Brasil: Inflação baixa, crescimento baixo, expectativas de inflação cadentes.
O dia basicamente
manteve os movimentos verificados pela manhã. O petróleo apresentou alguma
volatilidade intraday maior, mas os demais
ativos de risco permanecem em ranges
bem definidos.
No Brasil, a pesquisa
Focus mostrou uma nova rodada de revisões para baixo do IPCA (inflação) e do
PIB para este ano e para 2018. As coletas de inflação seguem baixas,
sinalizando para uma deflação no mês de junho, talvez ainda mais acentuada do
que o esperado até pouco tempo atrás. Os indicadores de confiança começaram a
mostrar arrefecimento, no que já pode ser visto como uma reação as incertezas
políticas recentes.
O dia foi marcado por
um forte movimento positivo do BRL e do Ibovespa. Vejo estes movimentos como
uma reação a busca global por yields,
depois de mais um número negativo na economia dos EUA (mais detalhes abaixo).
Além disso, já vejo uma posição técnica relativamente “esticada” nesta direção,
com muitos investidores locais “vendidos” em BRL e em Ibovespa. Isso pode ter
ajudado a estender o movimento de hoje.
Continuo vendo espaço para o fechamento de taxa da curva curta
de juros. Ainda vejo muito prêmio de alta de taxas ao longo de 2018 e vejo
espaço para mais cortes da Taxa Selic ao longo de 2017. Além do cenário
baixista para a inflação e o crescimento, o BCB praticamente contratou uma
surpresa inflacionária grande para os próximos meses, caso nossa área econômica
esteja certa (e na maior parte das vezes costuma estar!). Continuo sem visão
direcional nos demais ativos, optando por utiliza-los como hedges para a posição em juros.
Nos EUA, o Durable
Goods Orders ficou abaixo das expectativas, com um qualitativo também ruim. O
número reduz marginalmente as expectativas para o PIB e coloca ainda mais peso
em medidas fiscais para uma retomada mais sustentável do crescimento do país.
Nesta frente, o
Congresso continua debatendo a possibilidade de votação para o “Health Care Bill”,
que ainda pode ocorrer está semana. Este seria um passo importante, talvez
primordial, para o avanço da agenda econômica/fiscal.
O número fraco de hoje
ajudou os investidores a induzir mais uma rodada de busca por yields, o que favoreceu os ativos emergentes
em geral.
O cenário econômico segue relativamente inalterado e
construtivo, o que ficou cunhado como “goldilocks”.
Contudo, vejo preços pouco atrativos no momento, uma posição técnica talvez
comprometida, e não consigo enxergar com clareza grandes tendências de
longo-prazo.
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