Goldilocks -> Relaftion
Brasil – A pesquisa Focus do BCB trouxe
novas revisões baixistas para a inflação e o PIB, para os anos de 2017 e 2018.
O presidente do BCB
voltou a dar um tom de tranquilidade em relação ao cenário corrente para a
política monetária.
Segundo os sinais emitidos
por Ilan, os vetores cíclicos para a queda da taxa Selic parecem se sobrepor,
de maneira cada vez mais clara, as incertezas que o cenário pode apresentar.
Como comentado no final
de semana, o noticiário político parece trazer menos novidades relevantes, o
que ajuda a acalmar os ânimos dos investidores.
Neste ambiente, o dia
foi de bom desempenho da curva de juros, a despeito da pressão verificada no
exterior, com a abertura de taxa das treasuries e a alta do dólar no mundo.
Interessante observar o movimento continuo de queda das inflações implícitas,
que estão reagindo a uma inflação corrente baixa, as expectativas de inflação
baixa até fins de 2018 e aos sinais de que a meta de inflação será reduzida em
breve.
Externo – A semana começou com alguns
sinais de “reflation” (alta nas taxas de juros, alta nas bolsas, alta nas commodities
metálicas não preciosas, queda nas commodities metálicas preciosas e etc),
exceto pela queda no preço do petróleo. De maneira geral, prevalece um ambiente
de “goldilocks”, como tenho comentado neste fórum nas últimas semanas. As
bolsas dos EUA atingiram novas máximas históricas, o dólar apresentou alta generalizada,
ajudado pela abertura das taxas de juros nos EUA.
O discurso de Dudley –
importante membro do Fed – ajudou a dar ímpeto a estes movimentos. Dudley
manteve o tom apresentado por Yellen na semana passada. O Fed parece cada vez
mais sensível aos níveis do mercado de trabalho, mantido as demais variáveis
constantes. Dudley acredita que a recuperação econômica será mantida e a
inflação voltará a subir. O nível do emprego tem sido cada vez mais apontando
como determinante neste processo.
Além disso, no final da
semana passada, O Tesouro Americano apresentou algumas propostas para a
“desregulação” bancária. Caso colocada em prática, as medidas seriam capazes de
estimular o crescimento, induzir a inflação e dar suporte as taxas de juros no
país.
Segundo o Deutsche Bank:
Last week’s Treasury report
on core principles for regulating the United States financial system contain
reform recommendations that are significant both to our macro outlook and to
valuation of a broad spectrum of financial instruments. From a macro
perspective, implementation of the Treasury’s recommendations could strengthen
the credit impulse, contribute to more rapid growth and drawdown of remaining
labor market slack, and help boost inflation toward the Fed’s target. These effects
would be supportive of our macro view for moderately higher yields and a higher
term premium. From a pricing perspective, the primary effect of these measures
is to essentially remove Treasury holdings as a “binding constraint” on the
balance sheet. This should cause compression of liquidity premium in the
pricing of assets that have been distorted by high balance sheet costs relative
to low asset returns.
Macro implications
Our colleagues in Global
Economics have observed a number of parallels between the current economic
environment and that during the middle portion of the 1960s. The narrative goes
that during this period, unemployment declined to well under 4%, relative to
concurrent estimates of NAIRU of 5.6-5.7%. However, core PCE remained stubbornly
low for an extended period. Ultimately, however, inflation turned up
significantly. The apparent catalyst was fiscal stimulus, which drove the
structural deficit from 0.7% of potential GDP to a nadir of 3.9% of potential
GDP from 1965 to 1968.
From this perspective,
dramatically declining expectations of the viability of fiscal stimulus suggest
that the parallels might end there. To the extent that fiscal stimulus is not
viable in the current political environment, inflation might be left to rise over
time given further tightening of labor markets, with the Fed mechanistically
pushing short rates higher to their current long term estimate of 3%.
We note, however, that the
more powerful credit impulse which might be unleashed by the Treasury’s suggestions
for financial reform could constitute a catalyst for more robust growth and a
more rapid erosion of remaining slack in the labor market. This could push
inflation up towards target and allow the Fed “space” to raise rates in a
fashion more consistent with the dots than with current market pricing. This
would support our core views for a recovery of inflation, moderate increases in
market yields, and a restoration of the term premium.
Portfólio – Minha visão permaneceu inalterada nos últimos dias.
Continuo vendo um cenário relativamente construtivo para a economia global, que
vem sendo erradamente expressado (até o momento) via juros tomados nos EUA. Nos
atuais níveis de preço, existem hedges
extremamente baratos para serem incorporados ao portfólio.
Mantemos um viés positivo para a parte curta da curva de juros
local. Temos administrado tamanho e os instrumentos da posição. Continuo
gostando de hedges para qualquer
eventual deterioração do cenário local, via estruturas de opção de dólar, e na
inflação implícita, na parte intermediária da curva.
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