Brasil: Sensação mais construtiva com Reforma da Previdência.
Dia de poucas novidades
para o cenário econômico local e global.
Nos EUA, os JOLTs de março confirmou um
mercado de trabalho robusto e uma economia no pleno emprego. Os membros do Fed
vem dando declarações nesta direção, o que reforça um cenário de continuidade
do processo de normalização monetária no país.
Este cenário está dando
algum a abertura das taxas de juros no país e, consequentemente, ajudado a dar
suporte do dólar no mundo. Acredito que este movimento faça sentido e possa
continuar, em maior ou menor grau, ao longo dos próximos dias.
Os movimentos recentes
se diferenciam de um “Reflation” clássico pela fragilidade
ainda demonstrada pelas commodities. Os sinais de desaceleração da China,
aliados as perspectivas de melhor liquidez global, estão mantendo o complexo de
commodities metálicas e petróleo sob pressão.
Em relação a China, vejo a desaceleração como, de
certa forma esperada mas, principalmente, induzida pelas medidas restritivas
adotadas pelo governo ao longo dos últimos meses. Este pano de fundo me dá
algum conforto, dado que a desaceleração não é fruto de nenhum “evento de
crédito” inesperado. Como o governo quem está administrando a desaceleração do
mercado de crédito e, consequentemente, da economia, eles podem reverter o
processo se concluírem que a desaceleração chegou a níveis satisfatórios. Isso não
quer dizer que não existam riscos. Eles existem, são reais e precisam ser
monitorados. Um erro do policy maker
poderia ter consequências catastróficas para o mundo. Em um pano de fundo
de crescimento global ainda saudável, estes riscos, no curto-prazo, me parecem
controlados, mas não totalmente dissipados.
No Brasil, o mercado começa a mostrar uma confiança maior na
possibilidade de aprovação da Reforma da Previdência. Neste momento, a Comissão
Especial da Câmara está votando os destaques do texto base. Por ora, a Comissão
ocorre sem surpresas. Não acho válido discorrer sobre cronograma e
probabilidade de aprovação, mas acho justo dizer que o Governo está em um
crescente em relação a estratégia de negociação junto a sua base. A campanha
publicitária de explicação da Reforma junto à população também ajuda este
processo político.
Em relação aos ativos
locais, o BRL continua seguindo o
humor global em relação ao dólar no mundo. Por ora, conseguiu manter a banda de
cima do “range” recente, nos 3,20. Passada a Reforma da Previdência, existe
espaço para a banda de baixo seja novamente testada (3,00-3,05). As vols
implíticas apresentaram alguma estabilização, após forte pressão nos últimos
dias.
A curva de juros precifica quedas em torno de
110bps/75bps/45bps/20bps nas próximas 4 reuniões do Copom. Frente ao cenário da
nossa área econômica de inflação baixa e recuperação lenta e gradual do
crescimento, vemos espaço para uma antecipação do ciclo de queda da Taxa Selic.
Assim, vemos prêmio da curva local de juros. A parte intermediária da curva, a
meu ver, apresenta um prêmio relevante frente ao cenário binário da
Previdência. O FRA dos anos de 2019
(10,20%), 2020 (10,60%) e 2021 (10,80%) nos atuais níveis me parecem refletir
está cautela.
No Ibovespa, estamos observando resultados corporativos trimestrais
melhores do que o esperado e, principalmente, uma visão mais construtiva por
parte das empresas para os próximos trimestres. O técnico do mercado também me
parece favorável, já que poucos players apresentam
posições relevantes nesta classe de ativo.
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