Commodities em foco.

A despeito de uma agenda esvaziada durante a noite, os ativos de risco estão abrindo a terça-feira em tom mais negativo. As commodities voltaram apresentar queda, em um movimento liderado pelo petróleo, mas que vem sido seguido, de perto, pelas commodities metálicas não preciosas. Nesta mesma linha, observamos hoje um fechamento de taxa de juros nos EUA e um movimento de dólar forte no mundo. O JPY, contudo, apresenta forte apreciação. Em suma, um dia clássico, mesmo que ainda tímido de “risk-off”.
Não vi nenhuma novidade que justifique estes movimentos. Contudo, as perspectivas de uma desaceleração da economia da China, após a divulgação de um ISM Manufacturing mais fraco, além dos sinais de um pico de curto-prazo no crescimento da Ásia como um todo podem estar dando sustentação a este quadro.
No Brasil, o foco da agenda ficará por conta do processo de cassação da chapa Dilma-Temer que retomará os trabalhos no início da noite de ontem. Neste momento, parece extremamente difícil prever o resultado desta fase do processo (Cassação? Pedido de vistas? Separação da chapa?).
Confesso que já tive mais certeza de qual seria o melhor cenário para o avanço das reformas no país. Acredito, agora, que o cenário de incerteza reinante no momento talvez seja o pior dos cenários possíveis. A manutenção do atual governo, com a retirada da incerteza de uma cassação, pode ajudar a recompor a base aliada e dar sustentação a Temer e Cia. A cassação da chapa poderá eleger um novo governo, com o mesmo perfil do atual, abrindo espaço para a retomada das discussões em torno das reformas econômicas. A manutenção do atual cenário, em que o governo apenas tem a preocupação em se defender de acusações, sem poder de discussão e diálogo com a base, torna as reformas econômicas inviáveis.
Ontem, a pesquisa Focus do BCB mostrou recuo das expectativas para o IPCA de 2017 e manutenção das expectativas para o IPCA de 2018. Já existe um movimento de revisão para baixo do PIB deste ano. Por ora, a despeito de uma leve alta do dólar, o cenário pouco mudou para a política monetária no país.

Acredito que a curva local de juros já tenha atingido um nível, na parte curta da curva (até Jan19) que justifique posições pelo menos medianas. Continuo gostando da inflação implícita na parte intermediária da curva e de estruturas de opção de dólar como hedge para as posições aplicadas na parte curta da curva.

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