Goldilocks.

Os ativos de risco estão operando sem tendência definida. As bolsas da Europa e EUA operam em alta neste momento. As taxas de juros nos EUA apresentam leve fechamento de taxas, enquanto o dólar apresenta leve alta. As commodities operam sem direção única.
Por ora, o cenário externo continua benigno, no que ficou cunhado como um cenário de “goldilocks”. O crescimento global segue estável, com uma inflação no mundo desenvolvido ainda controlada e uma inflação emergente, grosso modo, cadente. Os bancos centrais das principais economias do mundo, a despeito de um processo de normalização monetária, ainda mantêm as condições financeiras globais frouxas.
Os riscos existem, e precisam ser monitorados, mas a probabilidade de ocorrência, neste momento, parece baixa. Vejo como riscos uma eventual desaceleração do crescimento chinês no segundo semestre do ano, a necessidade de uma aceleração no processo de normalização monetária nas economias desenvolvidas e/ou problemas idiossincráticos em países específicos, que possam levar a contágio para países ou regiões mais relevantes (Itália, Brexit e etc).
A agenda da noite foi relativamente saudável. No Japão as exportações de maio apresentaram recuperação, mostrando uma economia global ainda robusta. As exportações saíram de 4,1% YoY para 7,5% YoY. O número traz algum alívio após uma rodada de dados um pouco menos positivos no tocante ao crescimento global.
Na China, os dados de preços de imóveis apresentaram alta em maio, também seguindo uma sequência de quedas nos meses anteriores. O número sugere alguma estabilização do setor, o que pode ser visto como um alívio de curto-prazo, dado a importância da economia da China para o mundo e do setor imobiliário para o crescimento chinês.
No Brasil, a mídia voltou a falar sobre a possibilidade de aprovação da Reforma da Previdência. O processo poderia ser feito de maneira “fatiada”, assim como a tramitação da Reforma Trabalhista está ocorrendo.
Além disso, segue o que comentei no domingo pela manhã (reproduzido abaixo). Não há informações novas no campo político, mas continua um embate de versões entre delatores e delatados.
O final de semana, até o momento, trouxe poucas novidades no cenário local e externo.

No Brasil, a mídia continua focada na cobertura do que parece ser uma guerra aberta de versões entre delatores e delatados, no âmbito das investigações de corrupção no governo e no congresso como um todo. Por ora, não há nada de fundamentalmente novo daquilo que já foi reportado no passado e/ou, até mesmo, divulgado oficialmente em delações premiadas já tornadas públicas.

No campo econômico, ventila-se que o governo trabalha em uma agenda positiva, que não dependa da aprovação do congresso para ser colocada em prática. Muitas das medidas que estão sendo ventiladas não passam de "requentamento" de medidas já em estudo ou em tramitação. Abaixo deste texto, copio uma lista descrita pelo Estadão.

No cenário externo, Trump continua no centro de polêmicas, com rumores de que estaria sendo investigado por obstrução de justiça. Pessoas do seu entorno negam a versão, mas o mercado e a mídia ainda especulam medidas nesta direção.

Voltado ao Brasil, segue a lista descrita do Estadão:

EM ESTUDO
* Reforma do PIS-Cofins
* Revisão da Lei do Bem, que estabelece incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento
* Prorrogação do Repetro, que suspende a cobrança de tributos federais na importação de equipamento para o setor de óleo e gás
* Permissão para que créditos tributários das empresas possam ser usados para pagar dívidas com a Previdência.
* Construção de sistema que permitirá a emissão da nota fiscal eletrônica de serviços.
* Aperfeiçoamento da lei de recuperação judicial.
* Regulamentação do distrato, quando uma pessoa compra um imóvel na planta e desiste.
* Marcos regulatórios para os setores de gás e de biocombustíveis.
* Normas para atuação das agências reguladoras.
* Criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), em substituição à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP)




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