Poucas novidades. Cenário inalterado. Ainda mantendo cautela.

O final de semana, até o momento, trouxe poucas novidades relevantes ao cenário econômico global.
No Brasil, a mídia está reportando que a Polícia Federal terminou a perícia nas gravações realizadas pelos delatores da JBS, e que continham diálogos com o Presidente Michel Temer. Segundo os periódicos deste final de semana, as gravações não foram editadas e poderão ser usadas como prova nas investigações. Ainda de acordo com a mídia, a PGR deve apresentar as denuncias contra o Presidente de maneira “fatiada”, em 3 ou 4 passos. Assim, de acordo com a teoria da mídia, o desgaste do Presidente seria maior, pois precisaria levar cada uma das denúncias à votação no plenário do Congresso.
Algumas matérias afirmam que o setor elétrico poderá sofrer uma onda de privatizações, que poderiam trazer cerca de R$30 bilhões de receitas a união.
O Governo continua confiante na aprovação da Reforma Trabalhista no plenário. As demais reformas seguem em compasso de espera e com sua probabilidade de aprovação cada vez mais comprometida por um calendário que se torna, a cada dia, mais apertado.
Nos EUA, após o anuncio de um novo pacote para o setor de saúde, Trump já ve dificuldades em sua aprovação que, a princípio, estaria agendada para a semana que se avizinha. Sem a aprovação deste tema, o avanço do pacote fiscal se torna cada vez mais difícil.
Diante dos fatos acima, mantenho minha visão praticamente inaltera em relação a semana passada:
Mesmo com a aparente estabilização dos ativos de risco ao longo da sexta-feira, ainda vejo sinais de fragilidade, especialmente no tocante a dinâmica do petróleo. Como comentei ao longo da semana passada, a dinâmica de curto-prazo no petróleo, após a acentuada queda recente e nos atuais níveis, poderá continuar ditando a direção do humor global a risco. A decisão do Fed na semana passada ainda reverbera no mercado, e assim deverá permanecer nos próximos dias, semanas...quiçá meses e anos.

Desde que a delação da JBS veio a público, e após as últimas sinalizações do Fed, vimos um movimento de sustentação do USDBRL e uma clara tendência de steepening da curva de juros. Acho que estes movimentos fazem sentido e podem continuar no curto-prazo.

A curva local de juros precifica quedas de 85bps, 50bps e 30bps nas próximas 3 reuniões do Copom, com juros terminais em torno de 8,5%. Acredito que ainda haja espaço para o fechamento das taxas curtas, especialmente porque existe um prêmio de risco elevado (de altas de juros) ao longo de 2018, com a Selic atingindo novamente 10% no início de 2019.

De qualquer maneira, mantenho postura neutra, com exposição as taxas curtas, porém protegido via opções altistas de dólar e com compra de inflação implícita na parte intermediária da curva.


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