebound in nominal GDP growth, but the cautious news
is that the frontloaded fiscal expenditure suggests that fiscal support
will be scaled back in the coming quarters.
- Land sale revenue
rose 36.4%oya to 1.28 trillion yuan in the first four months of the year.
Overall the housing market has held up stronger than initially expected,
an important factor behind our latest upward revision in the growth
outlook. Strong land sales also implies an upside risk to the fiscal
policy outlook.
- Meantime, fiscal
policy outlook face downside risk as the magnitude of policy bank support
(via special financial bond issuance) could be reduced. In addition, the
size of local government bond swap could also be reduced this year (hence
less saving from interest rate repayment burden for local governments).
Sobre os
dados de atividade divulgados hoje, o Citibank resume da seguinte maneira:
·
Industrial production slowed sharply
— The pace of industrial production expansion dropped more than one percentage
points from 7.6%YoY in March to 6.5%YoY in April, much worse than our forecast
and market expectations (Citi/ Consensus: 7%YoY). Although the NBS explained
that lower working days (one day less owing to holiday adjustment), could have
partially contributed to the slowing IP, we believe rising inventories, tighter
monetary condition, and financial market uncertainty have had material impact on
firms’ outlook.
·
By broad sectors, output by
manufacturing industries slowed from 8.0%YoY to 6.9%YoY, the deceleration of
mining moderated from -0.8%YoY to -0.4%YoY. Electricity, gas & water
production decelerated from 9.7%YoY in March to 7.8%YoY, after winter heating
season ends.
·
Both general and electrical machinery
equipment production accelerated by 0.2 and 0.1 ppt to 10.8%YoY and 9.1%YoY,
while the sectors like auto manufacturing and non-ferrous metal smelting &
pressing slowed significantly from 12.4%YoY and 4.2%YoY to 9.2%YoY and 1.4%YoY
respectively.
·
Within the overcapacity industries,
the production in coal and steel materials rose from 1.9%YoY and -0.7%YoY to
9.9%YoY and 0.5%YoY, respectively. Rising supply in coal and steel, together
with tightening monetary conditions, has dampened the outlook of commodity
prices further.
·
FAI growth went down by 0.3ppt to
8.9%YoY Ytd on declining private manufacturing investment — The recovery of
private investment ceased in April, slowing from 7.7%YoY Ytd in March to
6.9%YoY Ytd in April, influenced by the elevated real funding costs and
financial market uncertainty.
·
Private manufacturing growth slowed
considerably by 0.9 ppt to 4.9%YoY Ytd.
·
The growth of infrastructure
investment moderated from 23.5%YoY Ytd to 23.3%YoY Ytd.
·
However, property investment growth
rose by 0.2 ppt to 9.3%YoY Ytd, as first and second tier cities continue to
rebuild property inventory.
·
April retail sales slowed on auto and
home renovation related sales — Retail sales slowed from 10.9% in March to
10.7%YoY in April, lower than market expectations. The auto sales, key driver
for recently retail sale fluctuations, deteriorated to 6.8%YoY from 8.6%YoY in
March. In addition, the home renovation related sales were negatively impacted
by the slowing home sales, as the household electric & video appliance,
construction & decoration materials slowed from 12.4%YoY and 17.8%YoY to
10.2%YoY, and 13.4%YoY in April.
No Brasil, os jornais voltaram as
especulações para a Reforma da Previdência. Em entrevista hoje, Eliseu Padilha garantiu
que o Governo terá cerca de 330 votos favoráveis.
Em artigo
para o Valor Econômico, Alex Ribeiro comenta o discurso de Ilan – Presidente do
BCB – na sexta-feira:
No encerramento do 19º
Seminário de Metas para a Inflação, promovido pelo Banco Central no Rio, Ilan
sinalizou que o ritmo de corte de juros depende, por um lado, da evolução da
conjuntura econômica e, por outro lado, das incertezas e dos fatores de risco
que ainda pairam sobre a economia.
Foi uma evolução levemente mais "dovish" em relação à
linguagem usada na ata da reunião do Copom de abril. Aquele documento, segundo entendimento
de muitos analistas econômicos, deu uma ênfase maior em suas decisões futuras
aos fatores de riscos e incertezas que pairam sobre o ambiente econômico e
sobre o cenário inflacionário.
Com a sinalização anterior,
especialistas em política monetária entenderam que o Banco Central estava
vinculando uma possível intensificação no ritmo de flexibilização monetária ao
andamento da reforma da Previdência no Congresso.
Em abril, o Copom cortou os
juros básicos em um ponto percentual, mas sinalizou que as condições econômicas
permitiam um corte maior. Segundo a ata daquele encontro, incertezas e fatores
de risco recomendavam que naquele momento a decisão mais adequada fosse um
corte de apenas um ponto percentual.
Na ata, o Copom diz que
"o Comitê considera o atual ritmo adequado, entretanto, a atual conjuntura
econômica recomenda monitorar a evolução dos determinantes do grau de
antecipação do ciclo. "
Na sexta-feira, Ilan repetiu essa mesma frase da ata do Copom, mas usou
o verbo no passado: "O comitê considerou o atual ritmo de queda adequado,
entretanto, avaliou que a conjuntura recomendava monitorar a evolução dos
determinantes do grau de antecipação do ciclo."
Analistas econômicos presentes no seminário de metas para inflação do
Banco Central entenderam que, ao usar o verbo no passado, Ilan teria dado
ênfase ao fato de que a decisão de cortar apenas um ponto era válida para a
reunião de abril. Para eles, esse seria mais um indicativo de que o BC
planejaria intensificar mais uma vez o ritmo de distensão na reunião que ocorre
nos dias 30 e 31 de maio.
No discurso, Ilan também fez um complemento a essa frase. "O grau
desejado (de antecipação do ciclo de distensão monetária) depende, por um lado,
da evolução da conjuntura econômica e, por outro lado, das incertezas e dos
fatores de risco que ainda pairam sobre a economia".
A ênfase de Ilan sobre a conjuntura econômica ocorre depois que uma
série de indicadores econômicos foram divulgados, entre eles a fraca inflação
no atacado e ao consumidor e também dados mais fracos da atividade econômica.
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