Brasil: Situação ainda é delicada, mas soluções começam a surgir.
A
despeito de algum arrefecimento no preço das commodities, e do ruído causado
pelas explosões, em um aparente atentado terrorista em um show para adolescentes
em Manchester, na Inglaterra, os ativos de risco operam em tom relativamente
positivo.
Os PMIs
na Europa mantiveram-se nos níveis
mais elevados deste ciclo econômico, superando as expectativas do mercado e confirmando
um cenário de crescimento saudável na região. O Morgan
Stanley classificou os números de hoje da seguinte forma: Stable at a six-year high: Today's composite PMI, at an unchanged 56.8,
marginally better than the consensus, suggests that the recovery remains well
supported. Employment growth looks strong, courtesy of improved optimism about
future prospects. While moderating slightly, overall new order growth continues
to be robust, and pipeline price pressures remain elevated, with only a mild
easing in input cost inflation.
Este números
apenas ratificam o cenário que tenho descrito neste fórum para a economia
mundial, ou seja, vejo um quadro de
crescimento global relativamente saudável, com uma inflação contida no mundo
desenvolvido e a necessidade de ajuste monetário apenas gradual. Enquanto
perdurar este ambiente, eventos como este na Coreia do Norte serão vistos como
pontuais, como ruídos de curto-prazo. Caso este ambiente se altere, seja com
uma desaceleração mais acentuada do crescimento, ou com uma inflação mais
elevada no mundo desenvolvido, seremos obrigados a reavaliar o cenário global.
No Brasil, a defesa do Presidente Temer
apresentou um parecer de um dos peritos mais respeitados do país afirmando que
as gravações feitas das falas do presidente estão comprometidas, e não poderão
ser usadas como prova no inquérito. Já a PGR garante que as gravações não serão
a maior prova contra Temer, mas irão focar as acusações na mala de dinheiro
recebida pelo deputado dito seu assessor pessoal.
No
inicio da noite de ontem, após o Presidente do Senado já ter dado sinais de que
pretendia manter a agenda legislativa intacta, foi a vez do Presidente da
Câmara adotar postura semelhante. A sinalização dos dois deve ser vista como
positiva pelo mercado, pois mostra que o Congresso não está disposto a colocar
o país em uma aventura. Estamos longe de superar está crise, mas se o Congresso
decidir por manter um caráter reformista a este governo – que agora classifico
como “tampão” – será um grande alívio para a sociedade, para a economia e,
consequentemente, para os mercados.
Enquanto
a situação do Presidente continua delicadíssima, começam a surgir cenários
possíveis para o futuro do país no curto-prazo e, muitos deles, menos negativos
do que se previa anteriormente. A permanência do Presidente já não
necessariamente vislumbra a não aprovação das reformas (pelos sinais do
Congresso). As eleições indiretas, dada à postura do Congresso, deveriam eleger
alguém de consenso, de bom senso e reformista. Eleições diretas parecem cada
vez mais difíceis de serem colocadas em prática. Repito a situação ainda é
delicada, estamos longe de superar está crise, mas as soluções possíveis
começam a ganhar contorno e, muitas delas, não são uma catástrofe para o país.
Na noite
de ontem, a casa de rating S&P rebaixou o outlook da nota de crédito do país. Aliada a forte reação negativa
dos mercados locais na semana passada, este tipo de posicionamento pode ser
visto até como um alerta aos parlamentares de que o país não pode mudar a sua
agenda. Que é imprescindível manter os trilhos da recuperação.
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